Os temas transversais se configuram como uma imposição de conteúdos a serem ministrados nas escolas

Os temas transversais se configuram como uma imposição de conteúdos a serem ministrados nas escolas

        ISSN: 1516-4888

VOLUME 2 - N�MERO 1 - JUN./2000

A VIABILIADADE DOS TEMAS TRANSVERSAIS � LUZ DA QUEST�O DO TRABALHO DOCENTE

Mary Neide Damico Figueir�*

Introdu��o

A educa��o brasileira, a partir do ano de 96, vem sendo considerada segundo novas regulamenta��es legais. No per�odo de 95 a 98, o Minist�rio da Educa��o e Desportos elaborou os Par�metros Curriculares Nacionais (PCNs) que, vinculados � Nova LDB � 9.394, visam estabelecer diretrizes  para o curr�culo do ensino fundamental (1� a 8� s�rie) e servir como refer�ncia nacional, seja para a pr�tica educacional, seja para as a��es pol�ticas no �mbito da educa��o.

�Por sua natureza aberta, [os Par�metros Curriculares Nacionais] configuram uma proposta flex�vel, a ser concretizada nas decis�es regionais e locais sobre curr�culos e programas de transforma��o da realidade educacional empreendidos pelas autoridades governamentais, pelas escolas e pelos professores. N�o configuram, portanto, um modelo curricular homog�neo e impositivo...� (Brasil,1997a, p.13)

Os conte�dos a serem ensinados  est�o dispostos em dois grupos. Primeiramente, o das �reas de conhecimento, que s�o:  L�ngua Portuguesa, Hist�ria, Geografia, Matem�tica,  Ci�ncias Naturais, Arte , Educa��o F�sica e L�ngua Estrangeira. Compondo o segundo grupo est�o os conte�dos organizados em �temas transversais�: �tica, educa��o ambiental, orienta��o sexual, pluralidade cultural e sa�de. O conte�do �Trabalho, consumo e cidadania� est� em vias de ser inserido.

Os �temas transversais� dizem respeito a conte�dos de car�ter social, que devem ser inclu�dos no curr�culo do ensino fundamental, de forma �transversal�, ou seja: n�o como uma �rea de conhecimento espec�fica, mas como conte�do a ser ministrado no interior das v�rias �reas estabelecidas.

Mesmo que um determinado tema  possa ser mais pertinente a uma �rea do que a outra, o fator decisivo do seu grau de inser��o em dada �rea de conhecimento, poder� depender, pelo menos inicialmente, da afinidade e prepara��o que o professor tenha em rela��o ao mesmo.

Os conte�dos propostos para integrar o curr�culo s�o organizados em forma de documentos, sendo um volume introdut�rio, um volume para cada �rea e outros tr�s volumes para os v�rios �temas transversais�. Cada professor deve receber, gratuitamente, do MEC, seu material para estudo.

Embora a elabora��o dos Par�metros tenha se dado mais acentuadamente no bi�nio 95 e 96, um per�odo posterior de dois anos se fez necess�rio para avalia��o de vers�es preliminares, publica��o e distribui��o das vers�es finais.

� poss�vel crer que no ano de 99 e 2.000 poder�o ser iniciados os primeiros passos da materializa��o dos PCNs, quando todos os professores j� ter�o recebido os textos referentes ao ensino fundamental e come�ado um processo de estudos sistem�ticos sobre os mesmos.

Na cidade de Londrina (Pr) -- realidade que acompanhamos de perto -- as Escolas Municipais receberam os documentos referentes aos PCNs da 1� a 4� s�rie (caixa contendo 10 volumes), no 2� semestre de 98, quando, ent�o, a Secretaria Municipal de Educa��o iniciou estudos e debates sobre os mesmos, com supervisores de ensino das escolas. No ano de 99, cada supervisor dever� organizar estes debates em suas escolas. J� as Escolas Estaduais, que representam a maioria do munic�pio, apesar de terem recebido os materiais na mesma �poca, possivelmente dever�o come�ar seus estudos com os supervisores, a partir de abril do ano de 1999.

Este � um momento hist�rico muito significativo e que, portanto, requer a contribui��o de estudiosos e pesquisadores para a reflex�o sobre perspectivas de concretiza��o dos PCNs, com o paralelo apontamento de estrat�gias limitadoras e facilitadoras desse processo.

Em especial, a an�lise em torno da viabilidade  dos �temas transversais� requer esfor�os de reflex�o particularmente direcionados, tendo em vista o car�ter de �novidade� que em si comportam, o n�vel de interdisciplinariedade requerido, bem como a necessidade de prepara��o dos professores para desenvolverem os temas.

Trabalho docente

A reflex�o sobre a viabilidade dos �temas transversais� pode ser iniciada pelas condi��es do professor para colocar em pr�tica o que determinam os Par�metros Curriculares Nacionais. Para isso, � �til considerar a contribui��o apresentada por Mizukami (1998), no V Congresso Paulista sobre Forma��o de Educadores. Ao estudar os documentos dos Par�metros, a autora procurou conduzir sua an�lise em torno da seguinte quest�o-chave: que compet�ncias o professor precisa ter para que os PCNs se concretizem? De acordo com as determina��es e as fundamenta��es te�ricas presentes nesses documentos, identificou oito tipos de compet�ncias que s�o esperadas do professor, a saber:

1.   Planejador central do curr�culo e do ensino.

2.   Ser a figura central do processo ensino-aprendizagem.

3.   Avaliador do progresso do aluno e observador dos eventos da sala de aula.

4.   Educador do desenvolvimento pessoal de cada aluno.

5.   Ser agente do seu processo de aprendizagem e desenvolvimento profissional.

6.   Conhecer profundamente as �reas de Conhecimentos e dos �temas transversais�. 

7.   Educador de estudantes diversos.

8.   Part�cipar do projeto educativo da escola.

Ao que se percebe, portanto, � esperado que o professor seja um �super-profissional� e que tenha tido uma forma��o de qualidade primorosa, o que na verdade n�o condiz com a realidade.

A exig�ncia de que seja um �educador de estudantes diversos� significa que o professor precisa saber lidar com os alunos de diferentes repert�rios, uma vez que h� diferen�as s�cio-culturais, emocionais e intelectuais entre eles.

Conforme apontou  Mizukami, ser �profundo conhecedor das �reas de conhecimentos e dos �temas transversais� implica em que o professor tenha uma cultura geral s�lida.

Ser� que o professor conhece, suficientemente bem, conte�dos de outras �reas al�m dos de sua �rea de forma��o e atua��o profissional? Ser� que conhece, com propriedade, os temas sociais que dever� abordar �transversalmente� em sua �rea de conhecimento. Estar� preparado para ensinar sobre �tica, educa��o ambiental, orienta��o sexual, pluralidade cultural e sa�de?

Sabemos que, de forma geral, n�o, e isto nos permite prever o quanto pode ser morosa a concretiza��o da transversalidade.

Al�m dos limites impostos pela pr�pria bagagem do professor, temos que reconhecer que seu contexto de forma��o e atua��o profissional s�o desfavorecedores.

Em v�rios pontos do volume introdut�rio dos PCNs. o Minist�rio da Educa��o e do Desporto reconhece as reais condi��es prec�rias em que a escola se encontra, apontando que a concretiza��o, com qualidade, das propostas contidas nos Par�metros necessita de:

�... uma pol�tica educacional que contemple a forma��o inicial e continuada dos professores, uma decisiva revis�o das condi��es salariais, al�m da organiza��o de uma estrutura de apoio que favore�a o desenvolvimento do trabalho (acervo de livros e obras de refer�ncia, equipe t�cnica para supervis�o, materiais did�ticos, instala��es adequadas para a realiza��o do trabalho de qualidade), aspectos que, sem d�vida, implicam a valoriza��o da atividade do professor�. (Brasil, 1997a, p.38)

Embora os fatores apontados necessitem de investimentos, quando se pensa na viabilidade dos �temas transversais�, n�o � suficiente o investimento nas escolas. Ou seja, n�o basta cuidar da forma��o inicial e continuada e das condi��es salariais e de atua��o profissional, que poderiam constituir-se, isoladamente, em medidas paliativas.

H� uma quest�o b�sica, de amplitude maior, que precisa ser trabalhada urgentemente. Trata-se da necessidade de a escola p�blica passar a ser encarada como um local de trabalho. Como podem os professores de uma dada escola atuarem interdisciplinarmente, se n�o conseguem se reunir e permanecer por per�odo significativo na escola?

O que se v�, em muitas escolas brasileiras, � um grande n�mero  de professores atuando em duas, tr�s ou mais escolas, durante um dia ou uma semana de trabalho; isto inviabiliza investimentos em projetos pol�tico-pedag�gicos e mesmo em projeto organizacional da escola.

Diz Silva J�nior (1995, p.17):

�Para que as pessoas se organizem ou sejam organizadas, � preciso, antes de mais nada, que elas se encontrem em seu cotidiano de trabalho. Sem a presen�a f�sica do trabalhador individual, o �trabalhador coletivo� n�o se constitui, mas tamb�m o projeto pol�tico n�o se elabora.� (destaques do autor)

No documento introdut�rio, em sua primeira p�gina de apresenta��o dos PCNs, est� a seguinte afirma��o:

�Os Par�metros Curriculares Nacionais, referenciais para a renova��o e reelabora��o da proposta curricular, refor�am a import�ncia de que cada escola formule seu projeto educacional, compartilhado por toda equipe, para que a melhoria da qualidade da educa��o resulte da co-responsabilidade entre todos os educadores. A forma mais eficaz de elabora��o e desenvolvimento de projetos educacionais envolve o debate em grupo e no local de trabalho�. (Brasil, 1997a, p.9 � destaques nosso)

Esta afirma��o corrobora a necessidade de se come�ar a renova��o do ensino pela delimita��o do local de trabalho, bem como da jornada de trabalho. Isto significa que o professor pode vir a ser um profissional de uma �nica escola, ou de duas, no m�ximo, e passar nela(s) o tempo suficiente para desenvolver seu trabalho com qualidade e satisfa��o.

A quest�o da jornada de trabalho deve ser revista, pois nossa realidade mostra que um elevado n�mero de professores  cumpre jornada de 40 horas semanais em sala de aula e, muitos, at� de 60.

Em um texto recente, analisando a viabilidade dos Par�metros Curriculares, como um todo, Silva J�nior (1998, p.91) deixa claro que

�a materializa��o do curr�culo � algo que s� pode se manifestar a partir dos limites de uma unidade escolar. Se a esta n�o s�o dadas condi��es m�nimas de organiza��o como local de trabalho e a seus trabalhadores n�o s�o asseguradas rela��es de trabalho compat�veis com suas necessidades pessoais e com as peculiaridades do trabalho a ser desenvolvido, de pouco adiantar� chegarmos a qualquer consenso em abstrato sobre a qualidade dos PCNs e das propostas que se disp�em a aprimor�-los. N�o � suficiente e nem � mais admiss�vel o registro sum�rio que se costuma fazer  nessas oportunidades sobre a indig�ncia salarial e a precariza��o geral das condi��es de trabalho no magist�rio p�blico. Feito o registro, parte-se para  an�lise das quest�es substantivas, j� que, embora importante, sal�rio n�o � tudo.� (destaques do autor)

� certo, ent�o, que as lutas pela melhoria das condi��es de trabalho e por melhor remunera��o, precisam ser incorporadas � luta maior e primeira, pela caracteriza��o da escola como local de trabalho. Considerar a escola p�blica como local de trabalho implica, tamb�m, em repensar sua forma de organiza��o. 

Segundo Silva J�nior (1995, p.21), �a escola p�blica � um local de trabalho que, por sua finalidade e por sua natureza peculiar, sup�e crit�rios especiais de organiza��o. Tais crit�rios devem ser estabelecidos a partir das caracter�sticas do trabalho que ali se desenvolve�. (destaques do autor)

Como n�o visa a produ��o de bens materiais, nem de mais-valia, o trabalho na escola n�o pode continuar sendo organizado de forma a manter o sistema hier�rquico entre os v�rios profissionais da escola, tampouco o exerc�cio do controle do trabalho alheio, t�picos das rela��es de trabalho do sistema capitalista.

Ao contr�rio, por ser um trabalho que visa a educa��o, o dom�nio do saber pelos alunos, deve encontrar sua forma peculiar de organiza��o, abolindo-se a hierarquiza��o e o controle do trabalho do outro, para que possam ser instaurados a solidariedade e o trabalho conjunto entre professores.

Consideramos que um primeiro passo � os professores se darem conta de toda esta din�mica que envolve a possibilidade de consolida��o de sua profiss�o docente. Mas como, e atrav�s de que caminhos?

O caminho promissor � o caminho da melhoria da forma��o inicial  e continuada. Por�m, sozinhos, os professores, devido a suas condi��es de trabalho e de forma��o, n�o t�m como dar in�cio a esse processo. � aqui que entra, cremos, a atua��o das Universidades.

Ao mesmo tempo que � dever do Estado, � tarefa da Universidade a forma��o continuada dos que atuam nas redes p�blicas de educa��o, pela oferta regular e sistem�tica de assessoria e cursos, pelo desenvolvimento de projetos especiais, reuni�es de equipe, entre outras (Co�lho, 1996).

Giovanni (1998), entre outros, prop�e a parceria colaborativa entre universidade e escolas de 1� e 2� graus, para que a forma��o continuada seja uma oportunidade de reconstru��o da identidade profissional e pessoal.

A Universidade deve, com urg�ncia, integrar-se com os educadores, investindo em reflex�es e pesquisa-a��o, aproveitando este momento hist�rico especial da cria��o dos Par�metros.

 

A transversalidade e a vertigem da dispers�o

Gostar�amos de abordar a transversalidade num paralelo com a quest�o da vertigem da dispers�o, delineada por Perrenoud (1997).

De acordo com o autor, a pr�tica pedag�gica caracteriza-se por numerosos momentos de dispers�o, nos quais o professor precisa realizar in�meras e pequenas atividades ao longo do seu dia de trabalho. Necessita distribuir o seu tempo entre variadas atividades de planejamento, organiza��o e execu��o do trabalho pedag�gico, com o estabelecimento de prioridade entre as v�rias tarefas e solicita��es dos alunos, pais e colegas de trabalho. Com isso, acaba por ter dificuldades em ater-se com mais delonga e dedica��o em tarefas relevantes.

�... o professor v�-se freq�entemente dividido entre os seus projetos de longo prazo e a prepara��o do dia seguinte; cada actividade ocup�-lo-ia horas a fio se quisesse fazer as coisas a s�rio, at� o fim, reflectindo o tempo necess�rio (...) O professor limita-se a ir ao essencial, com um sentimento de culpa, em numerosas actividades, por n�o ter podido fazer mais e melhor�. (Perrenoud, 1997, p.58)

�Alguns conseguem, sem d�vida, dentro do tempo de que disp�em, administrar, de forma clara, as prioridades, a come�ar pelas coisas mais importantes, s� investindo nas actividades secund�rias quando o essencial est� assegurado. Esta organiza��o racional, que evita ao m�ximo a dispers�o, n�o � certamente adoptada por todos os professores, em parte porque o desejo de fazer coisas n�o depende sempre da sua import�ncia ou urg�ncia objectiva. Um professor que, de repente, se lembra de um jogo ou de um modelo n�o vai esperar necessariamente antes de passar ao acto, mesmo que esta tarefa n�o seja priorit�ria. Uma certa desordem e dispers�o s�o, sem d�vida, insepar�veis do prazer e criatividade que existe [existem] no trabalho solit�rio do professor�. (Perrenoud, 1997, p.59-60 � destaques do autor)

Na profiss�o docente, uma certa dispers�o e  fragmenta��o s�o, sem d�vida, insepar�veis do prazer e criatividade que existe no trabalho inovador do professor. Segundo o autor, mesmo o professor rotineiro e/ou met�dico n�o escapam de um certo grau de dispers�o.

N�voa (1997), pautando-se em outros estudos, tamb�m chama aten��o para o perigo da infla��o de tarefas di�rias e da sobrecarga permanente de atividades, tornando-se fatores que contribuem para a proletariza��o do trabalho docente.

Dado o exposto, � interessante o seguinte questionamento: assumindo o compromisso com a transversalidade, n�o aumentaria ainda mais a vertigem da dispers�o?

Possivelmente sim, uma vez que o professor vai precisar despender parte de seu tempo para organizar formas de ensinar, por exemplo, educa��o ambiental ou pluralidade cultural dentro de uma aula de Geografia, ou de Hist�ria... Al�m disto, os conte�dos pr�prios da transversalidade s� ser�o cumpridos em sua totalidade se os v�rios professores de uma mesma escola reunirem-se para planejar, dividir tarefas e fazer  avalia��es e replanejamentos em conjunto.

Ent�o, para ser bem cumprida, a transversalidade exige sistematiza��o e deve implicar em maior n�mero de reuni�es ou contatos entre professores, o que pressup�e a, j� abordada, delimita��o da escola como local de trabalho.

Diz Perrenoud (1997, p.61) que

�todas as formas de concerta��o [reuni�o/parceria] entre professores, mesmo quando escolhidas livremente e vividas positivamente, aumentam a sensa��o de dispers�o e de frustra��o na utiliza��o do tempo. Al�m disso, a concerta��o leva o professor a sonhar e a esbo�ar mais projectos do que aqueles que poder�o, realmente, ser concretizados�. (destaques do autor)

Assim sendo, por um lado, temos o dado de que a transversalidade pode aumentar a  dispers�o e a fragmenta��o de atividades. Por outro lado, a dispers�o � um fator que pode dificultar a concretiza��o da transversalidade. � preciso refletir sobre: em que medida e de que forma poderia a pr�tica da transversalidade amenizar a vertigem da dispers�o?

Primeiramente, � preciso levar em considera��o uma hip�tese defendida pelo referido autor: �a de que a dispers�o n�o � apenas a conseq��ncia inelut�vel das condi��es de exerc�cio� da profiss�o docente e que, �� um fator de stress, mas tamb�m um fator de excita��o, logo de prazer�.(p.66)

�� ao envolver-se em �montes de coisas�, ao dispor, constantemente, de muitos projectos a p�r em pr�tica, que uma pessoa sente que vive plenamente. (...)  ... a dispers�o, bem como o stress e a excita��o  que a acompanham, s�o uma forma de escapar � rotina e ao aborrecimento.  As mesmas coisas feitas tranq�ilamente, de forma ordenada, despenderiam, sem d�vida, menos energia mas seriam, ao mesmo tempo, mais banais.� (Perrenoud, 1997, p.66)

Diante disto, � poss�vel crer que o ensino dos �temas transversais�, pelo fato de abranger temas sociais, pode ajudar a caracterizar, de uma nova forma, o processo de dispers�o. Permitindo, ao professor, ampliar os horizontes da sua �rea de conhecimento e envolver-se com projetos variados e/ou projetos  a longo prazo, pode lev�-lo a obter mais prazer no ensino e a retroalimentar o significado e o sentido que atribui ao seu trabalho. No exerc�cio da transversalidade, o professor pode sentir satisfa��o por ver que seu trabalho como educador tem mais chances de estar ligado � vida como um todo.

� sabido que  educadores das v�rias �reas t�m se preocupado, nas �ltimas d�cadas, com a forma��o integral do educando e n�o apenas com a transmiss�o dos conte�dos cient�ficos. Com a entrada dos �temas transversais�, o trabalho em torno da forma��o integral parece estar mais sistematizado e parece apresentar-se de forma concreta, clara e organizada.

Segundo os PCNs, a educa��o deve estar comprometida com a cidadania, trabalhando, junto aos alunos, os princ�pios: dignidade da pessoa, igualdade de direitos, participa��o e co-responsabilidade pela vida social. Por�m,

�... as �reas convencionais, classicamente ministradas pela escola, como L�ngua Portuguesa, Matem�tica, Ci�ncias, Hist�ria e Geografia, n�o s�o suficientes para alcan�ar este fim.

Dizer que n�o s�o suficientes n�o significa absolutamente afirmar que n�o s�o necess�rias. � preciso ressaltar a import�ncia do acesso ao conhecimento socialmente acumulado pela humanidade. Por�m, h� outros temas diretamente relacionados com o exerc�cio da cidadania, h� quest�es urgentes que devem necessariamente ser tratadas, como a viol�ncia, a sa�de, o uso de recursos naturais, os preconceitos, que n�o t�m sido diretamente contemplados por essas �reas. Esses temas devem ser tratados pela escola, ocupando o mesmo lugar de import�ncia.� (Brasil, 1997b, p.25 � destaques nossos)

� na conflu�ncia dos �temas transversais� que os professores podem chegar ao processo de redimensionamento do significado de seu trabalho e, a partir da�, promover mudan�as na pr�tica pedag�gica, pois, como aponta Basso (1998), o entendimento claro do significado e do sentido do trabalho docente s�o fundamentais para essas mudan�as.

Segundo nossa avalia��o, que tamb�m foi compartilhada por Mizukami (1998), os documentos dos PCNs est�o bem escritos e s�o de boa qualidade did�tica e cient�fica trazendo boa fundamenta��o te�rica para auxiliar o professor a repensar o  significado, a finalidade do ensino como um todo, em especial, dos �temas transversais�.

No entanto, quanto a repensar o sentido do ensino, pelo menos no que tange � Educa��o Sexual, reconhecemos que deixa a desejar, pois est� na depend�ncia das reflex�es que devem ser feitas em grupo, especialmente com a participa��o de profissionais das Universidades.

Para poder definir quais temas sociais que deveriam ser selecionados como transversais, a equipe respons�vel pela elabora��o dos PCNs estabeleceu que o tema teria que atender aos  crit�rios de urg�ncia social, abrang�ncia nacional, possibilidade de ensino e aprendizagem no ensino fundamental, favorecimento da compreens�o da realidade e da participa��o social.

A Educa��o Sexual p�de ser inclu�da, ent�o, por atender a todos os crit�rios acima. O fator mais decisivo para tal foi , sem d�vida, a urg�ncia social, o que � totalmente v�lido e fundamentado. Uma coisa fica clara: se n�o fossem os problemas que a viv�ncia da sexualidade traz para a sociedade, ela n�o estaria entrando agora no curr�culo escolar. Ter sido inclu�da por este crit�rio pode interferir no sentido, para o professor, do ensino das quest�es da sexualidade.

De acordo com Forquin (1993, p.9),

�... ningu�m pode ensinar verdadeiramente se n�o ensina alguma coisa que seja verdadeira ou v�lida a seus pr�prios olhos. Esta no��o de valor intr�nseco da coisa ensinada, t�o dif�cil de definir e de justificar quanto de refutar ou rejeitar, est� no pr�prio centro daquilo que constitui a especificidade da inten��o docente como projeto de comunica��o formadora.� (Grifo nosso)

N�o se questiona a import�ncia e necessidade urgente de um trabalho preventivo com rela��o a DSTs, gravidez precoce e indesejada e demais problemas ligados � uma viv�ncia n�o saud�vel da sexualidade. Por�m

 �... a preocupa��o da escola em fazer Educa��o Sexual porque h� necessidade de resolver e controlar os problemas (AIDS e gravidez), possivelmente torna o trabalho �rduo, pesado, angustiante e desvirtua as energias que poderiam ser redobradas se se falasse da sexualidade de uma forma alegre e descontra�da.

Embora se saiba que s�o as necessidades que, na pr�tica, t�m impulsionado o come�ar a falar sobre a sexualidade, � preciso assegurar que a for�a propulsora do trabalho seja o reconhecimento do direito.� (Figueir�, 1998, p.96-97)

A pr�pria sele��o do termo orienta��o sexual, nos PCNs, ao inv�s de educa��o, termo cujo uso defendemos, parece estar ligada muito mais a um trabalho diretivo e de �controle�, que a um trabalho formativo, conforme sugeriria o termo educa��o. [1]

�� preciso fazer com que os educadores sexuais entendam que a principal raz�o para desenvolv�-ela [a Educa��o Sexual] nas escolas � porque � um direito da crian�a e do adolescente conhecer sobre o seu corpo, sobre a sexualidade, com uma vis�o positiva dessas realidades e porque � necess�rio rever e transformar as formas de rela��o entre homem e mulher...�  (Simonetti, apud Figueir�, 1998, p.96)

Pensar a Educa��o Sexual como uma quest�o do direito do educando, tem a ver, ent�o, com a mobiliza��o da motiva��o do educador para este trabalho, com o sentido do mesmo.

Cremos que pode ser �til uma an�lise do documento de cada um dos �temas transversais�, a fim de identificar elementos que possam ser instigadores, para o professor, do sentido do ensino do tema, bem como do seu trabalho ou, ao contr�rio, identificar elementos que possam atuar como limitadores do encontro desse sentido.

� poss�vel concluir, ent�o, que um dos fatores que pode contribuir para a viabilidade dos �temas transversais� � o fortalecimento do sentido do mesmo para o professor. � necess�rio considerar, ainda, outros aspectos do sentido do trabalho docente, al�m do �valor intr�nseco da coisa ensinada�. Para isto, nos apoiaremos na an�lise feita por Basso (1998, p.28), que afirma que o motivo que incita o professor a realizar seu trabalho

�... n�o � totalmente subjetivo (interesse, voca��o, amor pelas crian�as etc.), mas relacionado � necessidade real instigadora da a��o do professor, captada por sua consci�ncia e ligada �s condi��es materiais ou objetivas em que a atividade se efetiva. Essas condi��es referem-se aos recursos f�sicos das escolas, aos materiais did�ticos, � organiza��o da escola em termos de planejamento, gest�o e possibilidades de trocas de experi�ncia, estudo coletivo, � dura��o da jornada de trabalho, ao tipo de contrato de trabalho, ao sal�rio etc. Quando essas condi��es objetivas de trabalho n�o permitem que o professor se realize como g�nero humano, aprimorando-se e desenvolvendo novas capacidades, conduzindo com autonomia suas a��es, criando necessidades de outro n�vel e possibilitando satisfaz�-las (...) este trabalho � realizado na situa��o de aliena��o�. (destaques nosso)

Assim, voltando ao ponto inicial de nossa discuss�o, defendemos que a  viabilidade dos �temas transversais�, como toda mudan�a na pr�tica pedag�gica, tem que estar comprometida com a transforma��o da escola enquanto local de trabalho, na busca pela delimita��o do local e da jornada de trabalho, assim como das demais condi��es objetivas para o exerc�cio da profiss�o.

Embora a transversalidade, teoricamente falando, possa ter efeitos positivos na quest�o da dispers�o, conforme analisado, creio que estamos muito mais diante da possibilidade de ela vir a acentuar os efeitos negativos da dispers�o. � preciso redobrar os cuidados, pois o perigo � real, enquanto n�o se conseguir consolidar a profiss�o docente.

Autonomia e constru��o do saber

Para iniciar o desenvolvimento desta tem�tica, � interessante o parecer de Machado (1998, p.95), emitido a respeito da possibilidade, ou n�o, da materializa��o da nova LDB.

�As diretrizes e bases da educa��o n�o t�m outra maneira de existir, de materializar-se, sen�o como parte integral da complexa realidade quotidiana da escola. Por essa raz�o, ao inv�s de discutir em que medida a escola se ajustar� ao texto legal, procuro destacar que o ordenamento interno das escolas, na busca da constru��o da cidadania em tempos de globaliza��o, depender� n�o s� das virtudes advindas do texto legal ou ser� impedido pelos seus v�cios, mas da reconstru��o de rela��es que entre si estabelecem professores, alunos e conhecimento.� (destaques nossos)

Acreditamos que essa vis�o sobre as condi��es para a materializa��o da nova Lei aplica-se, tamb�m, para a materializa��o dos PCNs e, em especial, dos �temas transversais�, aqui tratados.

A quest�o de reconstruir rela��es entre professores, j� foi abordada, na medida em que falamos sobre a necessidade de realizar mais debates, reflex�es, estudo em grupo, de poder dispor de mais tempo juntos, na mesma escola, para assegurar uma atua��o interdisciplinar.

Quanto a reconstruir a rela��o dos professores com os alunos e com o conhecimento, � um processo que requer uma nova postura do professor frente ao conhecimento sistematizado e proposto por diretrizes curriculares oficiais.

O professor precisa apropriar-se do saber de forma aut�noma e cr�tica, para que os alunos tamb�m possam aprender com eles a desenvolver semelhante atitude diante do conhecimento sistematizado. (Mazzeu, 1998)

Na medida em que o professor vai transmitir o conhecimento cient�fico, sistematizado, acaba por construir um saber escolar, ou seja, por produzir um novo conhecimento, ao procurar a melhor forma de fazer com que o aluno compreenda e o assimile. Embora hajam normas e diretrizes curriculares oficiais, no espa�o de sua sala de aula, o professor � o profissional que controla e executa o seu trabalho, o que confere uma caracter�stica singular � sua profiss�o.

Em sua atividade, o professor produz saberes e pr�ticas que, infelizmente, n�o s�o devidamente considerados, pois apenas conhecimento cient�fico tem status de conhecimento. Ali�s, nem o pr�prio professor se d� conta de que produz saberes. O professor, bem como os pesquisadores, precisam estar atentos para o saber presente no espa�o escolar, na pr�tica de sala aula, considerando a viv�ncia e o vivido.

V�rios s�o os pesquisadores que t�m voltado sua aten��o para esta quest�o, considerando o professor como algu�m que constr�i saber em seu trabalho cotidiano e cujo saber precisa ser aproveitado para a consolida��o da profiss�o docente. Entre eles, citam-se: Caldeira, (1995), Dias-da-Silva (1998), N�voa (1997) e Penin (1996).

Esse saber necessita de ser retroalimentado continuamente, conforme Caldeira (1995, p.7)

:

�O conte�do do saber cotidiano do professor pode diminuir quando se torna sup�rfluo, ou pode aumentar, mediante a apropria��o de novos saberes. Nesse �ltimo caso, duas s�o as fontes: as novas experi�ncias sociais e pessoais e os conhecimentos produzidos pela ci�ncia, pela filosofia e pela arte�.

Quando se trata dos �temas transversais�, o conhecimento sistematizado que eles envolvem �, em grande parte, novo para a maioria dos professores. No documento do PCN que traz a apresenta��o dos �temas transversais�, o Minist�rio  de Educa��o e Desporto reconhece esse dado e afirma que:

�As escolas de forma��o inicial n�o incluem mat�rias voltadas para a forma��o pol�tica nem para o tratamento de quest�es sociais. Ao contr�rio, de acordo com as tend�ncias predominantes em cada �poca essa forma��o voltou-se para a concep��o de neutralidade do conhecimento e do trabalho educativo�. (Brasil, 1997b, p.52)

Por outro lado, o Minist�rio prop�e um desafio para que os professores n�o esperem estar �prontos� ou �formados� (destaques do autor) para come�ar a aplicar a transversalidade.

� uma proposta interessante, desde que se considere que trabalhar os temas com os alunos n�o significa apenas tentar aplicar o conte�do apresentado em cada documento, mas que se proceda a um exerc�cio de estudo, aplica��o e reflex�o cr�tica, em conjunto com os demais professores, em duas concomitantes vertentes: a do conte�do sistematizado inerente ao �tema transversal� e a da experi�ncia, da pr�tica cotidiana, da constru��o do saber advindos dos esfor�os de aplica��o dos conte�dos, pelo professor.

A id�ia de pesquisa-a��o da qual fala Giovanni (1998) e Costa (1995), entre outros, vem refor�ar essa id�ia.

�A pesquisa-a��o tem se apresentado como um movimento que tem contribu�do para que os docentes se voltem para o estudo de sua pr�pria atividade e, interpretando os fen�menos de sua pr�tica desde o interior do mundo escolar, se transformem, eles pr�prios em alimentadores de sua profiss�o. � uma alternativa para o fortalecimento da profiss�o e que pode ser entendida como estrat�gia para resistir � perda do controle.� (Ozga e Lawn, apud Costa, 1995, p.151).

Estudar sua pr�pria pr�tica pedag�gica levar� ao fortalecimento do saber que � constru�do por ele nessa pr�tica.

Na mesma linha de racioc�nio, nos deparamos com a preocupa��o, t�o bem explicitada por Sch�n (1997), em formar professores como profissionais reflexivos, tanto na forma��o inicial, quanto na continuada. E ser reflexivo, pensando a pr�pria pr�tica pedag�gica, implica em tentar entend�-la no contexto educacional e pol�tico no qual se insere.

Assim, � preciso que o professor tenha consci�ncia do discurso neoliberal que � a base de nossa pol�tica educacional brasileira, tal qual  � apontado por v�rios estudiosos, entre eles, Bueno (1996), Marrach (1996) e Gentili (1995).

�Para a educa��o, o discurso neoliberal parece propor um tecnicismo reformado. Os problemas sociais, econ�micos, pol�ticos e culturais da educa��o se convertem em problemas administrativos, t�cnicos, de reengenharia. A escola ideal deve ter uma gest�o eficiente para competir no mercado. O aluno se transforma em consumidor do ensino, e o professor, em funcion�rio treinado e competente para preparar seus alunos para o mercado de trabalho e para fazer pesquisas pr�ticas e utilit�rias a curto prazo.� (Marrach, 1996, p.54-55)

Desta forma, � dif�cil conseguir �xito nos esfor�os para desenvolver, no educando, a cidadania, como previsto nos PCNs, pois no neoliberalismo, um dos objetivos centrais � a prepara��o para o trabalho, sendo a aquisi��o do conhecimento a base para a competitividade no mercado de trabalho.

O professor precisa tomar consci�ncia, tamb�m, do fato de que, conforme aponta Bueno (1996), entre outros, as pol�ticas brasileiras atuais, para a educa��o b�sica, e aqui se encaixam os PCNs, t�m como matriz o Plano Decenal de Educa��o para Todos que, por sua vez, est� inserido em movimentos reformistas internacionais, que t�m liga��o com o Banco Mundial.

Com o movimento reformista, o Estado controla a forma��o e o trabalho docente. As formas de regula��o social advindas das reformas s�o testes de rendimento escolar e avalia��o da qualidade da escola. Os professores precisam lutar unidos para obterem o controle p�blico e democr�tico sobre a escola e a forma��o docente e a sa�da � a constru��o de comunidades profissionais. (Davini, 1997).

Esta sa�da tem a ver com as alternativas pontuadas neste texto, para a viabilidade dos �temas transversais�, tais como: debate e reflex�es em grupo, cr�tica ao conhecimento sistematizado e constru��o do saber cotidiano do professor.

Apesar de sugerir o controle p�blico e democr�tico sobre a escola, Davini (1997, p.149) defende a id�ia de centraliza��o das diretrizes da Educa��o, o que acreditamos ser procedente. Segundo a autora,

�a an�lise das estrat�gias de reforma n�o significa censurar per se as linhas de centraliza��o pol�tico-administrativa ou a normatiza��o de saberes curriculares.

� certo que a descentraliza��o das decis�es facilita e promove mais participa��o de comunidades locais, dos professores e diretores de escolas. Entretanto, h� poucos ind�cios de que a descentraliza��o possa melhorar a educa��o�.

Finalizando, pode-se dizer que a viabiliza��o dos �temas transversais� � um processo dif�cil, longo, por�m vi�vel, que requer uma constru��o em coletividade. Os resultados de sua aplica��o podem ser bastante promissores, por se tratarem de temas que, ao serem desenvolvidos junto aos alunos os alunos, podem levar os professores a �se trabalharem�, ou seja, a se aprimorarem  como cidad�os. Em especial os temas de pluralidade cultural  e  orienta��o sexual s�o muito �teis para ajudar professores e alunos a entenderem o processo de constru��o hist�rico-social dos valores da sociedade, sejam eles culturais, morais e religiosos, entre outros, para poderem participar do processo de transforma��o social.

Notas

* Psic�loga e Docente do Depto de Psicologia Social e Institucional da Universidade Estadual de Londrina. Especialista em Educa��o Sexual pela SBRASH � Soc. Bras. de Sexualidade Hum. / SP. Mestre em Psicologia Escolar pela USP / SP. Doutoranda em Educa��o pela UNESP de Mar�lia / SP. End: Rua Papa Jo�o XXIII, n� 82. - CEP: 86.182 060    Camb�   Pr. - E.mail: 

[1] Para um aprofundamento da problem�tica das terminologias adotadas em Educa��o Sexual, ver: Figueir�, 1996.

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Os temas transversais se configuram como uma imposição de conteúdos a serem ministrados nas escolas

O que são temas transversais na educação?

De acordo com o MEC, “os temas transversais na educação estão voltados para a compreensão e para a construção da realidade social, dos direitos e responsabilidades relacionados com a vida pessoal e coletiva, e com a afirmação do princípio da participação política.

Qual a importância de se trabalhar com os temas transversais na escola?

O papel da escola ao trabalhar Temas transversais é facilitar, fomentar e integrar as ações de modo contextualizado, através da interdisciplinaridade e transversalidade, buscando não fragmentar em blocos rígidos os conhecimentos, para que a Educação realmente constitua o meio de transformação social.

O que é uma disciplina transversal?

Para quem não conhece, de forma simplíssima, temas transversais são temáticas sobre valores sociais, que devem permear livros educativos, para uso dos professores em sala de aula.

Quais são os temas transversais dos Parâmetros Curriculares Nacionais?

O conjunto de temas transversais inclui ética, pluralidade cultural, meio ambiente, saúde e orientação sexual. Desses, pelo menos os últimos três relacionam-se mais facilmente com a área de ciências e têm sido por ela abordados ao longo dos anos, segun- do organizações e ênfases diversas.