O que significa a sigla das Lojas Cem?

          A rede de Lojas Cem nasceu como uma bicicletaria, aberta por Remígio Dalla Vecchia em 1952, na cidade de Salto, interior de São Paulo. O Cem, que dá nome à rede, é a sigla de Central de Eletrodomésticos e Móveis.
          Poucos anos mais tarde, seus filhos Giácomo e Natale entraram na empresa e resolveram fazer a bicicletaria crescer: começaram a vender eletrodomésticos e móveis, abrindo a freguesia com vendas a crédito. Natale explica que foi bastante doloroso para o pai essa mudança de perfil, pois era apaixonado pela loja de bicicletas, mas para os filhos, ou faziam o redirecionamento dos negócios da família, ou teriam que ir para a capital.
          Na verdade, os meninos Dalla Vecchia não ampliaram apenas os negócios. Eles acabaram transformando os moradores de Salto em investidores da loja, num tempo em que a bolsa de valores era apenas um sonho distante. Para capitalizar a empresa e fazê-la crescer, os Dalla Vecchia tomavam dinheiro emprestado dos saltenses e pagavam 2% ao mês, numa época em que o rendimento dos bancos não passava de 3% ao ano. Em pouco tempo, a bicicletaria passou a oferecer toda a linha branca e, em 1967, a empresa abriu sua primeira loja própria, nos moldes das atuais. Natale, nascido em 1937 e Giácomo, nascido em 1939 comandavam a empresa. Eles dividiam a operação com o terceiro irmão, Cícero, 14 anos mais novo que Giácomo e com o cunhado Roberto Benito, casado com a irmã Eda.
          Em julho de 1993 a rede já tinha 46 lojas e estava em ritmo efervescente de abertura de novas unidades. Detalhe: todas montadas em pontos-de-venda próprios. "O segredo é fazer apenas o que a caixa registradora permite. Não fazemos dívidas", diz Valdemir Colleone, então supervisor-geral da rede.
          O coração da rede é um depósito gigantesco, de 41.000 metros quadrados, chamado de Central de Eletrodomésticos e Móveis, erguido logo na entrada de Salto. Construído para centralizar a distribuição das mercadorias na época em que a rede tinha apenas 80 lojas, de lá eram despachados uma média de dez caminhões carregados de eletrodomésticos e móveis a cada hora. As mercadorias saíam dali diretamente para a casa dos milhões de clientes espalhados por cidades do interior de São Paulo, do Rio de Janeiro, de Minas Gerais e do Paraná. A região tem uma excelente malha rodoviária tanto para o interior de São Paulo quanto para as cidades mineiras, paranaenses e fluminenses.
          Todas as lojas ficam a, no máximo, 600 quilômetros do depósito. Com isso, a empresa não tem dinheiro empatado em estoques desnecessários. As mercadorias expostas nas lojas são apenas mostruário. O problema é que a empresa continuou crescendo e o depósito ficou pequeno quando o número de lojas alcançou aproximadamente 105, em meados de 2001 (em 2018, são 266 lojas). A empresa gastou mais de 30 milhões de reais na aquisição de uma fazenda para a construção de um novo depósito, que passou a ter 120.000 metros quadrados.
          A Lojas Cem não vende nada pela internet. E, no que depender de seus donos, a empresa vai continuar ‘offline’ – ao contrário das concorrentes Via Varejo e Magazine Luiza que têm aumentado a aposta no e-commerce.
          Não é de hoje que a varejista, rema contra a maré. Por volta de 1998, quando concorrentes venderam as carteiras de créditos para os bancos com a intenção de ganhar fôlego financeiro, a varejista contrariou o mercado. Até hoje, banca a venda a prazo com os próprios recursos.
          “Sempre nos questionam por que não vendemos pela internet”, conta o sócio-diretor Natale. Ele começa a costurar seu argumento dizendo que os concorrentes falam como se o comércio online respondesse por 80% das vendas de móveis e eletrodomésticos. “Na verdade, representa 2,7% desse mercado. É pouquíssimo”, acrescenta o irmão mais novo, Cícero, sócio-diretor, que responde pelas áreas fiscal e financeira.
          Além da pequena representatividade das vendas online no setor, Cícero aponta dois outros obstáculos que desestimulam a empresa a investir na internet. Um deles é a tributação diferente para cada Estado. “Quem vende nacionalmente pela internet tem de acompanhar a legislação de todos os Estados”, diz ele. Hoje com 266 lojas espalhadas entre São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná, a rede tem 70 funcionários só para cuidar de questões tributárias. Esse já é um dos maiores departamentos da companhia.
          Outra barreira à internet é a logística. A empresa só tem lojas num raio de até 600 quilômetros do centro de distribuição de 120 mil m², em Salto. A partir de 2019, a família iniciará um plano de expansão para dobrar o tamanho do centro de distribuição.
          Mas a principal razão para a varejista não ingressar na internet é o perfil da sua freguesia. “O consumidor da internet é classe A, mais exigente, chorão, pechincheiro”, diz Natale. Já o público predominante das Lojas Cem é de classe B e C, que frequenta lojas de rua, gosta de tocar e ver a mercadoria e conversar com vendedor. Aliás, todas as lojas da rede são de rua e só três ocupam prédios alugados. “Acreditamos na loja de rua e em prédios próprios”, diz Natale.
          Quem dita as regras na empresa é a família Dalla Vecchia, que não quer negociar ações na Bolsa de valores, com uma abertura de capital. São três irmãos, filhos do fundador Remígio Dalla Vecchia, e um cunhado que tocam a empresa. “Não temos CEO (Chief Executive Officer, na sigla em inglês, a pessoa de maior autoridade na empresa)”, afirma Natale. Ele conta que as decisões são tomadas pelo colegiado de sócios e que raras vezes há divergências. Alguns princípios são inegociáveis: “Compramos as mercadorias em prazo curto, não mandamos a carteira de crédito para financeiras, não distribuímos lucro, não abrimos lojas em shoppings”, lembra Natale.
          Terceira maior varejista de eletrodomésticos e móveis do País, com vendas anuais de R$ 5,3 bilhões, tem 11.300 funcionários, quase todos formados na companhia, espalhados em 266 lojas, considerando dados de 2018.
(Fonte: revista Exame - 04.08.1993 / revista Forbes Brasil - 15.08.2001 / IstoÉDinheiro-jornal O Estado de S. Paulo - 26.12.2018 - partes) 

O que significa o nome da loja Cem?

A sigla CEM – Centro dos Eletrodomésticos e Móveis – foi escolhida em 1976 por meio de um grande concurso que movimentou a região. A partir daí, as Lojas CEM não pararam mais de crescer.

Qual é o slogan da loja Cem?

Slogan: Ainda bem que tem Lojas Cem. Atualmente, a rede varejista, sétima maior do país, conta com mais de 220 lojas espalhadas pelos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná, empregando mais de 10.000 pessoas.

Quantas Lojas CEM tem no Brasil 2022?

Hoje as Lojas CEM oferecem mais de quatro mil itens em móveis, eletrodomésticos, celulares, informática e utilidades, disponíveis nas 297 filiais da rede. São 231 lojas em São Paulo, 24 em Minas Gerais, 24 no Rio de Janeiro e 18 no Paraná.

Quantas unidades têm as Lojas CEM?

Rapidamente, a empresa tornou-se referência no mercado de varejo. Hoje as Lojas CEM oferecem mais de 4 mil itens em móveis, eletrodomésticos, celulares, informática e utilidades, disponíveis nas 296 filiais da rede. São 230 lojas no Estado de São Paulo, 24 em Minas Gerais, 24 no Rio de Janeiro e 18 no Paraná.