Qual a importância do exercício físico na prevenção de doenças crônicas?

Exerc�cio f�sico, doen�as cr�nicas 

n�o-transmiss�veis e envelhecimento: uma revis�o

Ejercicio f�sico, enfermedades cr�nicas no contagiosas y envejecimiento: una revisi�n

Physical exercise, diseases chronic non-transmissible and aging: a review

 

*Especialista em Fisiologia do Exerc�cio Faculdade de Anicuns, Goi�s

**Acad�mica do Curso de Fisioterapia, UEPA, Santar�m

***Mestrando em Recursos Naturais, UFPA, Santar�m

****Departamento de Morfologia e Ci�ncias Fisiol�gicas, UEPA, Santar�m

(Brasil)

Luiz Carlos Rabelo Vieira*

Diego Sarmento de Sousa*

�dria Natuane Nogueira Fons�ca**

Jabert Diniz J�nior***

M.Sc. Pedro Odimar dos Santos****

 

Resumo

          � inquestion�vel a import�ncia da pr�tica regular de exerc�cio f�sico em qualquer fase da vida, visto que recupera, mant�m ou potencializa a performance, adequando-a aos padr�es de sa�de. Em adi��o, mostra-se como elemento indispens�vel aos sujeitos acometidos por certas patologias, dentre as quais podemos citar a osteoporose, a hipertens�o arterial e a diabetes mellitus - doen�as t�picas da velhice. Sendo assim, a presente revis�o faz um levantamento sobre os aspectos inerentes a cada uma das doen�as citadas, al�m de ampliar o cen�rio de discuss�o sobre os benef�cios da atividade f�sica como um agente profil�tico e/ou de tratamento das mesmas.

           Unitermos:

Exerc�cio f�sico. Doen�as cr�nicas n�o-transmiss�veis. Envelhecimento ativo.

Abstract

          Is unquestionable the importance of regulate physical exercise at any stage of life seen that recovers, maintains or potentiates the performance, suiting patterns of health. In addition, shows itself as an indispensable element for the people affected by certain pathologies, among which we would like osteoporosis, hypertension and diabetes mellitus - typical diseases of aging. Thus, the present review makes a survey on aspects inherent to each of the cited diseases besides enlarge the scenario of discussion about the benefits of physical activity as a prophylactic agent and/or of treatment of same.

          Keywords

: Physical exercise. Diseases chronic non-transmissible. Active aging.
 
//www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - A�o 15 - N� 145 - Junio de 2010

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Introdu��o

    No Brasil, segundo Rego et al. (1999), as Doen�as Cr�nicas N�o-Transmiss�veis (DCNT) s�o importante causadoras de mortes, com maior express�o nos grandes centros urbanos. S�o exemplos das mesmas: diabetes mellitus n�o insulino-dependente, hipertens�o arterial, doen�as cardiovasculares, osteoporose e alguns tipos de c�ncer, como o de c�lon e o de mama (MOLINA et al., 2003). Logo, a remo��o ou atenua��o dessas doen�as em termos sociais pode contribuir decisivamente para o decl�nio da mortalidade da popula��o.

    Dentre as doen�as destacadas, algumas merecem maior �nfase, quando associadas ao processo de envelhecimento. S�o elas: osteoporose, hipertens�o arterial e diabetes mellitus.

I.     Osteoporose

    Em decorr�ncia da diminui��o da densidade mineral �ssea normal, somada ao desgaste da microarquitetura do tecido �sseo, � aumentada a porosidade desse tecido. Em fun��o disso, o osso fica fr�gil e propenso �s fraturas. Os lugares mais comuns s�o no punho, �mero e na por��o proximal do f�mur (colo). H� tamb�m a compress�o de v�rtebras (provocando cifose progressiva), uma dolorosa conseq��ncia em fun��o da desmineraliza��o (ACSM, 1995, HOLLMANN; HETTINGER, 2005, MATSUDO; MATSUDO, 1991; SAFONS; PEREIRA, 2007; SIM�O, 2004a; TORRES; C�SAR; PAIZANTE, 2006).

    Esse quadro cl�nico recebe a denomina��o de osteoporose, uma das principais doen�as ortop�dicas e reumatol�gicas que atingem os idosos, assim como a osteoartrite, lombalgia e dor cr�nica (SAFONS; PEREIRA, 2007). O primeiro est�gio dessa doen�a recebe o nome de osteopenia, quando a densidade mineral �ssea (DMO) apresenta-se entre desvios padr�es (DP) de -1 e -2,5 da m�dia dos adultos jovens. Na osteoporose, por outro lado, a DMO est� abaixo de -2,5 DP da m�dia dos adultos jovens (SIM�O, 2004a).

    V�rios s�o os fatores de risco que contribuem ao aparecimento desta doen�a degenerativa silenciosa, conhecida popularmente de �reumatismo no sangue�. S�o eles: fatores intr�nsecos ao indiv�duo, como pele clara, corpo delgado, hist�rico familiar de osteoporose prematura, descend�ncia europ�ia ou asi�tica, idade avan�ada, amenorr�ia, menopausa precoce e nuliparidade; fatores extr�nsecos, como o estilo de vida sedent�rio, consumo excessivo de cigarros, �lcool, caf� e uso de cortic�ides (SIM�O, 2004a).

    A manifesta��o dessa doen�a pode ocorrer em dois tipos: Tipo I e Tipo II. Segundo Powers e Howley (2000) a Tipo I, est� relacionada �s fraturas vertebrais e distais do r�dio nas pessoas com cinq�enta a sessenta anos de idade e � oito vezes mais comum em mulheres do quem em homens. A osteoporose Tipo II, ao contr�rio, � observada em indiv�duos com setenta anos de idade ou mais, ocasiona fraturas de quadril, pelve e distal de �mero e � duas vezes mais comum em mulheres. Ainda conforme os autores, mulheres com idade superior a cinq�enta anos s�o as principais acometidas em raz�o da menopausa e dos baixos n�veis de estrog�nio.

    Robergs e Roberts (2002; p. 366-367) descrevem dados estat�sticos referentes � osteoporose. Para os mesmos,

    Por volta dos 90 anos, cerca de 32% das mulheres e 17% dos homens s�o suscet�veis a uma fratura do quadril e de 12% a 20% desse grupo podem morrer em conseq��ncia de complica��es relacionadas. [...] A massa �ssea diminui aproximadamente em 10% do pico da massa �ssea at� 65 anos e cerca de 20% em torno dos 80 anos. Nas mulheres, a perda � mais acentuada sendo, aproximadamente, de 20% aos 65 anos e de 30% aos 80 anos. Os homens tendem a perder cerca de 1% da massa �ssea por ano ap�s os 50 anos, enquanto as mulheres come�am a perd�-la no come�o dos seus 30 anos, com uma queda de 2% a 3% por ano ap�s a menopausa.

    A mensura��o e avalia��o da massa �ssea de um indiv�duo s�o procedimentos importantes para a caracteriza��o do quadro cl�nico de osteopenia ou de osteoporose. Al�m da densitometria �ssea, um exame preditor de fraturas que compara a massa �ssea do indiv�duo examinado com a m�dia da densidade mineral �ssea de adultos jovens (GALI, 2001; SAFONS; PEREIRA, 2007), s�o encontrados outros m�todos na literatura cient�fica: os marcadores bioqu�micos do metabolismo �sseo (SARAIVA; LAZARETTI-CASTRO, 2002; VIEIRA, 1999). Esses marcadores, de modo geral, podem ser divididos em marcadores de forma��o �ssea, que refletem a atividade dos osteoblastos e os de reabsor��o, que refletem a atividade dos osteoclastos (VIEIRA, 1999).

    Dentre os fatores de risco desencadeadores da osteoporose, a qual � um dos principais problemas de sa�de p�blica mundial (ALMEIDA JUNIOR; RODRIGUES, 1997), est� a inatividade f�sica. O exerc�cio f�sico regular � apontado como importante na preven��o e no tratamento dessa enfermidade, pois ajuda na manuten��o da integridade mineral �ssea (ACSM, 1995; EVANS, 2003; KEMPER; FRAN�A, 2005; MATSUDO, 2001; NIEMAN, 1999; N�BREGA et a., 1999; OCARINO; SERAKIDES, 2006; TORRES; C�SAR; PAIZANTE, 2006). Em adi��o, � recomend�vel a ingest�o adequada de c�lcio35 e vitamina D, visto que exibe um potencial efeito em aumentar a absor��o de c�lcio a partir do trato intestinal (GUYTON; HALL, 2006).

    A atividade f�sica envolvendo suporte de peso tem sido apontada como ben�fica para a qualidade de vida em geral, principalmente para aqueles que apresentam doen�as, em particular a osteoporose (FLECK; FIGUEIRA J�NIOR, 2003; MATSUDO; MATSUDO, 1992a). Fleck e Figueira J�nio (2003), reportam que o treinamento resistido promove est�mulos positivos na densidade mineral e na for�a dos ossos, quando praticado regularmente por um longo per�odo. Os autores apontam tamb�m que a ingest�o de c�lcio deve ser de pelo menos 1.000 a 1.500 mg/dia.

II.     Hipertens�o arterial

    Estima-se que 85% das pessoas idosas sofrem de um ou mais problemas de sa�de. Nesse per�odo da vida � freq�ente o aparecimento da artrite, das cardiopatias, da diabetes, comprometimentos ortop�dicos e auditivo-visuais. A hipertens�o arterial, em especial, acomete 36% desse p�blico (NIEMAN, 1999).

    A hipertens�o arterial � uma doen�a cardiovascular, visto que acomete o cora��o e os vasos sangu�neos (SAFONS; PEREIRA, 2007). Segundo os autores, o colesterol alto e o sedentarismo representam os principais fatores de risco para o surgimento dessa enfermidade, al�m da obesidade e do tabagismo.

    Para Neiman (1999), a press�o arterial (PA) pode ser definida como a intensidade com que o sangue for�a as paredes das art�rias, sendo dividida em sist�lica (PAS) e diast�lica (PAD). A PAS e a PAD s�o as etapas de contra��o e relaxamento do cora��o, respectivamente. Quando h� varia��o significativa acima do normal em pelo menos uma dessas press�es, pode caracterizar o quadro cl�nico de hipertens�o. Valores de PAS abaixo de 130 mmHg representam normalidades; entre 130-139 mmHg, normal m�xima e acima de 140 mmHg, elevada. Por outro lado, �ndices de PAD menores que 85 mmHg tamb�m representam normalidade, enquanto que 85-89 mmHg e 90 mmHg em diante, est�o ligados � normal m�xima e elevada, respectivamente. Portanto, um indiv�duo que apresente �ndices m�dios de PA em repouso de 145 / 95 mmHg apresenta a enfermidade em quest�o. A tabela 1 apresenta dados referentes aos valores da press�o arterial.

    Dessa forma, hipertens�o arterial pode ser definida simplesmente como uma cr�nica e persistente eleva��o da press�o sangu�nea (SIM�O, 2004a), apresentando alta morbidade, isto �, capacidade para desencadear outras doen�as. Por conta disso, � atualmente um dos maiores problemas de sa�de p�blica da sociedade, tamb�m por estar interligada a fatores agravantes como o estresse pessoal e profissional, dieta inadequada e baixo n�vel de atividade f�sica (SOUSA; HAERTEL; SOUZA, 2007). No mundo, estima-se em 25% o p�blico hipertenso, sendo que apenas metade desse quantitativo � ciente que � portador da doen�a e procura tratamento adequado (NESRALLA, 2000). As pessoas que apresentam maiores riscos de desenvolver a hipertens�o s�o os negros, aquelas com hist�rico familiar da doen�a e os idosos (SIM�O, 2004a).

    A instala��o da hipertens�o no organismo � assintom�tica, da� seu maior perigo, tornando-se perceptiva somente em est�gios mais avan�ados. N�o obstante, alguns sintomas mais comuns podem ser reflexos do in�cio desta doen�a, tais como: dor de cabe�a frontal ou nucal, n�usea, v�mito, tonteira, epistaxe, cansa�o, palpita��o e sudorese (FERNANDES FILHO, 2003).

    O �ndice de massa corporal (IMC) e a circunfer�ncia abdominal est�o associados � hipertens�o arterial, sendo superior a influ�ncia exercida pelo IMC em pessoas do sexo masculino (SARNO; MONTEIRO, 2007).

    Para a preven��o da hipertens�o, Nieman (1999) reporta que � adequada a ado��o dos seguintes passos: perder peso corporal, caso for obeso; reduzir a ingest�o de sal a menos de 2.300 mg (uma colher de ch�) por dia; manter a ingest�o diet�tica adequada de pot�ssio; limitar a ingest�o alco�lica e praticar exerc�cios f�sicos regulares. A devida aten��o � ingest�o de sal � importante, uma vez que a preval�ncia de hipertens�o � mais comum nas classes socioecon�micas mais baixas, pois � marcante a alta ingest�o de sal por parte dessas classes, ao contr�rio das demais onde a ingesta � reduzida (MOLINA el at., 2003).

    Enquanto recurso n�o medicamentoso, o exerc�cio f�sico mostra-se importante no controle e tratamento da hipertens�o pelas v�rias respostas fisiol�gicas decorrentes de adapta��es auton�micas e hemodin�micas que influem no sistema cardiovascular (FABIANO; VIEIRA; FREITAS, 2003; MATTOS PINTO; MEIRELLES; FARINATTI, 2003; MONTEIRO; SOBRAL FILHO, 2004; RODRIGUES et al., 2008), ao passo que baixos n�veis de atividades f�sicas habituais est�o associados � presen�a dessa doen�a cr�nica (MORAES, 2005).

    A caminhada, praticada por um per�odo de 12 semanas, com duas sess�es semanais de 30 minutos de dura��o (totalizando 60 minutos semanais), a 50-60% do VO2m�x, conduz � redu��o significativa da PA em mulheres sedent�rias hipertensas (RODRIGUES et al., 2008).

    Programas n�o-formais de atividade f�sica podem exercer efeitos ben�ficos na composi��o corporal e perfil lip�dico sangu�neo em adultos hipertensos (MATTOS PINTO; MEIRELLES; FARINATTI, 2003). Benef�cios para esse p�blico tamb�m s�o encontrados com a pr�tica de atividades f�sicas no tempo livre de lazer (WAGMACKER; PITANGA, 2007).

    O treinamento resistido, realizado por um per�odo de oito semanas, mostra-se seguro e ben�fico para mulheres hipertensas, uma vez que aumenta a for�a muscular e diminui o percentual de gordura, n�o exercendo, no entanto, influ�ncias significativas na capacidade aer�bia e na flexibilidade (PEDROSO, 2007). A diminui��o da quantidade de gordura corporal � importante, visto que padr�es antropom�tricos adequados mostram-se importantes no tratamento das DCNT, entre elas a hipertens�o (ELSANGEY, 2006).

    Em rela��o aos efeitos agudos dos exerc�cios f�sicos, sabe-se que estes, quando realizados em intensidade variada, n�o potencializam o efeito hipotensor p�s-exerc�cio quando comparados com os exerc�cios de intensidade constante (CUNHA et al., 2006).

    Por fim, antes de qualquer conduta, julga-se extremamente importante que a prescri��o do exerc�cio e o acompanhamento do paciente hipertenso devam ser conduzidos apenas por profissionais especializados (SANT�ANA, 2002) e que os portadores da doen�a sejam educados com rela��o � enfermidade, de modo a haver um aux�lio mais positivo no tratamento desses indiv�duos (PESSUTO; CARVALHO, 1998).

III.     Diabetes Mellitus

    De acordo com Oliveira e Oliveira (2005), a diabetes � uma das principais DCNT que acometem o ser humano na atualidade. A OMS a considera um problema de sa�de p�blica mundial.

    A diabetes manifesta-se quando o organismo perde a capacidade de regular a glicose sangu�nea assim como o metabolismo dos carboidratos, condi��o que pode levar � insufici�ncia de produ��o de insulina ou � ineficiente reposta hep�tica e dos tecidos perif�ricos � insulina (OLIVEIRA; OLIVEIRA, 2005; ZAUPA; ZANONI, 2000), horm�nio importante na fun��o de armazenamento do excesso de energia no organismo, por armazen�-lo sob a forma de glicog�nio, principalmente no f�gado e nos m�sculos (GUYTON; HALL, 2006). Al�m disso, promove a capta��o e o metabolismo da glicose nos m�sculos. Sendo assim, a diabetes � caracterizada pela hiperglicemia e problemas metab�licos associados(SHEPHARD, 2003), configurando tanto um dos principais fatores de risco para o aparecimento da doen�a arterial coronariana, uma vez que a doen�a progride com maior rapidez em pessoas diab�ticas como desencadeadora de arteriosclerose, neuropatia e microangiopatia (HOLLMANN; HETTINGER, 2005).

    A manifesta��o da diabetes se d� de duas formas b�sicas, uma insulino dependente (Tipo I) e a n�o insulino dependente (Tipo II). A primeira est� relacionada a uma doen�a das c�lulas β do p�ncreas, na qual ocorre a destrui��o das mesmas, em raz�o a um processo auto-imune, dificultando a produ��o de insulina pelo organismo. Dessa forma, este tipo corresponde entre 5 a 10% da totalidade dos casos de diabetes. Pode come�ar em qualquer idade e o portador n�o � capaz de sobreviver sem o fornecimento de insulina. Outra caracter�stica dessa enfermidade � o aparecimento de um decl�nio na quantidade ou na sensibilidade dos receptores de insulina, entre outras. Fatores potenciais contribuem ao aparecimento da diabetes, s�o eles: aumento do percentual de gordura corporal, redu��o da massa magra, baixos n�veis de atividade f�sica e aumento da atividade simp�tica. Os sintomas s�o s�bitos e constam de mic��o demasiada, tontura, n�useas, v�mito, fadiga extrema entre outras (HOLLMANN; HETTINGER, 2005; OLIVEIRA; OLIVEIRA, 2005; SHEPHARD, 2003).

    A Tipo II ou diabetes mellitus n�o insulino dependente (DMNID) � considerada o resultado da intera��o gen�tica com meio ambiente, cujos crit�rios diagn�sticos s�o uma hiperglicemia em jejum (glicose do plasma no m�nimo 140 mg/dl = 8 mmol/l) e uma toler�ncia reduzida � glicose (HOLLMANN; HETTINGER, 2005).

    Essa forma � a mais prevalente, correspondendo a 90-95% dos casos de diabetes. O organismo n�o responde satisfatoriamente � insulina, apesar de estar relacionada, em alguns casos, a uma defici�ncia de insulina. � mais freq�ente em pessoas adultas, aumentando a incid�ncia em paralelo ao avan�o da idade, progredindo com maior rapidez aproximadamente da quarta a quinta d�cadas de vida. Outro fator relacionado � mesma � o aumento do peso corpora (OLIVEIRA; OLIVEIRA, 2005).

    A hist�ria familiar � fator de risco fundamental de predisposi��o � doen�a, assim como o envelhecimento, a obesidade, a hipertens�o, as dislipidemias, ra�a e tamb�m a gravidez (MENICATTI; FREGONESI, 2006). Como sintomas da DMNID, s�o descritos todos os apresentados anteriormente para o Tipo I somados ao formigamento ou amortecimento nas pernas, p�s ou m�os, infec��es freq�entes e recorrentes da pele, gengiva ou bexiga e cicatriza��o lenta (OLIVEIRA; OLIVEIRA, 2005).

    Embora sejam evidentes os efeitos ben�ficos do exerc�cio f�sico na prote��o, preven��o e tratamento da diabetes (GAZOLA; BAZOTTE; SOUZA, 2001; HIYANE et al., 2008; MANDINI; MICHEL, 2001; MARTINS, 2000; NIEMAN, 1999; SHEPHARD, 2003; SILVEIRA NETTO, 2000; SIM�O, 2004a; SOUSA; HAERTEL; SOUZA, 2002; TAMBASCIA; GOMES; DIB, 2007), ainda permanece distante um consenso a esse respeito em virtude da diversidade de m�todos empregados a esses fins. N�o obstante, sabe-se que a pr�tica de exerc�cio � importante, principalmente o aer�bio (ACSM, 1997; HOLLMANN; HETTINGER, 2005; McARDLE; KATCH; KATCH, 2003; POWERS; HOWLEY, 2000; SHEPHARD, 2003; SILVEIRA NETTO, 2000; SIM�O, 2004a). Isso pode ser explicado pelo fato de ocorrer um aumento, durante o exerc�cio f�sico, da capta��o de glicose sangu�nea pelos m�sculos, a fim de produzir energia para a contra��o muscular, provocando a diminui��o da glicemia em organismos diab�ticos (MARTINS, 2000; OLIVEIRA; OLIVEIRA, 2005).

    Visto que a diabetes relaciona-se � obesidade (HOLLMANN; HETTINGER, 2005), a prescri��o de exerc�cios para os diab�ticos deve objetivar a perda de peso. O tipo aer�bio de intensidade correspondendo a 50-70% do VO2m�x, com dura��o de 20 a 60 minutos e freq��ncia de 4 a 5 vezes por semana parece ser o ideal. Ciclismo, nata��o e caminhada s�o as atividades mais indicadas (OLIVEIRA; OLIVEIRA, 2005).

Considera��es finais

    A partir da corrente revis�o, fica evidente a aten��o que deve ser dada �s DCNT quando associadas � terceira idade. A pr�tica regular de atividades f�sicas � um importante elemento na preven��o e/ou tratamento delas, bem como ao pr�prio processo de envelhecimento. Portanto, a ado��o de um estilo de vida ativo pode prevenir, adiar ou impedir o aparecimento dessas e de outras doen�as decorrentes do avan�ar da idade.

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Qual o tipo de atividade física para pessoas com doenças crônicas?

Quem tem doenças crônicas pode praticar exercícios físicos?.
1 – Corrida: a caminhada em ritmo intenso que, posteriormente pode virar corrida é indicada a pessoas com hipertensão, diabetes tipo II, asma, bronquite e obesidade. ... .
2 – Musculação: ... .
3 – Natação e hidroginástica: ... .
4 – Exercícios funcionais:.

Porque o exercício físico é importante para a saúde?

A atividade física regular não reduz apenas medidas. Ela melhora a capacidade cognitiva, reduz os níveis de ansiedade e estresse, fornece mais energia e aumenta autoestima. Além disso, os movimentos motores realizados durante as atividades liberam endorfinas no cérebro.

Qual é o papel do exercício físico no idoso com doenças crônicas?

A prática de atividade física para idosos está associada à longevidade e ao menor risco de morbilidade. Os exercícios físicos para terceira idade podem estar associados à prevenção de doenças crónicas cardiovasculares, prevenção de quedas, autonomia para tarefas do dia-a-dia.

Quais são as atividades físicas mais recomendadas para prevenir doenças crônicas degenerativas?

Outras atividades que podem ser indicadas a estes pacientes são a caminhada e a bicicleta. Ambas ajudam a controlar a respiração, além de melhorar o condicionamento e a capacidade respiratória do paciente.

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