Quais questões sociais o filme O menino que descobriu o vento aborda?

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Retrospectiva 2022: os melhores cortes do Café com ADM

Retrospectiva 2022: os melhores cortes do Café com ADM

Quer saber o que rolou por aqui ao longo do ano? Na nossa tradicional retrospectiva, separamos trechos de entrevistas memoráveis.

Sobre o autor

Robson

Mestre em Comunicação e Inovação pelo Programa de Mestrado da USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul), com Licenciatura Plena em Filosofia, jornalista (MTB - 45.438/ SP) com 16 anos de experiência em corporações públicas e privadas, carreira ascendente na área de edição, comunicação corporativa, redes sociais virtuais e marketing institucional. Atuou nos últimos anos como Coordenador de Programas (Comunicação e Marketing) no Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André), empresa com certificação ISO 9001. Foi subeditor do DCI (Diário do Comércio e Indústria), trabalhou com radiojornalismo e jornais regionais. Também foi Supervisor Técnico de Imprensa da Prefeitura de Santo André, onde atuou como assessor das secretarias de Desenvolvimento Econômico e Orçamento. Hoje é consultor em comunicação corporativa, escreve para diversas publicações e é professor universitário em disciplinas relacionadas à comunicação, à administração, recursos humanos e à economia.

Mestre em Comunicação e Inovação pelo Programa de Mestrado da USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul), com Licenciatura Plena em Filosofia, jornalista (MTB - 45.438/ SP) com 16 anos de experiência em corporações públicas e privadas, carreira ascendente na área de edição, comunicação corporativa, redes sociais virtuais e marketing institucional. Atuou nos últimos anos como Coordenador de Programas (Comunicação e Marketing) no Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André), empresa com certificação ISO 9001. Foi subeditor do DCI (Diário do Comércio e Indústria), trabalhou com radiojornalismo e jornais regionais. Também foi Supervisor Técnico de Imprensa da Prefeitura de Santo André, onde atuou como assessor das secretarias de Desenvolvimento Econômico e Orçamento. Hoje é consultor em comunicação corporativa, escreve para diversas publicações e é professor universitário em disciplinas relacionadas à comunicação, à administração, recursos humanos e à economia.

#322 Retrospectiva 2022: os melhores cortes do Café com ADM

#322 Retrospectiva 2022: os melhores cortes do Café com ADM

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O Menino Que Descobriu o Vento, novo filme da Netflix, é daquelas produções feel good: na qual tudo termina bem e traz uma história inspiracional. Porém, o longa do diretor Chiwetel Ejiofor, já disponível no serviço de streaming, tem camadas mais densas, capazes de levar a reflexões maiores.

A produção acompanha a saga de William Kamkwamba (Maxwell Simba), um garoto determinado a “domar o vento”, a utilizar a força dos ares para gerar energia elétrica e assim salvar da fome sua aldeia no Malawi. Baseado em fatos reais, a fita tem grande capacidade de emocionar.

Mas há algo para além do óbvio, em cenas e diálogos aparecem sutis (e por vezes explicitas) críticas às políticas, economia e sociedade ocidentais. O dito Mundo Civilizado (do qual, nem África nem América do Sul fazem parte) impôs, ao longo da história, seus modelos, levando esses continentes a serem explorados e conviverem com a miséria.

Quais questões sociais o filme O menino que descobriu o vento aborda?
A saga acompanha a luta de William para salvar sua aldeia da fome

Antes que eu receba aqui a pecha de “comunista”, como tem se tornado praxe nas redes sociais, explico: O Menino Que Descobriu o Vento é uma leitura, por meio da jornada do herói, das brutais desigualdades econômicas que assolam o mundo.

Parte do roteiro – que se mostra confuso e esticado em momentos pontuais – tem como base o livro de Kamkwamba e Bryan Mealer. A falta de maior profundidade na ambientação política da África e das consequências ao continente dos atentados às Torres Gêmeas em 2001 pode ser justificada por uma história que se passa pelos olhos de um menino de 13 anos, pobremente educado.

Quais questões sociais o filme O menino que descobriu o vento aborda?
The Boy Who Harnessed the Wind

William passa boa parte do filme lutando para ter educaçãoNetflix/Divulgação

Quais questões sociais o filme O menino que descobriu o vento aborda?
The Boy Who Harnessed the Wind

Os conflitos com o pai e a comunidade fazem parte do longaNetflix/Divulgação

Quais questões sociais o filme O menino que descobriu o vento aborda?
The Boy Who Harnessed the Wind

O filme evidencia as desigualdades econômicas e sociais da ÁfricaNetflix/Divulgação

Quais questões sociais o filme O menino que descobriu o vento aborda?
The Boy Who Harnessed the Wind

A produção está disponível na NetflixNetflix/Divulgação

Quais questões sociais o filme O menino que descobriu o vento aborda?
The Boy Who Harnessed the Wind

O Menino Que Descobriu o VentoNetflix/Divulgação

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Mesmo com a ausência do contexto político, há cenas emblemáticas, como a doentia e incessante de defesa do diretor da escola do tal “governo”, que funciona apenas para manter e aprofundar desigualdades. Trywell (Chiwetel Ejiofor), o pai, faz uma sutil crítica à importação dos modelos políticos que tanto caos trouxe ao continente africano: “A democracia é como mandioca importada, apodrece rapidamente”.

A batalha de Willian e sua irmã Annie (Lil Banda) para conseguirem estudar – ele no ensino médico, ela, no superior – levam à constatação da importância da universalização da educação. E mais, além do acesso, o filme demonstra claramente as dificuldades que os mais pobres sofrem: nem mesmo luz elétrica, eles tinham para fazer exercícios à noite, além de conviverem em um ambiente no qual o conhecimento formal é desvalorizado socialmente.

Empatia feel good
Política e sociologia (de botequim) à parte, O Menino Que Descobriu o Vento é uma produção capaz de deixar o espectador grudado na trama por quase duas horas. A luta da superação da miséria, o panorama desolador da fome, a corrupção geram empatia natural a luta de William.

O sonho altruísta do jovem, de desenvolver tecnologia para ajudar toda a aldeia, acrescenta mais um verniz de identificação ao personagem principal. Mesmo com problemas e falhas, o filme agrada e deixa aquela sensação boa ao final.

Avaliação: Bom