Existe pix em outros paises

Em breve, vai ser possível fazer pagamentos instantâneos entre países e pagar menos por isso. Um modelo de "Pix internacional" está sendo testado pelo BIS, o Banco Central dos Bancos Centrais, com sede na Suíça.

A iniciativa Nexus reúne 60 países que já disponibilizam um sistema de pagamento imediato como o brasileiro - considerado um exemplo de sucesso e eficiência. Além de rápidas, as transações costumam dispensar taxas cobradas no sistema tradicional bancário.

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"O Pix é espetacular nesse sentido. Teve uma adoção muito fácil, com uma usabilidade muito boa e resolve o problema de quem não tem acesso a banco, a dinheiro, em lugares onde às vezes não tem agência bancária. Ele foi muito bem desenhado - e está só no começo. Acho que ainda tem muita coisa que vai vir", sublinha o economista Gustavo Cunha, especialista em inovação e fundador da Fintrender, em Portugal.

Os testes com o Nexus estão simulando pagamentos entre Malásia, Cingapura e a Itália, que representa a zona do euro. O BIS ressalta que enviar dinheiro para o exterior muitas vezes ainda é lento e caro. "A conexão desses sistemas nacionais internacionalmente poderia melhorar a velocidade, o custo e a transparência dos pagamentos transfronteiriços."

Disparidades entre os países

Os países emergentes e principalmente os asiáticos, como China e Índia, disponibilizam "os Pix" mais avançados, que abrangem centenas de milhões de chaves cadastradas. Mas as disparidades ainda são grandes em relação ao resto do mundo. Fazer a ponte entre os sistemas financeiros representa uma imensa oportunidade, ressalta Cunha.

"Dentro da Europa, ainda tem bastante diferenças. Aqui em Portugal, tem um sistema de pagamento instantâneo que funciona mais ou menos como o Pix, o NBWay. Mas nos Estados Unidos, por exemplo, ainda não tem um totalmente integrado. Eles preveem de adotar um no ano que vem", afirma.

Viabilizar a conexão entre os diferentes sistemas nacionais, com segurança e eficiência, é o principal desafio do Nexus. O documento do BIS sobre o projeto destaca que para relacionar três países, são necessárias três conexões. Mas para ampliar para 20, esse número dispara para 120.

A economista Graziela Furtado, da Escola de Negócios da PUC-Rio, acrescenta outros obstáculos. "Uma das barreiras ainda é a legislação cambial, como vamos lidar com o câmbio nas operações. Isso pode explicar por que ainda não foi liberado o Pix internacional", aponta. "A parte de custos também é um desafio, porque todo o sistema bancário vai ter que se modernizar - assim como o nosso Banco Central teve que se modernizar no período pré-implantação de Pix."

Pagar com Pix em Paris

Enquanto isso, uma fintech brasileira já oferece pagamentos instantâneos em reais no exterior, em algumas das cidades preferidas dos brasileiros na Europa e na América Latina. A gama de lojas credenciadas ao VoucherPay ainda é limitada, mas nestes estabelecimentos, o cliente tem o IOF reduzido de 6,38% para 0,38%, além de uma taxa pelo serviço.

Ao comprar em Paris e pagar no Brasil, o turista tem a chance de poder parcelar o valor. "O cliente brasileiro pode pagar com Pix ou parcelar nas lojas conveniadas. Se ele compra 200 euros, ele vai pagar 10 vezes de R$ 198, afinal ele paga em reais. A gente já faz a conversão com o câmbio de hoje, que está R$ 5,28. A taxa neste caso é de 1,8% ao mês", explica Juliane Oliveira, diretora de comunicação do grupo Brapago Payments do Brasil, por trás da iniciativa.

A expansão dos pagamentos instantâneos pelo mundo vai acabar beneficiando o serviço. Na França, por exemplo, a população ainda é pouco familiarizada às transações como as com o Pix.

"Aqui na França, tem um pouco mais de resistência com o serviço porque é algo novo com o qual os franceses não estão acostumados. É um produto brasileiro que está chegando num novo mercado", diz Oliveira. "Ao mesmo tempo, existe a surpresa de que o serviço poderá atrair mais brasileiros."

Ao menos 56 países ao redor do mundo têm, atualmente, um sistema de transferências instantâneas – como o PIX, novo meio de pagamento desenvolvido pelo Banco Central (BC), que vai ser ampliado no próximo dia 16.

O dado consta no estudo Flavors of Fast, recém-publicado pela FIS, fornecedora mundial de soluções de tecnologia para comerciantes, bancos e empresas do mercado de capitais. A íntegra do relatório pode ser adquirida aqui.

O levantamento aponta para um aumento em relação a 2019 e evidencia que a pandemia do novo coronavírus acelerou a mudança para o digital. No ano passado, 50 países tinham um sistema de pagamentos instantâneos.

São considerados como pagamentos instantâneos os sistemas de transferência em que o dinheiro cai em tempo real. É necessário também que a transação possa ser feita 24 horas por dia, em sete dias da semana e nos 365 dias do ano.

O Brasil possui, desde 2002, um sistema de pagamentos instantâneos: o Sistema de Transferência de Fundos (Sitraf), que possibilita aos bancos trocarem entre si mensagens eletrônicas de pagamentos.

No entanto, o Sitraf é limitado às instituições financeiras. Já o PIX será operado restritamente a partir de 3 de novembro e, no dia 16, ampliado a toda a população. Até o momento, mais de 50 milhões de chaves foram registradas.

Os bons exemplos

De acordo com o relatório da FIS, a Índia lidera o ranking dos países com os maiores números de transações instantâneas. Desde 2019, o país asiático realizou cerca de 41,4 milhões de transações em tempo real por dia.

O país é considerado um exemplo a ser seguido, uma vez que conseguiu incluir nos sistemas milhares de indianos sem conta em banco. “A Índia é um país continental”, ressalta o consultor de negócios da Matera Fabiano Amaro.

Hoje, a população tem dois sistemas de pagamento em tempo real. O primeiro deles, lançado em 2010, é o IMPS, que funciona de forma parecida ao TED no Brasil, exigindo uma série de dados pessoais. Em 2016, foi lançada a UPI.

A UPI – Interface Unificada de Pagamentos – aproveita, segundo a FIS, a “alta propriedade de smartphones da Índia para alimentar várias contas bancárias em um único aplicativo móvel para qualquer banco participante”.

Banco Central do Brasil

Banco Central do BrasilFelipe Menezes/Metrópoles

Prédio do Banco Central no Setor de Autarquias Sul - Brasília - DF 04/11/2015

Banco Central do BrasilDaniel Ferreira/Metrópoles

Banco Central

Banco Central do BrasilFelipe Menezes/Metrópoles

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“O aplicativo combina recursos bancários, roteamento de fundos e pagamentos de comerciantes em um local móvel sempre ativo”, descreve o relatório, ao apontar que, em meados de 2018, foi lançado a versão 2.0 do sistema.

Outro exemplo aprovado pelos especialistas é o do Reino Unido. Criado em 2008, o Faster Payments tem grande adesão, com média de 7 milhões de transações diárias, num total de 5,4 bilhões de libras esterlinas (cerca de R$ 39,5 bilhões).

“Eu diria que o Banco Central do Brasil aprendeu bem olhando esses modelos”, afirma Fabiano Amaro. Veja, a seguir, a lista de todos os países que têm um sistema de pagamentos instantâneos, tal como o PIX:

Os casos da China e dos EUA

Para entender as particularidades do PIX, o consultor de negócios da Matera cita o chinês Internet Banking Payment System (IBPS). O país tem o segundo maior número de transações instantâneas por dia (38,3 milhões).

O cenário de pagamentos digitais chinês é dominado pelos aplicativos WeChat, da Tencent, e AliPay, do grupo Alibaba. Segundo o estudo Flavors of Fast, as duas carteiras combinadas detêm cerca de 90% do mercado.

“A China tem um real time [pagamentos em tempo real] tido em muitos lugares como uma baita referência, mas o país não teve o desafio de interoperabilidade, como acontece no Brasil”, explica Amaro.

“Então, na China, como não tem vários players, é um duopólio. É como se tudo fosse transferência entre duas contas”, complementa o especialista, ao comparar com o Brasil, que tem várias bandeiras de cartão de crédito.

Nos Estados Unidos o ecossistema de instituições financeiras e de pagamentos é bem maior se comparado ao Brasil, o que aumenta a competitividade, mas dificulta a elaboração de um sistema único no país.

“Os Estados Unidos têm, desde 2017, um sistema de pagamentos em tempo real, o RTP, mas não é tão eficiente – e tem custos. Lá, tem mais de 10 mil bancos, então o desafio é maior e acabam usando arranjos privados”, afirma.

No entanto, o Federal Reserve (FED), o Banco Central americano, anunciou o lançamento do FedNow, que vai funcionar de forma semelhante ao PIX. A previsão é de que o serviço comece a ser usado entre 2023 e 2024.

Segundo descrição do FED, “empresas e indivíduos poderão enviar e receber pagamentos instantâneos de maneira conveniente e os destinatários terão acesso total aos fundos em segundos, dando-lhes maior flexibilidade”.

Quais os países que têm Pix?

Por meio do sistema, o usuário pode realizar pagamentos instantâneos entre contas 24 horas, em poucos segundos. A Índia é o país que mais realiza transações instantâneas..
Reino Unido;.
Estados Unidos;.
Austrália;.
Índia;.
China..

Tem Pix na Europa?

Disparidades entre os países "Dentro da Europa, ainda tem bastante diferenças. Aqui em Portugal, tem um sistema de pagamento instantâneo que funciona mais ou menos como o Pix, o NBWay. Mas nos Estados Unidos, por exemplo, ainda não tem um totalmente integrado.

Tem Pix nos Estados Unidos?

O Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) inicia neste mês os testes de um sistema de pagamentos instantâneos, o FedNow. Espécie de versão americana do Pix, ele promete revolucionar a forma como se envia e recebe dinheiro na maior economia do mundo.

Como fazer Pix para outro país?

Para que as transferências internacionais pelo Pix possam começar a funcionar no Brasil foi preciso primeiro aprovar uma nova lei cambial, fruto do Projeto de Lei nº 5.387/2019, conhecida como Marco Legal do Câmbio e sancionada em dezembro de 2021 como Lei Federal nº 14.286.

Tem Pix na China?

'Pix' na China O recurso permite que clientes enviem pagamento online — e consigam resultados em tempo real. Em agosto de 2021, o IPBS passou a funcionar no país asiático. Esse pagamento em tempo real chinês tem sido referência para outras nações.

Como se chama Pix em Portugal?

O PIX veio para facilitar a vida de muitos brasileiros. Entretanto, em Portugal, já existe algo parecido desde 2014 chamado MB WAY. Entenda como isso funciona.

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