Tempo estimado de leitura: 4 minutos. Show O que é a doença mão-pé-boca?A síndrome mão-pé-boca (SMPB), também chamada de doença mão-pé-boca (DMPB), é uma infecção viral contagiosa muito comum em crianças, que é caracterizada por pequenas feridas na cavidade oral e erupções nas mãos e nos pés. A síndrome mão-pé-boca é provocada habitualmente, mas não somente, pelo Coxsackievirus A16. Casos da SMPB também podem ser provocados por outros sorotipos do Coxsackie, tais como o Coxsackievirus A2, A4 ao A10, B2, B3 ou B5. Outros vírus, como o Echovirus 1, 4, 7 ou 19 ou o Enterovirus A71 também podem ser o agente causador, provocando sinais e sintomas muito semelhantes. A SMPB é, na maioria dos casos, uma doença branda e benigna, que desaparece espontaneamente após alguns dias sem causar nenhum tipo de complicação. O maior problema costuma ser o risco de desidratação, pois a dor de garganta pode fazer com que a criança pare de aceitar alimentos e líquidos. Raramente, quando a síndrome é provocada pelo vírus Enterovirus A71, ela pode ser mais perigosa, pois há um risco maior de complicações, como o desenvolvimento de encefalite (inflamação do sistema nervoso central), meningite ou miocardite (inflamação do músculo cardíaco). A SMPB ocorre frequentemente nas crianças com menos de 5 anos, mas pode, eventualmente, acometer adultos. De todas as principais causas de exantemas febris (febre + manchas vermelhas na pele), a doença mão-pé-boca é uma das mais fáceis de ser diagnosticada, devido ao seu típico envolvimento da mucosa oral, solas dos pés e palmas das mãos. Neste artigo, vamos nos ater apenas à síndrome mão-pé-boca, se você procura informações sobre outras causas de febre e manchas vermelhas na pele, acesse o seguinte link: 10 Causas de Febre com Manchas Vermelhas na Pele. TransmissãoO vírus que causam a doença mão-pé-boca podem ser transmitidos por contato com secreções das vias respiratórias, secreções das feridas das mãos ou dos pés e pelo contato com fezes dos pacientes infectados. Isso significa que o Vírus Coxsackie (e os outros vírus causadores da SMPB) podem ser transmitidos nas seguintes situações:
Geralmente, a fase de maior contágio da síndrome mão-pé-boca é durante a primeira semana de doença. Porém, mesmo após a cura, o paciente pode permanecer eliminando o vírus nas fezes, o que o mantém contagioso durante dias ou até semanas depois dos sintomas terem desaparecidos. A maioria dos adultos que se contamina com o Vírus Coxsackie não desenvolve sintomas, mas eles podem ser transmissores assintomáticos do vírus. SintomasO período de incubação da SMPB costuma ser de 3 a 6 dias. Os primeiros sintomas a surgirem costumam ser a dor de garganta e febre baixa, que fica por volta dos 38ºC. Mal-estar e perda do apetite também são frequentes. Em um primeiro momento, a doença é muito parecida com qualquer quadro de virose comum, sendo impossível o seu diagnóstico clínico nesta fase. Um ou dois dias após os primeiros sintomas, começam a surgir as lesões características que dão o nome à doença mão-pé-boca. As lesões da boca começam como pontos avermelhados que se transformam em pequenas bolhas e posteriormente em úlceras dolorosas, semelhantes às aftas comuns. Essas ulcerações surgem habitualmente na língua, na garganta, e nas partes internas dos lábios e das bochechas. O palato (céu da boca) também pode ser afetado. Nas crianças acometidas pelo coxsackievirus A6, as lesões podem também acometer a parte externa da boca, situando-se ao redor dos lábios. Um ou dois dias após o surgimento das lesões da boca começam também a aparecer as lesões nas palmas das mãos e nas solas dos pés. A ferida inicia-se como pequenas bolhas, com um halo avermelhado ao seu redor. As lesões costumam ter de 0,1 a 1 cm de diâmetro e podem se romper, liberando um líquido que é altamente contagioso. A SMPB provocada pelo coxsackievirus A6 costuma ter lesões bem mais extensas, acometendo também nádegas, coxas, braços, tronco e face. É importante destacar que nem todas as pessoas contaminadas pelo Vírus Coxsackie desenvolvem o quadro clínico completo da SMPB. 75% dos pacientes têm a síndrome completa, mas o restante pode ter apenas lesões na boca ou na pele. No caso dos adultos, a imensa maioria dos indivíduos que entra em contato com o vírus Coxsackie não desenvolve sintoma algum. Para ver mais imagens da doença mão-pé-boca, acesso o artigo: Fotos da doença mão-pé-boca. ComplicaçõesA síndrome mão-pé-boca costuma durar de 7 a 10 dias e cura-se espontaneamente, sem a necessidade de tratamento e sem causar complicações na maioria dos casos. A complicação mais comum costuma ser a desidratação, pois, além do mal-estar, a dor de garganta é muito forte, e as crianças podem parar de aceitar alimentos e líquidos. Os casos de SMPB causados pelo Enterovirus A71 também costumam ter um curso benigno, mas há um maior risco de complicações, tais como miocardite, meningite ou encefalite. DiagnósticoNos pacientes que apresentam o típico quadro de febre, úlceras orais e lesões nas palmas das mãos e plantas dos pés, o diagnóstico é feito facilmente, sem a necessidade de uma maior investigação laboratorial. Nos casos atípicos, se o médico sentir a necessidade de fazer o diagnóstico, a identificação do vírus pode ser obtida através de exame de fezes ou das secreções da garganta ou das lesões de pele. TratamentoNão existe tratamento específico para a SMPB. E nem precisa, pois a doença costuma ser autolimitada. Em geral, bastam anti-inflamatórios ou analgésicos comuns para controlar os sintomas de dor e febre. É importante manter as crianças bem hidratadas. Nos casos mais graves, principalmente nas crianças que recusam a alimentação e passam a correr risco de desidratação, a internação hospitalar pode ser necessária. PrevençãoPessoas contaminadas devem ficar em casa. Crianças não devem ir à creche ou à escola, e adultos devem faltar o trabalho até todos os sintomas terem desaparecidos. Como o vírus ainda pode ser eliminado nas fezes mesmo após a cura dos sintomas, é importante orientar o paciente a lavar as mãos com frequência, principalmente após ir ao banheiro e antes de manusear comida. Nas creches, é preciso ter muito cuidado com a higiene das mãos na hora de trocar as fraldas, para que os profissionais não transmitam o vírus de uma criança pra outra. Roupas comuns e roupas de cama podem ser fontes de contágio (principalmente se houver secreção das lesões da pele) e devem ser trocadas e lavadas diariamente. Brinquedos também devem ser lavados com frequência. Ainda não existe vacina contra a doença mão-pé-boca, mas há estudos muito avançados e promissores em curso. Referências
Médico graduado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com títulos de especialista em Medicina Interna e Nefrologia pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), Universidade do Porto e pelo Colégio de Especialidade de Nefrologia de Portugal. Como se pega o vírus pé mão e boca?A transmissão se dá pela via fecal/oral, através do contato direto entre as pessoas ou com as fezes, saliva e outras secreções, ou então através de alimentos e de objetos contaminados. Mesmo depois de recuperada, a pessoa pode transmitir o vírus pelas fezes durante aproximadamente quatro semanas.
Quantos dias dura a doença pé mão e boca?Tratamento. Não existe vacina contra a enfermidade mão-pé-boca. Geralmente, como ocorre com outras infecções por vírus, o agravo regride espontaneamente após alguns dias. A doença comumente não é grave e quase todos os acometidos por ela se recuperam de sete a dez dias sem tratamento médico.
Como aliviar os sintomas da síndrome mão pé e boca?Tratamento da síndrome mão-pé-boca. Remédio para febre, como Paracetamol;. Anti-inflamatório, como o Ibuprofeno, caso a febre seja acima de 38°C;. Pomadas para coceira ou remédios, como Polaramine;. Remédios para aftas, como a Omcilon-A Orabase ou Lidocaína.. O que causa a doença mão pé e boca?A síndrome mão-pé-boca é causada pelo vírus Coxsackie, que ataca o aparelho digestivo. Ela é altamente contagiosa. Sua principal característica é a formação de pequenas bolhas na pele desses três locais do corpo – daí o nome da doença.
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