Em que consiste a avaliação formativa?

A busca por formação superior de qualidade faz parte da vida de milhares de estudantes brasileiros. Essa é uma das formas mais tradicionais de construir um caminho de sucesso profissional. E além da formação técnica, é preciso desenvolver um conjunto de habilidades que possam ser utilizadas no mercado de trabalho e na vida

Essa forma de aprendizado é mais complexa do que um simples passo a passo para o cumprimento das atividades profissionais. Por isso, o conhecimento nas esferas técnica e socioemocional precisa ter instrumentos de avaliação adequados.

O sucesso e aprendizado são elementos difíceis de serem mensurados, mas como é possível compreender o status do aluno nesse processo de busca por uma formação? Para te auxiliar nisso, separamos as principais informações que você precisa saber sobre a avaliação formativa

Quer conhecer mais sobre essa modalidade avaliativa? Continue essa leitura!

O que é uma avaliação formativa e qual seu objetivo?

Diante da necessidade de avaliar os estudantes de forma completa, a avaliação formativa surge. Esse é um modo de traçar o acompanhamento mais personalizado, que possa compreender o desempenho como uma trajetória, e não como algo pontual. 

Com avaliações internas (provas, simulados, testes, etc) e externas (Enade, OAB) é possível compreender um pouco mais sobre o perfil de aprendizagem dos estudantes, seja a nível institucional, ou até mesmo governamental. 

A avaliação formativa pode até beber de fontes externas, mas tradicionalmente, utiliza dados coletados a partir daquelas que são aplicadas internamente

Assim como as duas outras formas de avaliação, avaliação diagnóstica e somativa, a formativa pode usar uma gama de formas, como simulados e até mesmo trabalhos em grupo. 

A principal característica da avaliação formativa é compreender mais sobre a jornada do aluno e não apenas sobre o conhecimento adquirido. Além da capacidade técnica, é preciso avaliar outros elementos. 

Na avaliação formativa há espaço para trocas, construção coletiva do percurso formativo e proposição sobre mudanças que podem beneficiar o processo de ensino-aprendizagem. 

Muito além de avaliar a percepção sobre um conteúdo, a avaliação formativa visa compreender quais os elementos necessários para tornar o caminho de formação mais potente para o aluno e, consequentemente, para a Instituição de Educação Superior (IES).

Quais os princípios da avaliação formativa?

A avaliação formativa possui alguns pilares. Dessa forma, é possível replicar esse conceito em diferentes tipos de instituição de ensino, inclusive de níveis de escolaridade diferentes. Esses princípios também podem ajudar a equipe da IES a identificar se já aplica a avaliação formativa. 

Isso acontece porque os professores costumam aplicar esse conceito de avaliação em suas atividades sem necessariamente saber que estão performando um momento de avaliação formativa. 

Isso tem relação com os pilares desse tipo de teste, já que é algo que escapa a uma periodicidade fixa. Ter consciência sobre esse processo pode potencializar a experiência, com resultados importantes para compreender gargalos e possibilidades no processo de ensino-aprendizagem.

Existem três pilares da avaliação formativa. Confira:

Contínua

Diferente de outros tipos de avaliação, a modalidade formativa não possui uma periodicidade fixa, como uma semana de provas ou um período de simulados, por exemplo. Por outro lado, suas características demandam uma continuidade do trabalho realizado.

Isso ocorre porque a formação do aluno é dinâmica e precisa ser avaliada de tempos em tempos, porque assim como o tipo de conhecimento aprendido muda, as questões sutis avaliadas nesse tipo de teste também se alteram ao longo do tempo. 

Por isso, é indicado que uma avaliação formativa seja um processo contínuo, para que os dados sejam utilizados no processo de planejamento e melhoria da trajetória do aluno, e do serviço disponibilizado pela IES. 

Cumulativa

Por sua característica contínua, é natural que a avaliação formativa tenha um caráter cumulativo. Diferente de avaliações somativas, ela não faz parte de um ciclo de aprendizado, como um bimestre, semestre ou ano letivo. 

A avaliação formativa tem relação com toda a jornada dos estudantes, formando uma sólida base de dados capaz de acompanhar processos de aprendizado. Por não ser uma ferramenta exclusivamente quantitativa, pode aprofundar discussões de relevância para a melhoria da IES.

Esse acúmulo de dados precisa ser tratado para que forme uma linha de progressão de cada um dos alunos e turmas. 

Sistemática

Voltando aos seus dois primeiros pilares, a avaliação formativa torna-se também sistemática. Não ter uma periodicidade obrigatória não exime as IES de manter uma continuidade para que seja possível acumular dados. 

Ela precisa ser aplicada com certa frequência, para que possa coletar informações ao longo do tempo e, consequentemente, oferecer um panorama da situação atual e passada dos estudantes, professores, instituição e o que mais for avaliado nesses momentos. 

A sistematização faz com que pistas se tornem evidências, dando robustez à base de dados. Só assim é possível traçar um plano de ação que contemple as dificuldades que foram identificadas e precisam ser mitigadas. 

Leia também: Saiba o que é e como aplicar a Aprendizagem Ativa em sua IES

Quais são as características da avaliação formativa?

Os pilares da avaliação formativa acabam sendo desdobrados em características que compõem esse tipo de teste. A primeira delas é a ideia de dinamicidade do desempenho acadêmico. Isso significa que é preciso avaliar esse parâmetro com certa frequência, para que o aluno, o professor e a IES sejam plenamente avaliados. 

Além disso, o processo de tomada de ações após a aplicação de avaliações formativas dão uma característica ainda mais dinâmica para esses resultados, que acabam resultando em atuações mais incisivas.

Outro ponto é que as avaliações formativas não existem para que ocorra a atribuição de notas. Seu objetivo está ligado a uma trajetória, e não a uma pontuação relacionada a determinado conteúdo. 

Apesar de gerar dados do coletivo, é interessante que seja aplicada com intenção de traçar um caminho de desempenho individualizado, já que esse tipo de avaliação beneficia esse processo. 

Esse é um tipo de avaliação que pode ser utilizado como um diagnóstico dos alunos, em sua admissão ou na primeira aplicação do teste, com o consequente acompanhamento desses perfis ao longo do tempo, através da aplicação de novas avaliações formativas.

A avaliação formativa permite não só a aferição de questões relacionadas aos estudantes, mas à própria IES, professores e funcionários. Isso ocorre através de questões ou proposição de dinâmicas relacionadas a esses públicos nos testes. 

Quer saber mais sobre os tipos, benefícios e como se faz essa avaliação? Continue a leitura!

Como se faz uma avaliação formativa?

Uma dúvida muito pertinente neste momento deve ser: mas como fazer uma avaliação formativa? Por onde começar? O primeiro passo é definir o que precisa ser avaliado. Além dos elementos do percurso do aluno, é uma vontade da IES receber feedbacks sobre sua estrutura e profissionais?

Se a resposta para essa pergunta for sim, essas proposições precisam ser estudadas para que se encaixem perfeitamente à metodologia escolhida. 

O segundo passo é compreender quais os objetivos dos resultados que serão coletados, assim é possível direcionar a forma de aplicar o teste, com as perguntas ou atividades previstas na avaliação. 

Esse passo requer um olhar no futuro. É preciso imaginar quais dados serão coletados e como serão tratados para, posteriormente, gerar proposições dentro do percurso do aluno, ou até mesmo na estrutura da IES.

Como terceiro passo, é necessário compreender o modo de fazer, ou seja, em qual tipo de atividade a avaliação formativa estará inserida. Para saber mais sobre isso, não deixe de conferir, na sequência, quais são as formas de aplicar esse tipo de teste na jornada discente. 

A partir desse planejamento, como quarto passo, chega o momento de aplicar a avaliação. Observe os comentários e percepções dos alunos durante o processo e, se possível, crie momentos de trocas para potencializar o processo de observação.

O quinto passo é a coleta e tratamento de dados. Com o objetivo estabelecido inicialmente, não será difícil fazer essa análise. Além disso, é possível oferecer uma versão para os alunos, o que potencializa os planos de ação que podem resultar dessa atividade avaliativa. 

É preciso observar os pilares, características e passos para a aplicação das avaliações formativas. Dessa forma, é possível seguir uma série de metodologias, como as que iremos sugerir mais adiante. 

O reforço do protagonismo é um ponto essencial em uma avaliação formativa. Por isso, certifique-se de que esse elemento tão central fará parte desse momento. A ideia é gerar uma autopercepção alinhada com a realidade, capaz promover a mitigação de dificuldades e ampliação de potencialidades.  

Quais são os instrumentos de avaliação formativa?

Por ser um tipo de avaliação menos ligada ao calendário formal das IES, pode ser aplicada em momentos e formatos diferentes. Ela permite uma maior flexibilidade, o que pode beneficiar o processo criativo do professor, que pode propor uma infinidade de formas de aplicação. 

Além de poder criar momentos específicos para a avaliação formativa, o docente pode até mesmo incorporar as questões referentes a essa modalidade avaliativa na rotina de avaliações, como as somativas, por exemplo. 

Não abra mão dos momentos de troca, em que há formas de estabelecer e fortalecer os vínculos na sala de aula. 

Um dos instrumentos que podem ser utilizados nessa tarefa é o portfólio. Nele, em vez de um projeto, o aluno pode documentar sua jornada como estudante. Isso permite a criação de uma linha temporal que acompanha o desempenho de quem preenche o portfólio. 

Também podem ser utilizadas atividades semelhantes às avaliações tradicionais, com questões discursivas e de múltipla escolha. Esses tipos de aplicação permitem que os resultados sejam coletados de forma mais prática e rápida. 

No caso da múltipla escolha, apesar de ser mais simples tratar os dados, há uma perda da subjetividade na resposta das questões, e isso tem que ser considerado no objetivo do mapeamento. 

As questões discursivas podem ser aplicadas em formato de prova, trabalhos, ou até mesmo em discussões com respostas orais. Isso beneficia o processo de trocas entre alunos e até mesmo entre os professores. 

Um elemento que sempre deve fazer parte da avaliação formativa é a autoavaliação do aluno. Esse é um ponto que fortalece a autonomia e o protagonismo do estudante. A partir dessa ferramenta, o estudante torna-se ainda mais capaz de tomar para si a responsabilidade pela própria jornada. 

Quais os benefícios da avaliação formativa?

Além de colocar o aluno em um lugar de destaque, a avaliação formativa possui muitos outros benefícios para o processo de ensino-aprendizagem. Um deles é a possibilidade de reter alunos que se encontram cansados e desestimulados, oferecendo um canal de escuta para suas questões. 

A autonomia não é uma característica desenvolvida de forma individual. Com ela, também são desenvolvidas a autorregulação da aprendizagem e uma melhor capacidade de adquirir conhecimento

A preocupação com o desenvolvimento de soft skills também passa para a comunidade acadêmica, considerando que a IES tem um compromisso com a formação completa, que contempla várias demandas do mercado de trabalho e que também são importantes para a vida. 

O feedback dos alunos também pode melhorar o ensino das IES, fazendo com que as instituições ganhem mais força a partir de indicações de um serviço bem prestado. 

Por último, mas não menos importante, a avaliação formativa é inclusiva, em dois aspectos diferentes. O primeiro é em acessibilidade, promovendo a inclusão de estudantes com deficiência no ensino superior. Isso porque os estudantes podem se valer dos vários formatos de aplicação para encontrar um modo que seja adequado para si.

O outro aspecto é a inclusão do aluno no processo de pensar seu caminho e os serviços da IES. Isso se dá, especialmente, através da autoavaliação. 

Qual é o papel do professor na avaliação formativa?

Assim como em todo processo de formação emancipadora, a participação do professor na avaliação formativa é de condução do processo, não em um sentido de controle, mas de apoio. 

Dessa forma, o papel de protagonista na avaliação formativa é do aluno, mas cabe ao professor fazer todo processo de projetar e organizar a avaliação. Cabe a ele definir qual será o objetivo, a metodologia empregada, coletar os dados, tratá-los e apresentar os resultados aos alunos. 

Junto aos gestores das IES, os professores fazem os repasses e compartilham suas percepções, para que o processo de ensino-aprendizagem possa ser beneficiado pelos resultados da avaliação formativa. 

Agora que você já conhece um pouco mais sobre a avaliação formativa, que tal saber sobre qual é a importância dos recursos digitais de aprendizagem?

O que é conceito de avaliação formativa?

O que é avaliação formativa? A avaliação formativa é uma alternativa aos métodos tradicionais de avaliação escolar. A sua proposta se baseia em avaliar o aluno de forma particular, considerando as suas principais necessidades e os seus desafios no processo de ensino.

Quais são as características da avaliação formativa?

Características da avaliação formativa A avaliação formativa propõe o acompanhamento do desenvolvimento das aprendizagens do aluno. O resultado desse acompanhamento são informações que alimentam e direcionam de forma significativa a ação pedagógica, aproximando de maneira considerável professor e aluno.

Qual é o principal objetivo da avaliação formativa?

Geralmente, o objetivo das avaliações formativas é coletar informações detalhadas que podem ser usadas para melhorar os processos de ensino-aprendizagem ao mesmo tempo em que eles são aplicados.

Quais os princípios da avaliação formativa?

Assim, na LDB, a avaliação formativa é delimitada pelo princípio do protagonismo. Ou seja, preconiza que os conteúdos e as metodologias pedagógicas sejam organizados de maneira que propicie a autonomia e o desenvolvimento pleno dos estudantes.