Qual o papel do profissional de enfermagem?

Categoria: Notícias   Escrito por Imprensa  

O trabalho de um enfermeiro se baseia em cuidar das pessoas. Ele presta assistência ao paciente (aplicando injeções, fazendo curativos, etc.) garantindo seu conforto e bem-estar durante o tratamento de doenças e internação hospitalar.

O enfermeiro é um profissional preparado para atuar em todas as áreas da saúde: assistencial, administrativa e gerencial. Ele atende pacientes ou clientes em clínicas, hospitais, ambulatórios, empresas de médio e grande porte, transportes aéreos, navios, postos de saúde e em domicílio, mais conhecido como home care.

No Brasil, há uma subdivisão na equipe de enfermagem, constituída basicamente pelas seguintes funções: Enfermeiro - profissional com graduação universitária em Enfermagem. Muitos possuem especialização em determinadas áreas como Cardiologia, Necrologia e Dermatologia. Existe a possibilidade de formação em mestrado e doutorado. O enfermeiro coordena e supervisiona a equipe de Enfermagem, além de executar os planejamentos dos cuidados a pacientes. Este profissional realiza a sistematização de assistência de Enfermagem, que é o exame físico do paciente, para fazer a prescrição e indicar aos técnicos e auxiliares de enfermagem quais os cuidados com determinado paciente.

Técnico de enfermagem - é o profissional de nível técnico, geralmente feito em dois anos. O técnico realiza algumas funções que são do enfermeiro, mas é necessária a presença deste último profissional para a execução. É responsável pela administração de medicamentos, cuidados ao paciente (higiene corporal, mobilização no leito, etc.), monitoramento dos dados vitais, entre outros. Ele elabora relatório do atendimento feito e comunica anormalidades à sua supervisão e ao plantão médico.

Auxiliar de enfermagem – possui apenas o ensino médio, mas passa por curso básico de auxílio aos profissionais. Executam funções mais elementares como dar medicamentos, aplicar injeções, arrumar cama, trocar roupa dos doentes, dar banho e limpar os ambientes dos pacientes.

Existem 1,6 milhão de profissionais no Brasil envolvidos em Enfermagem, segundo último levantamento feito pelo COFEN (Conselho Federal de Enfermagem), com sede no Distrito Federal. 44% desse total são de técnicos de enfermagem, 41% de auxiliares e 15% de enfermeiros.

A humanização deve fazer parte da filosofia de enfermagem. O ambiente físico, os recursos materiais e tecnológicos são importantes, porém não mais significativos do que a essência humana. Esta, sim, irá conduzir o pensamento e as ações da equipe de enfermagem,principalmente do enfermeiro, tornando-o capaz de criticar e construir uma realidade mais humana, menos agressiva e hostil para as pessoas que diariamente vivenciam a assistência.

Se tivesse que listar as funções de enfermeiros(as), o que você destacaria?

  1. Prescrição de remédios ou exames, quando necessários; 
  2. Acompanhamento de pessoas com doenças crônicas, como diabetes;
  3. Prevenção e controle de possíveis infecções nos hospitais;
  4. Todas as anteriores {resposta correta!}.

Enfermeiros têm formação técnica e científica para atuar de maneira mais autônoma no cuidado com a saúde – inclusive com a prescrição de remédios ou exames, caso trabalhem em instituições de saúde que tenham protocolos garantindo essa autonomia {como é o caso na Alice}.  

Antes de seguir, é preciso uma explicação: enfermeiro(a) não é sinônimo de técnico ou de auxiliar de enfermagem. Cada uma dessas categorias está contemplada na lei 7498, que regulamenta o exercício de toda a enfermagem e destaca as responsabilidades e tarefas dos profissionais. 

Mas, de forma geral, a enfermagem é a profissão que lida com o cuidado, como resume Walkirio Almeida, chefe da divisão de fiscalização do exercício profissional do Cofen (Conselho Federal de Enfermagem).

“O objeto de trabalho do enfermeiro e dos demais profissionais que praticam a enfermagem é o cuidado com as necessidades de saúde do indivíduo, seja em decorrência de uma doença ou na prevenção dela”, explica. 

E o papel dessa equipe é fundamental para a saúde do planeta inteiro, segundo alerta da OMS (Organização Mundial da Saúde). Em um relatório divulgado no início de 2020, a entidade destacou que os profissionais precisam ser valorizados para que todos os países atinjam os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

“Os profissionais de enfermagem prestam uma contribuição central nas metas nacionais e globais em várias prioridades de saúde, incluindo cobertura universal, saúde mental, doenças crônicas, preparação e resposta a emergências, segurança do paciente e a entrega de um cuidado integrado e centrado na pessoa.”

No Brasil, há cerca de 2,7 milhões de profissionais da enfermagem, segundo dados do Cofen, de julho de 2022. Destes, 58,8% são técnicos de enfermagem, 24,5% são enfermeiros e 16,5% são auxiliares de enfermagem. 

Técnico de enfermagem: o que é e o que faz? 

As diferenças entre as categorias dentro da enfermagem começam pela formação. No caso dos técnicos {que representam a maior parte dos profissionais}, exige-se a conclusão do curso técnico, com duração de dois anos. 

Dentre as responsabilidades, os técnicos atuam em assistência ao enfermeiro, que o supervisiona e pode delegar algumas atividades. 

“O técnico pode ajudar no planejamento e na orientação ou supervisão das atividades. A equipe de enfermagem dentro de uma UTI [Unidade de Terapia Intensiva], por exemplo, é composta por enfermeiros e técnicos”, reforça o representante do Cofen.

Embora a contribuição maior seja em tarefas de média complexidade, os técnicos também ajudam quem estiver com um quadro clínico mais crítico. “A lei determina que essa atuação seja em auxílio ao enfermeiro porque a responsabilidade das pessoas em condições mais críticas é dele”, explica Almeida. 

Controle de doenças transmissíveis, programas de vigilância epidemiológica, prevenção e controle da infecção hospitalar e segurança das pessoas durante o atendimento e monitoramento são responsabilidades dos técnicos.

“Quem vai coletar o seu sangue, fazer a raspagem da sua micose ou fazer a bioimpedância [exame de análise da composição corporal] e outros procedimentos são os técnicos de enfermagem. Enquanto o enfermeiro tem uma função mais gerencial, quem faz o cuidado direto do paciente, em um hospital, por exemplo, é o técnico e o auxiliar”, exemplifica Rafael Barreto Coelho, enfermeiro de família da Alice. 

Auxiliar de enfermagem: o que é e o que faz?

Como a duração do curso para auxiliar de enfermagem é de apenas 15 meses, as atribuições e responsabilidades também são menores, em comparação às dos técnicos e enfermeiros, mas não de menor importância. Afinal, muito do cuidado direto à pessoa é feito por esses profissionais, como por exemplo:

  • Preparar as pessoas para consultas e exames;
  • Reconhecer e descrever sinais e sintomas para a equipe de enfermagem ou médica; 
  • Verificar sinais vitais, como temperatura corporal, pressão arterial e respiração;
  • Administrar medicamentos por via oral ou injetáveis;
  • Acompanhar a ingestão e eliminação de líquidos {controle feito, geralmente, em hospitais};
  • Ajudar no procedimento de nebulização {ou inalação}; 
  • Colher materiais para exames laboratoriais, como sangue; 
  • Preparar alguém que vá passar por cirurgias;
  • Dar suporte durante cirurgias, providenciando equipamentos, por exemplo; 
  • Contribuir na desinfecção e esterilização de espaços, especialmente hospitalares;
  • Auxílio da pessoa com alimentação e higiene pessoal. 

Há muitos auxiliares de enfermagem no Brasil, mas a tendência é que esse número diminua, segundo Almeida. Isso porque a escolaridade exigida para que a pessoa consiga entrar em um curso de auxiliar é o ensino fundamental – considerado pouco pelo Ministério da Educação e pelos conselhos estaduais. 

“Atualmente, os órgãos reguladores do sistema de ensino não têm mais interesse na formação de profissionais com nível fundamental, e o foco da formação são os programas com nível médio e superior, de técnico e enfermeiro”, explica Almeida. Segundo o representante do Cofen, apenas o estado de São Paulo ainda tem cursos para auxiliar de enfermagem. 

Qual é o papel dos enfermeiros?

Todos os profissionais da enfermagem se preocupam com o cuidado mas, enquanto o técnico e o auxiliar atuam diretamente com as pessoas, cabe aos enfermeiros dar um passo atrás e visualizar o todo. 

Faz parte da categoria avaliar cenários como: a pessoa que recebe o diagnóstico de uma doença crônica conseguirá manter o tratamento adequado, diante da rotina, dos hábitos e do cotidiano da família? Qual é o melhor horário para que o indivíduo tome uma determinada medicação, levando em consideração o ritmo de trabalho? 

Essa “big picture” é de responsabilidade dos(as) enfermeiros(as), que se preparam em um curso superior, com 4.000 horas de formação, dividido em até cinco anos. “Como há esse preparo, com conhecimento técnico e científico, o enfermeiro é o único profissional que pode fazer qualquer procedimento dentro da área da enfermagem. E, por isso, compete a ele supervisionar e coordenar o trabalho dos técnicos e auxiliares”, destaca Almeida. 

Quais são as áreas de atuação de enfermeiros(as)? 

Após a graduação, os(as) enfermeiros(as) também podem se especializar em uma área – tal qual acontece com a medicina. O Cofen reconhece 62 especialidades. 

“Tem o enfermeiro cardiologista, que atua com questões cardiorrespiratórias; o dermatologista; o especialista em terapia intensiva; enfermeiro pediatra e neonatal; e o de família, que é mais generalista e cuida de condições mais comuns, como diabetes, hipertensão, gripe, conjuntivite, entre outras. Há uma infinidade de opções”, cita Rafael Coelho, enfermeiro de família. 

Embora seja comum pensarmos no contexto hospitalar ou nas unidades de saúde, Walkirio Almeida, do Cofen, destaca que os profissionais também podem trabalhar de forma autônoma. 

“Temos enfermeiros que atuam em consultórios privados atendendo gestantes, parturientes e prestam suporte a quem está amamentando. Outra área comum atualmente é no segmento dos procedimentos estéticos e nas práticas integrativas complementares, como a acupuntura”, exemplifica. 

Almeida lembra também que há enfermeiros na área de tecnologia, desenvolvendo ferramentas, algoritmos e aplicativos que melhorem o atendimento à saúde {como acontece na Alice!}.  

Enfermeiros podem prescrever medicamentos e exames?

Sim! Na lei do exercício da profissão estão descritas algumas prerrogativas, como a possibilidade de prescrever medicamentos e exames, quando necessários. A diferença da atuação de um médico, por exemplo, é que o enfermeiro precisa de um protocolo institucional ou de uma norma técnica.

Isso significa que o profissional deve fazer parte de uma instituição de saúde que garanta essa autonomia. “O Ministério da Saúde tem alguns protocolos assistenciais que preveem a prescrição de medicamentos pelo enfermeiro. E pode prescrever qualquer remédio, desde que esteja pré-estabelecido no protocolo assistencial”, explica Almeida. 

“Se o profissional estiver em um programa de acompanhamento de diabetes, hipertensão ou à gestante, pode prescrever as medicações de suporte ao quadro clínico e à manutenção da saúde dessas pessoas. Mas os protocolos mudam de tempos em tempos, e a lista também”, exemplifica.

Sobre os exames, é a mesma lógica. “Não há pré-definição de quais exames podem ser solicitados, mas aqueles que o profissional considerar importante para nortear o tratamento”, diz Almeida. 

Enfermeiros também podem diagnosticar – mas é um pouco diferente do que é feito pelos médicos. “O do médico, geralmente, define a doença e o tratamento. O diagnóstico do enfermeiro olha para as necessidades da pessoa, a partir daquela doença. Por exemplo, se há um apoio familiar e condições para que o indivíduo continue em tratamento”, detalha.

Essa autonomia cabe tanto ao enfermeiro que atua nas unidades de saúde públicas, quanto nas instituições privadas. “É importante destacar que não são os enfermeiros que decidem, isoladamente, os protocolos de medicamentos e exames que poderão prescrever. São pré-estabelecidos em discussões com representantes de outras categorias, como a medicina e a farmácia”, lembra Almeida.

Barreiras à autonomia dos enfermeiros

Apesar de estar previsto em lei, ainda há barreiras contra a autonomia do trabalho dos enfermeiros. Um exemplo são os laboratórios e clínicas que ainda não estão adaptados à prescrição de exames por esses profissionais. 

“A gente prescreve, mas os parceiros não reconhecem a autonomia. Afinal, por muitos anos só os médicos prescreveram. Hoje trazemos uma cultura nova, que nos exige desbravar essa atuação junto aos laboratórios e clínicas”, explica Maite Augusta Correa Costa Rossetto, Health Excellence Nurse Leader, da Alice. 

Outro desafio, segundo Rossetto, é o reconhecimento da profissão. “Muitas vezes ouvi que eu era ‘quase’ médica, e não é isso. É outra profissão, com responsabilidades e autonomias próprias. Falta esse reconhecimento da categoria, e isso tem relação direta com o nível de formação, a postura dos profissionais e com as instituições permitirem essa autonomia.”

Diferença de gênero na enfermagem

Na pesquisa Perfil da Enfermagem no Brasil, divulgada em 2017, a divisão entre homens e mulheres atuando na profissão destaca a hegemonia feminina: 

  • 14,4% homens;
  • 85,1% mulheres;
  • 0,5% não responderam.

Apesar de os homens estarem mais presentes na rotina da enfermagem, esta ainda é uma profissão predominantemente feminina, visto que a ideia de ‘cuidar’ ainda é culturalmente associada às mulheres. 

“Quando entrei na faculdade em 2010, eram 80 alunos na turma e, destes, só cinco eram homens. É uma profissão que vem se masculinizando, mas é diferente de outras áreas da saúde, como a medicina, em que há uma divisão igual. Na enfermagem ainda não houve essa transição e não sei se vai ter completamente, porque o cuidado ainda é associado à mulher”, reforça Coelho. 

Mesmo com essa predominância, quem ocupa as posições de poder na profissão não são as mulheres, mas os homens. “Ainda tem uma questão muito machista na enfermagem. Quem ocupa espaços de poder são homens, como as presidências de conselhos”, lembra.

História da Anna Nery: conheça as enfermeiras que marcaram a profissão no Brasil

Um dos ícones da enfermagem brasileira foi uma mulher que, ao ter os três filhos convocados para lutarem na Guerra do Paraguai (1864 a 1870), se voluntariou para ser enfermeira e estar perto deles, no Rio Grande do Sul. Essa foi Anna Nery. 

Waleska Paixão, muito tempo depois, foi a pioneira em contar e resguardar a história da profissão no Brasil, enquanto que Rachel Haddock Lobo se preocupou em fazer a enfermagem ser vista como uma profissão (com direito a escolas espalhadas pelo país).

Para conhecer a profissão é preciso estudar os passos de quem caminhou antes, e isso inclui a trajetória da Wanda Horta e da Dona Ivone Lara, entre muitas outras.

Confira as biografias das principais personagens da história da enfermagem no Brasil:

Wanda Horta, a enfermeira que humanizou o cuidado de saúde

Dona Ivone Lara, a profissional da saúde por trás do samba

Rachel Haddock Lobo: a enfermeira que se dedicou a ensinar

Waleska Paixão, pioneira em contar a história das enfermeiras

Anna Nery, grande ícone da enfermagem no Brasil

Edith Fraenkel: a enfermeira que lutou pela profissão no Brasil

A cultura mais comum nos hospitais e serviços de saúde é acreditar que a figura do médico deve resolver todos os problemas. Mas há uma variedade de categorias e atuações que permite autonomia aos demais profissionais, como os enfermeiros. Na Alice, a equipe de enfermagem tem essa autonomia. 

“O nosso desafio é quebrar a ideia do cuidado centrado no médico. A enfermagem tem capacidade de resolver problemas e tem técnicas para isso. Há muito tempo sonhei com essa autonomia da enfermagem, e aqui na Alice vivemos isso”, conta Maite Rossetto, Health Excellence Nurse Leader. 

O time de enfermagem da Alice se divide entre: 

  • Assistencial {com foco no cuidado direto dos membros};
  • Excelência em saúde {que entrega à equipe de assistência as informações em formato de protocolos e revisões de casos}. 

Eles também atuam com equipes de atenção secundária {especialistas} e terciária {hospitais}, além de analisar situações e identificar oportunidades de melhoria nos processos de cuidado. 
Quer saber como essa cultura funciona na prática, tire suas dúvidas: O que a enfermagem da Alice pode fazer pela sua saúde?

Qual o papel do profissional da enfermagem?

O enfermeiro é responsável principalmente por planejar, organizar e avaliar os serviços da assistência de enfermagem. É ele também quem realiza a consulta de enfermagem e prescreve os passos que devem ser seguidos pela equipe.

Qual é o papel do profissional de saúde?

Os profissionais de saúde devem conhecer o contexto social no qual a população está inserida, pois se trata de um fator essencial, pois as ações devem analisar a relação entre a saúde da população, as diferentes condições de vida e o envolvimento da comunidade.

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