Como se formou os Estados Nacionais da França da Inglaterra de Portugal e da Espanha?

No decorrer da Idade Média, a figura política do rei era bem distante daquela que usualmente costumamos imaginar. O poder local dos senhores feudais não se submetia a um conjunto de leis impostas pela autoridade real. Quando muito, um rei poderia ter influência política sobre os nobres que recebiam parte das terras de suas propriedades. No entanto, o reaquecimento das atividades comerciais, na Baixa idade Média, transformou a importância política dos reis.

A autoridade monárquica se estendeu por todo um território definido por limites, traços culturais e linguísticos que perfilavam a formação de um Estado Nacional. Para tanto, foi preciso superar os obstáculos impostos pelo particularismo e universalismo político que marcaram toda a Idade Média. O universalismo manifestava-se na ampla autoridade da Igreja, constituindo a posse sobre grandes extensões de terra e a imposição de leis e tributos próprios. Já o particularismo desenvolveu-se nos costumes políticos locais enraizados nos feudos e nas cidades comerciais.

Os comerciantes burgueses surgiram enquanto classe social interessada na formação de um regime político centralizado. As leis de caráter local, instituídas em cada um dos feudos, encareciam as atividades comerciais por meio da cobrança de impostos e pedágios que inflacionavam os custos de uma viagem comercial. Além disso, a falta de uma moeda padrão instituía uma enorme dificuldade no cálculo dos lucros e na cotação dos preços das mercadorias.

Além disso, a crise das relações servis causou um outro tipo de situação favorável à formação de um governo centralizado. Ameaçados por constantes revoltas – principalmente na Baixa Idade Média – e a queda da produção agrícola, os senhores feudais recorriam à autoridade real com o intuito de formar exércitos suficientemente preparados para conter as revoltas camponesas. Dessa maneira, a partir do século XI, observamos uma gradual elevação das atribuições políticas do rei.

Para convergir maiores poderes em mãos, o Estado monárquico buscou o controle sobre questões de ordem fiscal, jurídica e militar. Em outros termos, o rei deveria ter autoridade e legitimidade suficientes para criar leis, formar exércitos e decretar impostos. Com esses três mecanismos de ação, as monarquias foram se estabelecendo por meio de ações conjuntas que tinham o apoio tanto da burguesia comerciante, quanto da nobreza feudal.

Com o apoio dos comerciantes, os reis criaram exércitos mercenários que tinham caráter essencialmente temporário. Ao longo dos anos, a ajuda financeira dos comerciantes tratou de formar as milícias urbanas e as primeiras infantarias. Tal medida enfraqueceu a atuação dos cavaleiros que limitavam sua ação militar aos interesses de seu suserano. A formação de exércitos foi um passo importante para que os limites territoriais fossem fixados e para que fosse possível a imposição de uma autoridade de ordem nacional.

A partir de então, o rei acumulava poderes para instituir tributos que sustentariam o Estado e, ao mesmo tempo, regulamentaria os impostos a serem cobrados em seu território. Concomitantemente, as moedas ganhariam um padrão de valor, peso e medida capaz de calcular antecipadamente os ganhos obtidos com o comércio e a cobrança de impostos. A fixação de tais mudanças personalizou a supremacia política dos Estados europeus na figura individual de um rei.

Além de contar com o patrocínio da classe burguesa, a formação das monarquias absolutistas também contou com apoio de ordem intelectual e filosófica. Os pensadores políticos da renascença criaram importantes obras que refletiam sobre o papel a ser desempenhado pelo rei. No campo religioso, a aprovação das autoridades religiosas se mostrava importante para que os antigos servos agora se transformassem em súditos à autoridade de um rei.

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A formação dos Estados Nacionais Europeus está entre os acontecimentos mais importantes da passagem da Idade Média para a Idade Moderna. O fortalecimento político da Europa a partir dos séculos XIV e XV e a consequente ascensão do Absolutismocomo modelo político ocorreram por meio de guerras, divergências religiosas, acordos aristocráticos e casamentos entre dinastias. Ao lado da Monarquia Nacional Inglesae da Francesa, a formação da Monarquia Nacional Espanhola determinou o que ficou conhecido como Europa.

Durante o século VIII d.C., a Península Ibérica (onde estão localizados os atuais países de Portugal e Espanha) passou a sofrer com a ocupação islâmica, que perdurou até o século XIV, época em que os últimos muçulmanos foram expulsos pelos cristãos. Foi nessa atmosfera que se formou a Monarquia Nacional Espanhola.

A maior organização política islâmica na Península Ibérica foi o Califado de Córdoba, que chegou a criar grandes polos comerciais, milhares de mesquitas, hospitais, entre outras atividades sofisticadas se comparadas com o passado medieval da Península. Com a instituição desse califado e, posteriormente, com a ascensão do Império Almorávida, os cristãos refugiaram-se no extremo norte da Península, de onde se organizaram para combater os árabes.

O processo de expulsão dos árabes iniciou-se no século XI, quando houve também a formação e consolidação da monarquia astur-leonesa. Foi nesse século também que se iniciaram as Cruzadas e as tentativas de quebra da hegemonia islâmica sobre o mar Mediterrâneo. No século XII, destacaram-se as efetivas Guerras de Reconquista. Os cristãos foram avançando e conseguindo ocupar as regiões de Meseta Central e de Al-Andaluz, culminando na expulsão dos mouros de Andaluzia.

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Foi nesse processo também que se formou Portugal a partir do Condado Portucalense, administrado por Henrique de Borgonha, conhecido como Afonso Henrique. Na medida em que os espanhóis ganharam terreno com suas conquistas, passaram a desenvolver reinos e vice-reinos. Os quatro principais reinos eram o de Castela, de Aragão, de Navarra e de Leão. Os reinos de Castela, Leão e Aragão unificaram-se com o casamento de Fernando (de Aragão) e Isabel (de Castela e Leão). Dessa união, resultou a formação da Monarquia Espanhola, que no ano de 1492 expulsou o último reduto islâmico do sul da Península Ibérica. Havia uma justificativa que os espanhóis usavam para legitimar as guerras de reconquista, que foi sintetizada pelo pesquisador Carlos Roberto Nogueira:

“A ideia que a Espanha formava uma real unidade, unidade conquistada pelos godos e sancionada pela ordo eclesiástica, com o prestígio especial dos vários Concílios de Toledo, portanto, uma legítima unidade que foi usurpada pelo muçulmano invasor, vai se lentamente elaborada e testada até constituir, no final do século XII, uma realidade incontestável, que garantia aos cristãos, em especial aos castelhanos, o direito sagrado e historicamente legítimo de possuir e usufruir da Península e no limite, dela expulsar estrangeiros e infiéis.” (NOGUEIRA, Carlos Roberto F. A Reconquista Ibérica: A construção de uma ideologia. HID 28 [2001]).

O fato é que essa unificação transformou a Espanha no maior império ultramarino da época do Mercantilismo, sobretudo quando esteve sob o reinado de Felipe II.

Como se deu a formação dos Estados modernos Inglaterra França Portugal e Espanha?

Estado Moderno na Espanha, França e Inglaterra Na Espanha, a formação do Estado Moderno ocorreu como consequência da Guerra da Reconquista e da união dos reinos de Aragão e Castela em 1469. A consolidação ocorreu em 1492, com a expulsão dos mouros do Reino de Granada.

Como se formaram os Estados nacionais como Inglaterra e França?

A centralização e unificação na formação dos Estados Nacionais da Inglaterra, da França, da Espanha e de Portugal influenciaram profundamente a Europa. Consequentemente, o mundo. Tudo sob o florescimento do Renascimento, do financiamento da emergente burguesia e dos inúmeros conflitos à época.

Como se formaram os Estados nacionais em Portugal?

No período havia quatro reinos, sendo Castela e Aragão dois deles. O primeiro governado pelo rei Fernando e o segundo pela rainha Isabel. Os dois se casaram e então formou-se um Estado Nacional e também como em Portugal, teve início uma expansão marítima.

Como se deu a formação dos Estados nacionais europeus na Espanha?

A formação da Monarquia Nacional Espanhola ocorreu com o processo das guerras de reconquista de territórios perdidos para os muçulmanos durante a Idade Média. A formação dos Estados Nacionais Europeus está entre os acontecimentos mais importantes da passagem da Idade Média para a Idade Moderna.