Qual a diferença entre prosa crônica e poesia?

Prosa é o texto no estilo natural, sem a sujeição à rima, ritmo, parágrafos, estrutura métrica, aliterações ou número de sílabas. A principal diferença entre a poesia é a musicalidade.

A prosa é o estilo mais utilizado na linguagem do cotidiano para expressar o pensamento racional porque a linguagem predominantemente está no discurso analítico, objetivo, real e pouco ambíguo. É, em resumo, o texto corrido.

O conto, a crônica, a novela e o romance são exemplos de texto em prosa. Em geral, a prosa apresenta análise, narração e linguagem discorrida de maneira contínua. Também são exemplos o texto jornalístico e técnico.

O termo prosa é usado para designar um texto em que o autor oferece ao leitor a ambientação do personagem e deu mundo dentro de um espaço físico e temporal.

Pode ser dividida entre prosa literária da não-literária. Nesse estilo são reconhecidas diferentes formas, como a narrativa, a oratória, a poética, a ensaística e o texto científico. Também são reconhecidas as formas dramática, informativa e epistolar.

Prosa Poética

A principal característica da prosa poética está na dinâmica extensiva do texto, em geral, com imagens invocadas. Segue um processo semelhante ao encontrado no romance ou conto.

A prosa poética recorre a figuras típicas da poesia, como a aliteração, a metáfora, a elipse, e a sonoridade das frases.

A aplicação dos elementos, contudo, é subordinada ao alongamento do discurso narrativo, cuja tendência é o olhar lírico sobre a realidade.

Entre os principais exemplos de prosa poética na obra da literatura brasileira está “Grande Sertão Veredas”, de João Guimarães Rosa. “Lavoura Arcaica”, de Raduan Nassar, também é listado pela Academia Brasileira de Letras como um dos exemplos mais singulares da prosa poética.

Ambos são considerados exemplos de prosa levada ao estado de poesia sem, porém, abrir mão da estética narrativa extensiva.

Exemplos de Prosa

Grande Sertão Veredas

Reze o senhor por essa minha alma. O senhor acha que a vida é tristonha? Mas ninguém não pode me impedir de rezar; pode algum? O existir da alma é a reza... Quando estou rezando, estou fora de sujidade, à parte de toda loucura. Ou o acordar da alma é que é?

Lavoura Arcaica

"Meu pai sempre dizia que o sofrimento melhora o homem, desenvolvendo seu espírito e aprimorando sua sensibilidade; ele dava a entender que quanto maior fosse a dor tanto ainda o sofrimento cumpria sua função mais nobre; ele parecia acreditar que a resistência de um homem era inesgotável."

Poema em Prosa

É a prosa gerada pelo impulso poético, tendo na essência liberdade formal a atrelada à concisão. O poema em prosa consegue desfrutar da crítica, da narração aos fatos diários e da regularidade de expressão.

A característica marcante está na brevidade e, ainda, na exceção à quebra de versos e no uso das mesmas figuras de linguagem comuns à poesia.

Embora se utilize dos recursos da poesia, se afasta da prosa poética por apresentar ritmo, harmonia e dissonâncias em todo o tempo. No recurso da brevidade, o poema em prosa marca pelo uso frequente de elipses e cortes bruscos.

Exemplo

Illuminations, de Arthur Rimbaud

Marotos muito sólidos. Vários exploraram vossos mundos. Sem necessidade, e sem pressa de aplicar suas brilhantes faculdades e seus conhecimentos de vossas consciências. Que homens maduros! Seus olhos embotados deverão ser como as noites de verão, negros e vermelhos, de três cores, de aço picotado por estrelas de ouro; fácies disformes, de estanho, lívidas, incendidas; grosseiras galhofas! O avanço cruel dos ouropéis! – Há alguns jovens – que achariam de Cherubino? – dotados de vozes apavorantes e de alguns apetrechos perigosos. Costumam mandá-los se virar na cidade, pavoneando um luxo degradante.

Leia também:

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  • Prosa Realista
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Qual a diferença entre prosa crônica e poesia?

Licenciada em Letras pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) em 2008 e Bacharelada em Produção Cultural pela Universidade Federal Fluminense (UFF) em 2014. Amante das letras, artes e culturas, desde 2012 trabalha com produção e gestão de conteúdos on-line.

A prosa dizrespeito a uma estrutura básica que se contrapõe ao texto em verso, o poema, e que antecede à noção dos gêneros textuais, os quais sabemos que são múltiplos: romances, contos, crônicas, textos jornalísticos, artigos de opinião, manifestos, poemas líricos, poemas satíricos, enfim, trata-se de uma listagem numerosa.

Saiba mais: Gêneros literários: divisão clássica dos gêneros na literatura

O que é prosa?

Chamamos de prosa os textos escritos de forma corrida, organizados em parágrafos, cuja intenção é, grosso modo, a exposição de uma ideia, de fatos ou de uma história. Livros de contos de fada, de ficção ou não ficção, jornais, cartas e e-mails são exemplos de textos em prosa. Aos textos em prosa importa mais a clareza do que o ritmo, a rima ou a sonoridade das palavras.

Tipos de prosa

Qual a diferença entre prosa crônica e poesia?
A prosa está presente desde os textos literários até os textos jornalísticos.

Existem dois tipos de prosa: narrativa e demonstrativa.

  • Prosa narrativa

Trata-se dos textos prosaicos históricos ou de ficção. São textos que narram alguma coisa, ou seja, possuem personagens, ambientação das ações etc. Esse tipo de prosa abarca duas categorias — a histórica, que pretende narrar fatos e eventos com base em relatos historiográficos, e a ficcional, que cria personagens e um universo próprio. Veja alguns exemplos.

  • Prosa narrativa histórica

“Em 1581, Felipe II afirmara, perante o tribunal de Guadalajara, que um terço dos indígenas da América já tinha sido aniquilado, e aqueles que ainda viviam eram obrigados a pagar tributos pelos mortos. O monarca disse, além disso, que os índios eram comprados e vendidos. Que dormiam na intempérie. Que as mães matavam seus filhos para salvá-los dos tormentos nas minas. Mas a hipocrisia da Coroa tinha menos limites que o Império: a Coroa recebia uma quinta parte do valor dos metais que seus súditos arrancavam por toda a extensão do Novo Mundo hispânico, além de outros impostos; o mesmo acontecia, no século XVII, com a Coroa portuguesa em terras do Brasil. [...]”

(Eduardo Galeano, As veias abertas da América Latina)

  • Prosa narrativa ficcional

“Maria Raimunda nunca precisou ler as letras nos papéis. Desde que abriu os olhos pretos neste mundo de meu Deus, leu tudo o que há no livro das coisas e das gentes, por dentro e por fora, até onde a vista alcança. Aprendeu cedo que quem tem o coração brando leva mais pisas da vida e por isso é brava que só! Sempre foi. Todo mundo tem um pouco de medo de Maria Raimunda e ela não tem medo de ninguém, só teme a Deus e o perigo de amolecer quando vê menino sem mãe, homem chorando, criança carregando enterro de anjinho, velho sem teto, mulher gestante com variz e fome, essas coisas. Prefere mesmo é ter raiva que dá coragem e força para resolver tudo o que aparece pela frente. [...]”

(Maria Valéria Rezende, “Maria Raimunda”, em Vasto Mundo)

  • Prosa demonstrativa

São os textos que pretendem explicar alguma coisa, passar conhecimento a respeito de algo. É o caso dos textos didáticos, dos tratados, dos ensaios, da oratória, de textos jornalísticos, científicos, técnicos, do editorial, de textos como este que você está lendo. Veja um exemplo:

“Um dos aspectos mais surpreendentes de nossa sociedade é o fato de a ausência de identidade racial ou confusão racial reinante ser aceita como dado de nossa natureza. Quando muito, à guisa de explicação, atribui-se à larga miscigenação aqui ocorrida a incapacidade que demonstramos de nos autoclassificar racialmente. É como se a indefinição estivesse na essência de nosso ser. Seres transgênicos que escapariam de qualquer identidade conhecida, que nenhum atributo racial e étnico utilizado alhures poderia abarcar por tamanha originalidade. É assim para o senso comum, é assim para a maioria dos intelectuais. Diferentemente de outros lugares, a nossa identidade se definiria pela impossibilidade de defini-la. [...]”

(Sueli Carneiro, Racismo, sexismo e desigualdade no Brasil)

São classificados como prosa literária apenas os textos narrativos ficcionais, isto é, romances, contos, crônicas, novelas. Desse modo, é do estudo dessas formas que se ocupará a literatura. A prosa narrativa histórica e os gêneros da prosa descritiva são também chamados prosa não literária.

Leia mais: Linguagem literária – a variante da língua com viés artístico

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Prosa no Brasil

O primeiro texto em prosa produzido no Brasil foi a Carta de Pero Vaz de Caminha. Esse documento, embora seja uma crônica histórica, um relato, está muito próximo da prosa literária, graças à riqueza de metáforas e à cuidadosa elaboração textual do autor.

Entretanto, durante o período colonial, a prosa literária praticamente não existiu no Brasil. Foi a partir das publicações de O filho do pescador, lançada por Teixeira e Sousa em 1843, e de A moreninha, escrita por Joaquim Manuel de Macedo em 1844, que tem início uma tradição prosaica brasileira. Ambos os romances fazem parte da escola literária do romantismo, que, por sua vez, propõe o romance como forma — o romance nasce a partir do romantismo.

À época, era comum que os romances fossem lançados em formato de folhetim, ou seja, a cada semana, um novo capítulo era publicado em um jornal de grande circulação. Grandes nomes da literatura brasileira, como o próprio Joaquim Manuel de Macedo, José de Alencar, Lima Barreto e Machado de Assis, tiveram suas obras publicadas primeiramente em folhetim, antes de serem editadas em formato de livro.

Diferenças entre prosa e poesia

A palavra poesia tem origem no vocábulo grego poíesis, cujo significado é o ato da criação, de fazer alguma coisa. Assim a poesia faz com a linguagem: cria novos significados, modifica o uso das palavras, ordena-as de maneira ritmada e melódica. Quando a poesia surgiu como forma, era acompanhada de instrumentos musicais, feita para ser cantada. Os poemas são escritos para serem lidos em voz alta, logo, há um trabalho com a sonoridade dos vocábulos, com aquilo que ultrapassa a função utilitária ou denotativa da linguagem.

Além disso, a poesia costuma ser organizada em versos, que são junções de sílabas poéticas. Veja um exemplo:

[...]

Se fizerem paz commigo
deixo de ser cangaceiro
planto fava, crio bode
a mim não falta dinheiro
boto o cangaço n’um canto
cobro imposto mais não tanto
fica o imposto maneiro.

É o que tenho a fazer
se o plano não for errado
pois o governo acceitando
fica o Brasil descansado

[...]

(As proezas de Antonio Silvino, 1908)

Já a palavra prosa vem do latim oratione prosa, significando “discurso em linha reta”, livre. Predomina o uso denotativo da linguagem, ou seja, as palavras significando suas definições dicionarizadas. Veja um exemplo de prosa que trata do mesmo cangaceiro que o cordel anterior descreve:

“Consciente de que o cerco policial estava se fechando a cada ano, o cangaceiro sentia uma necessidade extrema de negociar a paz com o Governo, o qual, segundo alguns populares haviam lhe dito, também tinha o mesmo desejo. Porém, era preciso constatar a veracidade das falas, confirmar o que de fato queria o Governo, mas sem antes se preparar e prevenir, já que as ações em prol de sua captura estavam se acentuando. Contudo, teria buscado informações acerca de um possível acordo com o governo.”

(Deuzimar Matias de Oliveira, Nas trilhas do cangaceiro Antonio Silvino: tensões, conflitos e solidariedades na Paraíba)

Apesar da diferença estrutural, não é a forma em verso ou em parágrafos que difere essencialmente a prosa da poesia. Não basta quebrar o texto em versos para que se transforme em poema, assim como há vários poemas em forma de prosa. São cada vez menores as fronteiras entre as formas da prosa e da poesia.

Saiba mais: Realismo no Brasil: escola literária em que a prosa foi predominante

Prosa poética

Trata-se dos textos em prosa cujo trabalho com a linguagem aproxima-se da poesia. Há um olhar lírico que norteia a construção desses textos, que fazem uso de recursos típicos do fazer poético, mantendo, contudo, a estrutura prosaica. Veja um exemplo, trecho do grande romance de Guimarães Rosa:

“[...] De Araçuaí, eu trouxe uma pedra de topázio. [...] Isto, sabe o senhor por que eu tinha ido lá daqueles lados? De mim, conto. Como é que se pode gostar do verdadeiro no falso? Amizade com ilusão de desilusão. Vida muito esponjosa. Eu passava fácil, mas tinha sonhos, que me afadigavam. Dos de que a gente acorda devagar. O amor? Pássaro que põe ovos de ferro. Pior foi quando peguei a levar cruas minhas noites, sem poder sono. Diadorim era aquela estreita pessoa — não dava de transparecer o que cismava profundo, nem o que presumia. Acho que eu também era assim. Dele eu queria saber? Só se queria e não queria. Nem para se definir calado, em si, um assunto contrário absurdo não concede seguimento. Voltei para os frios da razão. Agora, destino da gente, o senhor veja: eu trouxe a pedra de topázio para dar a Diadorim; ficou sendo para Otacília, por mimo; e hoje ela se possui é em mão de minha mulher! Ou conto mal? Reconto. [...]”

(Guimarães Rosa, Grande sertão: veredas)

Poema em prosa

Também é possível escrever poemas sem utilizar a quebra em versos. São chamados poemas em prosa, nos quais predomina a função poética, e são textos menores do que os da prosa poética. Veja um exemplo:

Pousada

Você sofria de amor, quem não via? Casta e recatada como a ilha em face da pousada, você lia, você sofria, você amava. Ou quem sabe nem amava mais, tão exausta andava, mal caminhando até a praia. Com o mar a morrer-lhe aos pés, você não lia, não sofria, não amava. Você pousava.

(Airton Paschoa, Nove poemas em prosa)

Qual é a diferença entre prosa e poesia?

Prosa é a estrutura textual organizada em linhas contínuas e parágrafos. Diferentemente do poema, na prosa não há quebra de linhas, característica marcante dos textos escritos em versos. Na prosa não há versos. O escritor só muda de linha quando o texto atinge o limite da folha de papel.

Qual é a diferença entre poesia e crônica?

A diferença básica entre os dois é que a crônica narra fatos do dia a dia, relata o cotidiano das pessoas, situações que presenciamos e já até prevemos o desenrolar dos fatos. A crônica também se utiliza da ironia e às vezes até do sarcasmo.

Qual a diferença entre prosa e crônica?

É, em resumo, o texto corrido. O conto, a crônica, a novela e o romance são exemplos de texto em prosa. Em geral, a prosa apresenta análise, narração e linguagem discorrida de maneira contínua.

O que é um texto de poesia?

A Poesia é um texto poético, geralmente em verso, que faz parte do gênero literário denominado "lírico". Ela combina palavras, significados e qualidades estéticas. Nela, prevalece a estética da língua sobre o conteúdo, de forma que utiliza de diferentes dispositivos fonéticos, sintáticos e semânticos.