Quais são as consequências das massas de ar?

As massas de ar são um dos principais fatores que influenciam o clima das regiões.

Sabemos que o ar da atmosfera não é homogêneo, ou seja, as suas características, como temperatura, umidade e pressão, não são iguais em todo o globo terrestre. No entanto, existe certa “organização” desse ar, que forma agrupamentos em uma dada região que conservam as mesmas características. Para esses agrupamentos, dá-se o nome de massas de ar.

As características das massas de ar estão diretamente relacionadas às suas regiões de origem. Dessa forma, se uma dessas massas surge em uma região fria e úmida, ela será igualmente fria e úmida. Sua movimentação seguirá as ordens atmosféricas, sempre se deslocando das faixas de alta pressão para as de baixa pressão.

Sendo assim, classificam-se as massas de ar em três tipos principais: equatoriais, tropicais e polares. Essas massas serão respectivamente subdivididas em continentais (que se formam nos continentes) e oceânicas (que se formam sobre os oceanos).

Quais são as consequências das massas de ar?

Esquema da distribuição das massas de ar pelo mundo

As Massas Equatoriais, como o nome indica, são aquelas que se formam nas regiões localizadas próximas à Linha do Equador (portanto, em latitudes baixas). Essas regiões recebem uma maior incidência dos raios solares e, por isso, as massas de ar nelas geradas são sempre muito quentes. Apresentam um relativo grau de umidade, que é maior nas massas oceânicas e menor nas massas continentais.

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No entanto, essa regra não é absoluta. A região da Amazônia, apesar de ser continental, produz massas bastante úmidas em função da evapotranspiração da Floresta Amazônica.

As Massas tropicais formam-se nas regiões localizadas entre os polos e o Equador (latitudes médias). Em zonas oceânicas, apresentam acentuados índices de umidade, que se deslocam para o equador e provocam elevados índices de chuvas. Em zonas continentais, apresentam baixo índice de umidade e baixa pressão.

As Massas polares originam-se nas regiões mais próximas aos polos (latitudes altas). Por isso, são muito frias, úmidas e de elevada pressão. Além disso, elas são as grandes responsáveis pelo rigor dos invernos em regiões tropicais.

Aproveite para conferir nossa videoaula sobre o assunto:

Por: Rodolfo F. Alves Pena

Geografia do Brasil

As massas de ar provocam grande interferência na circulação atmosférica do Brasil, são as responsáveis por marcar algumas características climáticas, bem como pelas mudanças bruscas no tempo em todo o país.

As massas de ar no Brasil são predominantemente quentes. Três delas são quentes e úmidas na sua origem (equatorial continental, equatorial atlântica e tropical atlântica), uma é quente e seca (tropical continental) e outra, fria e úmida (polar atlântica). Essas massas atuam de acordo com a variação das estações climáticas. No verão, ocorre uma expansão das massas quentes, que recuam no inverno com a penetração da massa polar.

A atuação das massas de ar

O comportamento médio da atmosfera brasileira é consequência dos avanços e recuos dessas 5 massas de ar:

A mEc – Equatorial Continental – é a massa de ar quente e úmido que domina a Região Norte, boa parte do Centro-Oeste e parte do Nordeste. Sua área de origem é a Amazônia, daí sua importância no transporte da umidade produzida pela evapotranspiração local. Esse domínio se dá na maior parte do ano e é menos acentuado durante o inverno austral.

A mEa – Equatorial Atlântica – tem sua origem no Atlântico Norte e possui características quentes e úmidas. Atua na parte setentrional do Brasil, com grande influência no regime de chuvas da região Nordeste.

A mTc – Tropical Continental – é uma massa quente e seca, com origem na Depressão do Chaco, região paraguaia próxima ao Pantanal. Tem bastante influência no Brasil Central e parte do Sudeste, especialmente no inverno.

A mTa – Tropical Atlântica – é outra massa de ar quente e úmido que avança pelo território brasileiro. Ela influencia, de maneira dominante, o comportamento atmosférico da Região Sudeste e da Região Sul. O grande domínio da Tropical Atlântica estende-se de outubro a maio, principalmente nos meses de verão. Mas durante o inverno essa massa é deslocada pelos ventos alísios, atingindo também o Nordeste.

A mPa – Polar Atlântica – chamada também de Polar Antártica, é a massa de ar frio que determina, durante c inverno, o estado de tempo ou comportamento atmosférico na Região Sul. Os avanços da Polar Atlântica provocam ondas de frio na Região Sul, na Região Sudeste e no Centro-Oeste.

Essas ondas de frio são acompanhadas, muitas vezes, por chuvas prolongadas ou garoas, geadas e até por quedas de neve. Até mesmo a Amazônia é atingida por esses avanços da Polar Atlântica durante o inverno austral. É o fenômeno da “friagem“, que ocorre no sul de Amazonas e no norte do Mato Grosso.

Compare os dois mapas das massas de ar. Observe que a mEc, a mEa e a mTc atuam mais no verão, pois têm sua ação atenuada no inverno pela expansão da mTa e da mPa.

Quais são as consequências das massas de ar?
Atuação das massas de ar no Brasil. Durante o verão e o inverno, provocam alterações climáticas significativas e importantes para a agricultura e outras atividades humanas.

Os tipos de ventos

Os ventos alísios – que deslocam as massas de ar Equatorial e Tropical atlânticas – são chamados constantes.

O vento alísio é o movimento constante ou regular de ar úmido dos trópicos para o Equador, em baixas altitudes, provocando chuvas e calmarias ao longo da zona equatorial.

Ao se aproximar do Equador, o ar se aquece, provoca chuvas e perde umidade, eleva-se e retorna seco para os trópicos. É o vento contra-alísio, responsável pela formação de alguns desertos tropicais, como o Saara e o Kalahari, ambos na África.

Além dos ventos constantes, o litoral brasileiro também se beneficia de ventos periódicos como a brisa.

O vento do tipo brisa é o ar que se movimenta nos litorais, em certas horas, entre o continente e o mar. A direção da brisa é, ao anoitecer, da terra para o mar e, ao amanhecer, do mar para a terra. Devido a essa virada na direção do vento, a brisa é também chamada de viração. Esse vento é responsável pelas condições de maritimidade e continentalidade que influenciam os outros elementos do clima: temperatura, pressão, umida­de e chuvas.

Quais são as consequências das massas de ar?

Vídeo sobre as massas de ar no Brasil:

Por: Renan Bardine

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O que as massas de ar podem causar?

Tal fenômeno provoca consequências para o homem, como problemas a saúde e a baixa sensação térmica, impacto na fauna e flora, etc. Ao encontro com a mPa, provoca chuvas de frentes ou frontais, com alta intensidade. (De forma geral essa massa é caracterizada como quente e úmida.

Quais as consequências das massas de ar na dinâmica climática?

Em razão dessa configuração, o verão no Brasil acaba herdando as características dessas massas, quais sejam: elevada umidade e altas temperaturas, tornando o clima quente e chuvoso durante esse período.

Quais são as principais massas de ar?

As que atuam no Brasil são: Massa Equatorial Continental (mEc), Massa Equatorial Atlântica (mEa), Massa Tropical Continental (mTc), Massa Tropical Atlântica (mTa) e Massa Polar Atlântica (mPa).

Como as massas de ar podem afetar o tempo?

Em função das diferenças de pressão atmosférica temos a movimentação do ar. Quando esse movimento ocorre em blocos de ar com a mesma temperatura e umidade, formam-se as massas de ar, que transferem suas características para o clima dos locais por onde passam.