Qual e a importância da inserção da mulher no mercado de trabalho?

Há muito tempo já é discutido sobre a necessidade de incentivar a entrada da mulher no mercado de trabalho, de forma que possam ser ainda mais valorizadas, diminuindo a desigualdade de gênero e possibilitando que tenha mais espaços ocupados por mulheres em cargos de liderança. 

Entretanto, compreender a atuação das mulheres no mercado vai além da equidade salarial. Trata-se de um fator essencial para o progresso da sociedade e o crescimento da economia como um todo.

O assunto já é pauta global: em uma das conferências do G20, algumas metas foram determinadas para que, até 2025, a desigualdade de gêneros nas maiores economias do mundo diminua – a meta do Brasil é reduzir a diferença em 25%¹. Essa mudança poderá gerar um crescimento em milhões para a economia mundial.

Não é à toa que tem sido tema entre grandes organizações que perceberam que, para as metas serem alcançadas, é necessário investir em educação e na qualificação das mulheres, potencializando ainda mais as suas capacidades de conquistar o seu espaço. Continue a leitura e saiba mais sobre o assunto.

A importância de pensar em ações que incentivem o ingresso de mulheres no mercado de trabalho

Pensando não apenas nas vantagens no cenário econômico, o engajamento e a representatividade da mulher no mercado de trabalho podem gerar um impacto positivo, inclusive, no seu bem-estar. Trabalhar, produzir, ocupar um cargo de liderança feminina e sentir-se valorizada transformam suas vidas e as das empresas.

O relatório Women in Business and Management: The Business Case for Change (“Mulheres nos negócios e na gerência: por que mudar é importante para os negócios'')², vinculado à ONU, revela que as empresas que investem em um time mais diverso, com a forte participação feminina, experimenta melhorias na produtividade, criatividade, rentabilidade, inovação e reputação do negócio.

Como o Brasil se posiciona

Embora essa seja uma combinação poderosa para quem deseja sair à frente e se tornar mais competitivo, a realidade do Brasil ainda não é muito animadora. A edição de 2019 da pesquisa Panorama Mulher³, também realizada em parceria com a ONU, constatou que apenas 19% das empresas brasileiras confiam seus cargos de liderança a pessoas que se identificam com o gênero feminino.

Outra variação observada no mercado é que, embora a representatividade feminina no mercado de trabalho venha aumentando, o salário ainda permanece abaixo dos homens4. Entre os fatores que prejudicam a ascensão das mulheres brasileiras no mercado, os filhos ainda são uma pauta.

Ações para o ingresso de mulheres no mercado de trabalho

Uma vez que você conhece — e reconhece — a importância da representatividade feminina na liderança, é importante tomar ações para que a participação se torne realidade. Veja como incentivar esse quadro nas empresas.

Investir em programas de capacitação 

A entrada da mulher no mercado de trabalho e a possibilidade de conquistar empregos de qualidade pode sofrer a influência negativa de uma série de fatores. Pensando no contexto estrutural, mulheres acabam sendo discriminadas em vários fatores como: exercendo tarefas de cuidado não remuneradas, tendo seu processo de educação prejudicado, impotência para conseguir equilibrar trabalho, família e vida pessoal.

Como você também viu anteriormente, os papéis de gênero — como a maternidade — afetam diretamente a restrição das oportunidades de trabalho relevantes para as mulheres.

É evidente que a mulher não está entre um grande número de profissionais em determinadas áreas do mercado de trabalho. Por exemplo, as mulheres representam apenas 19% dos profissionais da área de programação em empresas de tecnologia. Assim como a ocupação de cargos de liderança também é menor quando comparada aos homens. 

É importante que empresas busquem desenvolver projetos, cursos e treinamentos destinados às mulheres, de forma que capacitem tanto mulheres que já fazem parte do seu quadro de colaboradores, quanto aquelas que buscam o seu lugar no mercado de trabalho.

Desenvolver esse tipo de conduta favorece a redução da desigualdade de gênero. Além disso, para a empresa pode ser um momento de reflexão sobre sua política interna e uma oportunidade de melhoria da sua imagem como marca empregadora.

A Catho e a Let’s Code, por exemplo, estabeleceram uma parceria em um projeto chamado Devel{as}, com o objetivo de favorecer o desenvolvimento do público feminino nas áreas de programação. 

Como esse setor é amplamente dominado por homens, são oferecidas 25 bolsas de formação exclusivas para mulheres maiores de 18 anos, para se profissionalizarem em desenvolvimento Web Full Stack de forma 100% gratuita. E, após a finalização do curso, 15 dessas mulheres serão contratadas pela Catho.

Promover salários igualitários

Independente do gênero, o profissional com maior nível de escolaridade acaba tendo mais chances e oportunidades de inclusão no mercado de empregos. 

Mesmo de maneira pequena, a mulher tem conseguido aumentar sua inserção no mercado. Além disso, também tem acontecido uma significativa melhora entre as diferenças salariais em relação ao sexo masculino.

Entretanto, as dificuldades que existem para que mulheres cheguem aos cargos de chefia e de igualdade salarial com homens que ocupam os mesmos cargos/ocupações ainda não foram vencidas. 

Promover a mudança de políticas internas e a promoção de salários igualitário irá trazer para a empresa diversos benefícios que vão além "do básico" que seria ter uma colaboradora sendo remunerada de forma justa.

Em processos de recrutamento de novos talentos, por exemplo, o salário é um fator decisório para qualquer profissional. Para aqueles que já são colaboradores da organização é um fator de motivação, engajamento e permanência na empresa.

Adotar políticas para a igualdade de gênero 

Ter 50% de colaboradoras do sexo feminino e 50% de colaboradores do sexo masculino não significa que exista igualdade de gênero na empresa, se os cargos exercidos por mulheres ocuparem posições mais baixas do que os ocupados por homens.

As políticas de igualdade de gênero são aquelas que incluem homens e mulheres nos mesmos patamares dentro do organograma, em cargos operacionais, de gerência, de liderança, diretoria, entre outros. Não deve haver distinção. As pessoas devem ser selecionadas pelas suas soft e hard skills, por exemplo; e não pelo gênero em que se identificam.

A mulher no mercado de trabalho é um compromisso que toda empresa deve assumir com a sociedade. Não é só uma questão de impulsionar seus resultados, mas de promover uma sociedade mais justa e igualitária. 

Aproveite para saber mais sobre o Projeto Devel{as}, a iniciativa da Catho com a Let’s Code mencionada neste artigo. E fique de olho em nossas redes sociais para conhecer nossas ações.

Referência

¹BBC News Brasil

²Women in Business and Management: The business case for change

³Panorama Mulher 2019

4G1 Economia