A educação no Brasil apresenta desafios de várias ordens, as quais: estruturais, pedagógicos, financeiros, sociais, culturais... O desenvolvimento educacional brasileiro está entre os últimos no ranking de alguns países avaliados pela OCDE. Em 53º lugar, o Brasil explicita o quanto a educação está sendo relegada a segundo plano nas políticas públicas do país, em algumas regiões o índice de crianças na escola aproxima-se dos 99%, mas é necessário lembrar que o acesso à escola na garante o aprendizado, muitos destes alunos desenvolverão ao longo de sua trajetória pessoal e escolar o analfabetismo funcional. Nas regiões onde o acesso é menor a preocupação com a qualidade é maior ainda, em algumas escolas destas regiões falta quase tudo, de material escolar à merenda, das salas de aula a profissionais.
Os problemas educacionais no Brasil além de diversos são também complexos, muitas escolas tem uma estrutura física incompatível com a clientela que atende prédio pequeno demais para o número de alunos, falta pátio, biblioteca, quadra para as aluas de educação física, muros para garantir a segurança dos discentes, em outras o corpo docente não tem formação superior na área em que atua, e os professores que possuem formação não fazem ou não fizeram nenhuma capacitação, o que torna seus conhecimentos e métodos de trabalho obsoletos, ultrapassados e cria um abismo entre professor e aluno. Os recursos financeiros destinados estão abaixo do necessário, que seria de cerca de 6% do PIB, conforme indicações da OCDE, precisamos considerar que o que é destinado à educação muitas vezes acaba sendo mal utilizado ou desviado. Quanto ao fator sócio-cultural as equipes pedagógicas não conseguem desenvolver projetos que permitam aos alunos ter contato com a cultura de sua região, ou país. Levá-los para fora dos muros da escola, e ter contato com as diversas formas de manifestação cultural existentes em nosso país, entre si, entre as comunidades da própria cidade ou das cidades vizinhas.
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Tantos problemas requerem soluções rápidas, algumas mais difíceis que outras de se resolver. Pensar a educação e seu futuro no Brasil prevê então uma reformulação de todo o sistema educacional, em caráter de emergência, e atentar para a educação infantil que é a base da educação, fornecer a este nível de ensino melhor estrutura, profissionais habilitados, recursos materiais, etc., promover ações de formação e capacitação de professores, estabelecer um piso salarial para a classe que seja condizente com suas responsabilidades podem ser algumas ações que permitam à educação avançar rumo à qualidade tão esperada, desejada e necessária. A qualidade que defende a lei, que garante a todos igualdade.
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OBJETIVO: Considerando as
dificuldades presentes no ambiente escolar, o presente texto teve como objetivo identificar os desafios da profissão docente enfrentados pelos professores de Educação Física atuantes na Rede Estadual de Ensino da cidade de Ponta Grossa - Paraná. Autores
DOI:
//doi.org/10.36453/cefe.2021.n3.27633 Palavras-chave:
Desafios docentes, Educação física escolar, Escola Pública Resumo
MÉTODOS: Para tanto, foram entrevistados doze professores de Educação Física e os dados foram analisados com o auxílio do software Iramuteq.
RESULTADOS: Com os resultados foi possível observar que: os professores
apresentam dificuldade em trabalhar com alguns conteúdos do currículo, principalmente os que exigem materiais diversificados, como esportes de aventura e jogos eletrônicos; as condições de trabalho não são consideradas ideais, principalmente no que refere-se a materiais e espaço; os professores consideram que alguns desafios enfrentados são característicos das escolas públicas; ainda há certa resistência dos alunos quanto as aulas teóricas; há relatos que indicam desvalorização da disciplina, se
comparada com as demais.
CONCLUSÃO: Com isso, pôde-se constatar que os resultados encontrados em Ponta Grossa foram semelhantes aos identificados em estudos anteriores, o que demonstra que apesar dos anos, alguns desafios permanecem. Além disso, acrescenta-se a dificuldade de trabalhar com os conteúdos propostos pela Base Nacional Comum Curricular e Currículo da Rede Estadual Paranaense, que são considerados novos tanto para os professores, como para os alunos.
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Biografia do Autor
Mariana Gaburro Cordeiro, Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Ponta Grossa
Graduada em Licenciatura em Educação Física
Diego Petyk de Sousa, Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e Faculdade Cesumar de Ponta Grossa (Cesumar), Ponta Grossa
Doutorando em Ciências Sociais Aplicadas na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG)
Professor Colaborador na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG)
Professor na Faculdade Unicesumar de Ponta Grossa
Erica Fernanda de Paula, Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Ponta Grossa
Doutoranda em Ciências Sociais Aplicadas na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG)
Professora Colaboradora na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG)
Alfredo Cesar Antunes, Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Ponta Grossa
Universidade Estadual de Ponta Grossa
Departamento de Educação Física
Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais Aplicadas
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