Nenhum relacionamento é feito apenas de situações prazerosas: os desafios do dia a dia sempre estarão presentes e é natural que, após algum tempo, a relação caia na rotina e acabe esfriando. Para garantir que a paixão dê lugar ao companheirismo e ao amor, evitando que o relacionamento se torne frio, é fundamental que haja esforço de ambas as partes. É essencial que o casal se una e trabalhe em conjunto para que não haja desgaste, impedindo que o casamento acabe se tornando monótono e automático.
Relacionamento frio: dicas para combater o problema
Apimentem a vida sexual
Novidades são sempre bem-vindas na rotina sexual de um casal. Pensem em novos lugares, brincadeiras, posições e apostem em um clima inusitado para o romance. Muito mais que a quantidade, a qualidade das relações é fundamental para esquentar a relação.
Façam mais coisas juntos
Resgatar os hábitos do início de namoro é uma boa estratégia para relembrar a época em que vocês estavam se conhecendo e faziam muitas coisas juntos para descobrir um ao outro. Voltem a ir ao cinema, escutem música, passeiem e façam viagens juntos. Esses programas aumentarão a intimidade entre vocês e trará o romance de volta ao relacionamento.
Tenham momentos exclusivos para o casal
Tirem um dia ou uma noite da semana só para vocês, longe dos filhos, amigos e parentes. Saiam para conhecer novos lugares, restaurantes diferentes, casas de show ou até mesmo um motel. Todo casal precisa de um tempo a sós para esquentar a relação.
Reduzam o uso de TV e celular
Ficar o tempo todo grudado no celular interfere muito em um relacionamento, assim como ter sempre a presença da televisão. Quando vocês chegarem em casa depois de um dia de trabalho, que tal deixar o aparelho de lado para ter uma boa conversa sobre o que aconteceu no dia e compartilhar todas as coisas positivas e negativas da rotina? Lembrem-se de que a comunicação é fundamental dentro de um relacionamento e saiba ouvir seu parceiro.
Revisem a decoração do quarto
A decoração do quarto faz toda a diferença na rotina do casal, e é importante que este ambiente esteja sempre livre de estímulos que possam trazer estresse e ansiedade — como material de trabalho ou contas a pagar. Mudem a decoração, invistam na iluminação e cuidem para que o ambiente tenha espaço apenas para a intimidade do casal.
Relembrem sempre os primeiros momentos
Relembrar como foi o primeiro encontro, o primeiro beijo, a primeira viagem e até a primeira briga é uma boa maneira de fazer com que o casal perceba que, apesar das dificuldades, muita coisa foi conquistada.
Quer mais dicas para seu relacionamento? Confira o post “Como a Inteligência Emocional pode ajudar um relacionamento que caiu na rotina?”.
O impacto dos anos de convivência na libido costuma ser um dos principais entraves na vida de casais juntos há muito tempo. E, para boa parte deles, a percepção de que é preciso reativar o desejo só acontece quando o relacionamento já está desgastado - às vezes, num ponto irreversível. Para evitar que isso aconteça, é importante prestar atenção em alguns sinais que podem indicar que o tesão está começando a esfriar.
Embora alguns possam parecer óbvios à primeira vista, mas nem sempre são identificados pelas pessoas imersas na situação. Bons exemplos de sinais mais sutis são a diminuição ou ausência de abraços, beijos, mãos dadas, sorrisos um para o outro, saudades quando viajam e de mensagens de carinho durante o dia. "Outros indícios são não ter assunto, fazer programas sozinhos na maioria das vezes, não sentir vontade de estar juntos e não perceber quando o outro está arrumado ou mudou o cabelo. As discussões e críticas são cada vez mais intensas e frequentes e ambos reclamam do outro para terceiros. A falta de conexão em todos os contextos interfere no desejo sexual e vice-versa", fala Triana Portal, terapeuta de casais há 25 anos.
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Rotina e falta de diálogo: as maiores reclamações de casais
Um dos principais fatores envolvidos na falta de desejo, com certeza, é a rotina na qual o casal acaba caindo depois de um tempo. Isso é comum devido ao cansaço e pela sensação de segurança que se adquire com o relacionamento, o que faz com que as pessoas acabem deixando de lado essa parte da vida que, teoricamente já está "garantida" e "não precisa mais ser conquistada". "A falta de diálogo sobre os dois é outro fator muito comum", sustenta Raquel Fernandes Marques, psicóloga clínica da Clínica Acolhemente.
"Não adianta nada falar de problemas de casa, das crianças, da falta de dinheiro e de outros problemas do dia a dia. Se o casal não fala da relação, não faz planos juntos e não se interessa em ouvir um ao outro, não há um verdadeiro diálogo nessa relação. O casal que não conversa e não dedica mais tempo para a relação, com o passar dos anos, terá como sintoma a falta de desejo sexual", observa.
A chamada "evitação velada" passa a dominar a vida íntima do casal na forma de justificativas para não transar: dor de cabeça, cansaço, preocupação e uma série de desculpas que, inclusive, transpõem as barreiras do quarto e se estendem para outros momentos. As especialistas também chamam a atenção para o tempo de convivência de qualidade. Quando o casal passa cada vez menos tempo junto, fica claro que algo está acontecendo; "Quando gostamos de alguém, por mais que a relação já dure alguns anos, sempre queremos a companhia de quem amamos. Se o par, ou mesmo a pessoa, está sempre ocupada e tem cada vez menos tempo para a relação, a ligação sexual do casal pode sofrer interferência", fala Raquel.
Sinais de alerta
Segundo a psicóloga Marina Simas, sócia do Instituto do Casal, os relacionamentos de longo prazo tendem a cair em uma zona de conforto e, como consequência, isso afeta o desafio de conquistar, de encantar e seduzir a parceria tanto no campo afetivo como sexual.
"O casal tende a ficar mais distante fisicamente, deixam de olhar nos olhos um do outro e os beijos desaparecem do contexto, aparecendo de forma mais eventual e no rosto. Outro aspecto é que com o passar dos anos a relação duradoura estabelece segurança, estabilidade, sensação de posse e grande intimidade, o que atrapalha o desejo sexual que se alimenta de novidade, aventura, instabilidade e desafio da conquista", comenta.
É possível buscar reverter a situação desde que exista a disponibilidade interna de ambos os lados. "É importante convidar o prazer, o sensual, o erótico e a fantasia para fazerem parte da relação de longo prazo enquanto uma construção conjunta. Além disso, na conjugalidade é essencial manter a intimidade afetiva e sexual e o jogo da sedução intercalando com a individualidade de cada um. O sexo muda no decorrer das relações e a forma de estimular mutuamente um ao outro deve ser aprimorada para aumentar o desejo e o prazer", diz Marina.
O comportamento evitativo tende a escalar e com a distância o vínculo e o desejo vão se esvaindo. Assim, o quanto antes foram feitas intervenções, maior a probabalidade de sucesso. "A primeira coisa é reconhecer o problema, falar a respeito, ter energia e mobilizar-se para ações que podem ajudar a se reconectarem", sugere Triana.
Para mudar essa situação, primeiramente é preciso que os dois queiram e, a partir daí, ressignificar a relação. Cuidar também individualmente de si e, quem sabe, dessa forma, recuperar a relação a dois.
"Pequenos gestos podem gerar grandes mudanças e se o desejo ainda estiver ali, e, além de tudo, um desejo do casal de permanecerem juntos, é possível. A relação pode ser alimentada, cuidada e, assim, esse desejo se manifestar novamente", ressalta a psicóloga clínica Andréia Convento,
A especialista salienta que todo movimento no relacionamento precisa ser feito antes que o desgaste chegue ao ponto do casal só se dar conta da distância criada entre ambos quando não dá mais para recuperar a relação. "O relacionamento precisa ser cultivado, os parceiros precisam olhar um para o outro e prestar atenção a todos os sinais", argumenta.