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A Lei da segregação independente, também conhecida como Segunda Lei de Mendel é aplicada à transmissão características, assumindo o seguinte enunciado: “Os genes que determinam caracteres diferentes distribuem-se independentemente nos gametas, onde se combinam ao acaso.” Quando o cruzamento envolve dois caracteres, chamamos de di-hibridismo, e quando envolve três ou mais caracteres, recebe o nome de Poliibridismo.
Quando se deseja calcular o número de gametas que um indivíduo produz, utiliza-se a fórmula 2 elevado a n, em que n representa o número de pares de genes híbridos (heterozigóticos) existentes no genótipo. O genótipo VvrrCcttBb de um indivíduo, por exemplo, é composto por 8 hibridismos (2 elevado aos 3 pares heterozigóticos = 8).
Para determinar o número de genótipos num dado cruzamento, decompõe-se o poliíbrido, analisando cada característica separadamente. Quando o número de genótipos para cada caractere for determinado, multiplica-se os números obtidos. Veja o exemplo:
AaffCcTtbb X AaFfccTtBB
Nesse cruzamento temos 5 características genotípicas diferentes : A, F, C, T e B (as letras maiúsculas representam os genes dominantes, enquanto as minúsculas representam os genes recessivos). Para calcular o número de genótipos diferentes que serão produzidos na geração resultante desse cruzamento faremos:
1º. Decomposição do cruzamento e análise do número de genótipos para cada um dos casos:
Cruzamento - Nº de genótipos
- Aa x Aa - 3 (AA, Aa, aa)
- ff x Ff - 2 (Ff , ff)
- Cc x cc - 2 (Cc, cc)
- Tt x Tt - 3 (TT, Tt, tt)
- bb x BB - 1 (Bb)
2º. Multiplicação do número de genótipos obtidos, resultando num total de genótipos diferentes na geração resultante do cruzamento realizado:
3 . 2 . 2 . 3. 1 = 36 genótipos
Para determinar o número de fenótipos, é feito o mesmo cálculo de genótipos, ou seja, as características são separadas, analisadas e o número de fenótipos será multiplicado ao fim.
Para calcular o número total de combinações gaméticas ou genotípicas, determina-se o número de gametas produzidos por cada indivíduo, e em seguida, multiplica-se o números obtidos. Observe o exemplo:
AabbCcDdEe (indivíduo 1) AaBBccDdee (indivíduo 2)
- Número de gametas do indivíduo 1: 24 = 16
- Número de gametas do indivíduo 2: 22 = 4
- Número total de combinações genotípicas: 16 x 4 = 64
- Assim, temos 64 combinações genotípicas para um indivíduo resultante do cruzamento dos dois indivíduos em questão.
É importante ressaltar que a segunda lei de Mendel só se aplica aos genes de cromossomos diferentes e que esses milhares de genes contidos num cromossomo são resultantes de separações independentes.
Referências
//pt.scribd.com/doc/50106044/10/%C2%AA-LEI-DE-MENDEL-%E2%80%93-POLIIBRIDISMO
//interna.coceducacao.com.br/ebook/pages/bio-cap4-p35.htm
//clickbio.br.tripod.com/textos/genetica.html
Texto originalmente publicado em //www.infoescola.com/genetica/poliibridismo/
A segunda lei de Mendel, também conhecida como lei da segregação independente, estabelece que cada par de alelos segrega-se de maneira independente de outros pares de alelos, durante a formação dos gametas. Ela foi formulada com base em análises da herança de duas ou mais características acompanhadas ao mesmo tempo. A seguir entenderemos melhor essa lei e os experimentos realizados pelo monge Gregor Mendel e que foram fundamentais para que ele chegasse a essas ideias.
Atenção: Para melhor compreender a segunda lei de Mendel, é fundamental conhecer a primeira lei de Mendel. Sugerimos que faça antes a leitura do texto: Primeira lei de Mendel.
Leia mais: Como funciona a terapia gênica?
Tópicos deste artigo
- 1 - Experimento de Mendel
- 2 - Enunciado da segunda lei de Mendel ou lei da segregação independente
- 3 - Exercício resolvido sobre a segunda lei de Mendel
Experimento de Mendel
Como sabemos, Gregor Mendel (1822-1884)foi um monge e biológo, nascido na região da Áustria, que se destaca pelos seus estudos sobre a hereditariedade. Seus experimentos foram iniciados em torno de 1857 e baseavam-se no estudo do cruzamento de ervilhas. Com base nesses estudos, Mendel chegou a importantes conclusões, que ficaram conhecidas como a primeira lei e a segunda lei de Mendel.
As primeiras conclusões, que deram origem à chamada primeira lei de Mendel, foram baseadas na análise do processo de hereditariedade de apenas uma característica das ervilhas. Mendel então deu prosseguimento aos seus trabalhos e realizou análises de duas ou mais características ao mesmo tempo. Foram essas análises que deram origem à lei da segregação independente, mais conhecida como segunda lei de Mendel.
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Para compreendermos melhor esses experimentos, utilizaremos a seguir o exemplo do cruzamento de indivíduos que apresentam semente lisa e amarela (RRVV) com indivíduos que apresentam a semente rugosa e verde (rrvv). Baseando-se nos seus estudos anteriores, Mendel já sabia que as sementes amarelas eram dominantes sobre as verdes, e que as sementes lisas eram dominantes sobre as rugosas.
Veja também: Diferenças entre genótipo e fenótipo
Em seu experimento, Mendel sempre utilizava como geração parental progenitores puros, ou seja, que, após várias gerações de autopolinização, geram descendentes com a mesma característica. Desse cruzamento, Mendel obteve 100% de ervilhas com semente lisa e amarela (geração F1). As plantas dessa geração são dí-hibridas, pois são heterozigotas para as duas características (RrVv).
Mendel então realizou o cruzamento entre indivíduos da geração F1, obtendo sua geração F2. Nessa geração, o biológo obteve quatro categorias fenotípicas com uma proporção de 9:3:3:1 (nove sementes amarelas lisas, para três verdes lisas, para três amarelas rugosas, para uma verde rugosa).
Mendel fez então a análise das diferentes características das ervilhas combinando-as de forma di-híbrida. Seus resultados sempre demonstraram a mesma proporção fenotípica: 9:3:3:1.
Leia também: Conceitos básicos em Genética
Conclusões de Mendel
Ao realizar seus experimentos, Mendel procurava responder a uma questão:
Os fatores para determinada característica estão sempre juntos ou os fatores para diferentes características são herdados de maneira independente?
Para responder a essas dúvidas, o cientista analisou os resultados de F1 e F2.
Caso os alelos fossem transmitidos sempre juntos, os indivíduos da geração F1 deveriam produzir apenas dois tipos de gametas: RV e rv. Essa forma de separação dos fatores formaria uma geração F2 com proporção de 3:1, entretanto, o que pode ser observado foi uma proporção de 9:3:3:1.
Com o resultado obtido, podemos concluir que a geração F1 produziu quatro tipos de gametas diferentes (RV, Rv, rV e rv) e que, consequentemente, cada alelo é transmitido de maneira independente do outro. Além disso, quando ocorre a fecundação entre indivíduos de F1, temos quatro tipos diferentes de gametas femininos e quatro tipos diferentes de gametas masculinos, que se combinarão de 16 formas diferentes (observe figura seguinte). Portanto, os alelos distribuem-se de maneira independente e na fecundação combinam-se ao acaso.
Leia também: O que é e como montar o quadro de Punnet?
Enunciado da segunda lei de Mendel ou lei da segregação independente
A segunda lei de Mendel, ou lei da segregação independente, pode ser enunciada da seguinte forma:
Os pares de fatores para duas ou mais características segregam-se de forma independente na formação dos gametas.
Exercício resolvido sobre a segunda lei de Mendel
Veja um exercício que aborda a segunda lei de Mendel:
(Udesc) Se um indivíduo de genótipo AaBb for autofecundado, o número de gametas diferentes por ele produzidos e a proporção de indivíduos com o genótipo aabb na sua prole serão, respectivamente:
a) 2 e 1/16
b) 2 e 1/4
c) 4 e 1/16
d) 1 e 1/16
e) 4 e 1/4
Resolução: A resposta correta é a letra c. Como o indivíduo apresenta o genótipo AaBb, ele poderá gerar os gametas: AB, Ab, aB e ab. Realizando a autofecundação, teremos:
AB | Ab | aB | ab | |
AB | AABB | AABb | AaBB | AaBb |
Ab | AABb | AAbb | AaBb | Aabb |
aB | AaBB | AaBb | aaBB | aaBb |
ab | AaBb | Aabb | aaBb | aabb |
Desse modo, temos a probabilidade de 1/16 para a geração de um indivíduo aabb.
Por Ma. Vanessa Sardinha dos Santos