Neste Dia Mundial da Saúde Mental, chamamos a atenção para a relação entre saúde mental e meio ambiente. Show
O ambiente pode influenciar positiva ou negativamente o bem-estar mental das pessoas. Um estudo recente mostrou como viver em meio à crise climática está afetando os níveis de ansiedade e depressão dos gronelandeses. Os efeitos de nossas mudanças climáticas - incerteza econômica, insegurança no emprego, padrões climáticos extremos e voláteis e deslocamento - também influenciam a saúde mental. A poluição do ar, entre outras ameaças ambientais, é particularmente prejudicial, tanto fisicamente - por danos aos pulmões, coração etc. - quanto mentalmente. Atualmente, existem evidências crescentes de uma ligação entre certos poluentes do ar e doenças mentais, como depressão, demência, ansiedade e suicídio. O risco é especialmente alto entre os jovens que vivem em áreas urbanas: de acordo com um estudo recente publicado na Psychiatry Research, as crianças se tornam três a quatro vezes mais propensas a ter depressão aos 18 anos se forem expostas maior poluição do ar aos 12 anos. O chumbo, um metal pesado, também é tóxico para o sistema nervoso, conforme confirmado no mais recente Global Chemicals Outlook. Mesmo níveis muito baixos de concentração de chumbo no sangue podem estar associados à diminuição da inteligência, dificuldades comportamentais e problemas de aprendizado em crianças. De acordo com o último relatório do IPBES, a urbanização pode aumentar o isolamento da natureza, o que, por sua vez, impede as pessoas de aproveitar os benefícios de saúde mental dos ambientes naturais. Cria também uma exposição perigosa ao tipo de poluição do ar que afeta principalmente a saúde mental. Outro estudo do Centro Médico do Hospital Infantil de Cincinnati, nos Estados Unidos, mostra uma ligação entre altos níveis de poluição do ar e de ansiedade relacionados ao tráfego. Embora a poluição do ar e outros riscos ambientais representem uma ameaça à nossa saúde mental, ambientes saudáveis podem nos ajudar a nos sentir melhor e até a ter um efeito curativo. Os governos locais podem desempenhar um papel fundamental no enfrentamento da crise da saúde mental, reduzindo a poluição do ar, aumentando a disponibilidade de espaços verdes ou estabelecendo iniciativas de transporte elétrico e não motorizado, por exemplo. Contato com a natureza apresenta inúmeros outros benefícios à saúde. De acordo com o mais recente Global Environmental Outlook, florestas, por exemplo, podem promover o bem-estar físico e mental. "Os benefícios completos para a saúde do contato com a natureza são muito extensos para listar", disse Inger Andersen, Diretora Executiva do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), acrescentando que a natureza é "o melhor sistema de saúde". A plataforma de ação BreatheLife do PNUMA apresenta várias soluções localizadas que os governos podem adotar para combater a poluição do ar em suas cidades, objetivando criar cidades mais saudáveis e melhorar a qualidade de vida de seus habitantes. Com cidades globais como Paris, Montreal ou Lima ingressando recentemente no BreatheLife, a campanha agora inclui 70 governos locais, regionais e nacionais trabalhando pelo ar puro e melhorando a saúde humana em áreas urbanas. “Existem várias razões financeiras, sociais e ambientais para prevenir e combater a poluição do ar e melhorar o gerenciamento dos ecossistemas. A saúde humana está emergindo rapidamente como mais uma questão fundamental”, diz Cristina Zucca, que coordena o trabalho sobre poluição, meio ambiente e saúde no PNUMA. Até recentemente, o papel que um ambiente saudável desempenha na proteção da saúde humana havia sido bastante negligenciado, mas isso está mudando. Pouco a pouco, os cidadãos e o governo estão percebendo que, ajudando a natureza, também melhoramos nosso bem-estar. Você está ciente de como o ambiente pode impactar sua saúde? Nos próximos meses, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente realizará uma série de letramento em saúde ambiental, informando nosso público sobre como o meio ambiente pode afetar sua saúde tanto de maneira positiva quanto negativa. Fique ligado no nosso site e nos canais de mídia social para aprender sobre o ambiente saudável e as ligações entre um ambiente saudável e pessoas saudáveis. Elisabeth Meirelles e Wagner Costa Ribeiro falam no “Diálogos na USP” sobre as mudanças climáticas e as estratégias para o cenário econômico 18/10/2019 - Publicado há 3 anos Atualizado: 05/11/2019 as 11:46 Quando se fala em mudanças climáticas, pensa-se logo em problemas envolvendo o meio ambiente. No entanto, o fato não se resume a isso, mas envolve também um desafio social e econômico. Este foi o tema do
Diálogos na USP, da Rádio USP, desta semana. Apresentado pelo jornalista Marcello Rollemberg, o programa contou com a presença de Elisabeth de Almeida Meirelles, professora da Faculdade de Direito (FD) da USP e especialista em Direito Internacional Público e Direito Ambiental, e de Wagner Costa Ribeiro, professor do Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP e do Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental da USP. Foi na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento em 1992, também conhecida como Rio 92 em razão de sua sede, que as discussões sobre o clima começaram a se firmar. Ribeiro explica que, na época, todos os países envolvidos concordaram em reduzir a emissão de gases de efeito estufa, o que não tinham como certeza era quando e quem seria
responsável por isso. Anos mais tarde, em 1997, foi assinado o Protocolo de Kyoto, que conseguiu fazer com que 37 países somados à União Europeia (UE) estabelecessem metas de redução dos gases. Finalmente, em 2015, com o Acordo de Paris, os países passaram a apresentar metas voluntárias com um valor fixo de redução; todavia, vê-se hoje que o número ainda é insuficiente para reduzir o aquecimento global de maneira ideal. Elisabeth Meirelles acredita que, mesmo com tantas convenções e acordos, o que tem sido observado é uma distorção da situação, a qual transforma a questão em uma bandeira para defender certa posição política. Há uma manipulação ideológica, os líderes mundiais se apropriaram da questão de uma forma que se sentem livres para ignorar a ciência. Ribeiro traz à tona a questão do aquecimento global: alguns creem que há uma mudança natural do clima, outros justificam com a ação humana e muitos sustentam o discurso de que tudo isso é uma invenção. Todavia, os dados são objetivos e as variações climáticas, perceptíveis. É preciso analisar a forma em que se está vivendo e modificar o estilo de vida, as matrizes energéticas, entre outros fatores cruciais para a solução do problema. No âmbito econômico mundial, Elisabeth exemplifica o descaso do governo com as mudanças climáticas, usando as grandes empresas. O que seria mais cômodo, aumentar seus gastos em prol de uma causa ou se manter no discurso de que o aquecimento global é uma invenção? O dinheiro será priorizado através da apropriação de um discurso. Olhando para o Brasil, nota-se um retrocesso da sua posição e um encolhimento do mesmo em discussões fundamentais, fator prejudicial no campo econômico. Política
de uso Read more articlesComo os desastres ambientais influenciam negativamente na vida do ser humano?As mudanças ambientais antropogênicas também ameaçam a saúde humana por causar escassez de água e alimentos, aumentar os riscos de desastres naturais, provocar o deslocamento de pessoas e aumentar o risco de ocorrência de doenças infecciosas (Lindahl & Grace et al., 2015).
Como os desastres ambientais influenciam a vida do ser humano negativamente explique citando exemplos?O desequilíbrio ambiental pode desencadear diferentes consequências, as quais podem ter impacto na vida humana e de várias outras espécies. Algumas delas são: redução da biodiversidade, diminuição da qualidade da água e do ar, intensificação de eventos climáticos e aumento dos casos de doenças.
Quais os impactos negativos que a população humana tem causado à natureza?Dentre os principais impactos ambientais negativos causados pelo homem, podemos citar a diminuição dos mananciais, extinção de espécies, inundações, erosões, poluição, mudanças climáticas, destruição da camada de ozônio, chuva ácida, agravamento do efeito estufa e destruição de habitats.
Como os problemas ambientais afetam a qualidade de vida?Algumas das consequências desses problemas são aumento da ocorrência de doenças respiratórias ou causadas pela poluição das águas e do lixo, deterioração da qualidade de vida nas cidades, intensificação de enchentes, contaminação de mananciais e ampliação do efeito estufa.
|