Qual a diferença entre cometa e estrela cadente

Aquilo que muitos chamam de estrela cadente, na realidade, não é uma estrela de fato caindo do céu. Trata-se de fragmentos de asteroides ou restos de cometas que entram em nossa atmosfera com uma velocidade de aproximadamente 250.000 km/h. Em virtude da alta velocidade e do atrito com o ar atmosférico, esses corpos do espaço incendeiam-se, o que provoca um rastro de luz no céu noturno.

Tópicos deste artigo

  • 1 - Nomenclatura
  • 2 - O que são as chuvas de meteoros?
  • 3 - Como observar uma chuva de meteoros
  • 4 - Nomes das chuvas de meteoros


Nomenclatura

Dependendo de sua posição, os corpos celestes recebem nomes diferentes. Se estiverem vagando no espaço fora de nossa atmosfera, eles serão chamados de meteoroides; mas se entrarem na atmosfera terrestre e incendiarem-se por causa do contato com o ar atmosférico, eles serão denominados de meteoros.

Se, porventura, os meteoros forem grandes e resistentes o suficiente para não se desintegrar e atingirem a superfície da Terra, eles serão chamados de meteoritos. Existe a chance de um meteorito atingir uma região habitada, mas a maior probabilidade é de que esses corpos caiam nos oceanos, já que nosso planeta é em grande parte formado por água.


O que são as chuvas de meteoros?

Quando a Terra, seguindo seu movimento de translação ao redor do Sol, passa por uma região onde há o rastro da passagem de um cometa, fragmentos oriundos do cometa podem entrar na atmosfera terrestre em grandes quantidades, formando inúmeros meteoros. Esse fenômeno é chamado de chuva de meteoros.

A grande maioria dos corpos celestes é muito pequena para chegar à condição de meteorito e atingir a superfície terrestre, mas os danos a satélites em órbita ao redor da Terra são possíveis.

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Como observar uma chuva de meteoros

Esse fenômeno pode ser visto a olho nu com a ajuda de um binóculo ou até com o auxílio de uma máquina fotográfica que permita controlar o tempo de exposição de seu filme. O momento em que a Terra intercepta a órbita de cometas pode ser previsto, mas o momento exato da ocorrência das chuvas é uma incógnita.

Para observar a chuva com maior nitidez, recomenda-se procurar um local alto e afastado da cidade para que a luz e a poluição não atrapalhem a visualização. A posição “deitado” é a que fornecerá um maior campo visual e conforto. Deve-se evitar o uso de aparelhos que produzam luz, como celulares, pois isso diminui a sensibilidade dos olhos.


Nomes das chuvas de meteoros

A nomenclatura dada às chuvas fundamenta-se na época do ano em que ocorrem e na constelação visível no momento de sua ocorrência. A tabela abaixo mostra o mês da ocorrência de algumas das chuvas de meteoros, o nome da chuva, a constelação visível no momento da ocorrência e a taxa estimada de queda de meteoros por hora.


Por Joab Silas
Graduado em Física

Eventualmente, temos notícias sobre o surgimento de fenômenos luminosos rasgando os céus pelo mundo. Esses eventos são chamados muitas vezes de meteoros, outras vezes de asteroides ou de cometas. No entanto, esses nomes designam coisas diferentes. 

Para entender exatamente o que são esses objetos, é preciso voltar um pouco na história até o momento em que todos pertenciam à mesma coisa: o pó. Sim, no princípio do Sistema Solar, tudo que existia era uma enorme nuvem de gases e poeira cósmica em forma de disco, girando em torno de um centro de gravidade comum. 

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Representação artística de um disco de poeira e gás, semelhante ao que era o Sistema Solar em formação. Créditos: ESO/L. Calçada

O hidrogênio e o hélio eram, e ainda são, os elementos mais abundantes do universo e, devido à ação da gravidade, eles começaram a se concentrar no centro dessa nuvem, formando uma enorme esfera de gases. 

Em algum momento, há cerca de 4,6 bilhões de anos, uma explosão de supernova ocorreu em nossa vizinhança, e o calor liberado por esse evento forneceu a energia que faltava para que aquela imensa esfera de gás iniciasse o processo de fusão nuclear em seu interior, dando origem ao nosso Sol.

Em torno do astro, as partículas de poeira cósmica derreteram com o calor e começaram a se aglutinar em pequenas gotículas de metal e rocha derretidos. Os ventos solares varreram os materiais mais voláteis, como gases e água, para as regiões mais distantes do Sistema Solar. Tanto esses gases quanto as gotículas de material derretido começaram a se solidificar à medida que a temperatura caía, continuando a se chocar e se fundir.

Durante a formação do Sistema Solar, materiais mais voláteis foram ejetados para regiões mais distantes. Imagem: Sergey Nivens – Shutterstock

Após alguns milhões de anos, esse processo já havia formado todos os planetas do nosso sistema: os rochosos, mais próximos do Sol (Mercúrio, Vênus, Terra e Marte), e, um pouco mais afastados, os gigantes gasosos (Júpiter, Saturno, Urano e Netuno). 

Em torno de vários desses planetas, também se desenvolveram satélites, cada um com um processo de formação distinto. Alguns, juntos com o planeta, outros, capturados por sua gravidade. E, em alguns casos, como parece ser o da Lua, a partir do material ejetado de um grande impacto com o corpo planetário.

Enquanto uma boa parte do material presente naquela nuvem de gás e poeira foi destinado para formar o Sol, os planetas e os satélites, outra parcela também se aglutinou e formou corpos menores, os chamados planetas anões. No entanto, ainda assim, sobrou muito material de construção do Sistema Solar.

Ainda hoje, uma quantidade significativa de matéria remanescente do processo de formação orbita o Sol, e é justamente dessas sobras que surgem os meteoros, meteoritos, cometas e asteroides.

O colunista do Olhar Digital Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA), membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), diretor técnico da  Rede Brasileira de Observação de Meteoros (BRAMON) e coordenador regional (Nordeste) do Asteroid Day Brasil, explica abaixo o que é cada um desses fenômenos.

Asteroides têm formatos irregulares, pois, diferentemente dos planetas, não têm massa suficiente para assumir uma forma esférica. Eles são pequenos em sua maioria, com poucos metros de largura, mas alguns podem ter centenas de quilômetros.

Imagem aproximada do asteroide Ryugu. Imagem: JAXA/Reprodução

O Sistema Solar está repleto desses objetos, a maioria deles rodeando o Sol entre as órbitas de Marte e Júpiter, em uma região conhecida como Cinturão Principal de Asteroides. Entretanto, eles podem ser encontrados em toda a vizinhança, inclusive se aproximando perigosamente da Terra. Sempre que um asteroide se aproxima do nosso planeta causa um grande alvoroço nas redes sociais e várias previsões apocalípticas, que nunca se confirmam.

Pela definição da União Astronômica Internacional, para ser considerado um asteroide, o objeto deve ter, pelo menos, um metro de diâmetro médio. Objetos que orbitam o Sol e que sejam menores que um metro devem ser chamados de meteoroides.

As regiões mais distantes do Sistema Solar abrigam pequenos corpos gelados formados essencialmente de gelo e gases congelados. São parte daquele material que foi levado para longe pelos ventos solares no período de formação do nosso sistema.

A grande maioria desses objetos está além da órbita de Netuno, mas, eventualmente, alguns deles são arremessados para o interior do Sistema Solar e formam os cometas.

O cometa Hale-Bopp, que passou pelo nosso Sistema Solar interno em 1997. Imagem: ESO/E. Slawik

Quando se aproximam da órbita de Júpiter, o calor do Sol faz evaporar os materiais mais voláteis que compõem o cometa, formando uma tênue atmosfera em torno do núcleo chamada de coma. 

Ao atingirem o cometa, os ventos solares arrastam parte da coma na direção oposta ao Sol, formando uma enorme cauda. Tanto a coma quanto a cauda de um cometa brilham devido à ionização de seus gases pelo astro rei.

Cometas são, em sua maioria, relativamente pequenos, com apenas algumas dezenas de metros de largura. Alguns deles, no entanto, podem medir vários quilômetros e ter material volátil suficiente para formar uma coma maior que Júpiter e uma cauda que pode se estender por vários milhões de quilômetros, criando um espetáculo observável a olho nu por várias noites – algo raro mas que, quando ocorre, é o fenômeno astronômico mais bonito de ser observado.

Meteoros

Asteroides, meteoroides e cometas orbitam o Sol em uma velocidade altíssima. Algo entre 40 mil e 266 mil quilômetros por hora. Quando atingem a atmosfera da Terra nessa velocidade, mesmo fragmentos tão pequenos quanto um grão de areia são capazes de aquecer instantaneamente os gases atmosféricos, gerando um fenômeno luminoso, que é o que os astrônomos classificam como meteoro. 

Assim, os meteoros são apenas esses eventos luminosos, nada mais. Meteoro não é sólido, não é líquido nem gasoso, é apenas luz. Popularmente, também é chamado de “estrela cadente”.

Rastro luminoso de maior duração observado em 2022, durante a chuva de meteoros Tau Herculídeas. Imagem: Observatório Espacial Heller & Jung

Como a maioria dos meteoros é gerada por minúsculos fragmentos de rocha, não é possível prever quando e onde poderemos vê-los. No entanto, há algumas épocas do ano em que as nossas chances de observá-los aumenta consideravelmente. 

São as chamadas chuvas de meteoros, que ocorrem quando a Terra passa por uma região do Sistema Solar repleta de fragmentos deixados por algum cometa ou asteroide. Quando a Terra atravessa essa trilha, eles atingem a atmosfera, gerando dezenas ou até centenas de meteoros em uma única noite – um espetáculo de encher os olhos.

Leia mais:

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O que acontece quando um objeto maior atinge a Terra?

De maneira geral, quanto maior o objeto, mais luminoso será o meteoro. E quando sua luminosidade supera o brilho de Vênus, o meteoro é comumente chamado de fireball – ou bola de fogo. 

Algumas vezes, dependendo também da velocidade e do ângulo de entrada, o meteoroide ou asteroide é grande o suficiente para atingir as camadas mais densas da atmosfera. Nesses casos, além de formar uma bola de fogo mais espetacular, o meteoro geralmente termina com um evento explosivo. 

Esse tipo de meteoro também é chamado de bólido, e popularmente, também é associado ao “fim  dos tempos”, “Jesus voltando” e outras profecias apocalípticas.

Se o objeto (meteoroide ou asteroide) for realmente grande, além de gerar um bólido, ele pode resistir à passagem atmosférica e chegar ao solo. Esses pedaços são chamados de meteoritos. 

Os meteoritos são uma importante fonte de pesquisa científica, pois nos trazem fragmentos de asteroides, cometas e, em alguns casos raros, até de outros planetas ou da Lua.

Análises de meteoritos são a forma mais barata de se estudar esses objetos distantes e ajudar a contar a história da formação do Sistema Solar.

Côndrulos no interior de um meteorito. Créditos: AMS/André Moutinho-BRAMON

A principal característica dos meteoritos mais comuns – os chamados condritos – é a presença de côndrulos em seu interior, que são minúsculas esferas de minerais e metais. A formação de condritos se dá a partir do resfriamento e aglutinação das gotículas de material derretido pelo calor da supernova que deu origem ao Sistema Solar. 

Isso quer dizer que quando um meteorito chega ao solo ele poderá trazer consigo 4,6 bilhões de anos da nossa história.

Créditos: AMS/André Moutinho-BRAMON

Para facilitar ainda mais o entendimento das diferenças entre asteroides, meteoros, cometas e meteoritos, o infográfico acima traz um resumo do que foi abordado aqui. 

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Como diferenciar cometa de estrela cadente?

Estrela cadente é qualquer corpo celeste que penetra a atmosfera terrestre e que o atrito dele com nossa atmosfera torne o corpo celeste incandescente, formando a cauda da estrela cadente. O cometa é um corpo celeste e ele que pode formar uma estrela cadente se entrar na atmosfera da Terra.

O que são estrelas cadentes e cometas?

As chamadas estrelas cadentes são, na verdade, meteoros, isto é, corpos celestes que entram na atmosfera terrestre e incendeiam-se por causa do atrito com o ar. As estrelas cadentes incendeiam-se ao entrar em nossa atmosfera e deixam um rastro de luz no céu.

Quais as diferenças entre meteoro cometa estrela cadente e meteorito?

Quando entra na atmosfera da Terra em alta velocidade e temperatura, esse meteoroide gera um rastro luminoso no céu e passa a se chamar meteoro, o qual conhecemos também como estrela cadente. Se algum fragmento celeste ultrapassar a atmosfera e atingir a superfície terrestre, ele leva o nome de meteorito.

Qual é a diferença entre uma estrela e uma estrela cadente?

Portanto, as estrelas cadentes não são estrelas que caíram do céu, mas objetos que podem ser restos de cometas ou fragmentos de asteroides. As “estrelas cadentes” entram em nossa atmosfera com uma velocidade de aproximadamente 250.000 km/h. A maioria delas é totalmente desintegrada antes de chegarem ao chão.

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