O impressionismo é caracterizado pela fragmentação da imagem em manchas e cores

Impressionismo

�ndice

Introdu��o

O Impressionismo no contexto hist�rico-cultural

Do �Sal�o dos Recusados� ao Impressionismo

Os Grandes Protagonistas

Conclus�o

Bibliografia

Introdu��o

Num per�odo em que a Europa se debatia com as mudan�as provocadas, de certa forma, por um conjunto de revolu��es que se fizeram sentir, surge, em Fran�a, um movimento essencialmente pict�rico, que viria a ser conhecido pelo nome de Impressionismo.

A nova vis�o introduzida pelos realistas, principalmente por Courbet e Millet sobre a pintura de paisagens, origina uma outra revolu��o, desta feita, na arte. Surge, com este novo grupo, uma t�cnica de pintura, que vem chocar os acad�micos, sendo, inicialmente, rejeitados. S�o os pr�prios a organizar as suas exposi��es, recebendo in�meras cr�ticas, maioritariamente negativas. Uma vez exclu�dos, Napole�o III abre o que ficou conhecido como Salon des R�fus�s. Entre as obras apresentadas no Salon Officiel, destacam-se obras de Corot, Millet, Courbet; j� no Salon des R�fus�s, encontram-se obras de Manet, Whistler, Jongkind, Fatin-Latour, entre outros. Contudo, conseguem mudar as ideias antigas, e inventam uma arte muito mais moderna, em que se busca, n�o percepcionar o objecto em si, mas a sensa��o que desperta no artista e no espectador, a impress�o que deriva de diversos factores, entre eles, a varia��o da luz e os seus efeitos no objecto. Acabam por se enquadrar no per�odo naturalista, j� que as cenas retratadas s�o descritas por escritores naturalistas, como por exemplo �mile Zola, ou Guy de Maupassant, todos frequentadores dos mesmos c�rculos sociais. N�o d�o primazia a temas morais ou sociais, nas suas obras, contrariando o esp�rito realista que os antecedeu. Receberam algumas influ�ncias, nomeadamente de Corot, da Escola de Barbizon e admiravam Turner e Constable. Segundo Pierre Francastel, para os impressionistas, a natureza n�o � uma mat�ria de reflex�o, mas uma fonte imediata de sensa��es puras. Certo � que este movimento vai al�m-fronteiras, chegando, mesmo, aos Estados Unidos da Am�rica. Acabar� por n�o marcar muito Portugal, exceptuando, talvez, no que muitas vezes � designado por Impressionismo Liter�rio. Caracterizado pelas constru��es impessoais, a anteposi��o da cor ao objecto, hip�lages, e a transposi��o de um atributo de agente para a ac��o. Teve como expoente m�ximo, no campo da literatura Portuguesa, E�a de Queir�s (1845 � 1900) e Ces�rio Verde (1855 � 1886). A realidade a que os impressionistas se referem t�m caracter�sticas realistas, indo em direc��o � objectividade, por�m a impress�o que os escritores t�m dessa realidade � subjectiva, sendo muitas vezes guiados pela intui��o, caracter�sticas do Simbolismo. Isto tudo fez com que o Impressionismo tivesse car�cter conflituoso e amb�guo. A principal manifesta��o do Impressionismo foi o revigorar do nacionalismo, na procura dos aspectos regionais no conto e no romance, tornando-se um pr�-modernista.

O que � facto � que o Impressionismo ir� marcar um ponto de mudan�a de direc��o na hist�ria da pintura ocidental. Durante a d�cada de 70, retiveram as ideias-base, mas preferem continuar a criar, seguindo as suas ideias pessoais, tentando desenvolver uma linguagem art�stica muito mais alargada e abrangente. Como exemplos do que foi exposto nessa primeira exposi��o temos Impress�o: Nascer do sol e As Papoilas de Monet (Mus�e du Jeu de Paume, Paris), Ceifeiros, de Renoir (Stiftung Sammlung E. G. Buhrle, Zurique) e Geada, de Pissarro (Mus�e du Jeu de Paume, Paris).

O Impressionismo no contexto hist�rico-cultural

O Ocidente, entre final do s�culo XVIII e in�cio do s�culo XIX, � varrido por uma onda de revolu��es liberais, pol�ticas, e por outro lado, de revolu��es industriais. Toda esta situa��o vem provocar mudan�as, principalmente ao n�vel pol�tico, verificando-se uma maior estabilidade, devido ao triunfo das democracias liberais e � consolida��o da burguesia. Na Fran�a, ap�s o Segundo Imp�rio e a Guerra Franco-Prussiana, com o epis�dio da Comuna de Paris, em 1871, chega a paz, assim como na It�lia e na Alemanha. O Estado assume responsabilidades para com a Sa�de, Educa��o e Trabalho, essencialmente, devido ao aparecimento de oposi��o, nomeadamente, o Republicanismo, o Socialismo e o Anarco-Sindicalismo. Contudo, as cidades tornam-se s�mbolos da vida moderna, com os seus caminhos-de-ferro, novos processos de comunica��o, novos meios de transporte. Tamb�m se verifica a intensifica��o da vida nocturna, sendo que as sociedades se tornaram mais optimistas e amantes do que � moderno. Durante o per�odo que ficou conhecido como Belle �poque, a Fran�a era um pa�s sem muitos problemas, com o Imp�rio Africano e a Indochina. Entre 1875 e 1914, verificam-se, ent�o, algumas altera��es:

-   Crescimento das cidades, com Paris como protagonista;

-   Canaliza��es, esgotos, esta��es e mercados, bem como parques, boulevards e edif�cios p�blicos (�pera, Palais de l�Industrie...) s�o algumas das obras realizadas;

-   A ilumina��o vem permitir a circula��o � noite, sendo, ent�o, poss�vel as exposi��es estarem abertas at� mais tarde;

-   Os caf�s continuam a ser o centro da vida p�blica e das tert�lias art�sticas e liter�rias.

Outras caracter�sticas deste per�odo s�o o Capitalismo e a industrializa��o em ascens�o, bem como o avan�o das ci�ncias e t�cnicas. S�o cria��es desta �poca o telefone, a electricidade, o cinema e a fotografia, grandes s�mbolos de Modernidade. Come�am a organizar-se exposi��es universais, para apresentar as inova��es. Paris torna-se o centro da vida art�stica e cultural ocidental. As ci�ncias que mais beneficiaram s�o a medicina, a f�sica, a geografia, melhorando a qualidade de vida do homem. Tamb�m na arte se verificaram diversas altera��es, que mudaram o sentimento do artista perante a obra de arte e, tamb�m, perante a Arte, em geral. Isto �, verifica-se um afastamento da Arte, relativamente ao religioso e pol�tico, numa tentativa de aproxima��o ao indiv�duo, enquanto criador e consumidor. Para tal, foi instalado um mercado de arte e estabelecido um c�rculo de cr�ticos de arte. Verifica-se uma revolu��o nas t�cnicas, nos objectivos. Acontece, ent�o, o in�dito. Surgem duas tend�ncias no respeitante � Arte. Por um lado, o conservadorismo acad�mico, os que se diziam os guardadores da verdadeira arte. Por outro, os que desejavam inovar, os que estavam sujeitos � n�o-aceita��o por parte dos acad�micos, mas que acabariam por se impor como corrente/escola mais ou menos definida, e que viriam a ser a base da arte do s�culo XX.

Do �Sal�o dos Recusados� ao Impressionismo

O Impressionismo tem origem em Paris, entre 1860 e 1870, e faz a sua apari��o p�blica em Abril de 1874. Um grupo de jovens artistas reunia-se no Caf� Guerbois, ali�s como habitual na �poca. L�, discutiam as atitudes e incertezas acerca da pintura. Na �poca, n�o era habitual, as galerias fazerem exposi��es e, por outro lado, o Salon Officiel era a grande oportunidade para os artistas se darem a conhecer. No entanto, o Institut era o j�ri, composto por acad�micos. A revolu��o de 1848 exige que o j�ri seja composto por artistas com esp�rito independente. Destaque para Th�odore Rousseau. As atitudes destes artistas reflectem o clima existente, tanto ao n�vel pol�tico, como social, em que o capitalismo e, tamb�m, a burguesia contribuem para o desenvolvimento. Denota-se, ainda, a sua oposi��o ao Romantismo e ao Academismo, bem como ao intelectualismo do Realismo. Corre a not�cia de uma exposi��o de pintura. Foi o in�cio oficial do movimento impressionista. Este grupo n�o queria ser considerado uma nova escola art�stica, com certo estilo, muito pelo contr�rio. Consideravam-se, apenas, um grupo com interesses semelhantes. D�o-se inova��es que acabam por influenciar este movimento. Surge a evolu��o dos meios de comunica��o, como por exemplo, a descida dos pre�os dos jornais, a amplia��o de pontos de distribui��o. Por outro lado, a difus�o da alfabetiza��o e cultura aumenta o interesse crescente da popula��o pela arte. Introduzem-se sec��es relativas � arte nas publica��es.

A consciencializa��o da burguesia, relativamente ao seu papel, no respeitante � economia e pol�tica, � outro factor de desenvolvimento. Os artistas do Impressionismo eram origin�rios de fam�lias burguesas, com excep��o de Monet e Renoir. Contudo, n�o � por isso que deixaram de sofrer in�meras dificuldades econ�micas com as altera��es na economia. Foram chamados de Impressionistas a partir do coment�rio de Leroy � sua exposi��o.

Sem poderem expor no Salon Officiel, fazem-no no est�dio do fot�grafo Nadar, no Boulevard des Capucines. Participam nesta exposi��o trinta e um artistas, com atitudes diferentes, heterog�neas, estando ligados, apenas, pelas obras representando a vida da cidade, afastadas do Academismo. Este grupo era formado por artistas como Camille Pissarro (1830-1903), Claude Monet (1840-1926), Fr�d�ric Bazille (1841-1870). Paul C�zanne (1839-1906), �douard Manet (1832-1889), Armand Guillaumin (1841-1927), Pierre-August Renoir (1841-1919), Alfred Sisley (1839-1899), Berthe Morisot (1841-1895), Edgar Degas (1834-1917), Mary Cassat (1845-1926), entre outros. A esta exposi��o seguem-se outras sete (1876, 1877, 1879, 1880, 1881, 1882, 1886), continuando a ser fortemente criticados, exceptuando Armand Silvestre, Duranty e Duret, que n�o o fazem.

Este grupo tem a sua forma��o associada � Academie Suisse e ao atelier Gleyre, em Paris.

Tem origem no naturalismo/realismo de Gustave Courbet. Esta renova��o estil�stica tem, ainda, influ�ncias dos trabalhos de Joseph Mallord William Turner (1775-1851) e John Constable (1776-1837). Dos criadores franceses, destaque para as influ�ncias de Eug�ne Delacroix (1788-1863), com as suas pesquisas de cor e luz, os artistas da �cole de Barbizon, a defesa da pintura fora dos ateliers, e ainda, dos trabalhos de Jean-Baptiste Camille Corot (1796-1875). Alguns dos impressionistas admiram, ainda, as estampas japonesas.

O Impressionismo vem alterar a maneira de ver a natureza, o mundo exterior em geral, e de o reproduzir numa tela, tendo como objectivo a capta��o do imediato, do instante, de algo que est� em constante movimento. Os objectos s�o retratados ao ar livre, sob a luz natural.

O volume e a solidez s�o postos de parte, sendo as obras criadas fora das conven��es art�sticas, mas sempre sob os efeitos do olhar e das mudan�as da luz do dia. Por outro lado, o tema deve ser relevante, tendo como objectivo tornar importante, tamb�m, o modo como este � percepcionado pelo artista, num dado momento irrepet�vel. Os impressionistas, de facto, optam por momentos de festa, os passeios nos parques e boulevards, as tabernas e restaurantes ao ar livre, e, tamb�m, as paisagens repletas de luz solar. S�o representados momentos de alegria, cor, luz e movimento. Contudo, s�o situa��es em constante muta��o, pelo que se torna amb�guo, uma vez que, nos seus quadros, a s�ntese de luz e cor torna os contornos flutuantes e esfumados, pulveriza a forma, fragmentando constantemente a vis�o em mil pinceladas resplandecentes de cor. Estes artistas deixam os seus ateliers e v�o pintar ao ar livre, sur le motif ou en plain air, como ficou conhecido. O seu filtro � a percep��o subjectiva da cor e luz. Concluem que a luz do sol n�o � compacta, ent�o, tentam decompor as cores. Estas, agora em tubos, j� n�o s�o misturadas na paleta, mas usadas a partir do tubo. Usam pinceladas pequenas e nervosas, r�pidas. As cores s�o fortes e puras. O objectivo � elas misturarem-se aos olhos do espectador. Desta forma, os objectos retratados v�o dissolver-se, destacando-se as ilumina��es. Muitas vezes, os objectos s�o identificados pela sua cor e n�o, propriamente, pela sua forma. T�m um aspecto fluido e pouco trabalhado. Ao contr�rio do que os artistas anteriores pensavam, a sombra n�o implica aus�ncia de cor. Pelo contr�rio, ela � de uma intensidade crom�tica enorme. Nesse sentido, excluem o preto, enquanto n�o-cor, mas utilizam-no como cor aut�noma. P�em de lado a t�cnica do claro-escuro, pois defendem que s� a cor deve ter como fun��o definir espa�os, limites, pondo de lado, ainda, a linha que contornava as figuras. Um dos temas muito popular entre os impressionistas � a pintura de paisagens. Os principais pintores de paisagens foram Claude Monet, Pierre-Auguste Renoir, Camille Pissarro e Alfred Sisley. Os dois �ltimos t�m uma vis�o mais sentimental, uma pintura mais clara. Nos casos de Renoir e Monet, a paisagem transborda luz e cor, traduzindo a instantaneidade, o momento da capta��o. Os artistas recorriam � justaposi��o de toques, sem regras, na tentativa de expressar os efeitos da luz na �gua ou nas �rvores. A partir da d�cada de 70, a sua pincelada come�a a tornar-se mais complexa. Nesse sentido, s�o introduzidos toques de cor, principalmente quando as cenas retratadas s�o pouco luminosas. Como exemplo disso, temos C�te des Boeufs, Pointose, de Pissarro (National Gallery, Londres, 1877). Este movimento tem m�o de um dos pintores mais velhos, �douard Manet, com o seu quadro Almo�o na Relva. Este, tendo sido recusado pelo j�ri do Salon Officiel, � bem recebido no Salon des R�fus�s, em 1863. � criticado por v�rias raz�es:

      Abandono do claro-escuro;

      Recursos a contrastes ousados;

      Largas pinceladas, definindo as figuras.

�, todavia, muito bem aceite pelos impressionistas, que o consideram antiacad�mico. Temos, ent�o, como caracter�sticas principais do Impressionismo:

      Concep��o din�mica do Universo, devido ao efeito mut�vel da luz e cor � nada na Natureza � est�tico;

      Inspira��o no Realismo � somente o que se v� � pintado;

      Car�cter visual, pondo de lado todos os valores subjectivos intelectuais e psicol�gicos � p�e de lado os problemas sociais;

      Natureza cient�fica, que resulta da intui��o art�stica.

Apesar do preconceito que existia na altura, as mulheres, tamb�m, deram o seu contributo para este movimento. Como exemplos temos Berthe Morisot e Mary Cassat. Morisot foi uma pintora francesa, nascida em 1841, em Bourges. Era cunhada de Manet. As suas obras eram de um impressionismo elegante. Pensa-se que foi pela sua influ�ncia que Manet se dedicou ao Impressionismo. Foi aluna de Daubigny e Corot. Os seus temas favoritos retratam, essencialmente, a maternidade. � da sua autoria Vista de Paris do Trocadero, retratando a cidade vista de cima. Morreu em Paris, em 1895. Mary Cassatt foi uma pintora americana, nascida em Pittsburgh, em 1844. Radicada em Paris, torna-se amiga de Edgar Degas. Junta-se ao Impressionismo e ganha reputa��o internacional. A influ�ncia das estampas japonesas � n�tida e os seus temas favoritos eram a vida dom�stica, temas simples e directos. Destaque para O Banho. Morreu em Les Mesnil, em Fran�a, em 1926.

O Impressionismo acaba por se espalhar por outros pa�ses. Destaque para Childe Hassam (1859-1935), Maurice Prendergast (1854-1924) e James Abbott McNeill Whistler.

O grupo foi separado durante a guerra franco-alem�, quando Monet e Camille Pissarro foram para Londres. Depois da Comuna de Paris, voltaram a reunir-se em Paris. Os la�os de amizade v�o ligar alguns, nomeadamente Renoir, Monet e Pissarro. Contudo, no que toca a ideais art�sticos, continuam a seguir caminhos diferentes.

Os Grandes Protagonistas

Muitos foram os pintores que adoptaram ideais impressionistas. Contudo, h� que destacar alguns, considerados marcantes.

�douard Manet

Nasceu a 23 de Janeiro de 1832, em Par�s e faleceu na mesma cidade a 30 de Abril de 1883. Manet n�o se considerava um impressionista, mas foi � sua volta que se reuniu uma grande parte dos artistas que vieram a ser considerados Impressionistas. O Impressionismo possui a caracter�stica de quebrar os la�os com o passado e diversas obras de Manet s�o inspiradas na tradi��o. As suas obras serviram, no entanto, de inspira��o para os novos artistas. Por muitos considerado um revolucion�rio, desejava o �xito acad�mico. Pintou paisagens e naturezas-mortas, bem como retratos, temas religiosos e vida quotidiana. Manet n�o repetia motivos e foi considerado desenhador e pastelista. Faz a transi��o entre o Realismo e o Impressionismo, abandonando a grada��o da cor e os acabamentos. Os seus modelos eram membros da sua fam�lia. Sofreu influ�ncias das estampas japonesas e gostava de contrastes bruscos de claro e escuro, criando efeitos semelhantes com as fotografias com flash. Manet vai receber influ�ncias do seu mestre Thomas Couture (1815-1879), nomeadamente, no tratamento solto das obras, mantendo a pincelada individual.

Edgar Degas

 Nasceu a 19 de Julho de 1834, na Rue Saint-Georges, em Paris. Era um elemento da alta burguesia, nunca renegou as suas origens mediterr�nicas. Tendo uma posi��o social elevada, conseguiu independ�ncia sem grandes problemas, ao contr�rio dos colegas. Era muito intransigente, tanto na vida privada, como art�stica. Estudou Direito e frequentou o est�dio de Pierre Joseph Barrias, onde copiava obras renascentistas. De facto, as estampas japonesas e o Louvre s�o dois mestres de Edgar Degas. N�o adopta as paisagens e recusa a pintura en plein air. Fica no seu atelier e dedica-se � modernidade; perspectiva invulgar, luz artificial, s�o meios que utiliza quando retrata bailarinas a ensaiar, m�sicos, acrobatas. O pastel foi muito utilizado por Degas, a partir de finais de 1870. Explorou a representa��o do movimento, tamb�m, ao modelar cera e barro. Deve a sua forma��o a Louis Lamothe, e praticou, tamb�m, no seu atelier. Entre 1855 e 1865, tem como modelos Jean Auguste Dominique-Ingres, Eug�ne Delacroix e Puvis de Charannes. Conseguia captar o equil�brio do corpo, a troca de posi��o. Utiliza uma gama crom�tica ba�a, predominando os castanhos, azuis e violetas. Degas serve na artilharia, durante a guerra Franco-Alem� de 1870. Contudo, a sua doen�a nos olhos come�a a manifestar-se. Partilha afinidades com Manet, no respeitante a certos temas, nomeadamente, corridas de cavalos, a agita��o nos boulevards. As cenas de dan�a tamb�m o interessam. Torna-se uma celebridade no mundo da arte do seu tempo.

Oscar-Claude Monet

 Nasceu a 14 de Novembro de 1840, em Paris, Claude Monet veio a tornar-se o l�der do movimento impressionista. Em 1859 iniciava os seus estudos de arte, embora passando a maior parte do tempo no caf� juntamente com outros artistas e intelectuais. As novas descobertas no dom�nio da �ptica apaixonaram Monet e os seus amigos e conduziram-nos para o ar livre, onde procuravam captar a luz e a atmosfera nos seus aspectos mais fugidios: o tremeluzir da �gua, um movimento das folhas, a passagem de uma nuvem. Uma estadia em Londres na companhia de Pissarro e Sisley pode ter determinado definitivamente o percurso do Impressionismo. A luz difusa londrina exerceu uma grande fascina��o sobre os tr�s. Depois de in�meras dificuldades, s� em 1886 Monet p�de ver o seu trabalho recompensado financeiramente. Na d�cada de 90, a Catedral de Ru�o foi o modelo para uma s�rie de quadros em que a mesma imagem era reconstitu�da, variando a atmosfera, a luz, a sombra, a esta��o do ano. Em 1892 instalou-se em Giverny, criando um jardim que serviu de inspira��o a muitas das suas telas e aos famosos Nen�fares. Das viagens a Inglaterra e a It�lia nos princ�pios do s�culo resultaram as s�ries sobre o Tamisa e os canais e as catedrais de Veneza. Morreu a 5 de Dezembro de 1926 em Giverny, na propriedade mais tarde considerada monumento nacional. De uma certa maneira, foi o mais fiel � est�tica impressionista, procurando captar em toda a sua obra o perp�tuo movimento da luz na natureza. Isto correspondia � utiliza��o de pequenas manchas separadas, que no conjunto restitu�am toda a luminosidade do instante. Justapunha as cores tal como sa�am do tubo, e o seu gesto tornou-se cada vez mais livre e fluido, de tal modo que as �ltimas telas foram consideradas por muitos cr�ticos como meros esbo�os. Vendas recentes de pinturas de Claude Monet excederam os 22 milh�es de Euros.

Henri Marie Raymond de Toulouse-Lautrec Monfa

 Nasceu em 1864, em Saint-Andr�-du-Bois, pr�ximo de Bord�us, vindo a falecer no mesmo local em 1901. A genialidade no tra�o � a principal manifesta��o da verve art�stica de Toulouse-Lautrec. Sendo um artista com grande sentido de humor, apresenta obras com certas proximidades com a caricatura. Os seus principais temas eram as casas nocturnas e os caf�s de Montmartre, ou seja, a vida urbana, seguindo a linha de Degas e Manet. Acaba por n�o utilizar o tratamento dos retratos � maneira dos acad�micos. Apresenta uma linha pura e a fugacidade. Tinha prefer�ncia pela luz artificial, mais fria e im�vel dos ambientes fechados, por esta ser mais reveladora. Passa dos esbo�os � pintura, tendo o cuidado de preservar a espontaneidade da ideia. Usava a �peinture � l�essence� - tinta dissolvida em aguarr�s, para poder desenhar com o pincel. Prefere cart�o � tela, pelo facto de a tinta secar mais r�pido.

Incrementou a arte da grava��o com a t�cnica de �crachis�, ou seja, consegue o efeito pontilhado, espirrando tinta na pedra litogr�fica, com escova de dentes.

Paul Gauguin

Nasceu em 1848, em Paris, vindo a falecer em 1903 nas Ilhas Marquesas. As cores e formas ousadas exprimiam a sua vis�o interior mais que a vis�o externa. Tem contacto com os mestres impressionistas em casa de Arosa. Inspirava-se nas esculturas eg�pcias e cambodjanas, bem como nas estampas japonesas. Aquando da sua presen�a no Taiti, as suas caracter�sticas principais passam pelas composi��es planas.

Paul C�zanne

 Nasceu em 1839, em Aix-en-Provence. Decide estudar pintura em Paris. Ia ao Louvre, para copiar artistas. N�o era contra os ideais dos impressionistas, mas achava que os efeitos da luz do sol n�o eram pass�veis de reprodu��o na pintura, j� que apenas disp�em da cor para o fazer. Vai voltar-se para o mundo exterior, para conseguir inspira��o. Com o Impressionismo, torna-se um pintor da paisagem. Contudo, desencanta-se com alguns pontos, considerando que a sua composi��o e estrutura era mais forte que os seus contempor�neos. Desejava conservar a sua luminosidade, mas, tamb�m, queria uma obra mais s�lida e duradoura. � um dos elos entre a pintura do s�culo XIX e as obras do s�culo XX, sendo considerado o ponto de partida para o Cubismo, ou mesmo o Abstraccionismo. Pintou ao ar livre com Pissarro. Inicialmente, utilizava tinta espessa e cremosa, cores sombrias � terra, negro. Posteriormente, recorre a cores mais claras e quentes, marcadas por tons frios em redor- sombras. Uma das suas preocupa��es era a reprodu��o dos volumes e solidez dos objectos. No entanto, s� o consegue nas obras do per�odo da maturidade, com os seus tra�os separados. Nas suas paisagens, utiliza pinceladas desorganizadas e cores puras. Muitas vezes utilizava manchas sobrepostas e como o quadro podia secar mais r�pido, pintava no local. Pintou v�rios objectos, in�meras vezes, para ver os diferentes efeitos. A t�tulo de exemplo, na natureza-morta Tr�s Ma��s, destacam-se as cores. Ao inv�s de dar profundidade, d� sensa��o de que saem do quadro.

Conclus�o

Sabe-se que, no s�culo XIX, era a arte acad�mica que vingava. Este grupo de jovens artistas, totalmente revolucion�rios no modo de pintar acaba por marcar, com as suas ideias modernas, um ponto de ruptura com o Academismo. A luz era o ponto-chave desta nova corrente pict�rica, sendo que estes artistas abandonaram os seus ateliers para se instalarem ao ar livre, na tentativa de captar essa impress�o causada pela passagem da luz sobre os objectos e as figuras, criando in�meras obras, de execu��o r�pida, sem retoques. Estes artistas beneficiaram de tintas j� feitas, em tubos, pelo que o trabalho � mais r�pido. � um grupo com ideias pr�prias e atitudes diferentes, cujo desejo era, apenas, criar uma arte o mais naturalista poss�vel, com recurso a gamas crom�ticas suaves, cheias de luz, pondo fim ao claro-escuro e � linha. A sua concep��o de obra de arte defende que o quadro n�o � uma imagem apenas, mas sim a ac��o de uma pintura, na qual a imagem se recomp�e. O que realmente h� de inovador nestes jovens pintores passa pelo m�todo de trabalho, principalmente, uma vez que acabam por renunciar ao tradicionalismo presente nas obras da chamada arte acad�mica. Neste sentido, adoptam uma vis�o nova da luz, do objecto, das formas, do que retratam nas suas obras. Inicialmente criticados, facto � que muitos consideram o impressionismo o mais importante movimento art�stico do s�culo XIX, acabando por influenciar outras correntes, criando as bases para a arte do s�culo XX, isto �, o momento inaugural da arte moderna. � poss�vel fazer algumas compara��es com a filosofia positivista, j� que, representando o homem moderno no seu quotidiano, est�o a aproximar-se da filosofia de Hippolyte Taine, no que toca � sua cren�a de que a ra�a, ambiente e localiza��o temporal do homem, s�o factores importantes para determinar o seu destino. Por outro lado, o interesse dos positivistas na percep��o do mundo e sua contribui��o para a mesma filosofia tamb�m se aproximam do que � retratado pelos impressionistas, j� que os positivistas utilizavam termos como �impress�o� ou �sensa��o� para descrever est�mulos exteriores recebidos pelos sentidos. Este tipo de compara��es liter�rias, sociais e filos�ficas, apesar de gerais, s�o importantes para compreender o movimento impressionista, enquanto corrente, mas n�o � poss�vel explicar a sua natureza noutras disciplinas. O ponto de partida da pintura moderna consistiu em destacar o car�cter de pintura das obras e ostentar os seus meios para se distinguir da fotografia, o seu grande rival. Os artistas acentuaram a evid�ncia da pintura, o que realmente ela era: uma tela manchada. O espectador j� n�o podia olhar a obra apenas com o ponto de vista e o enquadramento, reduzia-se a profundidade do espa�o, eliminando a dist�ncia e aplanando os volumes. O quadro perde, finalmente, o car�cter de janela que o caracterizava, desde o Renascimento. Os artistas acabaram por encontrar mercados mais alargados, nomeadamente a Soci�t� des Ind�pendants que, em 1884, providenciou aos p�s-impressionistas exposi��es regulares. Os comerciantes de arte tornaram-se independentes, pelo que adquiriram um papel mais importante no mercado art�stico da d�cada de 50., do s�culo XIX. Homens como Martinet, Latouche e Martin patrocinam Manet e os colegas. Paul Durand-Ruel, considerado o principal galerista e �marchand� dos impressionistas, apresentou pinturas em 1876 e 1882. Galerias rivais come�am, ent�o, a fazer os seus patroc�nios, nomeadamente Georges Petit e Boussod & Valadon. Muitos dos compradores pertenciam aos c�rculos sociais dos artistas, como o cantor Faure, o pintor Caillebotte, o compositor Chabrier, o padeiro Murer e Chocquet. Os patronos aristocr�ticos s� se interessam pelos quadros impressionistas quando o sucesso � garantido. As vanguardas v�m buscar influ�ncias ao Impressionismo. O Fauvismo adopta a liberdade da pincelada e as telas pequenas; o Cubismo, por seu lado, copia o tratamento da superf�cie pict�rica, tamb�m usada por C�zanne, contudo anti-naturalista. Fora de Fran�a, apesar de fragmentada, encontramos influ�ncia do Impressionismo em artistas como Philip Wilson Steer (1860-1942), em Inglaterra, Max Liebermann (1847-1935), na Alemanha, e Childe Hassam (1859-1935), nos EUA.

Bibliografia

Obras de car�cter geral

O Tempo e a Hist�ria, Porto, Porto Editora, 2005

O Impressionismo. In Diciop�dia 2006 , Porto, Porto Editora, 2005.

Obras de car�cter espec�fico

Dicion�rio de termos de arte, Lisboa, Publica��es D. Quixote, 1990.

Internet

http://pt.wikipedia.org/

http://www.universal.pt/

http://www.islasantarem.pt/

Ant�nio Capela

O que caracteriza o estilo impressionista?

As principais características do impressionismo são os contornos imprecisos e o caráter paisagístico. Os artistas impressionistas mais conhecidos são os franceses Monet, Degas, Manet e Renoir. Impressão, nascer do sol, de 1872, foi a tela de Claude Monet que deu nome ao movimento.

Como eram as cores do Impressionismo?

Para os impressionistas, as cores servem para pintar a luz e a impressão causada por ela na realidade. Para criar harmonia nas telas, esses pintores misturavam cores quentes e frias.

O que pode se afirmar nas pinturas impressionistas?

Pode-se afirmar que nas pinturas impressionistas: As formas dos objetos são pesadas, e os volumes acentuados pelo uso da luz e sombra. O uso da perspectiva e o excesso de linhas de contorno transformaram a cor num elemento secundário.

Quais cores são usadas no Impressionismo?

Vitor Pedro O Impressionismo e as Teorias das Cores Teorias base do impressionismo: cores primárias: azul vermelho amarelo misturadas: violeta laranja verde Para mim, a mistura de azul com vermelho só pode dar castanho ou preto, nunca violeta.