Racismo é extremamente violento e está no nosso dia a dia\ diz doutor em educação

Após morte de menino de 5 anos ao cair de prédio no Recife e de outros casos nacionais, procuradora federal e doutor em educação debatem formas de combater o preconceito racial.

Racismo é extremamente violento e está no nosso dia a dia diz doutor em educação

Procuradora e psicólogo debatem o racismo no Brasil

Diante da repercussão sobre a morte de Miguel Santana da Silva, após cair do 9º andar de um prédio de luxo no Recife, e do debate em torno do racismo no Brasil e no mundo, professores e militantes negros afirmam que o problema é estrutural. Entretanto, dizem que pode ser combatido através de diálogos, questionamentos e fortalecimento da autoestima de pessoas negras em relação à cor da pele (veja vídeo acima).

“A gente tem que entender que o racismo é um sistema de opressão. Isso significa que eu tenho uma estrutura criada para que haja privilégios para um grupo e para que haja subalternização e desvantagens para outro grupo. Não é algo individual, moral. Não tenho medo nenhum de dizer que, no Brasil, nós somos racistas em maior ou menor grau”, declarou a procuradora federal Chiara Ramos, militante contra o racismo.

Miguel Otávio, de 5 anos, caiu do 9º andar de prédio no Recife — Foto: Reprodução/Facebook

Para o psicólogo e doutor em educação Hugo Monteiro, casos como o de Miguel e de João Pedro, menino morto dentro de casa durante uma operação policial no Rio de Janeiro, e de George Floyd, homem negro asfixiado por policiais nos Estados Unidos, mostram “nitidamente uma ideia de inferioridade em relação à posição étnica e racial dessas pessoas”.

“O racismo é extremamente violento e está no nosso dia a dia, no nosso cotidiano. Cotidianamente, nós negros passamos por situações racistas. É uma estrutura que nos afeta e violenta muito a nossa natureza mental, provoca sofrimento diverso em quem passa pela situação. Precisamos enfrentar com lucidez, com sabedoria, com compreensão”, disse Monteiro.

Segundo Chiara, é possível combater essas práticas através de quatro atos: ver, ouvir, falar e agir. “A pessoa pode ver quantos negros estão em seu convívio social, ouvir, ler, assistir a filmes e documentários de pessoas negras, falar sobre como o racismo existe e que não é ‘mimimi’ e agir, seguindo perfis de pessoas negras, ampliar seu rol de amizades e, caso esteja em posição de chefia, contratar pessoas negras”, afirmou.

Hugo Monteiro é doutor em educação — Foto: Reprodução/TV Globo

Segundo Hugo Monteiro, preparar negros para o sofrimento que surge como consequência da discriminação não deve ser a atitude inicial. “Acho que a primeira coisa não é preparar para a dor. É preparar para que você tenha uma autoestima, goste da sua ancestralidade, da sua história, da sua cor, do seu cabelo, da sua fisionomia”, contou.

Ainda de acordo com ele, essa mudança de paradigma não pode ser feita de forma individual. “Isso você não faz sozinho, você precisa de organismos sociais. Você precisa da escola, de livros, de filmes, de uma mudança paradigmática para que sua autoestima esteja bem estabelecida nesse momento”, disse.

Caso Miguel

Miguel morreu ao cair do 9º andar de um edifício de luxo no Recife após a mãe descer para passear com o cachorro dos patrões e deixar o menino aos cuidados da patroa. A empregadora foi autuada por homicídio culposo, quando não há intenção de matar, mas não teve o nome divulgado pela Polícia Civil. Ela foi presa em flagrante e liberada para responder em liberdade após pagar R$ 20 mil de fiança.

Racismo é extremamente violento e está no nosso dia a dia diz doutor em educação

Mãe de menino que caiu do 9º andar diz que vai lutar para que a justiça seja feita

Na quinta-feira (4), Mirtes contou em entrevista à TV Globo que era empregada doméstica do prefeito de Tamandaré, Sérgio Hacker (PSB), e da esposa dele, Sarí Côrte Real (veja vídeo acima).

CASO MIGUEL

  • Estados Unidos
  • George Floyd
  • Pernambuco
  • Recife
  • Tamandaré

Newsletter G1Created with Sketch.

O que aconteceu hoje, diretamente no seu e-mail

As notícias que você não pode perder diretamente no seu e-mail.

Para se inscrever, entre ou crie uma Conta Globo gratuita.

Obrigado!

Você acaba de se inscrever na newsletter Resumo do dia.

Deseja receber as notícias mais importantes em tempo real? Ative as notificações do G1!

Qual o papel do professor no combate ao racismo?

O professor tem um papel muito importante no que se refere ao combate ao preconceito racial, pois, assim ele é um agente mediador que ao perceber formas de discriminação entre os educandos, deve intervir, a fim de que cada vez menos, essas práticas aconteçam em uma escola.

Como o racismo afeta a educação?

Existe um desempenho escolar desigual entre alunos brancos e negros, que é maior entre ricos do que entre pobres, aponta a pesquisa. Sendo assim, mais do que às diferenças socioeconômicas, o baixo desempenho dos alunos negros se deve às práticas discriminatórias na escola, muitas vezes veladas.

O que falar em uma redação sobre preconceito racial?

Como Fazer Redação sobre Racismo e Preconceito Racial.
Você precisa ter clareza. Um exemplo de escopo que se pode ter é a relação entre racismo e preconceito. ... .
Apresentar argumentos coesos. ... .
Para fazer uma proposta de intervenção, você precisa ter um repertório afiado de referências, casos e da lei do país..

Como fazer um texto sobre o racismo?

Como fazer uma redação sobre racismo?.
Apresente o problema. ... .
Elabore a sua tese. ... .
Faça um bom desenvolvimento. ... .
Conclua da maneira adequada. ... .
Domine o conceito. ... .
Reconheça dados importantes. ... .
Não deixe a História de lado. ... .
Descubra autores e referências sobre o assunto..