O romancista intuiu admiravelmente a condição sub-humana do caboclo sertanejo

O romancista intuiu admiravelmente a condição sub-humana do caboclo sertanejo

1. (EU-BA) - “O romancista intuiu admiravelmente a condição sub-humana do caboclo sertanejo, com a sua consciência embotada, a sua inteligência retardada, as suas reações devidas a reflexos condicionados por um sofrimento secular. Desta maneira, ao investigar o sentido de um destino coletivo, ele nos dá realmente a medida do homem telúrico, no seu estado primário, autômata e passivamente indiferente, nivelando-se com animais, árvores e objetos.”
O trecho acima trata do escritor ….., mais especificamente de seu romance ….. cujo protagonista é …..

  1. Graciliano Ramos - São Bernardo – Fabiano
  2. José Lins do Rego - menino de Engenho – Paulo Honório
  3. Graciliano Ramos - Vidas Secas – Fabiano
  4. Jorge Amado - Jubiabá – Paulo Honório
  5. José Lins do Rego - Fogo Morto – Bentinho

2. (UC-MG) Graciliano Ramos é autor que, no Modernismo, faz parte da:

  1. fase destruidora, que procura romper com o passado.
  2. segunda fase, em que se destaca a ficção regionalista.
  3. fase irreverente, que busca motivos no primitivismo.
  4. geração de 45, que procura estabelecer uma ordem no caos anterior.
  5. década de 60, que transcendentaliza o regionalismo.

3. (EU-Maringá)

“A cachorra espiou o dono desconfiada, enroscou-se no tronco e foi-se desviando até ficar no outro lado da árvore, agachada e arisca, mostrando apenas as pupilas negras. Aborrecido com esta manobra, Fabiano saltou a janela, esgueirou-se ao longo da cerca do curral, deteve-se no mourão do canto e levou de novo a arma ao rosto…”

O excerto acima apresenta uma cena da obra:

  1. Angústia
  2. Vidas Secas
  3. Doidinho
  4. Dom Casmurro
  5. Menino do Engenho

 

4. (PUCCAMP) O isolamento social e cultura de uma família de retirantes nordestinos e a tragédia do ciúme, provocada por um incontrolável sentimento de posse, são os temas centrais de dois grandes romances de Graciliano Ramos, respectivamente:

  1. Vidas Secas e São Bernardo
  2. São Bernardo e Vidas Secas
  3. Caetés e Angústia
  4. Angústia e Caetés
  5. São Bernardo e Angústia

5. (UNIFOR-CE)“É perfeita a adequação da técnica literária à realidade expressa. Fabiano, sua mulher, seus filhos rodam num âmbito exíguo, sem saída nem variedade. Daí a construção por fragmentos, quadros quase destacados, onde os fatos se arranjam sem se integrarem, sugerindo um mundo que não se compreende, e se capta apenas por manifestações isoladas.”

O texto acima analisa a relação entre a estrutura narrativa e o tema tratado em:

  1. Vidas secas, Graciliano Ramos.
  2. Sagarana, Guimarães Rosa.
  3. Laços de família, Clarice Lispector.
  4. Menino de engenho, José Lins do Rego.
  5. A vida real, Fernando Sabino.

6. (FATEC)

“Diadorim me pôs o rastro dele para sempre em todas essas quisquilhas da natureza. Sei como sei. Som com os sapos sorumbavam.

Diadorim, duro sério, tão bonito, no relume das brasas. Quase que a gente não abria boca; mas era um delém que me tirava para ele – o irremediável extenso da vida.”

Assinale a alternativa que apresente, respectivamente: narrador-personagem, obra e autor do texto acima.

  1. Macunaíma – Macunaíma – Mário de Andrade;
  2. Macabea – A Hora da Estrela – Clarice Lispector;
  3. Sofia – Quincas Borba – Machado de Assis.
  4. Riobaldo – Grande Sertão: Veredas – Guimarães Rosa.
  5. Iracema – Iracema – José de Alencar.

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7. (FUVEST) Em determinada época, o romance “procurou (…) enraizar fortemente as suas histórias e os seus personagens em espaços e tempos bem circunscritos extraindo de situações culturais típicas a sua visão do Brasil.” (Alfredo Bosi).

Esta afirmação aplica-se a

  1. Vidas Secas e Fogo Morto.
  2. Macunaíma e A Hora da estrela.
  3. A Hora da estrela e Serafim Ponte Grande.
  4. Fogo Morto e Serafim Ponte Grande.
  5. Vidas Secas e Macunaíma.

 

8. (PUCCAMP) A leitura de romances como Vidas Secas, São Bernardo ou Angústia permite afirmar sobre Graciliano Ramos que

  1. sua grande capacidade fabuladora e o tom lírico de sua linguagem servem a uma obra dominada pelo impulso, em que se mesclam romantismo e realismo, poesia e documento.
  2. sua obra transcreve as limitações do regional ao evoluir para uma perspectiva universal, ao mesmo tempo que sua expressão parte para o experimentalismo e para as invenções vocabulares inovadoras.
  3. sua obra, preocupada em fixar os costumes e as falas locais do meio rural e da cidade, é um registro fiel da realidade nordestina, quase um documentário transfigurado em ficção.
  4. sua obra, toda condicionada pela realidade humana e social de uma árida região de coronéis e cangaceiros, apresenta uma narrativa linear, mas de linguagem exuberante, própria dos grandes contadores de histórias.
  5. tanto o enfoque trágico do destino do homem ligado às raízes regionais quanto a análise dos conflitos existenciais do homem urbano conferem uma dimensão universal à sua obra.

9. (FUVEST) Assinale a alternativa em que ambos os romances têm como ambiente o sertão brasileiro:

  1. O Sertanejo – Amar, Verbo Intransitivo.
  2. Memórias Póstumas de Brás Cubas – Pelo Sertão.
  3. O Ateneu – Chapadão do Bugre.
  4. Inocência – Vidas Secas.
  5. Cangaceiros – Memorial de Aires.

(FUVEST) Texto para as questões de 10 a 13:

“Vivia longe dos homens, só se dava bem com animais. Os seus pés duros quebravam espinhos e não sentiam a quentura da terra. Montado, confundia-se com o cavalo, guardava-se a ele. E falava uma linguagem cantada, monossilábica e gutural, que o companheiro entendia. A pé, não se agüentava bem. Pendia para um lado, para o outro lado, cambaio, torto e feio. Às vezes utilizava nas relações com as pessoas a mesma língua com que se dirigia aos brutos – exclamações, onomatopéias. Na verdade falava pouco. Admirava as palavras compridas e difíceis da gente da cidade, tentava reproduzir algumas, em vão, mas sabia que elas eram inúteis e talvez perigosas.”

(Graciliano Ramos, Vidas Secas)

10. (FUVEST) O texto, no seu conjunto, enfatiza:

  1. a pobreza física de Fabiano.
  2. a falta de escolaridade de Fabiano
  3. a identificação de Fabiano com o mundo animal.
  4. a miséria moral de Fabiano.
  5. a brutalidade e grosseria de Fabiano.

11. (FUVEST) No texto, a referência aos pés:

  1. destoa completamente da frase seguinte.
  2. justifica-se como preparação para o fato de que (Fabiano) “a pé, não se aguentava bem”.
  3. acentua a rudeza da personagem, a nível físico.
  4. constitui um jogo de contrastes entre o mundo cultural e o mundo físico da personagem.
  5. serve para demonstrar a capacidade de ação da personagem, através da metáfora “quebrar espinhos.”

12. (FUVEST) A tentativa de reproduzir algumas palavras difíceis pode entender-se como:

  1. respeito à cultura literária e à alfabetização.
  2. busca da expressão de idéias.
  3. dificuldade de expressão dos valores de seu mundo cultural.
  4. consciência do valor da palavra como meio de comunicação.
  5. atração por formas alheias a seu universo cultural.

13. (FUVEST) Pode-se dizer que, na linguagem da personagem, as exclamações e onomatopéias funcionam como:

  1. conteúdo.
  2. código.
  3. causa.
  4. vocabulário.
  5. ênfase.

14 . (FUVEST – 2017)

Se pudesse mudar-se, gritaria bem alto que o roubavam. Aparentemente resignado, sentia um ódio imenso a qualquer coisa que era ao mesmo tempo a campina seca, o patrão, os soldados e os agentes da prefeitura. Tudo na verdade era contra ele. Estava acostumado, tinha a casca muito grossa, mas às vezes se arreliava. Não havia paciência que suportasse tanta coisa.

РUm dia um homem faz besteira e se desgra̤a.

Graciliano Ramos, Vidas secas.

Tendo em vista as causas que a provocam, a revolta que vem à consciência de Fabiano, apresentada no texto como ainda contida e genérica, encontrará foco e uma expressão coletiva militante e organizada, em época posterior à publicação de Vidas secas, no movimento

a) carismático de Juazeiro do Norte, orientado pelo Padre Cícero Romão Batista.

b) das Ligas Camponesas, sob a liderança de Francisco Julião.

c) do Cangaço, quando chefiado por Virgulino Ferreira da Silva (Lampião).

d) messiânico de Canudos, conduzido por Antônio Conselheiro.

e) da Coluna Prestes, encabeçado por Luís Carlos Prestes.