A base curricular comum não é o suficiente para estimular nossas crianças e jovens atualmente. O desenvolvimento cognitivo é de extrema importância, porém o desenvolvimento social e emocional agrega ainda mais na evolução do ser humano.
Conforme o CASEL (The Collaborative for Academic, Social and Emotional Learning, ou em Português, o Colaborativo para Aprendizagem Acadêmica, Social e Emocional), ensinar as habilidades socioemocionais para uma criança é uma das estratégias mais eficazes para promover sucesso acadêmico e reformas escolares.
Esse tipo de aprendizagem ganhou ênfase em um importante relatório realizado pela UNESCO, organizado pelo filósofo francês Jacques Delors. A principal mensagem do “Relatório Delors” é que essa prática pedagógica deve se preocupar em evoluir quatro pilares ou aprendizagens: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser. Aprender a conviver e a aprender a ser, inclui saber lidar com as pessoas em sua volta de forma assertiva e a ter autoconhecimento, identificando desta forma, as habilidades individuais e os pontos que ainda precisam ser aprimorados.
A partir do autoconhecimento, o relacionamento consigo mesmo tende a ser mais leve, pois identificamos aquilo que nos motiva e o que nos causa sensações ruins e desde então, conseguimos conviver melhor com os demais.
A Educação Socioemocional estimula o aumento da autoestima e um melhor relacionamento consigo mesmo, pois a partir do momento em que cresce a confiança em si mesmo, nos sentimos mais resilientes e preparados para enfrentar os desafios da vida, além de adquirirmos relações mais saudáveis.
As escolas e as famílias devem trabalhar em parceria, se esforçando para ensinar os jovens a administrarem conflitos, a viverem em comunidade, a lidarem com a frustração e saberem conviver com as dificuldades de cada um.
Nós, do Colégio Ranieri, temos em nosso programa, aulas semanais de Educação Socioemocional para alunos, e mensalmente para os familiares. Além disto, este ano estamos oferecendo esse projeto também para nossos colaboradores. Acreditamos que é começando dentro do ambiente escolar que poderemos transformar a sociedade em que vivemos.
Um dos nossos objetivos com este programa é incentivar a todos a pensarem sobre as inevitáveis emoções que nos acometem, e de que forma, podemos aproveitá-las a nosso favor, extraindo o melhor dos momentos. Em nossas aulas de Educação Socioemocional, aprendemos juntos que a inteligência não é fixa e pode ser desenvolvida com dedicação e em equipe; incentivamos que podemos sim, falar sobre nossas emoções e sentimentos, sem que isso machuque os que estão em nossa volta; estimulamos a importância de se pensar antes de agir e reagir; juntos experimentamos como é bom elogiar o próximo e principalmente, pensamos sobre os conflitos e a melhor forma de resolvê-los.
E diferentemente dos demais aprendizados, a Educação Socioemocional se adquire concomitante individualmente e em grupo, pois pensamos primeiro em nós mesmos e depois aplicamos isso no grupo em que vivemos.
compartilhamento de talentos;
régua ou painel das emoções;
possibilitar ações sociais, solidárias e voluntárias;
promover e incentivar pesquisas de práticas socioemocionais e realizar a mensuração dos seus resultados.
“Isso tudo é permitido a partir de um projeto com aulas, salas multimídias, troca de experiências entre os profissionais, apoio dos pais e muita criatividade dos professores”, garante Cristina.
Competências socioemocionais: você sabe quais são as dez habilidades mais usadas?
Segundo Cristina, são empatia, felicidade, autoestima, ética, paciência, autoconhecimento, confiança, responsabilidade, autonomia e criatividade.
Veja como ela explica cada uma:
Empatia
Acima de tudo, consiste em tentar compreender sentimentos e emoções, procurar experimentar de forma objetiva e racional o que sente o outro indivíduo.
Felicidade
Visto que ser feliz é estar pleno no aqui e no agora. Felicidade é estar bem com o seu espírito, a sua mente e o seu corpo. É estar em sintonia com seus valores, decisões e atitudes, com o que você pensa, fala e faz.
Autoestima
Em síntese, é o julgamento, a apreciação que cada um faz de si mesmo, é sua capacidade de gostar de si.
Ética
Em resumo, é a condição do ser humano de avaliar a sua conduta ou a de outro ser humano com base nos valores de uma sociedade. Graças à ética sabemos diferenciar o que é bom e o que não é, se alguém é respeitável ou corrupto, leal ou indigno etc. É, enfim, a capacidade de decidir com base na valoração social.
Paciência
Certamente, uma virtude do ser humano baseada no autocontrole emocional. Ou seja, quando um indivíduo suporta situações desagradáveis, injúrias e o incômodo de terceiros sem perder a calma e a concentração.
Autoconhecimento
De fato, é conhecer a própria essência e ter pleno domínio de si mesmo, em pensamentos, desejos, esperanças, frustrações e crenças. Esse conceito nos permite traçar um mapa pessoal com oportunidade de interpretar melhor quem somos e, principalmente, onde queremos chegar. Assim, teremos um foco maior e também uma certeza do real motivo de estarmos aqui.
Confiança
Envolve a segurança de si e do próximo, pois significa que a crença de certos resultados ou consequências são alcançadas em determinadas situações. A confiança está relacionada com a sensação de olhar para uma ação futura, que vai acontecer, e ainda não ter uma certeza empírica.
Responsabilidade
Posto que é cumprir com o dever de assumir as consequências provenientes de nossos atos. Abrange uma amplitude de conceitos que têm relação com assumir as responsabilidades dos nossos atos praticados de forma consciente e intencionada.
Autonomia
Refere-se à capacidade que os seres humanos apresentam de poder tomar decisões por si, sem ajuda do outro. É estar empoderado da capacidade de decidir de forma livre e espontânea.
Criatividade
É a capacidade de usar habilidades para criar ferramentas ou adaptar-se ao meio. É encontrar respostas ou descobrir maneiras de inventar algo novo para melhorar a vida cotidiana.