Publicado em 20/06/2022 14h27 Atualizado em 07/07/2022 21h45
- O que é quimioterapia?
Quimioterapia é um tratamento que utiliza medicamentos para destruir as células doentes que formam um tumor ou se multiplicam desordenadamente. Estes medicamentos se misturam com o sangue e são levados a todas as partes do corpo, destruindo as células doentes e impedindo, também, que elas se espalhem pelo corpo. Para mais informações, leia a página sobre Quimioterapia.
- Como é administrada a quimioterapia?
O tratamento é administrado por enfermeiros especializados, podendo ser feito das seguintes maneiras:
- Via oral (pela boca): o paciente ingere pela boca o medicamento na forma de comprimidos, cápsulas e líquidos. Pode ser feito em casa.
- Intravenosa (pela veia): a medicação é aplicada diretamente na veia ou por meio de cateter (um tubo fino colocado na veia), dentro do soro.
- Intramuscular (pelo músculo): a medicação é aplicada por meio de injeções no músculo.
- Subcutânea (pela pele): a medicação é aplicada por injeções, por baixo da pele.
- Intracraneal (pela espinha dorsal): menos frequente, podendo ser aplicada no líquor (líquido da espinha), pelo próprio médico ou no centro cirúrgico.
- Tópico (sobre a pele ou mucosa): o medicamento (líquido ou pomada) é aplicado na região afetada.
- Quanto tempo demora todo o tratamento de quimioterapia?
A duração do tratamento é planejada de acordo com o diagnóstico de cada paciente e varia em cada caso. Ainda que o paciente não sinta qualquer mal-estar, as aplicações de medicamento não devem ser suspensas. Somente o médico indicará o fim do tratamento.
- Quais os efeitos colaterais da quimioterapia?
Alguns efeitos indesejáveis podem ocorrer. Busque orientação do seu médico, em consulta e de um enfermeiro da Central de Quimioterapia.
- Fraqueza;
- Diarreia;
- Feridas na boca;
- Queda de cabelos e outros pelos do corpo;
- Enjoo;
- Vômitos.
- É necessário mudar a rotina diária durante o tratamento?
O paciente pode manter as atividades normais, se resguardando de lugares abafados, fechados, aglomerações e contato com pessoas que estejam com algum tipo de infecção contagiosa.
- Existem cuidados especiais para o paciente em tratamento de quimioterapia?
Ao fazer a barba, o paciente deve ter cuidado para não se cortar (se possível, usar barbeador elétrico). Nas mãos, não retirar cutículas e cuidado ao cortar as unhas. Caso sinta ressecamento da pele ou descamação, pode passar hidratante que não contenha álcool. Não usar desodorantes que contenham álcool. Alguns medicamentos, quando administrados fora da veia, podem causar lesões, que, quando não tratadas, podem causar algumas complicações. Caso o paciente sinta qualquer desconforto na veia que está recebendo a quimioterapia, deve chamar o enfermeiro imediatamente.
- Em que situações o paciente em tratamento
quimioterápico deve procurar o médico?
O paciente deve retornar ao hospital imediatamente em caso de:
- febre, igual ou acima de 37,8°C;
- vômitos, diarreia ou prisão de ventre que não passam com os remédios que estão na receita médica.
A cada retorno, o enfermeiro ou médico devem ser informados sobre tudo o que o paciente sentiu depois que recebeu a Quimioterapia.
- O que é quimioterapia?
Entenda porquê esse tratamento precisa de algumas sessões para ter um melhor resultado e quanto tempo seu corpo demora para eliminá-lo
Apesar dos efeitos da primeira sessão de quimioterapia não serem suficientes para eliminar um câncer, espera-se que já reduzam a doença. Ou seja, já se espera que o tratamento comece a fazer efeito logo na primeira aplicação. Mas esse resultado pode variar bastante, dependendo se a doença for mais ou menos sensível à terapêutica.
“O que a gente espera é que a partir da primeira sessão, a quimioterapia comece a fazer efeito. Que seja possível perceber redução da doença, da massa tumoral, do tamanho do tumor e isso acaba sendo um sinal positivo”, o Dr. Ferdinando César Ribeiro, hematologista do INGOH, esclarece.
Apesar dessa expectativa, o Dr. Ribeiro comenta que, na maioria das vezes, é preciso fazer mais de uma sessão de quimioterapia porque não é possível eliminar todas as células de uma única vez.
“O que acontece é que, às vezes, as células tumorais se encontram em estágios celulares (do ciclo celular) diferentes e também por isso têm respostas diferentes. Então é preciso repetir o tratamento, a fim de ir eliminando gradativamente todas as células tumorais”, ele explica.
Esse é um dos motivos que faz ser necessário realizar mais de uma sessão de quimioterapia. Outra razão é para preservar os tecidos saudáveis.
“Quando se usa um remédio, as células saudáveis também são acometidas. O tratamento é dividido em ciclos justamente para que essas células normais se recuperem. Por outro lado, as células doentes demoram mais para recuperar e aí, quando fazemos um segundo, terceiro ou quarto ciclo, matamos as remanescentes do tumor e as células boas vão se recuperando nesse período”, o médico esclarece.
O cabelo cai na primeira quimioterapia?
Depende. O hematologista conta que alguns remédios quimioterápicos causam a queda do cabelo (alopecia), mas outros não. Além disso, também varia de quão intensa a terapia é.
“Se analisarmos o tratamento de leucemia linfoide aguda, que é uma leucemia agressiva, praticamente 100% dos pacientes terão a queda de cabelo total. E isso acontece já no primeiro ciclo de quimioterapia.”
Quanto tempo dura o efeito da quimioterapia?
Por quanto tempo dura o efeito da quimioterapia no corpo também depende do tipo de medicamento usado. Mas, geralmente, os chamados citotóxicos, que são os que atacam células que se proliferam rapidamente, têm duração de horas a poucos dias.
Esse período também é o que o corpo leva para eliminar a terapia.
Como saber se a quimioterapia está funcionando?
Como mencionado anteriormente, espera-se já ver efeitos da primeira sessão de quimioterapia após a aplicação. Entretanto, é preciso realizar alguns exames (físico, de imagem e laboratorial) para confirmar e acompanhar a redução das células doentes.
De acordo com o Dr. Ribeiro, em alguns casos, é possível fazer essa medição por meio de exames físicos, em situações nas quais as massas são palpáveis, como, por exemplo, no câncer de mama.
Já em outros tumores, como o de próstata, existe um marcador tumoral que é avaliado por meio do exame de PSA. Então, se antes do início do tratamento essa taxa estava alta e, depois da quimioterapia, ela abaixa, indica uma boa resposta ao tratamento.
Por outro lado, o especialista pontua que nem todos os tumores têm um marcador que pode ser avaliado no sangue. Dessa forma é preciso usar exames de imagem, por exemplo, a ressonância magnética, tomografia e o PET Scan.
No caso dos linfomas, “medimos por meio do PET Scan. Fazemos um exame antes do início do tratamento, que vai mostrar as áreas que a doença está. O que esperamos, com o tratamento, é que o exame feito depois já não mostre mais essas áreas”, o Dr. Ferdinando César Ribeiro finaliza.