Qual é a importância do cultivo de café para a economia brasileira e do Sudeste no início do século XX?

O ciclo do café no Brasil teve seu começo em 1727, início do século XVIII, quando chegaram ao país as primeiras mudas. Durante muito tempo o produto foi plantado para consumo doméstico.

Resumo

A cultura em pequenas proporções no norte do país, foi se expandindo em direção ao sudeste, quando a partir de 1870 teve seu grande momento, no oeste paulista, nas cidades de Campinas e Ribeirão Preto, onde encontrou a “terra roxa”, solo rico para os cafezais.

Qual é a importância do cultivo de café para a economia brasileira e do Sudeste no início do século XX?

As fazendas se espalharam, a produção exportadora cresceu, os imigrantes, principalmente italianos, vieram trabalhar nas fazendas.

Mais tarde, com o trabalho livre e o início da mecanização, os fazendeiros diversificaram suas atividades, investindo no comércio e na indústria de bens de consumo. Assim se resume a história do café no Brasil.

Ciclo do Café e a Industrialização Brasileira

Produção

O ciclo do café estava começando a evoluir. Mesmo existindo os pequenos plantadores, o que predominou foram as grandes fazendas de monocultura, característica da economia colonial.

A cafeicultura exportadora do café foi aos poucos se expandindo e logo atingiu índices de maior produto de exportação do país. O Brasil chegou a exportar mais de 50% do consumo mundial.

O ciclo do café sofreu duas quedas, nas primeiras décadas do século XX, decorrentes das crises internacionais.

Mão de Obra

O ciclo do café sofreu com a carência de mão de obra. O sistema de parceria com os primeiros colonos imigrantes fracassou.

Só a partir da década de 1870, com o trabalho assalariado e a imigração custeada pelo poder público, o novo sistema foi a solução para a lavoura paulista.

O Brasil recebeu 30 mil imigrantes só em 1886, nos anos seguintes essa média foi crescendo e chegou a mais de 130 mil.

A abolição da escravatura em 1888, gerou grande crise nas zonas cafeeiras mais antigas, a da Baixada Fluminense e a do Vale do Paraíba, enquanto na zona oeste de São Paulo a crise não era sentida.

Saiba mais sobre o processo de Industrialização no Brasil.

Ciclo do Café no Vale do Paraíba

A primeira região do país a receber mudas de café foi o Pará, em 1727. As mudas teriam sido levadas por Francisco de Melo Palheta e, muito rápido, até 1760, pequenas roças de café já eram cultivadas até no Rio de Janeiro.

Ao longo do Vale do Paraíba, do Rio de Janeiro a São Paulo, o café virou o principal produto de exportação brasileira e chegou a apogeu no Segundo Império.

A região do Vale do Paraíba era considerada ideal para o cultivo e, logo, a exploração ocorreu em grandes propriedades com o suporte de mão de obra escrava.

Saiba melhor sobre a Escravidão no Brasil.

Ciclo da Borracha

O ciclo da borracha corresponde ao período na economia brasileira de larga prática da extração e comercialização do látex destinado à produção de borracha. É composto por dois períodos, o primeiro vai de 1879 a 1912 e o segundo de 1942 a 1945.

A exploração do látex para produção de borracha ocorreu, principalmente, nas cidades de Manaus, Porto Velho e Belém.

Ciclo do Ouro

O ciclo do ouro é o período que marca o metal como principal atividade do Brasil na fase colonial. Começou com o declínio das exportações de açúcar, no fim do século XVII.

Saiba também sobre outros ciclos econômicos do Brasil:

  • Ciclos Econômicos do Brasil
  • Ciclo da Cana-de-Açúcar
  • Ciclo do Pau-Brasil
  • Ciclo do Algodão no Brasil

Depois do pau-brasil, do açúcar e do ouro, o café tomou a liderança das exportações no Brasil. Saiba como o ciclo do café se desenvolveu no Brasil e quais suas características!

No mundo inteiro, dentro e fora do Brasil, o café é uma bebida extremamente popular. Consumido nos mais variados grãos, acessível aos mais diferentes preços e degustado nas mais diversas formas (com leite, com água, gelado, adoçado, amargo, etc.), esse produto foi o carro chefe da nossa economia por muito tempo. Entenda o que foi o ciclo do café e teste seus conhecimentos com as questões no final do post!

Para iniciar seus estudos, confira a aula do professor Felipe para o Curso Enem Gratuito. Ele fala sobre o contexto econômico do Segundo Reinado, quando o ciclo do café teve início. Depois, aprofunde seus estudos com a aula escrita.

A chegada do café no Brasil ocorre na metade do século XVIII, quando Francisco de Melo Palheta recebeu sementes e mudas de café provenientes da Guiana Francesa, já que atuava no Pará. Ainda no mesmo século, a planta é disseminada pelo Sudeste brasileiro.

A planta é originária da Etiópia e seu consumo remonta ao início da Idade Medieval. Mas o processamento dos seus grãos precisou passar por muitas culturas até se tornar algo parecido com a bebida que consumimos hoje. O fato é que o café já era um sucesso mundial quando o Brasil começou a enriquecer com seu cultivo, consumo e exportação.

Com o declínio do ciclo do ouro e da cana-de-açúcar, era bem-vindo qualquer outro produto que ganhasse destaque no mercado internacional. Sua difusão no Sudeste, que coincidiu com perdas nas lavouras cafeeiras indonésias e haitianas, fez do café um forte produto na nossa economia.

Os latifundiários brasileiros que investiram na sua produção ganharam tanto dinheiro que passaram a ficar conhecidos como os “Barões do Café”.

A importância do Sudeste para o ciclo do café

O Sudeste brasileiro tem uma importância ímpar para a economia brasileira. Em 1763, o Rio de Janeiro tornou-se a capital da colônia por sua localização estratégica no escoamento do ouro que vinha da região das minas. A localização, posteriormente, passou a ser importante para o escoamento de outros produtos, como o café, onde também passou a ser cultivado.

Damos destaque aqui para a região do Vale do Paraíba, localizada na divisa entre os estados de São Paulo e Rio de Janeiro (na época do império, províncias). Popularizou-se o termo “O Brasil é o Vale”, em alusão à importância que a região adquiriu.

Contudo, após um período de decadência, as lavouras precisaram ser estendidas para o Oeste Paulista e Minas Gerais, que também tornaram-se referência no cultivo do café.

Em virtude da ampliação dos cafezais, a transformação espacial se fez evidente: boa parte da Mata Atlântica acabou sendo derrubada para o cultivo e ferrovias passaram a ser instaladas por todo o sudeste para transportar o produto. Ainda no século XIX o Brasil chegou a produzir cerca de um terço do café mundial!

Os proprietários das lavouras e negociadores do produto compunham a elite econômica do país, passando a ampliar ainda mais sua influência no governo.

Eles também passaram a ser os principais investidores da iniciativa privada brasileira, colocando dinheiro na construção de indústrias e meios de transporte. É conhecido deste período Irineu Evangelista de Souza, o barão de Mauá, um empresário brasileiro que muito enriqueceu com a política protecionista da Tarifa Alves Branco, implementada no contexto do crescimento econômico do café.

Mão de obra negra e imigrantes

Quando o café ganhou destaque nos setores de exportação, o Brasil ainda era um país escravocrata. Nosso país foi o último a abolir a escravidão na América.

Além disso, essa mudança foi um processo lento e controlado pelo governo, que efetivamente começou com a Lei Eusébio de Queirós, em 1850, proibindo o tráfico de escravizados da África para o Brasil.

Como projeto de sociedade (para um branqueamento populacional) e substituição da mão de obra negra, foram incentivadas migrações de europeus para terras brasileiras.

Vinham espanhóis, portugueses, alemães e italianos. Os últimos se destacam pelo elevado número de famílias vindas para cá e por terem ocupado, principalmente, o estado de São Paulo.

Vale lembrar que tanto alemães quanto italianos eram refugiados das guerras de unificação. Posteriormente, já no inicio do século XX, japoneses também passaram a vir para o Brasil para trabalhar em lavouras. Dessa forma, o ciclo do café, no mesmo sistema de plantation, se manteve com mão de obra africana, afrodescendente, europeia e, posteriormente, asiática.

Paródia sobre o ciclo do café

Antes finalizar o conteúdo sobre o ciclo do café, confira a paródia do professor Felipe:

Passagem para a República

O Império Brasileiro passa a ruir após a Guerra do Paraguai, quando atritos com altas patentes do exército começam a surgir. O episódio final que pôs abaixo o governo monárquico foi a assinatura da Lei Áurea, que significava o rompimento dos últimos laços da família real com a elite econômica do país.

Instaurando-se a República dos Estados Unidos do Brasil, os barões do café viram um caminho livre para ocupar postos no governo (pelo menos após o período conhecido como República da Espada).

Denominamos de República Velha esse período estabelecido entre 1889 e 1930. Ele é caracterizado pelo controle político das oligárquicas agrárias através do voto de cabresto e da indicação de líderes políticos, inclusive de presidentes.

Na República Velha, o café continua sendo o principal produto de exportação. Mas já há uma maior diversidade de investimentos internos, como a instalação de fábricas, onde muitos imigrantes europeus passaram a trabalhar devido a sua experiência da Revolução Industrial no Velho Mundo.

A partir de 1929, com a crise das ações na bolsa de valores nos Estados Unidos, as exportações do café são atingidas e as oligarquias cafeeiras mineira e paulista se veem enfraquecidas.

É nesse momento que, em 1930, Getúlio Vargas lidera homens do Rio Grande do Sul até o Rio de Janeiro para derrubar o governo de Washington Luís e garantir que Minas Gerais e São Paulo não recuperem seu monopólio político. A partir de então, o Brasil passa a se industrializar cada vez mais, porém, sem nunca deixar de ser o país dos latifúndios e plantations.

Questões sobre o ciclo do café

Por fim, responda às questões sobre o ciclo do café e saiba como o assunto cai no Enem e nos vestibulares:

Qual é a importância do cultivo do café para a economia no início do século XX?

O café foi o principal produto de exportação da economia brasileira durante o século XIX e o início do século XX, garantindo as divisas necessárias à sustentação do Império do Brasil e também da República Velha.

Qual foi a importância do cultivo do café para a economia brasileira?

Importância do café para a economia brasileira A cadeia produtiva do café gera mais de 8 milhões de empregos diretos e indiretos, segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), o que explica a dimensão desse cultivo na economia brasileira.

Qual foi a importância do café para região Sudeste?

A produção cafeeira tornou-se o carro-chefe da economia nacional e impulsionou a estruturação econômica, política e social do estado de São Paulo, com o desenvolvimento da malha ferroviária, melhoramento de portos, configuração do comércio regional e proporcionando acúmulo de capitais.

Qual foi a importância da cultura do café para o surgimento da indústria no Sudeste?

A produção cafeeira serviu para que a elite paulista conseguisse um enorme capital e, como não tinha onde investir mais (se lembre que café é plantado mais em algumas localidades específicas para se ter um bm grão e boa produtividade, como a terra roxa paulista), passou a investir seus recursos em outras atividades, ...