Datilologia e libras são a mesma coisa

MITOS SOBRE A LÍNGUA DE SINAIS

  • ·        A LÍNGUA DE SINAIS É UNIVERSAL?

Em qualquer lugar em que haja surdos interagindo, haverá língua de sinais. Podemos dizer que o que é universal é o impulso dos indivíduos para a comunicação e, no caso dos surdos, esse impulso é sinalizado. A língua dos surdosnão pode ser considerada universal, dado que não funciona como um “decalque” ou “rotulo” que possa ser colado e utilizado por todos os surdos de todas as sociedades de maneira uniforme e sem influências no uso.

Datilologia e libras são a mesma coisa

  • ·        A LÍNGUA DE SINAIS TEM GRAMÁTICA?

Absolutamente. O reconhecimento lingüístico tem marca nos estudos  descritivos do lingüista americano William Stokoe em 1960.No tocante as línguas orais, as investigações vêm acontecendo há muito mais tempo, já que em 1660 ( ou seja, trezentos anos antes ) desenvolveu-se uma “teoria de língua em que as estruturas e categorias gramaticais poderiam ser associadas a padrões lógicos universais de pensamento”(Crystal, 2000:204), postulada na Gramática de Port- Royal.

  • ·        É POSSÍVEL EXPRESSAR CONCEITOS ABSTRATOS NA LÍNGUA DE SINAIS?

Claro que sim! Novamente, a pressuposição de que não se consegue expressar ideias ou conceitos abstratos está firmada na crença de que a língua de sinais é limitada, simplificada, e não passa de um código primitivo, mímica, pantomima e gesto. No Dicionário de linguística e fonética, por exemplo,gestos são considerados traços paralínguisticos ou extralinguísticos das línguas orais. Para nos desvincularmos dessa acepção exposta acima, devemos entender que sinais não são gestos. Assim, é correto afirmar que as pessoas que falam línguas de sinais expressam sentimentos, emoções e quaisquer ideais ou conceitos abstratos.

  •          A LÍNGUA DE SINAIS É O ALFABETO MANUAL?

De forma alguma. O Alfabeto manual, utilizado para soletrar manualmente as palavras ( também referido como soletramento digital ou datilologia) , é apenas um recurso utilizado por falantes da língua de sinais. Não é uma língua, e sim um código de representação das letras alfabéticas.

- Alfabeto Grego

α (Alfa)  β(Beta)  γ(Gama)  δ(Delta)  ε(Epsilon)

- Alfabeto Romano

A         B          C        D         E 

 Acreditar que a língua de sinais é o alfabeto manual é fixar-se na ideia de que a língua de sinais é limitada, já que a única forma de expressão comunicativa seria uma adaptação das letras realizadas manualmente, convencionadas e representadas a partir da língua oral. Imaginemos, por exemplo, quanto tempo levaria um surdo para falar uma sentença ou, ampliando bem a questão, ter uma conversa filosófica, se utilizasse apenas o soletramento manual? Travar uma conversa dentro deste enquadre

s-o-l-e-t-r-a-d-o s-e-r-i-a c-a-n-s-a-t-i-v-o e m-o-n-ó-t-o-n-o-( - u-f-a-!)

Entretanto, é importante que se diga que o alfabeto manual tem uma função na interação entre os usuários da língua de sinais. Lança- se mão deste recurso para soletrar nomes próprios de pessoas ou lugares, siglas, e algum vocábulo não existente na língua de sinais que ainda não tenha sinal.

Referência

Gesser, Audrei (2009). LIBRAS ? Que língua é essa? crenças e preconceitos em torno da língua de sinais e da realidade surda. São Paulo : Parábola Editorial.

APOSTILA - LIBRAS

DEDIFIÊNCIA AUDITIVA - "CADERNOS DA TV ESCOLA"

�ltima atualiza��o: 08/08/2011

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Datilologia e libras são a mesma coisa
Algumas pessoas acreditam, equivocadamente, que podem se comunicar com o surdo usando apenas o alfabeto em Libras. É preciso desmistificar isso.

Seria o equivalente a dizer que podemos conversar em inglês ou português usando apenas o alfabeto dessas línguas, sem necessidade de utilização das palavras, algo obviamente impossível.

Para melhorar a compreensão e superar os preconceitos convidamos o leitor a analisar este post, no qual trataremos não somente do alfabeto, mas também sobre a Língua Brasileira de Sinais.

Aproveitamos também para apresentar esse alfabeto, na imagem criada e gentilmente cedida por tikinhoramon, um maravilhoso cartunista surdo.

Para entender como funciona o alfabeto em Libras é preciso entender um pouco sobre essa língua tão rica e complexa quanto qualquer outra.

Começaremos pontuando o que NÃO é Libras. Ela não é uma cópia do português, não é mímica, não é um conjunto aleatório de sinais e sim uma língua com estrutura, semântica, sintaxe e gramática próprias. Enfim, todos os parâmetros necessários para que uma língua seja conceituada como tal.

O que é o alfabeto em Libras

É um conjunto de 27 sinais manuais, realizados em diferentes configurações de mãos, que representam as letras do nosso alfabeto, ou seja, que foram tomados de empréstimo do português.

Já que Libras é uma língua viso-espacial cuja grafia ainda está em construção, fez-se necessário a utilização desse artifício. Isso viabilizou a soletração de palavras cujos sinais ainda serão criados pelos surdos, validados e estabelecidos por toda a comunidade surda, como novos sinais em libras, assim como acontece com os neologismos em outras línguas.

Para termos uma dimensão dessa questão é preciso salientar que Libras é uma língua nova. Somente em 2002 foi oficializada como língua da comunidade surda brasileira, embora já venha sendo utilizada desde os tempos do império. Vale lembrar que foi D. Pedro Il quem trouxe da Europa essa forma de comunicação, para atender às necessidades de um familiar surdo

Qual a funcionalidade da datilologia ou soletração em Libras

O alfabeto em Libras são sinais datilológicos, ou seja, realizados com os dedos. Eles permitem a soletração de palavras cujos sinais ainda não existem em Libras, não foram convencionalizados e tornados de uso cotidiano e rotineiro dentro da comunidade surda.

Para se ter uma ideia, na língua de sinais existem entre 14 a 15 mil sinais, enquanto em português temos cerca de 600 mil palavras. A discrepância é enorme, mas é possível compensá-la. É sabido que além dos sinais essa língua recorre a outras estratégias, comumente chamada de parâmetros. São os movimento do corpo e as expressões não manuais, que mudam, por exemplo, os tempos verbais em Libras.

Como a comunidade surda usa esse alfabeto

A comunidade surda utiliza o alfabeto de forma adequada, com parcimônia, porque consideram cansativo e pouco produtivo um diálogo baseado apenas na produção desses sinais. Usam, por exemplo, para se referir a pessoas, endereços, cidades, siglas ou palavras para as quais desconhecem um sinal em Libras e até que sejam criados, como já falamos.

Sem a datilologia muito da comunicação em Libras ficaria truncada, mas seu uso exagerado pode surtir um efeito muito ruim.

Agora que você já sabe, vamos ajudar a disseminar esse conhecimento? Curta e compartilhe, ajudando a reduzir o preconceito que envolve essa língua. Entre em contato com SignumWeb e esclareceremos mais sobre esse assunto.

Qual a diferença entre Libras É datilologia?

O alfabeto manual de Libras são formas de mãos que representam as letras do alfabeto. A datilologia é a soletração de uma palavra usando o alfabeto manual, sendo mais usada para expressar nome de pessoas, localidades e outras palavras que não possuem um sinal específico.

O que É datilologia na Libras?

No que diz respeito à Libras, a datilologia também é chamada de alfabeto manual, e tem como função atribuir sinais às letras, feitos com as mãos.

Porque o alfabeto em Libras É chamado de Datilológico?

Resposta: O alfabeto datilológico ou alfabeto manual é a denominação referente ao alfabeto em libras e tem a função de permitir a soletração das palavras ao surdo; é utilizado para palavra que não possui sinal representativo.

Quando se usa a datilologia?

Assim, a datilologia é utilizada “para soletrar, quando, no momento da apresentação, se pretende informar o nome das pessoas; ou ainda quando não se conhece o sinal do conceito” (Rosa, 2005, p. 40).