Qual a relação entre o Quilombo dos Palmares e O Dia da Consciência Negra?

Qual a relação entre o Quilombo dos Palmares e O Dia da Consciência Negra?
O Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, é um feriado nacional, estabelecido por lei federal, e é de suma importância para a conscientização da sociedade à cerca dos crimes de racismo e diferenças étnicas no país.A data 20 de Novembro de 1695 tem história e significado para os descendentes quilombolas e negros brasileiros, a morte de Zumbi dos Palmares. Resistência, força e união, marcam a luta de um líder negro pelo ideal de igualdade.

Comemoramos a data 20 de novembro, como o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra. Data eleita para homenagear Zumbi dos Palmares.

Um fato curioso é que, antes disso, Zumbi se chamava Francisco. A mudança de nome para Zumbi tem uma grande importância já que a nomenclatura significa aquele que estava morto e ressuscitou, ou ainda, o herói da resistência negra à escravidão na época do Brasil Colonial.

Zumbi foi líder do Quilombo dos Palmares, comunidade livre formada por escravos fugitivos dos engenhos, índios e brancos pobres expulsos das fazendas. Ele lutou pela liberdade de culto, religião e prática da cultura negra.

O dia de sua morte, 20 de novembro, é lembrado e comemorado em todo o território nacional como o Dia da Consciência Negra.

Comemorar e se alegrar, não só no dia da consciência negra, mas todos os dias do ano, nos permite refletir sobre quem somos e o que pretendemos ser: uma nação que se respeita e é respeitada, que assume sua história e suas origens e que age de acordo com sua condição de segunda maior nação negra do mundo.

Foi para as matas fechadas da Serra, que alcança uma altitude de 500 metros, que milhares de negros escravizados fugiram durante o período de dominação portuguesa e holandesa. Lá viveram mais de 20 mil pessoas, entre os anos de 1597 e 1695. Por isso, as comunidades quilombolas têm um lugar mais que especial: preservar seus legados é reparar injustiças e honrar o sonho da liberdade.

Os atos de reparação e de empoderamento serão concretizados por meio de ações políticas, institucionais e sociais, imprescindíveis e urgentes para a superação da barbárie e o resgate da possibilidade de construir uma nova civilização. Um país que se diz democrático e plural assegura a atuação coletiva pela convivência digna e igualitária.

Somos responsáveis pela construção de uma sociedade sem os muros da discriminação sejam estes econômicos, raciais, sociais, regionais, culturais… A dignidade coletiva define o caminho para a humanização e a cidadania. Por fim, como disseram muitos dos líderes ligados à defesa da cultura africana no Brasil, presentes na comemoração ‘’ que todos os festejos sirvam como incentivo para que todos repensem sobre a igualdade racial’’.

Por essas razões a Fundação Cultural Palmares comemorou e apoiou com riso solto e amor no coração, tão linda festa, estampada no riso fácil dessas fotos, que tão bem retratam nosso sentimento livre em comemoração ao 20 de novembro.

Viva Zumbi dos Palmares! Os seus ideais permanecem mais vivos que nunca.

Por Beatriz Dina

O Quilombo dos Palmares ficou conhecido por ser o maior quilombo da história brasileira. Esse quilombo foi construído na região da Capitania de Pernambuco, que hoje abriga os estados de Pernambuco e Alagoas. Esse quilombo transformou-se em um dos grandes símbolos da resistência escrava no Brasil, pois seus habitantes lutaram contra holandeses e portugueses. Acabou sendo destruído em 1694 e seu último líder, Zumbi, foi caçado e morto no ano seguinte.

Acesse também: Entenda como foi implantado a divisão de capitanias hereditárias no Brasil

Como surgiu o Quilombo dos Palmares?

O Quilombo dos Palmares surgiu na capitania de Pernambuco no final do século XVI. Esse quilombo foi formado por escravos que haviam fugido dos engenhos de açúcar daquela região e foi desenvolvido na região da Serra da Barriga, uma região bastante íngreme e que possuía uma mata fechada, condições perfeitas para esconder um quilombo.

Os historiadores apontam que o primeiro registro existente sobre o quilombo remonta ao ano de 1597, mas existem teorias que afirmam que o quilombo pode ter surgido antes dessa data. Palmares foi crescendo ao longo do século XVII e acabou transformando-se no maior quilombo brasileiro, abrigando cerca de 20 mil habitantes.

O nome “Quilombo dos Palmares” faz menção ao fato de ele ter se desenvolvido em uma região que possuía muitas palmeiras, árvore importante na produção de ferramentas, na construção de casebres e que também fornecia alimento (palmito) aos quilombolas.

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Quem vivia no Quilombo dos Palmares?

O Quilombo dos Palmares, originalmente, era um refúgio de escravos fugidos, mas ao longo de sua existência, o quilombo passou a aceitar brancos pobres e também índios entre sua população. Quilombo, na concepção dos povos bantos, era uma palavra utilizada para designar um acampamento militar e, por isso, a questão da segurança era essencial na vida dos palmarinos.

Isso é bastante óbvio, porque ao longo do século XVII foram realizadas inúmeras expedições com o objetivo de destruir o quilombo. O fato de a Serra da Barriga ser íngreme, despovoada e com matas densas garantiam a Palmares uma segurança extra.

O Quilombo dos Palmares era a junção de uma série de mocambos que foram construídos naquela região. Os mocambos eram pequenas aldeias formadas por escravos fugidos e, portanto, o conjunto de mocambos formava o quilombo. O território pelo qual se estendia Palmares era bastante vasto e alguns dos mocambos que formavam Palmares eram:

  • Acotirene;

  • Osenga;

  • Andalaquituche;

  • Cerca Real do Macaco, ou simplesmente Mocambo do Macaco.

Os quatro nomes citados são apenas alguns dos diversos mocambos que formavam Palmares. O principal mocambo e considerada a capital de Palmares era o mocambo Cerca Real do Macaco. Esse mocambo era o centro político de Palmares e, naturalmente, era o local mais populoso e chegou a contar com cerca de 6 mil habitantes. Para fins de comparação, a cidade de Recife possuía cerca de 8 mil habitantes na década de 1650.

Cerca Real do Macaco possuía um esquema extra de segurança e era cercado por três grandes paliçadas (muralhas construídas com madeira). Além disso, foram construídas torres de vigilância, armadilhas nos arredores do mocambo (fossos com estacas escondidos por palha) e alguns membros do quilombo ficavam posicionados em pontos estratégicos da serra à procura de invasores.

O caminho que levava ao mocambo era de conhecimento apenas dos moradores do quilombo e uma rede de estradas no meio do mato ligavam o Mocambo do Macaco aos outros mocambos que formavam Palmares. Os palmarinos chamavam Palmares de Angola Janga, que significa “pequena Angola”, e demonstrava a disposição desses em construir um pequeno Estado aos moldes dos reinos africanos da época.

Palmares possuía uma estrutura de poder em que um líder (rei) governava todo o quilombo. O líder de Palmares era um líder político, militar e religioso e nesse último quesito ele coordenava o culto aos antepassados, um traço importante da religião dos africanos bantos. Além disso, o quilombo possuía um conselho de homens mais velhos, que auxiliavam na administração do quilombo.

O quilombo também possuía um sistema de administração e de trabalho próprio. Para garantir a sobrevivência do quilombo, era fundamental que contatos com colonos e pequenas aldeias de portugueses fossem estabelecidos. Esses contatos eram fundamentais para realizar trocas de mercadorias que faltavam no quilombo.

  • Alimentação do Quilombo dos Palmares

O básico da sobrevivência no quilombo era obtido por meio da agricultura. Os principais itens produzidos lá eram mandioca, feijão, batata, milho e melaço. A mandioca era usada para produzir farinha e o melaço era produzido por meio do cultivo da cana-de-açúcar. A coleta era fundamental para os quilombolas, e a troca, como citado anteriormente, garantia que itens em falta fossem repostos.

  • Líderes de Palmares

Os registros existentes fazem menção a dois líderes em Palmares. O primeiro foi Ganga Zumba, líder de Palmares até 1678, sendo morto dois anos após ter dissidências no quilombo pela questão de um acordo de paz com os portugueses. Em 1678, Zumbi dos Palmares assumiu como líder do quilombo, cargo que ocupou até a destruição do quilombo em 1694.

Acesse também: Entenda a diferença da escravização de indígenas e africanos

Fim do Quilombo de Palmares

O Quilombo dos Palmares foi destruído pela expedição do bandeirante Domingos Jorge Velho. As expedições contra o quilombo organizada pelos colonizadores aumentaram consideravelmente a partir da década de 1650. Isso porque, durante a invasão holandesa, a desestabilização do sistema colonial dos portugueses contribuiu para a fuga dos escravos e fortaleceu o quilombo.

Apesar disso, a primeira expedição portuguesa contra Palmares deu-se em 1602 com a expedição de Bartolomeu Bezerra, que conseguiu destruir alguns dos mocambos de Palmares. Em 1644, os holandeses enviaram a primeira expedição contra o quilombo sob ordens diretas de Maurício de Nassau.

Depois que os holandeses foram expulsos, em 1654, os portugueses realizaram dezenas de expedições contra Palmares. Em 1678, o líder do quilombo, Ganga Zumba, recebeu uma oferta de paz dos portugueses. Esse acordo foi enviado pelo governador da capitania, d. Pedro de Almeida, e propunha os seguintes termos:

  • Os nascidos em Palmares, somente esses, seriam considerados livres;

  • Os escravos fugidos deveriam ser entregues;

  • Aqueles que aceitassem o acordo mudariam-se para Cucaú;

  • Não poderiam aceitar mais novos escravos fugidos;

  • Deveriam reconhecer a soberania do rei de Portugal e viver como seus súditos.

Essa proposta dividiu Palmares entre Ganga Zumba e Zumbi. O primeiro mudou-se para Cucaú, enquanto que Zumbi dos Palmares permaneceu no Mocambo do Macaco e tornou-se líder de Palmares, a partir de 1678. Essa divisão resultou no assassinato de Ganga Zumba por envenenamento em 1680, provavelmente por partidários de Zumbi.

Entre 1692 e 1694, as lutas de Palmares ocorreram contra a expedição do bandeirante Domingos Jorge Velho, que foi contratado a um valor altíssimo para destruir o quilombo. A tropa de Domingos Jorge Velho foi formada por milhares de homens e até canhões o bandeirante conseguiu obter na luta contra Palmares.

O fim de Palmares aconteceu em 1694, quando a expedição de Domingos Jorge Velho destruiu Cerca Real do Macaco. Para se aproximar do quilombo, o bandeirante ordenou a construção de uma contracerca que permitiu a aproximação dos canhões da capital palmarina. Cercado, o mocambo foi destruído e Zumbi fugiu.

Em 20 de novembro de 1695, o esconderijo de Zumbi foi denunciado, ele foi emboscado, morto, decapitado e sua cabeça foi exposta publicamente nas ruas de Recife. As tropas portuguesas permaneceram na Serra da Barriga até meados do século seguinte, para impedir o ressurgimento de Palmares.

*Crédito da imagem: Cassiohabib e Shutterstock

Qual a relação entre o Quilombo dos Palmares e O Dia da Consciência Negra?

O Dia da Consciência Negra é uma data comemorativa que é celebrada em nosso país no dia 20 de novembro. Essa data rememora a trajetória de Zumbi dos Palmares, quilombola que liderou a resistência do Quilombo dos Palmares contra os portugueses no século XVII.

Qual a relação entre o quilombo do Palmares é o Dia Nacional da Consciência Negra celebrado em 20 de novembro?

Em 20 de novembro comemora-se no Brasil o Dia da Consciência Negra. Mas você sabe o motivo de escolha dessa data? Foi nesse dia, no ano de 1695, que morreu Zumbi dos Palmares. Este foi a liderança mais conhecida do chamado Quilombo dos Palmares, que se localizava na Serra da Barriga, atual estado de Alagoas.

Qual a relação entre o Zumbi dos Palmares e O Dia da Consciência Negra no Brasil?

O Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, foi instituído oficialmente pela Lei nº 12.519, de 10 de novembro de 2011. A data faz referência à morte de Zumbi, o então líder do Quilombo dos Palmares – situado entre os estados de Alagoas e Pernambuco, na Região Nordeste do Brasil.

Qual era a relação entre o Quilombo dos Palmares?

O Quilombo dos Palmares foi o maior quilombo que existiu na América Latina. Foi construído na região do atual estado de Alagoas e chegou a reunir cerca de 20 mil habitantes. Foi um dos grandes símbolos da resistência dos escravos no Brasil e foi alvo de expedições organizadas por portugueses e holandeses.