Qual alternativa descreve uma das consequências da introdução de espécies exóticas em uma área?

Denominamos de biodiversidade a variedade de espécies de seres vivos existentes em nosso planeta, bem como o papel desses seres na natureza. Todos eles estão, de alguma forma, interligados, portanto, a extinção de algum ser vivo afeta diretamente todo o ecossistema.

Apesar da importância de cada organismo vivo, observamos um crescente aumento na destruição da biodiversidade. As causas são as mais variadas, porém, na maioria das vezes, o homem apresenta grande influência no processo. Dentre os principais motivos da perda de biodiversidade, podemos destacar a destruição de habitat, o uso excessivo dos recursos naturais, a introdução de espécies invasoras e a poluição.

A destruição de habitat destaca-se entre os fatores que desencadeiam a diminuição da biodiversidade. Normalmente esse processo ocorre como consequência da urbanização e do desmatamento para aumento das áreas agropecuárias e desenvolvimento de grandes obras. Além disso, essa destruição também é causada pelo aquecimento global.

Como seus habitat são destruídos, várias espécies muitas vezes são obrigadas a migrar para outras áreas, enfrentando perigos e a incerteza da sobrevivência. Já aquelas espécies que são incapazes de procurar outro local para estabelecerem-se, como as plantas, acabam tendo sua população reduzida ou até, muitas vezes, extinta.

O uso excessivo de recursos naturaistambém é uma grande ameaça à biodiversidade. A caça e a pesca, por exemplo, são práticas responsáveis pela diminuição do número de indivíduos de várias espécies anualmente, bem como a retirada ilegal de madeira e a exploração de plantas, como o xaxim. Além disso, o tráfico de animais e plantas silvestres é um comercio lucrativo que dificulta a conservação de vários organismos.

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A biodiversidade também é ameaçada pela introdução de espécies exóticas, ou seja, a introdução de espécies que não vivem normalmente naquele ambiente. Ao inserirmos uma espécie nova em um ambiente que não é o seu, ela pode competir com as outras, predar fortemente algumas espécies, reproduzir-se exageradamente e até mesmo provocar doenças. Percebe-se, portanto, que essa ação pode provocar a destruição de algumas espécies, afetando diretamente o equilíbrio daquele ecossistema.

A contaminação da água, do solo e do ar também é uma das causas da perda de biodiversidade. Diante da poluição dos ambientes, muitas espécies não conseguem se estabelecer em razão, por exemplo, da falta de alimento, dificuldade de acesso à água potável e do surgimento de doenças, o que acaba aumentando, assim, o triste número de espécies extintas.

Para que a biodiversidade seja efetivamente protegida, é fundamental que seja feito o uso sustentável dos recursos que a natureza oferece. Para isso, são necessários investimentos e pesquisas para descobrir fontes alternativas de recursos, fiscalização no que diz respeito à exploração da natureza e à poluição, bem como a criação de maiores áreas de proteção ambiental.

Entretanto, nenhum esforço será suficiente se não houver mudança na consciência da população. É fundamental que todos entendam a importância de cada ser vivo para o planeta e compreendam que a destruição de qualquer espécie afeta diretamente a nossa vida.

Espécie exótica é aquela que se encontra fora de sua área de distribuição natural e, quando oferece ameaça às espécies nativas, bem como à vida humana, aos ecossistemas ou hábitats, é chamada de espécie exótica invasora.

A adaptação às condições do ambiente no qual se inseriu, ausência de predadores e degradação dos ambientes naturais são os principais fatores que levam uma espécie exótica se tornar invasora, competindo com as espécies nativas por recursos - como território, água, alimento e inclusive, em alguns casos, se alimentando destas, causando um grande impacto ao ambiente. A invasão de animais e plantas exóticos é considerada a segunda maior ameaça às espécies nativas, acarretando em declínios populacionais e até extinção destas.

A rã-touro (Lithobates catesbeianus), importada dos Estados Unidos ao nosso país com o intuito de alimentar, literalmente, o mercado de carnes exóticas fez sucesso devido a sua grande taxa reprodutiva, crescimento rápido e resistência a enfermidades. A fuga desta espécie de seus criadouros deu condições para que se integrasse ao ambiente natural de outras espécies, expulsando anfíbios nativos. O sapo cururu (Rhinella marina), introduzido do Brasil para a Austrália para controlar duas espécies de besouros causou danos desta mesma magnitude.

O lagostin-vermelho (Procambarus clarkii), originário dos Estados Unidos, é invasor de mais de 30 países, inclusive o Brasil, possui grande capacidade de reprodução, é bastante tolerante às diversas condições ambientais e não possui predador natural e transmite um fungo no qual é resistente, mas ataca os lagostins da região.

Uma espécie bem famosa na época de chuvas, o caracol-gigante africano (Achatina fulica), tem sido controlada na cidade de João Pessoa, Paraíba. Esta, conhecida também como escargot africano, foi introduzida no país para fins alimentícios, se espalhando no território nacional. Essa espécie invade casas, se alimenta de várias espécies vegetais, causando danos à agricultura e pode transmitir doenças às diferentes espécies, inclusive a humana.

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A carnaúba, espécie de planta típica brasileira, tem sido ameaçada por uma espécie de planta de Madagascar, conhecida como Unha do Diabo (Cryptostégia grandiflora). Esta de enrosca na carnaúba, sufocando-a e causando sua morte, acarretando prejuízos, inclusive econômicos, pelo fato de que a cera desta é fonte de renda para muitos moradores da região.

As carpas (Cyprinus carpio) e tilápias (gênero Oreochromis), originárias da África e Ásia, predam espécies nativas, alteram o pH e nível de oxigênio da água. A tilápia, ainda, pode causar erosões, uma vez que tem como hábito reprodutivo cavar buracos nas bordas de lagos.

O javali (Sus scrof), natural da Europa, compete por alimento e território com porcos-do-mato, muitas vezes acarretando na expulsão destes do território. Além disso, o invasor se alimenta de lavouras, causando danos aos produtores.

O mexilhão dourado (Limnoperna fortunei) é responsável pelo entupimento de encanamentos de hidrelétricas. Foi trazido da Ásia, pela água usada como lastro de navios.

Esses são apenas algumas espécies dentro das centenas que invadem o território nacional. No site do Instituto Hórus há uma lista com informações sobre cada um destes organismos.

A melhor forma de evitar os impactos causados pelas espécies invasoras é prevenir a introdução destas. Já introduzidas, o controle populacional, contando com a participação dos habitantes da região e conscientização destes é uma boa alternativa para se evitar mais danos à teia da vida!
 

Por Mariana Araguaia
Graduada em Biologia

O que descreve uma das consequências da introdução de espécies exóticas em uma área?

As espécies exóticas, ao serem introduzidas em um novo ambiente, podem encontrar uma área sem predadores naturais. Isso pode causar sua reprodução exagerada e, consequentemente, uma competição por recursos com outras espécies que ali vivem.

Qual dos fatores abaixo contribuem para a perda de biodiversidade?

Dentre os principais motivos da perda de biodiversidade, podemos destacar a destruição de habitat, o uso excessivo dos recursos naturais, a introdução de espécies invasoras e a poluição.