O que mais te chamou a atenção no poema dramático de João Cabral de Melo Neto?

João Cabral de Melo Neto (1920-1999), poeta nascido em Pernambuco, é um dos pilares da poesia moderna em língua portuguesa. Recorrentemente associado à "geração de 1945", a poesia de Cabral, afirma o próprio autor (Cf. Campos, 2010, p. 78-79), corresponde a tal linhagem de maneira meramente cronológica, já que o seu primeiro livro, "A pedra do sono", foi publicado no início da década 1940.

Cabral não desenvolveu uma poesia de fim idealista, de perseguição do sublime, como programava o grupo de 45, mas operou um recurso ao prosaico e a um princípio objetivo da construção poética. A poesia participante e engajada de Cabral, que adquiriu repercussão ampla na encenação de "Morte e vida severina", publicado em 1966, foi consubstanciada na sua linguagem de tensões imagéticas e paradoxais, de dialética entre a prosa e a poesia: Cabral configurou uma poesia "antilírica".

Vamos pensar a sua poesia com os ensaios de Haroldo de Campos, crítico, poeta e tradutor brasileiro, um dos fundadores da vanguarda do concretismo; e com o professor João Alexandre Barbosa da USP,  o seu ensaio que ilumina a nossa perspectiva de ensino da literatura. Boas leituras a todos!

João Cabral de Melo Neto é uma poeta das “coisas” concretas, utiliza palavras com linguagem de sentido concreto, ele valoriza a forma/estrutura de produzir poesia, a rima toante (rima das consoantes) e a métrica, se opondo a proposta da primeira geração de modernista com seus versos livres de linguagem coloquial. Tem na poesia um instrumento social de crítica, relatando em especial a vida dos nordestinos, porém com um caráter universal.

Ele usa o seu fazer literário como uma temática de suas obras, medita sobre seu próprio oficio. Como podemos observar no trecho do poema abaixo:

CATAR FEIJÃO

Catar feijão se limita com escrever:
joga-se os grãos na água do alguidar
e as palavras na folha de papel;
e depois, joga-se fora o que boiar.
Certo, toda palavra boiará no papel,
água congelada, por chumbo seu verbo:
pois para catar esse feijão, soprar nele,
e jogar fora o leve e oco, palha e eco.

Ele usa comparação em vez de metáfora, nesse poema compara o ato de escrever com a ação de catar feijão.

Professor, podemos afirmar que João Cabral de Melo Neto é um poeta “duro” que usar a palavra para dizer a “verdade” e descarta de suas obras o sentimentalismo?

Vânia,

Quando você utiliza a expressão "sentimentalismo", você está se referindo à temas amorosos ou a expressão de emoção dentro do poema? Lembro-te que mesmo tratando de temas "duros", é possível tratá-lo com emoção.

Sugiro que leias a obra prima de Cabral "Morte e vida Severina" e verás como um tema "duro" pode ser tratado com emoção, sentimento.

Até mais!

Boa noite Prof. Simone,

Li um pouco da obra "Morte e Vida Severina" e encantei-me com ela. Na verdade já a conhecia, recordo-me de ter lido-a na escola, no ensino fundamental.

Para quem não a conhece, segue um breve resumo da obra: Retrata a trajetória de Severino, que deixa o sertão nordestino em direção ao litoral em busca de melhores condições de vida. Severino encontra no caminho outros nordestinos que, como ele, passam pelas privações impostas ao sertão.

A aridez da terra e as injustiças contra o povo são percebidas em medidas nada sutis do autor. Assim, ele retrata o enterro de um homem assassinado a mando de latifundiários.

Assiste a muitas mortes e, de tanto vagar, termina por descobrir que é justamente ela, a morte, a maior empregadora do sertão. É a ela que devem os empregos, do médico ao coveiro, da rezadeira ao farmacêutico.

Nota, ao vagar pela Zona da Mata, onde há muito verde, que a morte a ninguém poupa. Retrata, contudo, que a persistência da vida é a única a maneira de vencer a morte.

No poema, Severino pensa em suicídio jogando-se do Rio Capibaribe, mas é contido pelo carpinteiro José, que fala do nascimento do filho.

A renovação da vida é uma indicação clara ao nascimento de Jesus, também filho de um carpinteiro e alvo das expectativas para remissão dos pecados.

Entre as muitas maneiras em que foi retratado, Morte e Vida Severina foi transformado em filme animação 3D pelo cartunista Miguel Falcão. O desenho do cartunista demonstra a aridez descrita no poema. Também traduz a poesia visual de João Cabral de Melo Neto de forma clara na voz compassada do retirante e seus demais personagens.

Segue link:

Desfrutem...

Fonte: //www.todamateria.com.br/morte-e-vida-severina/ 

Cabral traz em sua poética uma proposta mais objetiva, ele tinha a preocupação de trazer em seus poemas temas que tratam da realidade brasileira, mais especificamente do nordeste. Nesse sentido, percebemos a sua sensibilidade como poeta em escrever e despertar seu leitor a uma crítica social.

Profº André,

Você poderia explicar melhor sobre a "Geração de 45" e as suas principais características no que concerne aos poetas da época e de como elas apareciam em suas obras.

Grata.

Geração de 45 representou um grupo de literários brasileiros da terceira geração modernista que surgiu com a revista Orfeu em 1947, buscava criticar a sociedade, ao mesmo tempo em que se distanciava da arte acadêmica. 

Correto?

O poeta João Cabral, conforme suas próprias declarações, não era favorável à coisa mecânica em si, defendendo a valorização do significado natural das palavras e das coisas nas obras poéticas, talvez daí, surge seu interesse por retratar a vida do homem como ela é, utilizando linguagem sensorial com palavras concretas, sendo que estas para o autor, tem peso, matéria e sabor próprios, dando grande importância para o sentido conotativo das palavras.

Na obra "Morte e Vida Severina", João Cabral procurou retratar as contradições e dificuldades enfrentadas pelo homem do sertão nordestino e, em forma de poesia, denunciou e criticou as injustiças a que a população era submetida pelos grandes latifundiários. Poema, infelizmente, atual em muitos aspectos para a realidade enfrentada na contemporaneidade pela grande maioria da população do nordeste.

Em 1945, a segunda guerra mundial e a ditadura de Getúlio Vargas no Brasil foram encerradas. A expressão “geração de 1945” é, assim, um operador eminentemente histórico. Do ponto de vista estético, a expressão “geração de 1945” demarca um contraponto à linhagem modernista da poesia de 1922, ou seja, uma recusa ao verso livre, à expressão coloquial e ao experimentalismo linguístico.

A primeira reunião de poemas da geração foi organizada por Fernando Ferreira de Loanda, o Panorama da nova poesia brasileira, de 1951. Entre os poetas que publicaram na antologia estavam: Manuel de Barros, Paulo Mendes Campos, Ledo Ivo, José Paulo Paes e João Cabal de Melo Neto (BOSI, História concisa da literatura brasileira, 1970, p. 516-521).

O grupo desenvolveu uma tendência que consistiu na restauração da poesia anterior ao modernismo de 1922, notadamente o simbolismo e o parnasianismo, isto é, uma poética com restrições formais à linguagem artística, tais como o uso imposto das palavras eruditas e das formas fixas, especialmente do soneto, e sem reflexão da referência social, poética de valorização do sublime e de preferência idealista.

A obra de João Cabral demonstrou desde a sua primeira aparição uma forma dissonante em relação à geração de 1945. O seu primeiro livro, Pedra do sono, de 1942, desenvolveu uma tendência surrealista da arte, como, por exemplo, no poema “A André Masson” (pintor surrealista francês): “Com peixes e cavalos sonâmbulos/ pintas a obscura metafísica/ do limbo”. Observem as imagens produzidas por relações insólitas entre os objetos e na condição do sonho. As dissonâncias imagéticas cabralianas não eram comuns no programa da geração de 1945.

 Em seu segundo livro, O engenheiro, de 1945, Cabral desenvolve uma linguagem que se tornará dominante na sua poética a partir de então, decisivamente diferencial em relação à linguagem da geração de 1945: “o lápis, o esquadro, o papel;/ o desenho, o projeto, o número:/ o engenheiro pensa o mundo justo,/ mundo que nenhum véu encobre” (do poema “O Engenheiro”). O justo-meio da linguagem poética significa, de maneira dialética, o desejo de harmonia social, define a tarefa da poesia como responsabilidade de dizer a verdade. O poeta-engenho é um construtor de formas participantes, de um discurso engajado e de uma comunicação objetiva com o mundo. Cabral é o poeta anti-sublime por excelência.

A reflexão sobre o mundo (a participação poética) é conjugada à reflexão sobre a linguagem. Na poesia de Cabral, a metalinguagem é um fator de “desalienação da linguagem”, na expressão de Haroldo de Campos (2010, p. 82). A poesia de Cabral tem o ritmo sobressaltado e cortante, o seus termos prosaicos dão maior relevo ao significado do poema, por isso desenvolve uma poética anti-lírica, ou seja, encena uma passagem para a prosa, uma poesia narrativa e uma “vontade de comunicação, de abertura do âmbito semântico do poema” (CAMPOS, 2010, p. 84):

“— O meu nome é Severino,

não tenho outro de pia.

Somos muitos Severinos 
iguais em tudo na vida: 
na mesma cabeça grande 
que a custo é que se equilibra, 
no mesmo ventre crescido 
sobre as mesmas pernas finas 
e iguais também porque o sangue, 
que usamos tem pouca tinta.”

(JCMN, Morte e Vida Severina, 1982, p. 45).

Obrigada profº pelos esclarecimentos.

Com a apresentação do seminário ontem, da equipe de João Cabral, ampliou meu entendimento acerca deste poeta brilhante, considerado o "poeta-engenheiro" devido a sua engenhosidade com a qual escrevia suas obras.

Foi muito esclarecedor. 

“Morte e Vida Severina”
Escrito entre 1954 e 1955 (e publicado nesse ano), é o livro mais famoso e popular de João Cabral e o que mais gosto.

 “Morte e Vida Severina” retrata em forma de um poema dramático a trajetória de um retirante do sertão nordestino em busca de uma vida melhor no litoral.  Dividido em duas partes: a primeira, “caminho ou fuga da morte”, passa-se antes do protagonista chegar à capital Recife; e a segunda, “presépio ou encontro da vida”, é após a chegada à cidade. Assim, o poema dramático é centrado em duas linhas narrativas que seguem a dicotomia existente no próprio título da obra: “morte” e “vida”.

O que mais chamou a minha atenção em relação às obras de Cabral, foi a habilidade do poeta em arquitetar suas poesias em cima de temas tão triviais, como "catar feijão". Cabral tem obras minuciosamente elaboradas que são de um tom tão acessível ao leitor, ele usa termos/expressões do cotidiano aproximando/teletransportando o leitor para suas obras. 

Uma das características mais marcantes de João Cabral de Melo quanto escritor é a sua representatividade do ensino com as pedras, além de ir contra a ideia de que o fazer poético é fruto de uma inspiração do escritor, o que dá à poesia um caráter extremamente subjetivo, João Cabral buscou construir um poema objetivo, cuja visão não vem mais carregada de sentimentalismo, mas sim com dados objetivos da realidade. João Cabral procura aniquilar o individualismo e a subjetividade típica dos poetas românticos – cuja voz poética era explícita dentro do poema – para que o poema comunique por si só, de forma objetiva e direta, sem o intermédio do “eu” pessoal do poeta.

A educação pela pedra

Uma educação pela pedra: por lições;
para aprender da pedra, frequentá-la;
captar sua voz inenfática, impessoal
(pela de dicção ela começa as aulas).
A lição de moral, sua resistência fria
ao que flui e a fluir, a ser maleada;
a de poética, sua carnadura concreta;
a de economia, seu adensar-se compacta:
lições da pedra (de fora para dentro,
cartilha muda), para quem soletrá-la.

Outra educação pela pedra: no Sertão
(de dentro para fora, e pré-didática).
No Sertão a pedra não sabe lecionar,
e se lecionasse, não ensinaria nada;
lá não se aprende a pedra: lá a pedra,
uma pedra de nascença, entranha a alma.

A obra apresenta uma linguagem seca, precisa, concisa, desprezo pelo sentimentalismo. A arte não é intuitiva - é calculada, nua e crua.

Há em Cabral uma verdadeira "didática da pedra", como processo teórico e prático da preensão da realidade. Essa "educação" consiste num processo de imitação de objetos, pelo qual é possível tratar da realidade através do poema, isto é, através de uma forma, de uma linguagem que para sua estruturação não despreza, antes acentua, a existência do objeto.

 A pedra nos remete à aridez humana e geográfica do Nordeste e é símbolo constante na obra do autor, fazendo confluir a temática social (linguagem-objeto) com a reflexão sobre o fazer poético no próprio texto artístico (metalinguagem).

Aqui a pedra ensina ao homem. A pedra, um objeto inanimado, duro, frio, que à princípio não tem nenhuma qualidade, não demonstra nada, não faz nada, é passada despercebida, ganha em João Cabral essa poesia fantástica. O poeta comparava a poesia a um cálculo matemático, relegava a emoção a segundo plano para chegar à perfeição da construção do poema, calcado na colocação das palavras precisas e fundamentais para cada espaço do papel, nada a mais, nada a menos, só a precisão, o contido, o visual.

No poema de Cabral, "Catar feijão", que foi muito bem analisado (inclusive, encenado) pela Raquel,a Vanice e o Joseilton, no seminário do último dia 23, o autor faz uma analogia bem interessante sobre fazer poesia e a ação de catar feijão. Assim como os grãos que boiam na água, são descartados, assim também as palavras que não "servem" para o poema são literalmente tiradas dele. Para Cabral, a escolha de palavras era muito importante. "Catar feijão se limita com escrever: joga-se os grãos na água (...) e as palavras na folha de papel; e depois, joga-se fora o que boiar (...)" Simples assim.

João Cabral de Melo Neto é o representante da 3° fase do modernismo mais conhecido no Brasil, suas poesias apresentam características surrealistas e ficaram marcadas pela estruturação fixa e rigor formal. Ao contrário de alguns poetas estudados até aqui, João Cabral não tinha romantismo em seus escritos, pois suas poesias eram mais objetivas e racionais, não existia para ele a menor possibilidade de poesia espontânea, já que, João era considerado o poeta engenheiro, por ser muito rigoroso na criação de suas poesias, escolhia muito bem as palavras, rimas e métrica que o poema teria.

Segundo Alcino Leite Neto, da redação do Folha de São Paulo 1994.

Em uma noite de autógrafos do poeta João Cabral de Melo Neto que ocorreu no dia 13/06/1994 na cidade de São Paulo na edição de sua "Obra Completa", publicada pela Nova Aguilar, estavam presentes o ensaísta Antonio Candido e o professor João Alexandre Barbosa, os quais participaram da “mesa-redonda” com Cabral.

Antonio Candido tinha preparado quatro páginas de anotações para falar a Cabral, mas disse só o essencial, sintetizando numa só tacada toda a poesia de Cabral: "Ela trata as palavras como se fossem coisas e organiza essas coisas de tal maneira como se fossem conceitos".

Observou que, ao contrário do que pensa o juízo comum, a poesia de João Cabral é de uma "extrema variedade" e, lembrando "A Fábrica do Prado", do poeta francês Francis Ponge, disse que em cada poema de Cabral se percebe que está ali, dentro dele, a "fábrica inteira do próprio poema".

Candido preferiu dedicar o restante de seu tempo contando como conheceu, através de um amigo do Recife, o primeiro livro de João Cabral, "Pedra do Sono", publicado em 1942, e do qual fez a primeira grande crítica na imprensa, revelando nacionalmente o poeta.

Ao final, João Cabral agradeceria a Candido pela crítica e, sobretudo, por ter revelado a ele que o melhor de sua poesia ia pelo lado "construtivo" e não pelo "espontaneísta".

O professor João Alexandre Barbosa, cuja tese de livre docência na USP foi dedicada ao poeta, destacou: a dificuldade de "ser poeta como João Cabral no Brasil, dentro da poesia brasileira”. Ressaltou que o lirismo, o "antilirismo" cabralino, apresenta uma enorme serenidade, no sentido de não ceder, de não conceder nunca à tradição lírica brasileira, que "tende a ser emoliente, concessiva, cordial em excesso".

Texto baseado:

São Paulo, quarta-feira, 15 de junho de 1994 - Folha de S. Paulo

As obras de João Cabral de Melo Neto  fazem parte da terceira geração do Modernismo. De acordo Antônio Carlos Sechim, Cabral é considerado um poeta diferenciado, justamente pelo  grau de construção de seus poemas. E que mesmo possuindo estilo próprio,escrevendo poesia antilírica e  utilizando a versificação livre,  autor  preocupou –se em preservar características do modernismo. Para Sechim Cabral era “obsessivo”, pois tinha amor ao detalhe, escolhia muito bem as palavras que compunham seus escritos.

Verdade Luciana, a preocupação de Cabral em escolher as palavras era tanta, que segundo ele mesmo, a obra mais completa, bem detalhada, e bem trabalhada dele foi a " A educação pela pedra" publicada em 1966. Essa dedicação aos detalhes lhe rendeu, já no ano seguinte (1967), o prêmio Jabuti, que é até então, o mais importante prêmio da literatura brasileira.

João Cabral de Melo Neto, pensava a palavra, detalhe por detalhe, por um lado a poesia construção, a poesia pela poesia, e por outro lado a poesia participação, com engajamento social, bem demonstrado no poema Morte e vida Severina.

João Cabral de melo Neto, poeta da 3ª geração ficou conhecido por ser um poeta de perfeita organização, sua temática e perturbadora, a forma como ele elaborava um poema sua paciência ao elabora determinada obra, de uma forma que ficou conhecido como o poeta engenheiro, embora não ter se formado em tal profissão.

Tecendo a Manhã
Um galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro; de um outro galo
que apanhe o grito que um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo,
para que amanhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo entre todos os galos.
Esse encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda onde entre todos,
se entretendendo para todos, no toldo
(a manhã) que plana livre de armação.
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
Que, tecido, se eleva por si: luz balão.

Este poema de Cabral retrata a questão do coletividade participativa, que é necessária, tanto no mundo animal (bichos), quanto nas relações entre os seres humanos. Somos seres sociais e necessitamos do outro na continuidade da vida. Somos dependentes um dos outros, e precisamos que o outro faça a sua parte, para que a nossa seja concluída também.

      As atividades literárias acompanharam João Cabral de Melo Neto durante muitos anos, tanto no exterior quanto no Brasil, as quais lhe proporcionaram numerosos prêmios, entre os quais - Prêmio José de Anchieta, de poesia, do IV Centenário de São Paulo (1954); Prêmio Olavo Bilac, da Academia Brasileira de Letras (1955); Prêmio de Poesia do Instituto Nacional do Livro; Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro; Prêmio Bienal Nestlé, pelo conjunto da Obra e Prêmio da União Brasileira de Escritores, pelo livro "Crime na Calle Relator" (1988).

Quais as ideias principais do poema Morte e Vida Severina?

Morte e Vida Severina retrata a trajetória de Severino, que deixa o sertão nordestino em direção ao litoral em busca de melhores condições de vida. Severino encontra no caminho outros nordestinos que, como ele, passam pelas privações impostas ao sertão.

Qual a crítica proporcionada pela leitura de Morte e Vida Severina?

Ao realizar a leitura da obra e sua adaptação, constata-se que João Cabral de Melo Neto fala da do tema “Seca” de forma crítica e também reflexiva, trazendo um olhar mais amplo sobre questões sociais que não são discutidas abertamente, que não são discriminadas para que a sociedade veja a vida dos sertanejos como ela ...

Quais são as características da poesia de João Cabral de Melo Neto?

São características da poesia de João Cabral de Melo Neto: a) Corte profundo entre a poesia romântica e a poesia moderna. O poeta criou um novo conceito de poesia, que dessacraliza a chamada “poesia profunda”, ou seja, a poesia em que predominam os versos de sentimentos ou de abordagem introspectiva.

Qual o principal tema de morte Vida Severina?

A temática central do poema não é a seca, mas, sim, a morte e a vida. Tanto que esse tema continua perseguindo Severino no mangue. A) O fato em Morte e Vida Severina que comprova o subtítulo “auto de Natal” do poema-peça é o nascimento de um menino.

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