Vacinas e soros são a mesma coisa

Soro e Vacina são produtos diferentes, mas com foco em proteger os organismos contra toxinas, venenos ou vírus. É conteúdo de Biologia e Meio Ambiente no próximo Enem.

A primeira coisa que você deve aprender é que tanto a vacina quanto o soro agem como imunizadores. No entanto, eles são usados em diferentes situações. Entenda a diferença entre soro e vacina, como funciona a produção de cada um e como eles atuam no corpo humano. 

Sumário

A diferença entre soro e vacina

Entre os tipos de imunizações, a vacina é a mais comum. Mas não se pode esquecer da importância da soroterapia. Diferente das vacinas na função e na composição, o soro é usado como tratamento depois que a doença já se instalou ou após a contaminação com agente tóxico específico, como venenos ou toxinas. Tanto as vacinas como os soros são fabricados a partir de organismos vivos, por isso são chamados de imunobiológicos.

A diferença entre os soros e as vacinas está no fato dos soros já conterem os anticorpos necessários para combater uma determinada doença ou intoxicação. Enquanto isso, as vacinas contêm agentes infecciosos incapazes de provocar a doença em uma forma praticamente neutra, mas que leva o organismo a produzir os anticorpos de proteção.

A vacina, portanto, é inócua para disparar a doença “real”, mas ela funciona como um alerta que induz o sistema imunológico a produzir anticorpos. Dessa forma, evita contrair a doença. Portanto, o soro é curativo, enquanto a vacina é, essencialmente, preventiva.

 

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Vacina

As vacinas contêm agentes infecciosos inanimados que induzem a produção de anticorpos pelo próprio organismo da pessoa vacinada, evitando a contração de uma doença. Isso se dá através de um mecanismo orgânico chamado “memória celular”.

As vacinas diferem dos soros também no processo de produção, sendo feitas a partir de microrganismos inativados ou de suas toxinas, em um processo que, de maneira geral, envolve:

  • Fermentação;
  • Detoxificação;
  • Cromatografia.

Tipos e descrições de vacinas no Brasil

Esta imagem é do personagem Zé Gotinha, que representa as campanhas de vacinação oral contra o vírus da poliomielite no Brasil. Antes da vacina oral a prevenção contra a pólio era feita por vacina injetável, com o uso de uma pistola de pressão.

Vacina BCG

A BCG é aquela vacina que deixa a marca no braço. Ela é preparada com bacilos vivos provenientes de cepas atenuadas de Mycobacterium bovis. Deve ser administrada com seringas e agulhas apropriadas o mais precocemente possível, a partir do nascimento. Apesar disso, pessoas de qualquer idade podem ser vacinadas.

Vacina contra hepatite B

Esta vacina é produzida por engenharia genética com técnica de DNA recombinante, contendo antígeno de superfície do vírus da hepatite C (HbsAg). Deve ser administrada o mais precocemente possível, a partir do nascimento, por via intramuscular profunda. Em seguida são necessárias mais doses, a primeira após um mês, e a segunda 6 meses depois da primeira dose.

Os adultos devem também receber 3 doses, respeitando-se os mesmos intervalos. Apesar disso, nestes casos é indicada a vacina conjugada contra as hepatites A e B, seguindo o mesmo esquema já proposto.

Vacina contra o sarampo, caxumba e rubéola

Esta é uma vacina combinada de vírus atenuados contra as três doenças. Pode ser utilizada a partir de 12 meses de idade em dose única, embora indiquemos uma segunda dose a partir da adolescência.

A aplicação é subcutânea, tendo as mesmas contraindicações da vacina contra o sarampo. As mulheres em idade fértil que forem imunizadas com esta vacina (ou com a monovalente contra o sarampo) devem evitar a gravidez durante o período entre 30 e 90 dias após à vacinação.

Reações como dores articulares, artrites e adenomegalias podem ocorrer entre a 2ª e 8 semana pós-vacinal, principalmente em adultos.

Vacina contra a febre amarela

A vacina da febre amarela é produzida com vírus vivos atenuados. Pode ser administrada de forma subcutânea a partir dos 6 meses de idade em habitantes de áreas endêmicas da doença. Também é indicada aos viajantes que se dirigirem a essas regiões. A imunidade é adquirida somente após o décimo dia do ato vacinal.

Em casos de epidemias, deve-se considerar a possibilidade de utilização do composto vacinal em crianças menores de 6 meses. Reforços devem ser realizados a cada 10 anos.

Vacina contra gripe

A vacina contra a gripe é produzida anualmente utilizando-se as cepas virais relacionadas às epidemias da doença do período imediatamente anterior à sua fabricação. Assim, sua produção é feita através da separação dos vírus coletados em vários laboratórios dispersos no mundo – muitos deles aqui no Brasil.

As vacinas de vírus inativados podem ser administradas a partir dos 6 meses de idade. Para as crianças menores de 6 anos que a recebem pela primeira vez é necessária a administração de duas doses (com aplicação de metade da dose em cada uma das aplicações).

Embora sua eficácia se situe entre 80% e 85%, a aplicação recomendada destina-se a todas as crianças com risco de disseminação da doença, aos portadores de infecções de vias aéreas de repetição, de doenças cardiovasculares e pulmonares crônicas (inclusive asma).

A aplicação intramuscular pode causar dor local e, mais raramente, febre dores musculares. As contraindicações se restringem a reações alérgicas a um dos componentes vacinais, às proteínas do ovo e ao timerosal. A gravidez deve ser avaliada em cada caso, não constituindo uma contraindicação absoluta da administração.

A crise das vacinas no Brasil

Confira um resumo simples e rápido do Curso Enem Gratuito sobre o problema da aplicação das vacinas no Brasil. A cobertura de programas de erradicação de doenças caiu nos últimos anos. O sarampo, por exemplo, está de volta, e a janela está aberta para outras doenças voltarem também.

//youtu.be/S4QEEbQCjeEVideo can’t be loaded because JavaScript is disabled: A CRISE DAS VACINAS NO BRASIL: Prevenção de Doenças e Saúde Pública | Atualidades e Tema de Redação (//youtu.be/S4QEEbQCjeE)

Aplicação e tipos de soro

Os soros mais conhecidos são os antiofídicos, que neutralizam os efeitos tóxicos do veneno de animais peçonhentos como cobras e aranhas.

No entanto, há soros para o tratamento de doenças como difteria, tétano, botulismo e raiva. Além disso, também são produzidos soros que reduzem a possibilidade de rejeição de certos órgãos transplantados, são chamados anti-timocitários.

Quando uma pessoa é picada por um animal peçonhento, o soro antiofídico é o único tratamento eficaz. A vítima deve ser levada ao serviço de saúde mais próximo, onde receberá o auxílio adequado.

Para cada tipo de veneno há um soro específico, por isso é importante identificar o animal agressor e se possível levá-lo, mesmo morto, para facilitar o diagnóstico.

A produção do soro é feita geralmente através da hiperimunização de cavalos. No caso do soro antiofídico, é extraído o veneno do animal peçonhento e inoculado em um cavalo para que seu organismo produza os anticorpos específicos para aquela toxina.

Esse animal é o mais indicado para a atividade devido à facilidade de trato, por responderem bem ao estímulo da peçonha e pelo seu grande porte, o que favorece a fabricação de um grande volume de sangue rico em anticorpos.

Após a formação dos anticorpos, são retirados em torno de 15 litros de sangue do animal. A parte líquida do sangue, o plasma, rico em anticorpos passa por alguns processos de purificação e testes de controle de qualidade, para daí então estar pronto para o uso em humanos.

As hemácias, que formam a parte vermelha do sangue, são devolvidas ao animal através de uma técnica de reposição para reduzir os efeitos colaterais provocados pela sangria.

O soro para o tratamento de doenças infecciosas e para prevenir a rejeição de órgãos também é obtido por processo semelhante. A única diferença está no tipo de substância injetada no animal para induzir a produção de anticorpos, que na maioria dos casos é alguma parte da própria bactéria ou o vírus inativado.

O Instituto Butantan é responsável por cerca de 80% dos soros e vacinas utilizados hoje no Brasil. Veja abaixo alguns soros produzidos pelo Instituto e distribuídos pelo Ministério da Saúde a todo o país e o gráfico da sua produção de soros nos últimos anos:

  • Antibotrópico – para acidentes com jararaca, jararacuçu, urutu, caiçaca, cotiara.
  • Anticrotálico – para acidentes com cascavel.
  • Antilaquético – para acidentes com surucucu.
  • Antielapídico – para acidentes com coral.

 

  • Antiaracnidico – para acidentes com aranhas do gênero Phoneutria (armadeira), Loxosceles (aranha marrom) e escorpiões brasileiros do gênero Tityus.
  • Antiescorpiónico – para acidentes com escorpiões brasileiros do gêneroTityus.
  • Anilonomia – para acidentes com taturanas do gênero Lonomia.
  • Anti-tetânico – para o tratamento do tétano.
  • Anfi-rábico – para o tratamento da raiva.
  • Antifidiftérico – para tratamento da difteria.

 

  • Anti-botulínico “A” – para tratamento do botulismo do tipo A.
  • Anti-botulínico “B” – para tratamento do botulismo do tipo B.
  • Anti-botulínico “ABE” – para tratamento de botulismo dos tipos A B e E.
  • Anti-timocitário – usado para reduzir as possibilidades de rejeição de certos órgãos transplantados.
Dica de Biologia Enem – Leia sobra a questão da vacina no Brasil e o movimento anti-vacinação nesta aula gratuita.

E a vacina contra o novo Coronavírus?

Esta é a discussão do momento em todo o planeta. Os principais centros de pesquisa universitária e os maiores laboratórios especializados da indústria farmacêutica mobilizaram-se numa corrida contra  o tempo.

Até o final de dezembro de 2020 os resultados mais importantes sobre as vacinas contra o novo Coronavírus  vieram dos laboratórios Pfizer e Moderna, que concluíram os testes de validação e começaram a aplicar vacinas nos Estados Unidos, na Inglaterra, Alemanha e outros países avançados.

O Brasil está muito atrasado. Na América Latina o México, o Chile e a Costa Rica já deram início à vacinação. No mundo todo mais de 40 países já iniciaram a vacinação contra o Novo Coronavírus. Mas, no Brasil, só em dezembro é que o Ministério da saúde lançou um edital para comprar seringas e iniciou acordos internacionais para comprar vacinas. Com isso, ficou para o final da fila das entregas, porque o governo federal demorou muito a se mexer.

As chances para o Brasil acelerar na vacinação estão nos acordos do Laboratório Butantan, de São Paulo, com o Laboratório Sinovac, da China, para fabricar e distribuir a vacina Coronavac, em fase final de testes; e nos acordos da Fundação Oswaldo Cruz com a Universidade de Oxford, cuja vacina também está em fase final de testes.

A Organização Mundial da Saúde têm dito que “na virada do ano” mais vacinas devem estar homologadas. Então, se tudo der certo, teremos ainda mais um semestre de 2021 pela frente para produção, distribuição e início da vacinação no Brasil, e que deverá se estender ainda até 2022.

Resumo Gratuito: A reprodução dos vírus

Para completar bem esta aula veja agora como os vírus agem no corpo humano. Confira como é o mecanismo pela qual eles se utilizam do hospedeiro (nosso organismo, por exemplo) para conseguir completar o ciclo da reprodução.

//youtu.be/PWXn6HL501QVideo can’t be loaded because JavaScript is disabled: COMO ACONTECE A REPRODUÇÃO DOS VÍRUS? | Resumo de Biologia Enem. Profe Juliana Evelyn Santos (//youtu.be/PWXn6HL501Q)

Muito bom este resumo com a professora Juliana Evelyn Santos. Ela é do canal Curso Enem Grauito.

Agora que você já sabe tudo sobre Soros e Vacinas de Biologia Enem, que tal fazer ver a aula abaixo de exercícios resolvidos e depois dar aquela treinada sobre o assunto para o Enem? Vamos lá.

Qual a diferença entre vacina e soro antiofídico?

As vacinas são usadas na prevenção de viroses e doenças bacterianas. Os soros, por sua vez, não promovem uma imunização ativa, uma vez que, nesses casos, são inoculados anticorpos previamente produzidos em outro organismo. No caso dos soros, dizemos que ocorre uma imunização passiva.

O que seriam os soros?

O soro são substâncias que contém anticorpos prontos para combater uma doença, toxinas ou venenos (de cobra, por exemplo). Ele é utilizado em casos em que o organismo não conseguiria produzir anticorpos específicos a tempo de combater o agente invasor.

Qual é a diferença entre vacina e soro Brainly?

A vacina é considerada uma forma de imunização ativa. Isso se dá pelo fato de ela estimular nosso organismo a produzir anticorpos. Já o soro é intitulado como imunização passiva, pois os anticorpos são inoculados em outro organismo antes de serem aplicados em humanos.

Qual a diferença entre soros antibióticos e vacinas?

Para responder essa questão, devemos relembrar que vacinas são usadas para prevenção de doenças, soros para imunizações rápidas após o contato com o antígeno e o antibiótico é usado no tratamento de doenças bacterianas.

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