Quem foi a primeira brasileira campeã olímpica e qual foi a modalidade?

Após deixar a marca de suas mãos no Hall da Fama do Comitê Olímpico do Brasil (COB) durante o II Congresso Olímpico Brasileiro, que aconteceu em Salvador, nos dias 19 e 20 de março, Aurélio Miguel recebe agora uma homenagem especial com páginas dedicadas ao seu legado no site do COB. O dono da primeira medalha de ouro olímpica do judô brasileiro ganha área com biografia completa, fotos, vídeos, páginas de jornais com o registro de suas principais conquistas, além de um espaço para que os fãs possam deixar recados para os ídolos olímpicos.

+Veja a página especial do homenageado do Hall da Fama

“O Hall da Fama homenageia os grandes ídolos do esporte brasileiro que ajudaram a criar uma tradição de conquistas, um esporte olímpico robusto como nós temos hoje. E por estar ao lado de ídolos do esporte como Aurélio Miguel, a homenagem foi um momento mágico que vai ficar para todo e sempre na memória de todos nós, que somos apaixonados por esporte”, disse Rogério Sampaio, campeão olímpico e diretor-geral do COB, que completou: “Eu, como judoca, tenho em Aurélio Miguel um ídolo e um companheiro”.

“Eu fiquei muito honrado e muito feliz de estar recebendo essa homenagem, eternizando a história do esporte olímpico brasileiro. Eu não tenho dúvidas que essa história para o futuro vai ser grandiosa”, afirmou o homenageado Aurélio Miguel.

Quem foi a primeira brasileira campeã olímpica e qual foi a modalidade?
Campeão olímpico! Em Seul 1988, Aurélio Miguel vence a final e conquista o até então inédito ouro olímpico para o judô brasileiro. Foto: COI

Aurélio se junta a outros 20 grandes nomes com páginas no Hall da Fama virtual do COB. São eles: Adhemar Ferreira, Paula, Sebastián Cuattrin, Tetsuo Okamoto, Bernardinho (vôlei), Chiaki Ishii (judô), Guilherme Paraense (tiro esportivo), Hortência (basquete), Jackie Silva (vôlei de praia), Joaquim Cruz (atletismo), João do Pulo (atletismo), Maria Lenk (natação), Sandra Pires (vôlei de praia), Sylvio Padilha (atletismo), Torben Grael (vela) , Vanderlei Cordeiro (atletismo), Zé Roberto Guimarães (vôlei) Aída dos Santos (atletismo), Bernard Rajzman (vôlei) e Wlamir Marques (basquete).

Conheça a vida e carreira de Aurélio Miguel

O atleta começou a praticar judô aos quatro anos por conta de problemas de saúde. Em 1983, tornou-se o primeiro brasileiro a ser campeão mundial júnior de judô e, em Seul 1988, trouxe o então inédito ouro olímpico para a modalidade. Em Barcelona 1992, foi o porta-bandeira da delegação brasileira na Cerimônia de Abertura dos Jogos e em Atlanta 1996 voltou ao pódio olímpico, conquistando o bronze. Saiba mais sobre o homenageado em sua página especial.

Assista às lutas que deram ao judoca suas medalhas olímpicas. 


O Hall da Fama do COB

Criado em 2018, o Hall da Fama visa reconhecer e valorizar a trajetória dos nossos heróis olímpicos. O projeto foi lançado em grande estilo durante a 20ª edição do Prêmio Brasil Olímpico (PBO), que teve como lema “celebrar o passado, inspirar o presente e conquistar o futuro”.

Lançada em junho de 2021, no dia do aniversário de 107 anos do COB, a área digital do Hall da Fama do COB é uma página virtual de referência dedicada especialmente à memória do Movimento Olímpico do Brasil. O espaço traz perfis detalhados dos homenageados, com grande acervo de fotos e vídeos conseguidos juntos ao Comitê Olímpico Internacional (COI) e às Confederações Brasileiras, arquivos pessoais e de jornais e TVs que cobriram os principais eventos na época em que atuavam, além de filmes do dia em que os esportistas deixaram as marcas de seus pés ou mãos.

Veja como foi a homenagem à Aurélio Miguel, Fofão e Servílio de Oliveira no II Congresso Olímpico Brasileiro!


Retrato de Hélène de Pourtalès, por volta de 1878. Getty Museum / Paul Nadar

Hélène de Pourtalès (1868-1945), originária de Genebra, ganhou uma medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de 1900. Pouco conhecida hoje em dia, essa pioneira abriu as portas para que outras mulheres participassem das Olimpíadas.

Este conteúdo foi publicado em 02. agosto 2021 - 12:00

Henry Isaac Barbey (1832-1906), natural do cantão de Vaud, fez fortuna nos Estados Unidos. Ele foi um dos principais investidores da empresa ferroviária Buffalo, Rochester and Pittsburgh Railway. Suíço, mas fluente em inglês, Henry casou-se com Mary Lorillard (1841-1926) em 12 de janeiro de 1865. Pertencente a uma rica família da alta sociedade novaiorquina, Mary era a herdeira da Lorillard Tobacco Company (LTC) – empresa fundada em 1760 e que comercializava cigarros, inclusive os da marca Kent. O casal mudou-se inicialmente para a 17 West 38th Street, em Nova York. Viajavam todos os verões para a Europa e, naturalmente, para a Suíça francófona, onde a família Barbey possuía várias propriedades. Em 28 de abril de 1868, nasceu em Nova York a primeira filha do casal, Hélène.

Henry Isaac Barbey, pintura de Wilhelm Heinrich Funk, 1904. Wikimédia

A enorme fortuna do jovem casal permitiu que Barbey explorasse livremente suas paixões. Entre elas, estava a navegação. Em certa ocasião, Henry levou um pequeno barco a vapor, chamado Minnehaha, para Genebra. Nomeado em homenagem a uma princesa nativa americana, não se sabe como o barco saiu do rio Hudson e cruzou o Atlântico, mas o fato é que chegou a Genebra, onde foi lançado em Bellevue. Foi uma sensação. O casal logo se tornou o centro das atenções na alta sociedade local, se relacionando com as figuras mais proeminentes da cidade, como o Conselheiro de Estado Arthur Chenevière e Guillaume Henri Dufour.

No seu círculo social, estava a Baronesa Julie de Rothschild, uma mulher excêntrica com uma fortuna considerável. Em 1876, ela havia mandado construir um barco a vapor, La Gitana, em Bellevue, a algumas centenas de metros da casa dos Barbeys. Compartilhando a paixão de Henry pela navegação, Rothschild quebrou os recordes de velocidade da época, tornando-se a Yachting Lady mais rápida de seu tempo.

O "Minnehaha", no final do século XIX no Lago de Genebra. notrehistoire.ch

Assim, a vida de Hélène, filha de Henry e Mary, era composta por rendas, festas, bailes e elegantes cavalheiros. Ela morava em Bellevue desde sua infância, uma vez que seu pai considerava a atmosfera do Lago de Genebra mais apropriada para criar uma família do que a megalópole cheia de carvão de Nova York.

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Hélène acompanhou, desde pequena, as atividades náuticas da Baronesa Julie de Rothschild, que era por vezes assistida pela “gentil e encantadora” Imperatriz Elisabeth da Áustria. Inevitavelmente, a jovem se interessou pela navegação, um dos assuntos favoritos das soirées. No entanto, ao invés de barcos a vapor, ela se voltou para os veleiros.

Marido marinheiro

Amante dos barcos, era lógico que Hélène deveria se casar com alguém que compartilhasse sua paixão. E isso não tardou a acontecer: em 1891, casou-se com Hermann de Pourtalès, tornando-se madrasta de Guy de Pourtalès, que viria a ser um escritor famoso. Com o seu marido, participou em inúmeras regatas, não só no Lago de Genebra, mas também perto de Cannes, onde o casal possuía uma casa de veraneio. A residência da família Pourtalès situava-se no Château des Crénées, em Mies. Nessa época, Hélène já era uma velejadora experiente, já que passava todos os verões em Bellevue e treinava em Newport durante a baixa estação, participando frequentemente da America's Cup, a “Auld Mug”, criada em 1851. Em 1887, descreveu detalhadamente, em suas correspondências, a regata daquele ano.

O marido, Hermann de Pourtalès. Fonds Guy de Pourtalès CLSR, Université de Lausanne

Veio então o ano de 1900. Desde 1894, havia-se decidido que os Jogos Olímpicos de 1900, oficialmente chamados “II Jogos Olímpicos”, seriam realizados em Paris, de 14 de maio a 28 de outubro, como parte da Exposição Universal. Pela primeira vez, as olimpíadas eram abertos às mulheres, para grande desgosto de Pierre de Coubertin, que mais tarde escreveu: “Quanto à participação das mulheres nos jogos, continuo contra. Não concordo com essa admissão de mulheres em um número cada vez maior de eventos”. Zola, por sua vez, era muito “a favor de todos os exercícios físicos que possam contribuir para o desenvolvimento das mulheres, na condição, evidentemente, de que não sejam exagerados”.

Essa abertura às mulheres se deu apenas em cinco modalidades: golfe, tênis, vela, críquete e equitação. Os cartazes dos eventos esportivos retratavam mulheres atletas, inclusive em modalidades nas quais elas não podiam participar, como é o caso deste cartaz que anunciava uma competição de esgrima.

O cartaz foi posteriormente reconhecido como o cartaz oficial das Olimpíadas de 1900. Wikimédia

Após uma série de competições vitoriosas, Hélène e Hermann de Pourtalès se inscreveram nos Jogos Olímpicos com seu barco Lerina, um veleiro de 20 pés típico do Lago de Genebra. Hélène foi então umas das vinte mulheres a participar pela primeira vez das Olimpíadas.

A corrida começou no dia 20 de maio, em Meulan, nas águas do Cercle de la voile de Paris. Todos os barcos com menos de dez toneladas tiveram de completar o percurso para que pudessem navegar em sua respectiva categoria nos dias seguintes.  Sessenta e cinco barcos percorreram um trajeto de 11 quilômetros. Naquele dia, o vento estava fraco, mas o casal, habituado aos caprichos climáticos do Lago de Genebra, classificou-se com facilidade. O seu barco recebeu o número inicial 22. Dois dias depois, os barcos da categoria de 20 pés partiram para uma corrida de 19 quilômetros num percurso tecnicamente desafiador, dado o número de participantes. Mais uma vez, Hélène e Hermann saíram vitoriosos, com Hélène ganhando uma medalha de ouro no dia 22 de maio.

O "Lerina", durante uma regata em Cannes, na primavera de 1900. Wikimédia

Como os Jogos Olímpicos de 1900 foram os primeiros a aceitar mulheres, o Comitê Olímpico Internacional considerou Hélène, que tinha 32 anos na época, como uma das primeiras campeãs olímpicas da história, ao lado da inglesa Charlotte Reinagle Cooper, que ganhou uma medalha de ouro no tênis, e das americanas Marion Jones e Hedwig Rosenbaum, que levaram o bronze na mesma modalidade.

Isso concedeu a Hélène de Pourtalès uma fama fugaz no mundo dos esportes e nos círculos aristocráticos de Genebra, principalmente porque a vela era então um esporte muito popular nos círculos da elite. Foi Hélène que, junto ao seu marido, apresentou a navegação para o seu enteado, Guy de Pourtalès.

Ainda assim, a campeã olímpica permaneceu majoritariamente desconhecida para a maioria de seus contemporâneos, uma vez que, no início do século, grande parte da imprensa compartilhava das opiniões de Pierre de Coubertin. O casal continuou a viver junto no Château des Crénées até 1904, quando, em 9 de julho, Hermann morreu em casa, deixando para trás uma herança considerável de cerca de 6 milhões de dólares. A partir daí, Hélène dividia sua vida entre Mies e sua casa parisiense na 45 Avenue de l'Alma. Ela morreu em Genebra no ano de 1945, aos 77 anos de idade, e em total anonimato.

Hélène de Pourtalès e seu marido Hermann, em Cannes, no final do século XIX. Fonds Guy de Pourtalès CLSR, Université de Lausanne

Embora sua cunhada, Marguerite Isabelle de Pourtalès-Naville (1852-1930), seja conhecida pelo trabalho que realizou com seu marido, Edouard Naville, em Egiptologia, o mesmo não ocorreu com Hélène. Na sua época, a ciência se abria cada vez mais às mulheres, enquanto o esporte permanecia sendo um domínio quase exclusivamente masculino. Além disso, a carreira esportiva internacional de Hélène se limitou aos Jogos Olímpicos de 1900. Raros foram os jornalistas e comentaristas que mencionaram sua influência para participação feminina nos Jogos Olímpicos, e mais raros ainda os que destacaram sua medalha de ouro. Sem dúvida, a mentalidade protestante – ainda muito presente naquela época entre a elite de Genebra e Neuchâtel – não contribuiu para sua notoriedade.

De nacionalidade americana e suíça, Hélène passou a maior parte de sua vida nas margens do Lago de Genebra. Ela não era, contudo, simplesmente uma “marinheira de água doce”. A história pode só lembrar dela pelo seu “golpe de sorte”, sua medalha de ouro olímpica, mas o fato é que Hélène de Pourtalès foi uma pioneira e uma campeã.

Adaptação: Clarice Dominguez

Quem foi a primeira brasileira campeã olímpica e qual foi a modalidade?

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Qual foi a primeira brasileira campeã olímpica?

Rafaela Silva
campeã olímpica
Modalidade
peso leve (-57 kg)
Nascimento
24 de abril de 1992 (30 anos) Rio de Janeiro, Brasil
Nacionalidade
brasileira
Rafaela Silva – Wikipédia, a enciclopédia livrept.wikipedia.org › wiki › Rafaela_Silvanull

Qual foi a primeira mulher brasileira campeã olímpica e qual foi a modalidade que ela competiu?

Ouça a matéria: A ginasta Rebeca Andrade conquistou neste domingo (1º) a primeira medalha de ouro na ginástica artística para o Brasil, nos Jogos Olímpicos de Tóquio.

Qual foi a primeira mulher brasileira a ganhar medalha olímpica?

Maurren Maggi: 1ª brasileira campeã olímpica individual. A primeira medalha de ouro brasileira foi conquistada em 1920 por Guilherme Paraense, nos Jogos Olímpicos da Antuérpia.

Quem foi a primeira campeã olímpica?

Nos Jogos Olímpicos de 1900, na França, Charlotte Cooper colocou o nome na história ao ganhar duas medalhas no tênis e se tornar a primeira mulher campeã. Conheça mais!