Quantas vezes a seleção brasileira de basquetebol masculino ganhou o primeiro lugar?

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Mão Santa. Esse foi o apelido que Oscar Daniel Bezerra Schmidt, o maior nome do basquete masculino no Brasil, ganhou por seu talento e dedicação ao basquete brasileiro. Reverenciado até mesmo por mestres da NBA (National Basketball Association), Oscar começou sua história no Rio Grande do Norte, Natal, onde nasceu. Ainda pequeno, muda-se junto à família para Brasília, onde participa pela primeira vez de um jogo de basquete aos 13 anos. Com essa idade, o pequeno Oscar Schmidt já media 1,85m  e foi recomendado por seu tio Alonso a treinar no Unidade Vizinhança, clube da cidade. Naquele momento, em que Oscar dava seus primeiros passos em direção a uma carreira de grande sucesso, foi treinado por Zezão.

No primeira metade dos anos 70 o atleta muda-se para a cidade de São Paulo e começa a jogar no Palmeiras. Após algum tempo, ganha destaque na equipe alviverde e chega a ser convocado para o juvenil da seleção brasileira de basquete. Com facilidade incrível para pontuar, Oscar Schmidt foi eleito em 77 o melhor pivô de sua categoria. Prestes a completar 20 anos, integrou o grupo principal da seleção brasileira e ganhou, junto a seus companheiros, o título de campeão sul-americano. Um ano depois, no mundial realizado nas Filipinas, conquistou a medalha de bronze e, através de Cláudio Mortari, foi jogar no Sírio.

Em 1979, Oscar Schmidt ganhou a Copa William Jones, um dos títulos mais importantes do basquete. No ano seguinte, participou das Olimpíadas de Moscou, em que pontuou 169 vezes e ajudou o Brasil a conquistar o quinto lugar. Em 1982, tornou-se jogador do América (RJ), mas teve uma passagem breve pela equipe. Naquele mesmo ano, disputou o campeonato de basquete italiano atuando pelo Caserta. Na Itália, o atleta ficou pelo período de onze temporadas e conseguiu a marca de dez mil pontos no campeonato nacional.

Em 84, Oscar Schmidt participou novamente das Olimpíadas pelo Brasil, desta vez em Los Angeles. Apesar do bom desempenho do atleta, que marcou o mesmo número de pontos contabilizados em Moscou, a seleção brasileira ficou em nono lugar. Porém, sua atuação fez com que o New Jersey Nets, da NBA, se interessasse pelo atleta. Caso fosse contratado, Oscar não poderia mais jogar pela seleção nacional, então continuou jogando na Itália.

Em 85 Oscar Schmidt venceu o Pan-Americano nos Estados Unidos. Na ocasião, o Brasil venceu os EUA pelo placar de 120 x 115 com uma atuação histórica do atleta e da seleção. Três anos depois, nas Olimpíadas de Seul, Oscar sagra-se cestinha do torneio, mas o Brasil ficou novamente em quinto lugar.

A carreira de Oscar Schmidt continuou deslanchando fora do Brasil com o atleta quebrando recordes e ganhando diversos títulos. Porém, em 95, o jogador volta a atuar em seu país de origem ao ser contratado por uma equipe de São Paulo, na qual conquistou o oitavo título nacional de sua carreira. Um ano depois, Oscar deixa o campeonato paulista para jogar no Rio de Janeiro. Foi contratado pelo Flamengo e virou um ídolo do clube das massas.

Após algum tempo, descontente com a administração do basquete no Brasil, Oscar junta-se a outros grandes ícones do esporte como Magic Paula e Hortência para criar a NLB - Nossa Liga de Basquetebol. Desta forma, organizaram uma competição nacional com estatuto, sede e juízes próprios. Aos 55 anos, Oscar Schmidt foi diagnosticado com um tumor no cérebro e, desde então, luta contra a doença.

Fontes:
http://www.algosobre.com.br/biografias/oscar-schmidt.html
http://www.efdeportes.com/efd134/o-basquetebol-brasileiro-e-o-jogo-do-poder.htm
http://ego.globo.com/famosos/noticia/2013/08/oscar-schmidt-morro-de-medo-da-morte.html

Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/biografias/oscar-schmidt/

O dia 31 de janeiro ficará para sempre marcado na história do esporte brasileiro como a data do primeiro título mundial da Seleção Brasileira masculina de basquete. A conquista de 1959, no Chile, terminou com uma vitória sobre os anfitriões, consagrou Vlamir Marques como ídolo e cestinha da competição e ainda gerou uma homenagem da FIBA a Amaury Pasos como MVP (melhor jogador).

Troféu, então inédito, não foi erguido à toa. O rígido técnico Kanela confinou o grupo de atletas cinco meses antes dos jogos e teve de engolir uma fuga de seu principal jogador, que não queria nada além de uma autorização para assistir o nascimento do filho.

A Gazeta Esportiva relembra esse momento histórico com entrevistas exclusivas com Vlamir Marques e Amaury Pasos. Leia, abaixo:

WLAMIR MARQUES

As principais lembranças
“Nós éramos muito jovens. Nós treinamos muito. A final foi dia 31 de janeiro e nós treinávamos desde agosto de 58, e era assim, não tínhamos esses campeonatos. Dávamos a vida para jogar. Nunca imaginamos que seríamos campeões do mundo. Havia tempo para isso, tínhamos ajuda militar, a CBB não tinha recurso. Nesse Mundial, nós ficamos 40 dias na Ilha das Inchadas, marinheiro para tudo que era lado”.

Comparação com os dias atuais
“Necessário seria, mas não tem como, hoje tem muitos campeonatos, jogadores fora do país, o time se encontra basicamente no avião. A gente largava tudo, família, estudo, uma geração que abandonou tudo para ficar à disposição de um técnico exigente” .

Repercussão na época
“Muito diferente. Aqui no Brasil foi a mesma repercussão. Eu jogava em Piracicaba, tinha dois jogadores campeões do mundo com o futebol e foram recebidos em praça pública, aquela coisa. E nós também. Quando ganhamos, fomos recebidos da mesma forma. A recepção que tinha no Brasil era igual. O Brasil não conseguia nada naquela época. Tinha só aquela Olimpíada de 48, que ninguém esperava”.

Há exatos 60 anos, o Brasil se sagrava Campeão Mundial de basquete masculino, no Chile. A equipe, dirigida pelo inesquecível Kanela, era formada por Algodão, Wlamir, Amaury, Rosa Branca, Jatyr, Edson Bispo, Otto, Pecente, Boccardo, Waldemar, Fernando Brobró e Zezinho. 👏🏀🇧🇷 pic.twitter.com/fxPQuwyCAE

— Basquete Brasil (@basquetebrasil) 31 de janeiro de 2019

Geração de ouro
“Se você observar, não foi só o basquete. Não surgiram mais iguais. Era uma geração fenomenal, jogávamos contra Estados Unidos e União Soviética de igual para igual. Éramos temidos. Não entravamos para participar, classificar. Hoje, você entra para classificar no Sul-Americano, para ir para a Copa América, que se ficar entre os quatro primeiros vai para o Mundial... A colocação está deixada de lado, coisa que não era na nossa época. Entrávamos com a disposição de ganhar. Eu fui cinco vezes campeão Sul-Americano com a seleção principal”.

Fuga
“Nós estávamos treinando em Volta Redonda, e no dia 20 de dezembro, minha esposa estava grávida, e ela estava para dar a luz naquele dia. Eu fui pedir para o Kanela para ver se ele me liberava para eu ver o nascimento do meu filho em Piracicaba. E nós seríamos dispensados dia 23 por causa do Natal, não custava nada, mas ele não aceitou”.

“Era um hotel daqueles de interior, o quarto dava na rua - nunca ficamos em hotel de tantas estrelas. Eu pulei a janela de madrugada, fui para a rodoviária, vim para São Paulo, peguei ônibus e fui para Piracicaba. E quando eles foram para o treino no dia seguinte, o Kanela estranhou minha ausência, perguntou para o Amaury, ele disse ‘ele foi embora’. Ele (Kanela) me cortou na hora”.

“Cheguei lá umas 10h e meu filho nasceu na madrugada de 21 para o dia 22. No dia 26, ele deu um telefonema falando para eu me reapresentar”.

Motivo do perdão
“Eu vinha com ele desde 54, ele tinha muita confiança em mim. Ele precisava. Deve ter pensado direitinho e eu voltei. Só lembro que quando voltamos, no avião, ele sentou ao meu lado e disse ‘quase que estragamos tudo isso’. Eu não me arrependo em nada. Não me arrependo até hoje, e ele também não deve ter se arrependido de ter me chamado de volta”.

https://www.youtube.com/watch?v=pZ4oDFgidbk

AMAURY PASOS

Importância do título
“Foi extremamente importante porque, até então, o que era conhecido como esporte no Brasil era o futebol. Quando o basquete foi campeão mundial, um esporte tido como de elite... mostrou ao País que temos outras opções além do futebol. Foi um verdadeiro orgulho para nós e para todo País”.

Lembrança mais forte
“Foi inesperada, porque nós ainda não fazíamos parte da elite do basquete. Posteriormente a esse campeonato nós a integramos junto com Estados Unidos e União Soviética. Essa foi a maior alegria que tivemos”.

Preparação
“Foi uma longa preparação. Nós ficamos concentrados na Ilha das Enxadas, no Rio de Janeiro. E de lá saíamos apenas no domingo depois do almoço, após o treino da manhã, junto com nosso técnico Kanela, a quem considero a grande personalidade do basquete do Brasil até hoje. Após o almoço, nós íamos ao cinema. Os 12 na frente, e o Kanela sentava atrás, como um guardião”.

Técnico linha dura
“Extremamente (rígido). A ele se deve principalmente todos os títulos e glórias conquistadas pelo basquete, porque ele tinha uma necessidade absoluta de vencer, da qual eu também fui imbuído, porque o meu grande ídolo, o Bill Russell, dos Estados Unidos, que ganhou 12 medalhas, também tinha essa perseverança de vencer, o que para ele era o mais importante”.

Jogos mais marcantes
“Foi o jogo com os Estados Unidos, em que os desclassificamos (81 a 67). Eles acabaram em segundo lugar. Apesar de ser uma equipe boa, infelizmente eles não se apresentaram no melhor de suas condições. E nós vencemos por uma diferença cômoda”.

MVP reconhecido em 2018
“É uma honra que eu devo aos meus companheiros, com os quais tive o privilégio de atuar. O basquete é um jogo que ninguém joga sozinho. É um jogo conjunto, solidário, em que todos se ajudam mutuamente. Eu tive uma participação preponderante, mas sempre apoiado pelos meus companheiros. Fico orgulhoso de ter sido até hoje o único jogador do mundo a ser considerado MVP de dois Mundiais (59 e 63), jogando em posições diferentes (pivô e armador)”.

Seleção atual
“Eu vejo o basquete atual como uma cópia do basquete que a NBA joga. A meu ver, a NBA é mais um espetáculo comercial para o público, inclusive arrecadando bilhões de dólares. Chega lá, passa da metade da quadra e já é um arremesso de três pontos. Eles são maravilhosos, incríveis nessa condição de arremesso. O nosso basquete é mais tático. Divido o basquete em duas categorias: o da Fiba e o da NBA. O da Fiba é aquele basquete em que há uma tática organizada. Para mim é um basquete muito mais interessante do que o da NBA. Já estou cansado de ver a NBA, gosto muito de ver o basquete universitário, que é mais de acordo com o basquete da Fiba”.

Análise do NBB
“O NBB está melhorando muito, indo para um bom caminho. Espero que continue assim, apesar de termos aqui muitos jogadores estrangeiros que nos ajudam a fazer com que esse espetáculo seja da categoria que está demonstrando. Espero que haja mais jogadores nacionais, inclusive que participem da NBA, que isso faz com que nós tenhamos uma melhor representação”.

Ídolos esquecidos
“Há poucos dias faleceu o (Antonio Salvador) Sucar, que foi campeão mundial, medalhista olímpico, um jogador completamente diferenciado, e os jornais, a crônica e a mídia absolutamente nem comentaram isso, deram pouca atenção. No entanto, o Neymar machuca a unha do pé e sai em meia página do jornal. Nós somos realmente o País do futebol, infelizmente”.

https://www.youtube.com/watch?v=vlqpDGJFIz0

DADOS DO TÍTULO:

Período: 16/1/59 a 31/1/59
Local das finais: Estádio Nacional - Santiago, Chile

GRUPO A: Argentina, Egito, Taiwam, Estados Unidos
GRUPO B: Brasil, Canadá, México, União Soviética- (?)
GRUPO C: Bulgaria, Filipinas, Porto Rico, Uruguai
Detalhes: Brasil vence o Canadá, Canadá vence a União Soviética e o Brasil perde para a União Soviética. Saldo de pontos: Brasil em 1º lugar.

Jogos do Brasil
Brasil 69 x 52 Canadá
Brasil 64 x 73 União Soviética
Brasil 78 x 50 México

Fase Final: Santiago
Brasil 94 x 76 Taiwan
Brasil 62 x 53 Bulgária
Brasil 63 x 66 União Soviética
Brasil 99 x 71 Porto Rico
Brasil 91 x 67 Estados Unidos
Brasil 73 x 49 Chile
*União Soviética e a Bulgaria negaram-se a jogar contra Taiwan por questões políticas e deixaram de pontuar.

Classificação final

1º - Brasil
2º - Estados Unidos
3º - Chile
4º - Taiwan
5º - Porto Rico
6º - União Soviética
7º - Bulgaria
8º - Filipinas
9º - Uruguai
10º- Argentina
11º- Egito
12º- Canadá
13º- México

Jogadores do Brasil: Algodão - Amaury Pasos - Edson Bispo - Waldemar - Pecente - Jatir - Rosa Branca - Waldir Boccardo - Fernando - Zézinho - Otto Nobrega - Wlamir Marques.
Técnico: Kanela
Assistente: João Francisco Braz.

Cestinha da competição: Wlamir Marques com 149 pontos.
MVP: Amaury Pasos

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Quantas vezes a seleção de basquete masculino ganhou o primeiro lugar no Campeonato das Américas?

Nas primeiras edições do Campeonato Sul-Americano, o Brasil conquistou apenas dois títulos, um em 1939 e um em 1945. Neste período, o Uruguai foi o grande vencedor, em 7 edições, contra 5 vencidas pela Argentina; Chile e Peru ganharam uma vez cada.

Quantas vezes o Brasil foi campeão mundial de basquete?

Dos três mundiais conquistados pelo Brasil, dois foram na modalidade masculina (1959, no Chile; e em 1963, no Brasil) e um na feminina (Austrália, em 1994).

Quais as conquistas da seleção brasileira de basquete?

COPA AMÉRICA.
Campeão. 1997, 2001, 2003, 2009, 2011..
Vice-campeão. 1989, 1993, 1999, 2005..
Terceiro lugar. 2007, 2013, 2019, 2021..

Qual ano a seleção brasileira masculina de basquete foi campeã mundial?

Mais Esportes/Basquete. Há 54 anos, basquete brasileiro se tornava bicampeão mundial. No dia 25 de maio de 1963, a equipe venceu os Estados Unidos, por 85 a 81, no Maracanãzinho (RJ).