Quais foram os primeiros imigrantes que vieram para o Rio Grande do Sul?

A primeira sesmaria concedida em território do Rio Grande do Sul foi a de Manuel Gonçalves Ribeiro, recebida do Governador da Capitania de São Paulo, Dom Luís Antônio de Távora. Tinha três léguas de comprimento e estava localizada na Parada das Conchas, nos Campos de Tramandaí. Data: 25 de outubro de 1732, poucos dias antes de Jerônimo de Ornelas Menezes e Vasconcelos estabelecer-se no Porto do Dorneles, mais tarde Viamão. A Carta de Sesmaria de Jerônimo de Ornelas só seria concedida em 5 de novembro de 1740.

Quanto aos imigrantes, que vieram com a específica missão de povoar e plantar em nosso país, os primeiros foram os 60 casais de açorianos, atendendo ao “Bando” (Edital de Convocação) de 16 de janeiro de 1752. Aqui chegaram no final do mesmo ano. Essas famílias viveram no Porto do Dorneles – que depois chamou-se Porto de Viamão, Porto dos Casais e depois Porto Alegre – durante 20 anos quando, graças ao novo Governador, José Marcelino de Figueiredo, cada uma delas recebeu 135,5 hectares.

A 25 de julho de 1824 – 72 anos depois – chegaram ao estado, na Feitoria do Linho Cânhamo, em São Leopoldo, os primeiros imigrantes alemães, em número de 39, sendo que ao final do mesmo ano já eram 126. Vieram em um navio chamado Protector, que já foi comparado ao Mayflower. Fundaram e desenvolveram 142 colônias, principalmente no Vale do Sinos e Caí, Planalto Central e Sul do estado. Em 1939, um levantamento oficial já apontava 75 mil imigrantes alemães, que povoaram e desenvolveram um estado privilegiado.

Já para boa parte dos imigrantes italianos, foram demarcadas as primeiras colônias em 1870; chamavam-se Conde D’Eu e Dona Isabel (marido e mulher), origem das atuais Garibaldi e Bento Gonçalves, as duas na região do Rio das Antas. Em 5 anos, não ultrapassou 4 mil o número de imigrantes. Diante deste baixo número, o Governo Imperial retomou a tarefa do governo da Província e, já em 20 de maio de 1875, chegavam ao Campo dos Bugres os primeiros grupos vindos de Belluno, Treviso, Padova, Mantova e Tirol. Até o final do século, o Rio Grande do Sul receberia 84 mil imigrantes italianos.

Japoneses, franceses, poloneses e várias outras etnias, com número bem menor de representantes, igualmente contribuíram para o crescimento do RS.

A raça negra ocupa um lugar especial neste item: o Rio Grande do Sul foi o primeiro estado brasileiro a tomar providências efetivas para acabar com a escravidão, dez anos antes de qualquer outro no país. O Parque da Redenção, em Porto Alegre, tem este nome em homenagem ao fato e em reconhecimento à participação dos negros na nossa Cultura e História.

Por daiane

Isabel Cristina Arendt / Marcos Antônio Witt / Günter Weimer

Quais foram os primeiros imigrantes que vieram para o Rio Grande do Sul?
Panorama da cidade de Ijuí, sem data. Acervo Museu Histórico Visconde de São Leopoldo

Os primeiros imigrantes alemães chegaram ao Rio Grande do Sul em 1824, vindos de diversas regiões da Alemanha. Instalados na colônia São Leopoldo, às margens do Rio dos Sinos, próximo à capital da província, Porto Alegre, o grupo era formado por agricultores, artesãos e soldados. Esta composição estava estreitamente relacionada aos objetivos traçados pelo Império brasileiro quanto à imigração de europeus: criar e dinamizar um mercado interno; contrabalançar o poder dos grandes proprietários rurais; incentivar o desenvolvimento de pequenas manufaturas, que deveriam se transformar em médias e grandes indústrias; substituir, aos poucos, a mão-de-obra escrava africana; e fornecer homens para lutar nas guerras que o Brasil travou ao longo do século XIX.

Parte da historiografia que se dedicou ao tema da imigração cristalizou a ideia de que a grande maioria dos imigrantes era formada por agricultores. Mas sabemos que em São Leopoldo, entre 1824 e 1845, 60% dos homens eram artesãos, da área metalúrgica, da produção têxtil, do comércio, etc. Deste artesanato surgiram pequenas, médias e grandes indústrias. Sobrenomes como Adams, Arnt, Dreher, Gerdau, Mentz, Oderich, Renner, Ritter, Trein, entre outros, despontaram no cenário econômico brasileiro. Assim, é possível perceber que o artesanato, trazido por imigrantes alemães e perpetuado por seus descendentes, floresceu e permitiu que algumas famílias fundassem indústrias.

Novo Hamburgo, por exemplo, cidade próxima a Porto Alegre, ostenta o título de “capital nacional do calçado” e possui um museu específico, o Museu do Calçado, para contar a saga dos primeiros imigrantes alemães que se dedicaram ao manuseio do couro. Daí derivou o trabalho 137 artesanal que produzia botas, chinelos e selas para montaria. As sapatarias e pequenas manufaturas, empregando mestres e aprendizes, acabaram se transformando nas incipientes indústrias do ramo coureiro-calçadista que se espalharam pela cidade. Parte do século XIX e do XX foram testemunhas do enriquecimento de famílias que investiram em curtumes e/ ou fábricas que transformavam o couro em sapatos e bolsas, vendidos tanto para o mercado interno quanto para o exterior. Novo Hamburgo tem sua origem nos empreendimentos de artesãos do século XIX.

Em 1827, três anos depois do início do movimento imigratório, Carl Seidler assinalou que “aqui (em Porto Alegre) existiam... operários alemães, como marceneiros, alfaiates e sapateiros, em grande número, e todos prosperavam, pois de bom grado pagava-se a um operário alemão o dobro do que se pagava a um nacional”. Trinta anos mais tarde (em 1857), Carlos Jansen publicou uma preciosa Folhinha Rio-Grandense na qual fez um levantamento bastante acurado das atividades dos moradores de Porto Alegre. Com base nestes dados avaliamos que o contingente teuto da população desta cidade deveria se aproximar de 15% de seus habitantes, dos quais 67% eram artesãos, 20% comerciantes e os restantes 13% eram profissionais liberais. Portanto, o grupo dos imigrantes era bastante heterogêneo, sendo que apenas os comerciantes mais bem sucedidos abriram estabelecimentos na rua principal da cidade.

O relativo enriquecimento das colônias “alemãs” fez surgir uma atividade que seria de fundamental importância no desenvolvimento econômico estadual: o caixeiro viajante. Como representantes dos principais empórios urbanos de importação e exportação, tiveram um papel decisivo na atualização dos métodos produtivos e na elevação do nível cultural nas colônias. Esta interação mostrou o quanto esses profissionais estavam a par das necessidades dos agricultores.

Até hoje, o Estado do Rio Grande do Sul é sinônimo da imigração alemã e italiana. Os primeiros jornais e almanaques, como por exemplo, o jornal Der Colonist, de 1852, de Porto Alegre, e o primeiro almanaque, Koseritz´ Deutscher Volkskalender für Brasilien, de 1874 foram publicados no Rio Grande do Sul. Além disso, surgiu a necessidade da fundação de escolas alemãs. Em 1850, existiam 24 escolas. Na maioria eram escolas pequenas com um professor só e vinculadas à igreja católica/jesuíta ou luterana. Por causa das escolas alemãs também cresceu o mercado de editoração de livros escolares, como, por exemplo, a editora mais famosa e ainda existente, Rotermund, fundada em 1877. Os imigrantes organizaram sua própria vida religiosa e construíram os seus templos (inicialmente as escolas serviram como capelas) e cemitérios. Foi também no Rio Grande do Sul que começou a vida social e comunitária dos imigrantes alemães com a fundação de associações, clubes e sociedades de uma abrangente variedade: desde o esporte, passando pela ajuda social até o divertimento, o lazer, a cultura e a recreação. Assim, as festas típicas alemãs como Kerb e Oktoberfest, tiveram continuidade até hoje no sul e no sudeste do Brasil.

Quais foram os primeiros imigrantes que chegaram ao Rio Grande do Sul?

Os primeiros imigrantes que chegaram foram os alemães, em 1824. Eles foram assentados em glebas de terra situadas nas proximidades da capital gaúcha. E, em pouco tempo, começaram a mudar o perfil da economia do atual Estado. Primeiramente, introduziram o artesanato em uma escala que, até então, nunca fora praticada.

Quando os imigrantes chegaram ao Rio Grande do Sul?

Em 20 de maio de 1875, os primeiros italianos chegaram ao Campos dos Bugres (Caxias do Sul). Inaugurou-se então o primeiro ciclo imigratório, de 1875 a 1914. Instaram-se no Rio Grande do Sul 84 mil italianos vindos sobretudo da lombardia, Vêneto e Tirol.

Por que os imigrantes vieram para o Rio Grande do Sul?

Advindos de Vêneto, Trento e Lombardia, esses italianos vinham fugindo da pobreza para o Brasil, em busca de novas esperanças em terras sul-americanas. Muitos antepassados dos atuais gaúchos abandonaram, para fugir da grande crise agrícola, suas famílias, casas e histórias na Itália.

Quais os primeiros europeus a se fixaram na região sul?

Os primeiros que imigraram para o Sul do Brasil foram os açorianos. Após a imigração dos açorianos, houve a vinda em especial dos alemães (1824, São Leopoldo, Rio Grande do Sul), e dos italianos (1875). Outros grupos (árabes, poloneses e japoneses) também estiveram à procura da região para fazer dela sua morada.