Com Alexandre Scotti, coordenador da Unidade Cardiointensiva
O infarto agudo do miocárdio está entre as principais causas de morte no Brasil. Estudos da Sociedade Brasileira de Cardiologia apontam que o número de óbitos no primeiro semestre desse ano provocados por doenças cardiovasculares aumentou em 49,9%, comparado com o mesmo período de 2019. Segundo o Ministério da Saúde, em torno de 300 mil brasileiros sofrem infartos todos os anos e desse quantitativo, 30% não resistem. Os especialistas alertam para a importância de reconhecer os sinais do infarto, pois quando o paciente é socorrido em um curto espaço de tempo as chances de sobrevivência são bem maiores.
O infarto acontece quando parte do músculo cardíaco sofre necrose decorrente da falta de irrigação sanguínea no coração, que deixa de receber oxigênio e nutrientes. Esse fenômeno acontece, na maioria das vezes, em função da obstrução das artérias coronarianas comprometendo o fluxo sanguíneo para o músculo cardíaco. Placas de gordura e outras substâncias que ficam fixadas às artérias ao longo de anos são as principais causadoras desse processo de obstrução arterial.
O coordenador da Unidade Cardiointensiva do Hospital Badim, o cardiologista Alexandre Scotti, chama a atenção para os cinco sinais que podem indicar um infarto:
- dor aguda no peito que dura mais de 20 minutos;
- sudorese ou suor frio;
- cansaço ou fraqueza;
- náuseas e/ou vômito;
- tontura ou desmaio.
Segundo o especialista, ao identificar esses sintomas, a pessoa deve procurar imediatamente uma emergência hospitalar. Scotti destaca que o atendimento rápido reduz os riscos de morte súbita e sequelas, como a insuficiência cardíaca.
O cardiologista avalia que a forma mais eficiente de evitar um evento coronariano é tratar os fatores de risco, como parar de fumar, fazer o controle dos níveis de pressão arterial, tomar regularmente as medicações e manter uma dieta com pouco sal. “No caso de pacientes com hipertensão e obesidade, as pessoas devem fazer atividades físicas e adotar uma dieta adequada, assim como as pessoas diabéticas devem manter controlados os níveis glicêmicos. É muito importante os pacientes desses grupos de risco manterem regulares os níveis de colesterol e seguir rigorosamente os tratamentos indicados pelo seu médico”, destaca Scotti.
O infarto do miocárdio, ou ataque cardíaco, é a morte das células de uma região do músculo do coração por conta da formação de um coágulo que interrompe o fluxo sanguíneo de forma súbita e intensa.
A principal causa do infarto é a aterosclerose, doença em que placas de gordura se acumulam no interior das artérias coronárias, chegando a obstrui-las. Na maioria dos casos o infarto ocorre quando há o rompimento de uma dessas placas, levando à formação do coágulo e interrupção do fluxo sanguíneo.
O infarto pode ocorrer em diversas partes do coração, dependendo de qual artéria foi obstruída. Em casos raros o infarto pode acontecer por contração da artéria, interrompendo o fluxo de sangue ou por desprendimento de um coágulo originado dentro do coração e que se aloja no interior dos vasos.
Sintomas:
O principal sintoma é dor ou desconforto na região peitoral, podendo irradiar para as costas, rosto, braço esquerdo e, raramente, o braço direito. Esse desconforto costuma ser intenso e prolongado, acompanhado de sensação de peso ou aperto sobre tórax. Esses sinais costumam ser acompanhados de suor frio, palidez, falta de ar, sensação de desmaio. Em idosos, o principal sintoma pode ser a falta de ar. A dor também pode ser no abdome, semelhante à dor de uma gastrite ou esofagite de refluxo, mas é pouco frequente. Nos diabéticos e nos idosos, o infarto pode ocorrer sem sinais específicos. Por isso, deve-se estar atento a qualquer mal-estar súbito apresentado por esses pacientes.
Fatores de risco:
Os principais inimigos do infarto são o tabagismo e o colesterol em excesso, pois podem se acumular e levar à formação de placas de gordura, hipertensão, obesidade, estresse, depressão e diabetes. Os diabéticos têm duas a quatro vezes mais chances de sofrer um infarto.
Tratamento:
Infarto é uma emergência que exige cuidados médicos o mais rápido possível. Identificar os sintomas pode ser decisivo para salvar a vida de uma pessoa infartada.
Prevenção:
Além da prática regular de exercícios físicos, alimentação adequada e cessação do tabagismo, a prevenção de doenças como a aterosclerose, diabetes e obesidade são fundamentais para evitar o entupimento das artérias e consequente infarto.
IMPORTANTE: Somente médicos e cirurgiões-dentistas devidamente habilitados podem diagnosticar doenças, indicar tratamentos e receitar remédios. As informações disponíveis em Dicas em Saúde possuem apenas caráter educativo.
Dica elaborada em maio de 2.018.
Fontes:
Dr. Dráuzio Varella
Hospital Israelita Albert Einstein
Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo