O que pode causar os impactos sobre os domínios morfoclimáticos brasileiros?

O professor Aziz Nacib Ab’Sáber, renomado geógrafo brasileiro, realizou várias pesquisas sobre as condições naturais do território brasileiro, entre elas, as interações que o clima, o relevo e a vegetação de um ecossistema mantêm entre si.
Ele considerou a importância do clima e do relevo na definição das paisagens naturais do território brasileiro, levando em conta que as formações vegetais são o “retrato” das combinações e interações dos elementos naturais. Com base nessas pesquisas, Ab’Sáber regionalizou o território brasileiro em domínios (refere-se à extensão de terras) que apresentam características semelhantes de relevo, clima e vegetação. Esses domínios receberam a denominação de domínios morfoclimáticos (do grego – morphe, forma e climático, clima).
Os domínios morfoclimáticos do Brasil são classificados em:
• Domínios florestados – formados por florestas naturais: o Domínio Amazônico, o Domínio dos Mares de Morros Florestados (Mata Atlântica) e o Domínio das Araucárias;
• Domínio das formações vegetais naturais herbáceas e arbustivas – Domínio dos Cerrados, Domínio da Caatinga e Domínio das Pradarias (Campos);
• Faixas de transição – corresponde às áreas de passagem de um domínio morfoclimático para outro. Nessas áreas, as características de um domínio se confundem com as de outro. Por exemplo, entre o Domínio do cerrado e o Domínio da Amazônia, misturam-se elementos tanto de um quanto de outro.
Os Domínios morfoclimáticos, sofrem impactos ambientais – esses impactos devem ser entendidos como o resultado de ações que modificam o ambiente, podendo produzir danos, muitas vezes irreversíveis.
Ao longo da história, a ocupação humana dos domínios morfoclimáticos brasileiro provocou impactos ambientais de diversos tipos.
No Domínio Amazônico – o avanço dos projetos agropecuários causa desmatamento e queimadas, com graves consequências para a flora e a fauna, além de erosão do solo e assoreamento de rios, expulsão dos indígenas de suas terras e as inundações de vastas áreas de florestas, vilas e cidades, causadas pela construção de usinas hidrelétricas.
No Domínio de Cerrado – a garimpagem de pedras preciosas e ouro é responsável por desbarrancamento de margens de rios, assoreamento e contaminação da água por mercúrio, produto utilizado no garimpo, e por óleo diesel, usado em geradores e barcos. Além disso o avanço, o avanço da agropecuária provoca impactos semelhantes ao Domínio Amazônico.
No Domínio da Caatinga – o desmatamento realizado por grupos econômicos e a exploração de lenha para uso doméstico e produção de carvão têm causado a perda de biodiversidade, a erosão do solo e sua desertificação. Além disso a irrigação inadequada tem provocado a salinização do solo.
Na faixa de transição – caso do Pantanal, a garimpagem tem gerado impactos a contaminação da água, a pecuária extensiva provoca desequilíbrio a competir com a fauna nativa e a pesca predatória coloca em risco algumas espécies.
No Domínio das Pradarias – o elevado número de cabeças de gado por hectare, tem provocado a compactação do solo dificultando a regeneração das gramíneas, causando erosão e arenização.
No Domínio de Araucárias – esse domínio sofre a ação predatória de cortes ilegais de árvores, que ameaça a fauna que restou, além de provocar a erosão do solo e das vertentes e o consequente assoreamento dos rios.
No Domínio dos Mares de Morros - esse domínio encontra-se ameaçado de vido a grande concentração populacional e expansão urbana e industrial, inclusive da faixa litorânea, o que acarreta a contaminação do solo e dos rios por resíduos domésticos e industriais, a poluição do ar etc.
Os impactos sobre os Domínios morfoclimáticos brasileiros podem causar a extinção de diversas espécies de animais e plantas.

O domínio morfoclimático da Amazônia, segundo a classificação dos domínios brasileiros elaborada por Aziz Ab'Saber, abrange o conjunto de características topográficas, pedológicas, climáticas, florestais e hidrológicas da área ocupada pelo bioma amazônico. É reconhecido como o maior dos domínios morfoclimáticos do Brasil, com cerca de cinco milhões de km², e recebe a nomenclatura de terras baixas florestadas equatoriais.

Relevo

O domínio amazônico apresenta formas de relevo predominantemente marcadas por depressões, todas elas relativas, ou seja, consideradas não em relação ao nível do mar, mas em comparação com o relevo circundante, havendo baixos planaltos e planícies fluviais da Bacia Amazônica. Nas áreas mais ao sul de sua área e também mais ao norte são encontrados dois conjuntos de planaltos, o das Guianas e o Central, respectivamente.

O termo “terras baixas” para designar esse domínio morfoclimático faz referência justamente às baixas altitudes e à predominância das depressões, onde a deposição de sedimentos supera o desgaste de suas formas. Nas áreas planálticas, predomina a estrutura geológica dos escudos cristalinos, que apresentam uma elevada riqueza mineral, com exceção dos baixos planaltos, que se formam a partir de bacias sedimentares.

Clima

O clima do domínio amazônico é do tipo equatorial e apresenta médias térmicas anuais que variam de 24ºC a 27ºC. Trata-se de uma composição climática quente e úmida que possui um regime regular e intenso de chuvas o ano todo. Os principais fatores responsáveis por essa configuração são as baixas latitudes, a atuação de algumas massas de ar e a presença de vegetação, responsável pela geração de umidade.

Por causa do ambiente mais úmido produzido pela evapotranspiração da floresta, a amplitude térmica (variação entre a maior e a menor temperatura) é muito reduzida. Por outro lado, o regime de chuvas chega a uma média anual que vai de 1500mm até os 2500mm, havendo alguns pouquíssimos períodos de estiagem. As chuvas predominantes são as de convecção, em virtude da umidade gerada que ascende à atmosfera com o ar quente, onde ocorrem a condensação e a precipitação.

Solos

Os solos da Amazônia são considerados de baixa fertilidade, de forma que a floresta mantém-se em razão do clímax do ecossistema. Existe certo mito de que esse domínio é predominantemente formado por solos arenosos, mas eles compõem apenas 7% do total de sua área. A maior parte dos solos da Amazônia é composta por latossolos e argissolos.

Apesar da baixa produtividade, existem algumas áreas com terrenos muito férteis, como os solos de várzea, que são eventualmente inundados pelos rios, e um solo orgânico bastante produtivo chamado de terra preta.

Hidrografia

Uma das principais riquezas da região amazônica é a sua hidrografia, marcada pelo grande volume de água, que se distribui pelos rios e também pelo aquífero Alter do Chão, situado em áreas de três estados da região Norte e, segundo pesquisas recentes, contando com um volume de água surpreendentemente maior do que o do aquífero Guarani.

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O principal rio da Bacia Amazônica é o Rio Amazonas, que recebe um grande volume de água não só da área terrena da bacia em questão, mas também de uma grande quantidade de afluentes. Entre esses rios, destacam-se o rio Negro, o Trombetas, o Japurá, o Madeira, o Xingu e outros.

A Bacia Amazônica, em conjunto com a Bacia do Tocantins-Araguaia, forma o mais complexo sistema de água doce do mundo, com uma acentuada riqueza hídrica que abrange dois grandes biomas. Os rios dessa região são de excelente navegabilidade e abrigam também usinas hidroelétricas, com destaque para a de Tucuruí, no rio Tocantins, a de Belo Monte (em construção), no rio Xingu, e a de Santo Antônio e Jirau, no rio Madeira.

Vegetação

A floresta amazônica é cientificamente chamada de floresta latifoliada equatorial por se encontrar em uma área de baixas latitudes (equatorial) e por apresentar grupos vegetais com folhas largas e grandes (latifoliada). Ela é composta por uma vegetação heterogênea – com grande diversidade –, densa e perene, ou seja, que não perde suas folhas ao longo do ano em nenhuma estação. Além disso, a vegetação da amazônia é do tipo hidrófila, ou seja, adaptada à abundante presença de água.

As fitofisionomias da floresta amazônica apresentam, ainda, variações que podem ser agrupadas conforme os níveis de proximidade em relação aos cursos d'água. Existem, assim, três tipos principais: as matas de igapó, as matas de várzea e as matas de terra firme.

a) matas de igapó: encontram-se em regiões de rios de planície e em áreas inundadas de forma permanente, com solos alagados. Os principais tipos são a vitória-régia, o açaí, o cururu e outros.

b) matas de várzea: são as que se localizam nas proximidades de rios e ocupam áreas que são eventualmente alagadas. Os exemplos principais são o cacaueiro, a copaíba e a seringueira.

c) matas de terra firme: como o nome sugere, são as árvores que ocupam áreas onde não há inundações fluviais, apresentando um tamanho maior do que as demais e uma maior variabilidade. Destaque para o guaraná, a castanheira e o mogno.

A grande questão atual da floresta amazônica – e, por extensão, do domínio morfoclimático da Amazônia – faz-se com relação à ocupação humana em suas áreas. Atividades agropecuárias extensivas e a mineração ameaçam boa parte de sua formação, colocando em risco a existência da própria floresta, que hoje conta com 83% de sua área original.

Quais são os impactos sobre os domínios morfoclimáticos no Brasil?

Impactos ambientais sobre os domínios morfoclimáticos do Brasil. Identifica-se problemas ambientais em todos os domínios morfoclimáticos brasileiros, em maior ou menor grau. A grande maioria deles associada ao desmatamento e ao processo de queimadas, ambos com motivações de cunho econômico.

Quais são as principais ameaças dos domínios morfoclimáticos?

Atualmente, o desmatamento é a grande preocupação em relação a esse domínio, que vem sendo destruído por várias atividades econômicas, entre elas: crescimento da atividade agrícola, principalmente pelo cultivo de soja, aumento do número de pastagens, implantação de projetos de mineração e a realização de atividade ...

Quais os impactos causados pela ação do homem nos domínios morfoclimáticos?

Consequentemente, ações como desflorestamento, poluição de mares e rios com esgoto industrial e agrotóxicos, empobrecimento dos solos, poluição atmosférica têm provocado uma intensa degradação do meio ambiente.