Educação infantil para que para quem e por quê

O brincar livre e a escola

Por Daniela Falcão 02 jun., 2020

Escrevi este texto pensando em você que é professor e tem interesse em entender melhor sobre a brincadeira dentro da escola, e para você, que já aplica a brincadeira como estratégia de ensino mas estava procurando um texto para mostrar para as famílias porque brincar é melhor que ensino à distância. 1. O livre brincar Brincar é o que a criança faz. É a forma como ela entende o mundo e se comunica com ele. Então o brincar livre acontece quando a criança brinca à vontade, com os objetos que quiser e como quiser. É uma brincadeira sem estruturas, ou seja: brinca de casinha, misturado com monstros, misturado com fazenda, misturado com melecas, misturado e tudo isso tendo apenas uma colher na mão, rs. O brincar livre começa na imaginação da criança e tem o seu desenrolar de forma espontânea, ou seja, parte da curiosidade infantil natural, do amor da descoberta e do entusiasmo. O adulto proporciona esta atividade para a criança por meio da estruturação de um espaço criativamente organizado para tal e brinca junto quando convidado. Brincar com bonecas, blocos, barro, lápis de cera e papel, e outras peças soltas preveem a possibilidade de brincar de formas diferentes, sem seguir roteiros. Respeita o tempo e o desejo da criança. Um espaço criativamente organizado encoraja todos os tipos de brincadeiras, como pega-pega, esconde-esconde, a construção de fortalezas, jogos, simulações da vida real, entre outros.. O Marco Legal da Primeira Infância é uma lei brasileira que garante às crianças o direito de brincar. É uma lei que foi sancionada em 2016 e que pavimenta o caminho entre o que a ciência diz sobre as crianças, do nascimento aos 6 anos, e o que deve determinar a formulação e implementação de políticas públicas para a primeira infância. Mesmo sendo um direito de todas as crianças, o brincar muitas vezes tem sido reduzido a um tempo curto da rotina do dia a dia delas, por vezes entendido como premiação para determinados comportamentos e relacionado a brinquedos, induzindo ao consumo infantil. Priorizar o brincar espontâneo e não estruturado, disponibilizando tempo e variedade de materiais para que ela possa exercitar sua imaginação e criatividade, sem ênfase a brinquedos eletrônicos ou altamente elaborados, é permitir que as crianças ampliem as possibilidades de criar e vivenciar experiências ricas e significativas. Reduzir o tempo para o brincar com jogos eletrônicos e ampliar os tempos para o brincar com outros brinquedos e materiais, assim como, com outras pessoas no fortalecimento das relações intergeracionais – entre crianças mais novas e maiores, entre crianças e adultos, entre crianças e idosos – também será essencial e poderá fortalecer a valorização do outro, de outras formas de brincar e o resgate de brincadeiras tradicionais. 2. O brincar na escola As brincadeiras fazem parte da vida do ser humano desde o início da humanidade. À medida que brinca, a criança vai se apropriando de suas potencialidades, adquire autoconfiança e aprende a agir, construindo interiormente o seu mundo, o que impulsiona o seu desenvolvimento. Por isso, o brincar é um dos meios mais propícios à construção do conhecimento, pois contribui não apenas com o desenvolvimento cognitivo e psíquico, como também com a evolução motora, afetiva e social. Assim, brincar é uma excelente estratégia de ensino e aprendizado pois permite que a criança vivencie diferentes formas de aprender como um processo social, permite a alfabetização com significado e torna a criança capaz de, por meio das brincadeiras, internalizar o conhecimento. Segundo a legislação educacional brasileira é por meio da brincadeira que a criança aprende a respeitar regras e a ampliar seu relacionamento social, adquirido noções de respeito mútuo, de ouvir, de respeitar ou discordar polidamente de opiniões, e a exercer liderança ou ser liderado, compartilhando a sua alegria de brincar. E ao utilizar linguagem do faz-de-conta, as crianças enriquecem sua identidade, porque podem experimentar outras formas de ser e pensar, ampliando suas concepções sobre as coisas e pessoas ao desempenhar vários papéis sociais ou personagens. O livre brincar precisa acontecer todos os dias nas escolas, para além da hora do recreio. Essa a distância que a brincadeira tem da escola, torna essa aproximação ainda mais urgente. Trazer as brincadeiras de volta todos os dias para as crianças significa defender sua infância de forma saudável e significativa. Trazer as brincadeiras para a escola representa um avanço para a educação. Stuart Brown, psiquiatra americano, pioneiro na pesquisa sobre o brincar, em seus estudos sobre histórias de vida de assassinos e alcoólatras, descobriu a ausência do brincar na vida dessas pessoas. Seus anos de prática clínica comprovam que brincar bastante na infância gera adultos felizes e bem sucedidos e a capacidade de continuar nutrindo este ser brincante que somos, nos mantém joviais e saudáveis ao longo da vida. Brincar é vital. A tarefa de ensinar nos coloca à frente de uma grande responsabilidade: a de formar cidadãos para o mundo. Se pretendermos um mundo melhor, em que os seres humanos sejam mais afetivos, éticos e responsáveis, devemos praticar uma educação que forme alunos capazes de agir, refletir e reagir sobre o real social e afetivo em que está contextualizado. A escola é que deve se adaptar ao aluno e respeitar suas características e sua cultura; isso gera grande desafio ao corpo escolar. Faz-se necessário um processo educacional que possibilite a ruptura de antigas estruturas, dando liberdade ao aluno de brincar e criar, enfatizando a educação como prática humana e social que leva à produção de saberes técnicos, sim, mas totalmente integrados ao desenvolvimento intelectual, social e afetivo da criança, envolvida por inteiro, corpo e mente. Experimentando e percebendo a importância de suas percepções e conclusões quanto ao mundo que a cerca, a criança constrói seus conhecimentos a partir das experiências vividas, proporcionando-lhe a possibilidade de experimentar coisas novas. A criança é um ser especial que está em pleno desenvolvimento e que necessita de um olhar cuidadoso do educador. Os pequenos já trazem consigo uma bagagem natural de espontaneidade e criatividade que deve ser incentivada pelo educador. É notória a crise pela qual a educação vem passando nos dias atuais: professores descontentes, alunos desmotivados, pais preocupados. No entanto, acredita-se que para uma possível melhora deste quadro se faz necessário, além da formação contínua dos professores, a introdução da ludicidade como subsídio no processo de construção do conhecimento cognitivo, físico, social e psicomotor, desenvolvendo nos educandos o prazer ao construir o próprio aprendizado de forma mais atraente e estimuladora. Defender o brincar na escola não significa negligenciar a responsabilidade sobre o ensino, a aprendizagem e o desenvolvimento. As crianças são predispostas às atividades lúdicas, e não há por que contrariá-las. Os jogos e as brincadeiras deveriam fazer parte da realidade cotidiana na vida de crianças, pois permitem o contato com o outro e com tudo que está ao seu redor, acrescentando um ingrediente especial na vida de todos, tanto como um caminho para a busca de conhecimento como para torná-la mais prazerosa. 3. Como propor brincadeiras na sala de aula? Propor brincadeiras livres significa criar ambientes de brincar na sala de aula ou fora dela, que acolham as crianças como são. Além disso, é importante criar o espaço brincante juntamente com as crianças que irão brincar. Um espaço cercado por mesas e cadeiras enfileiradas revela que o movimento das crianças não é considerado e que as propostas estão na mão do adulto que é o único que precisa ser visto e ouvido. A própria decoração do ambiente é reveladora. Muitas vezes, o adulto no desejo de deixar o espaço bonito, o decora com cartazes e enfeites que não tem significado para aquele grupo de crianças e que é um referencial apenas para ele. Muitas revistas “pedagógicas” em especial aquelas destinadas a educação infantil infelizmente apresentam alguns desses modelos. É necessário pensar num ambiente em que a criança se sinta segura e ao mesmo tempo desafiada. Que ofereça possibilidades de socialização entre crianças de idades diferentes. Que estimule e ao mesmo tempo permita que as crianças se sintam independentes, desenvolvam atividades com autonomia. Onde ela possa experimentar diferentes texturas, cheiros, sons, com elementos naturais! É preciso oferecer espaços com propostas diferenciadas, situações diversificadas, que ampliem as possibilidades de exploração e “pesquisa” infantis. As crianças realmente ampliam a capacidade de exercitar a autonomia, a liberdade, a iniciativa, a livre escolha, quando o espaço está adequadamente organizado. Ao realizar seu planejamento pedagógico, planeje como serão propostas as mudanças na sala de aula. Inclua sempre os brinquedos! Evite os brinquedos da moda, os que segregam por gênero e os personagens que estão em alta no momento. Uma simples capa, por exemplo, pode desabrochar várias brincadeiras e fantasias criativas para meninos e meninas, e é muito mais versátil. Prefira os brinquedos não estruturados, ou seja, aqueles que permitem várias formas de brincar. Escolha também brinquedos que atendam a diversas idades: blocos de montar, jogos de encaixe, quebra-cabeças, quadros, papel, giz de cera, massinha, bonecas, carrinhos, objetos de casa e utensílios domésticos, que imitem as tarefas do lar: panelinhas, comidinhas, vassourinha, caminha, bercinho, mesinha, e a lista não tem fim.

Porque e para que a educação infantil?

A Educação Infantil é essencial para que a criança tenha um convívio social além do núcleo familiar. Ou seja, é um momento importante para que o indivíduo aprenda a se relacionar e viver em sociedade, desenvolvendo habilidades fundamentais à formação humana, além das capacidades cognitivas e motoras.

Qual a finalidade da educação infantil e qual o seu objetivo?

O principal objetivo é potencializar a capacidade intelectual, cognitiva e social das crianças de zero a três anos. É na educação infantil que os alunos em idade pré-escolar entre quatro a seis anos de idade aprendem a trabalhar a autonomia para interagir, questionar, comunicar-se, resolver problemas e refletir.

Quem são os sujeitos da educação infantil Qual a faixa etária dessas crianças quem e a criança da educação infantil qual a concepção de criança da educação infantil?

De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases (LDB), a educação infantil é o sistema destinado à faixa etária de zero a seis anos: as creches para a faixa de zero até três anos e as pré-escolas para a faixa de quatro a seis anos (MATTIOLI apud TADEI; STORER, 1998).

Quais são as etapas da educação infantil?

Dessa forma, conheça agora as 5 etapas da educação infantil!.
O que é a Educação Infantil? ... .
Berçário na Educação Infantil. ... .
Crianças de 2 anos: primeiro contato com a escola. ... .
Crianças de 3 anos: desenvolvimento motor e cognitivo. ... .
Crianças de 4 anos: arte e educação. ... .
Crianças de 5 anos: alfabetização..