Quem foi o único brasileiro que recebeu o fato ocorreu nas Olimpíadas de Atenas em 2004 na Grécia?

Quem foi o único brasileiro que recebeu o fato ocorreu nas Olimpíadas de Atenas em 2004 na Grécia?
Vanderlei Cordeiro é empurrado para fora da pista por um homem fantasiado de padre irlandês durante competição nos Jogos Olímpicos de Atenas em 2004 Jiro Mochizuki/AFP

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A imagem do ex-maratonista Vanderlei Cordeiro de Lima sendo agarrado por um ex-padre irlandês nos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004, ficou mundialmente conhecida. Na ocasião, Vanderlei liderava a prova com uma diferença de 150 metros do italiano Stefano Baldini, mas perdeu metade do seu tempo de vantagem quando foi empurrado por Neil Horan, ex-pároco da igreja católica da Irlanda. Desconcentrado pelo susto, o brasileiro foi ultrapassado por Baldini e pelo americano Mebrahtom Keflezighi. Apesar de ter perdido a chance de conquistar a medalha de ouro, Vanderlei demonstrou humildade e espírito esportivo ao subir ao pódio para receber o bronze. Meses depois, foi condecorado com a Medalha Pierre de Coubertin, sendo o único latino-americano a receber a honraria dada a atletas que demonstram o verdadeiro espírito esportivo. Após o empurrão, Neil Horan foi deportado da Grécia e condenado a um ano de prisão – pena convertida em uma fiança de 3 mil euros. O episódio foi lembrado na noite desta sexta-feira, durante a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos do Rio, em que a missão de acender a pira olímpica foi desempenhada por Vanderlei. Mas por onde anda o padre que atrapalhou o maratonista brasileiro doze anos atrás?

Neil Horan tem atualmente 69 anos e continua aproveitando-se de protestos e eventos para chamar a atenção para o que ele chama de sua missão: alertar o mundo sobre a volta de Jesus Cristo à Terra e sobre os valores da Bíblia. No mês passado, o ex-padre esteve em protestos contra o a saída do Reino Unido e contra o líder da campanha do Brexit, Boris Johnson, trajando roupas típicas irlandesas e segurando cartazes com mensagens fanáticas. A igreja afastou Horan das funções de padre no fim da década de 90, antes mesmo de o episódio de Atenas acontecer, por considerar que ele apresentava problemas psicológicos. Desde então, o ex-padre dedica-se a chamar a atenção dançando e exibindo seus cartazes sobre a volta de Jesus. Embora o empurrão a Vanderlei Cordeiro Lima tenha sido a aparição mais marcante de Horan, não foi a única vez em que ele atrapalhou competições esportivas.

Em 2003, um ano antes dos Jogos de Atenas, o ex-padre invadiu a pista do Grande Prêmio de Silverstone de Fórmula 1, em um trecho em que os carros atingem uma velocidade de quase 300 quilômetros por hora. Horan foi retirado da pista e preso por dois meses. O vencedor da prova de Silverstone foi coincidentemente o piloto brasileiro Rubens Barrichello. Meses depois, o ex-padre invadiu uma corrida de cavalos na Inglaterra e novamente foi detido pela polícia. Após o episódio com Vanderlei, Horan foi chamado de “homem mais odiado do mundo” passou a ser vigiado em competições esportivas. Ele protestou durante a Copa de 2006, na Alemanha, e durante a maratona dos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, mas sem incidentes em ambos episódios. Horan exibiu suas mensagens fanáticas ainda no casamento do príncipe William e de Kate Middleton, em 2012 e no funeral de Margaret Tatcher, em 2013.  Ele prometeu vir ao Rio, mas não há registro da presença do ex-padre nos Jogos de 2016.

Viúvo desde 2012, Neil Horan mora sozinho em uma casa alugada em Peckham, no sul de Londres. Ele tentou retornar à igreja católica da Irlanda, mas foi recusado, e hoje vive do dinheiro pago por suas apresentações de dança e da ajuda de amigos. Ele chegou a ser aprovado na primeira fase no programa de talentos Britain’s Got Talent, com uma apresentação de dança, mas foi dispensado quando os jurados descobriram quem ele era. Horan pediu desculpas a Vanderlei repetidas vezes ao longo dos anos – chegou a, inclusive, fazer aulas de português para isso. Ele disse arrepender-se de atrapalhar o maratonista brasileiro e afirma que gostaria somente de exibir sua mensagem para o mundo. Vanderlei perdoou o fanático irlandês, e considera o episódio resolvido. A honra de acender a pira olímpica foi o desfecho merecido para a história do maior atleta maratonista do Brasil.

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Apesar de não ser um país que tenha conquistado um número expressivo de medalhas em Jogos Olímpicos, o Brasil tem uma trajetória importante nesse evento. De um total de 108 medalhas, os brasileiros conseguiram conquistar 23 de ouro (o restante corresponde a 30 de prata e 55 de bronze), sendo a primeira de 1920, nas Olimpíadas da Antuérpia. Veja a relação de todas elas e dos respectivos atletas responsáveis pela conquista:

  • 1920: prova de tiro

Foi nas Olimpíadas da Antuérpia (Holanda), realizadas em 1920, que Guilherme Paraense (1884-1968) conquistou o primeiro ouro olímpico para o Brasil, em uma prova de tiros. Paraense era tenente do Exército Brasileiro e ficou em primeiro lugar na modalidade de tiro com pistola rápida.

  • 1952 e 1956: atletismo (salto triplo)

A segunda e a terceira medalha de ouro foram conquistadas pela mesma pessoa: Adhemar Ferreira da Silva. Ademar era representante do atletismo, e as duas medalhas de ouro vieram do êxito na prova de salto triplo. A primeira foi conquistada nos Jogos de Helsinque (Dinamarca), em 1952, e a segunda, nos Jogos de Melbourne, na Austrália, em 1956.

  • 1980: vela (tornado e 470)

Depois dos feitos de Adhemar, o Brasil ficou seis Olimpíadas sem ganhar medalha de ouro. Só em 1980 duas duplas de velejadores ganharam novamente medalhas de ouro para o Brasil. O fato ocorreu nos Jogos de Moscou, na então União Soviética. As duplas eram Eduardo Penido e Marcos Soares (modalidade 470) e Alexandre Welter e Lars Bjöhkström.

  • 1984: atletismo (800 metros)

Nos jogos seguintes, realizados em Los Angeles, Estados Unidos, foi a vez do velocista Joaquim Cruz conquistar mais um ouro olímpico para o Brasil no atletismo, na modalidade de 800 metros.

  • 1988: judô

Nos Jogos de Seul (Coreia do Sul), foi a vez do primeiro judoca brasileiro conquistar uma medalha de ouro. O feito foi realizado por Aurélio Miguel, que competiu na modalidade de -95 kg, isto é, meio-pesado.

  • 1992: judô e voleibol masculino

Nos Jogos de Barcelona (Espanha), novamente o judô trouxe uma medalha de ouro para o Brasil, dessa vez com Rogério Sampaio, na modalidade -65 kg. Além de Rogério, a seleção brasileira masculina de vôlei de quadra também ficou no topo do pódio. Os atletas titulares eram: Amauri, Pampa, Carlão, Douglas, Giovane, Janelson, Jorge Edson, Marcelo Negrão, Maurício, Paulão, Talmo e Tande.

  • 1996: vela (laser e Star) e vôlei de praia

Nas Olimpíadas de Atlanta, Estados Unidos, a vela e o vôlei novamente trouxeram medalhas de ouro para o Brasil. Na vela, os protagonistas foram Robert Scheidt, que navegou na modalidade laser, e a dupla Marcelo Ferreira e Torben Grael, na modalidade Star. No vôlei, prevaleceu a dupla feminina de vôlei de praia, Jaqueline Silva e Sandra Pires.

  • 2004: vela (laser e Star), hipismo, vólei de praia e voleibol masculino

Nos Jogos de Atenas, novamente Robert Scheidt, na modalidade laser, e a dupla Marcelo Ferreira e Torben Grael, na modalidade Star, conseguiram mais medalhas de ouro para o Brasil na vela. Além disso, tivemos também a conquista do ouro na modalidade de salto individual em hipismo por Rodrigo Pessoa; ouro também com a dupla masculina de vôlei de praia Emanuel Rego e Ricardo Alex Santos; e, por fim, ouro com a seleção masculina de vôlei de quadra, cuja equipe era constituída por: Anderson, André Nascimento, André Heller, Dante, Giba, Giovane, Gustavo, Maurício, Nalbert, Ricardo, Rodrigão e Sérgio.

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  • 2004: Medalha Pierre de Coubertin para Vanderlei Cordeiro de Lima

Na mesma Olimpíada de Atenas, um fato curioso ocorreu com o maratonista Vanderlei Cordeiro de Lima. Ele estava prestes a terminar a prova e conseguir o ouro para o Brasil, mas foi interrompido por Cornelius Horan, ex-padre irlandês que estava entre os expectadores. Vanderlei, atordoado, ainda conseguiu chegar em 3º e conquistar a medalha de bronze. Um tempo depois, o comitê olímpico concedeu a ele a maior honraria da organização: a Medalha Pierre de Coubertin.

  • 2008: atletismo, natação e voleibol feminino

Nos jogos seguintes, realizados em Pequim (China), foi a vez da seleção brasileira feminina de vôlei de quadra conquistar o ouro para o Brasil. A equipe era constituída por Carol, Fabi, Fabiana, Fofão, Jaqueline, Mari, Paula Pequeno, Sheilla, Sassá, Thaisa, Valeskinha e Walewska. Além dessa conquista, tivemos também o ouro do nadador César Cielo, na modalidade 50 metros livre, e da saltadora Maurren Maggi, na modalidade salto em distância.

Quem foi o único brasileiro que recebeu o fato ocorreu nas Olimpíadas de Atenas em 2004 na Grécia?

César Cielo conquistou a medalha de ouro na modalidade 50 metros livre**

  • 2012: voleibol feminino, judô, ginástica (argolas)

Em 2012, nos Jogos de Londres (Inglaterra), novamente a seleção brasileira feminina de vôlei de quadra conseguiu o ouro. Dessa vez a equipe era composta por: Fabiana, Dani Lins, Paula Pequeno, Sheilla, Adenízia, Thaisa, Fernandinha, Jaqueline, Tandara, Natália, Fabi e Fernada Garay. Além dessa conquista, tivemos também o sucesso da judoca Sarah Meneses, que levou o ouro na modalidade ligeiro (-48 kg), e do ginasta Arthur Zanetti, que também ficou com o ouro na modalidade de argolas.

  • 2016: melhor desempenho

Nos jogos realizados no Rio de Janeiro (Brasil), os atletas nacionais tiveram o melhor desempenho da história. O Brasil conquistou sete medalhas de ouro com os seguintes atletas e esportes: Atletismo - Thiago Braz (Salto com vara); Boxe - Robson Conceição (Categoria até 60 Kg); Judô - Rafaela Silva (Categoria até 57 Kg); Vela - Martine Grael e Kahena Kunze (Classe 49er FX); Vôlei de praia - Alison e Bruno Schmidt; Vôlei MasculinoFutebol Masculino.

- Vôlei Masculino: William, Éder Carbonera, Wallace, Luiz Felipe, Evandro, Lucarelli, Bruno Rezende, Lucas, Sérgio Dutra, Maurício Borges, Douglas Souza e Maurício Souza.

- Futebol Masculino: Weverton (Gol), Zeca, Rodrigo Caio, Marquinhos, Douglas Santos, Walace, Renato Augusto, Neymar, Gabriel, Gabriel Jesus, Luan, Uilson (Gol), William, Luan Garcia, Rodrigo Dourado, Thiago Maia, Rafinha Alcântara e Felipe Anderson.

*Créditos da imagem: Shutterstock e lazyllama

**Créditos da imagem:  BrunoRosa e Shutterstock.com


Por Me. Cláudio Fernandes

O que ocorreu com o atleta Vanderlei Cordeiro nas Olimpíadas de Atenas em 2004?

O ex-maratonista acumula inúmeras medalhas no esporte e tem orgulho da conquista nas Olimpíadas de Atenas, em 2004. Ele liderava a prova a 7 km do fim e com 25 segundos de vantagem (aproximadamente 150 metros) do segundo colocado. Até que foi atacado pelo ex-padre irlandês Neil Horan, que o jogou fora da pista.

O que aconteceu em 2004 com o brasileiro Vanderlei Cordeiro de Lima?

É preciso voltar ao que aconteceu em Atenas, em 2004, para contar a história que colocou Vanderlei Cordeiro de Lima na galeria dos heróis olímpicos mundiais. Ele corria pelas ruas de Atenas, no percurso da maratona, e estava em primeiro lugar, no km 36,5, a 1h52min de prova, quando foi vítima da agressão.

Quem é o único atleta brasileiro premiado com a medalha?

Adhemar Ferreira da Silva – Wikipédia, a enciclopédia livre.

Qual o único brasileiro medalhista olímpico na maratona?

Medalhista olímpico na maratona dos Jogos de Atenas 2004 e único brasileiro agraciado com a medalha Barão Pierre de Coubertin.