EQUIPAMENTOS DE PROTE��O INDIVIDUAL PARA ATENDER EMERGÊNCIAS QUÍMICAS
Marco Antonio Jos� Lainha & Edson Haddad
Introdu��o | Objetivo | Considera��es gerais | Classifica��o dos EPIs acordo com tipo de prote��o | Considera��es finais | Bibliografias consultadas
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1. Introdu��o
Um pa�s n�o pode crescer se n�o possuir grandes parques e instala��es de p�los petroqu�micos que subsidiem mat�rias primas para a composi��o dos produtos necess�rios a manuten��o da vida di�ria.
O vazamento destes produtos para o meio ambiente tem sido ocasionado por aspectos humanos e materiais, envolvendo os v�rios segmentos que manipulam estes produtos, tais:
- Laborat�rios;
- �reas de estocagem (almoxarifados, dep�sitos, parques de estocagem entre outros)
- Processos de fabrica��o;
- Atividades de transportes (rodovi�rio, ferrovi�rio, a�reo, mar�timo e dutovias).
Os produtos perigosos tem gerado diversos riscos ao homem e ao meio ambiente, causando danos corporais, materiais e interrompendo a vida dos seres vivos. Neste sentido, o crescente n�mero de acidentes envolvendo de produtos perigosos, vem preocupando consideravelmente as autoridades e segmentos envolvidos em todo o mundo.
As ocorr�ncias envolvendo produtos perigosos requerem cuidados especiais, bem como pessoal habilitado para o seu atendimento, tendo em vista riscos de inflamabilidade, toxidez e corrosividade que envolvem estes produtos, quando do vazamento e derrames acidentais, gerando atmosferas contaminadas por vapores e/ou gases.
O atendimento de tais epis�dios geram diversos riscos a integridade f�sica dos profissionais que desenvolve atividades nestes cen�rios . Neste sentido, nas emerg�ncias que envolvem produtos qu�micos, � de suma import�ncia que os envolvidos utilizem Equipamentos de Prote��o Individual – EPIs, de acordo com os riscos apresentados pelos produtos envolvidos, tamanho do vazamento, locais atingidos e atividades a serrem realizadas.
2. Objetivo
O objetivo deste trabalho � apresentar, de forma sucinta, os principais Equipamentos de Prote��o Individual – EPIs utilizados no atendimentos de emerg�ncias com produtos perigosos.
3. Considera��es gerais
Equipamento de Prote��o Individual � todo dispositivo de uso individual, de fabrica��o nacional ou estrangeira, destinado a proteger a sa�de e a integridade f�sica do trabalhador.
Os EPIs n�o reduzem o "risco e ou perigo", apenas adequam o indiv�duo ao meio e ao grau de exposi��o.
Quando usar?
durante realiza��o de atividades rotineiras ou emergenciais, de acordo com o grau de exposi��o.
Como escolher?
De acordo com as necessidades, riscos intr�nsecos das atividades e parte do corpo a ser protegida.
Observa��es:
- Em caso de d�vida, ou desconhecimento do grau de exposi��o e/ ou contamina��o a que o trabalhador estar� exposto, dever�o sempre ser utilizados os EPI's de prote��o m�xima.
- Ap�s a avalia��o da situa��o, dever� ser adequado o uso dos EPI's �s reais situa��es.
4. Classifica��o dos EPIs acordo com tipo de prote��o
- Prote��o cut�nea
- Prote��o respirat�ria
4.1. Prote��o cut�nea:
4.1.1 - Roupas de prote��o �s subst�ncias qu�micas
No que se refere ao atendimento de acidentes envolvendo subst�ncias qu�micas ,as roupas de prote��o tem como finalidade proteger o corpo de produtos, o qual pode provocar danos a pele ou mesmo ser absorvido pela mesma ser absorvido pela mesma e afetar outros �rg�os.
Uma vez adequadamente selecionada e utilizada em conjunto com a prote��o respirat�ria, a roupa protege os t�cnicos em ambientes hostis.
Proteger os t�cnicos contra a exposi��o � pele requer o uso da mais efetiva roupa de prote��o. � fundamental selecionar uma roupa confeccionada em material que apresente a maior resist�ncia poss�vel ao ataque de produtos qu�micos. O estilo da roupa � tamb�m importante e depende se o produto envolvido estiver presente no ar ou se a exposi��o � pele (contato com o produto) for direta ou atrav�s de respingos. Outros crit�rios para sele��o devem ser considerados, incluindo a probabilidade da exposi��o, facilidade de descontamina��o, mobilidade com a roupa, durabilidade da roupa e, em menor escala, o seu custo.
Uma variedade de materiais de confec��o est� dispon�vel para a fabrica��o das roupas de prote��o. Cada um desses materiais fornece um grau de prote��o � pele contra uma gama de produtos, mas nenhum material fornece a m�xima prote��o contra todos os produtos qu�micos. A roupa de prote��o selecionada deve ser confeccionada em material que forne�a a maior resist�ncia contra o produto conhecido ou que possa estar presente.
A sele��o adequada da roupa de prote��o pode minimizar o risco de exposi��o a produtos qu�micos, mas n�o protege contra riscos f�sicos tais como fogo, radia��o e eletricidade. O uso de outros equipamentos de prote��o tamb�m � importante para fornecer completa prote��o aos t�cnicos. Prote��o � cabe�a � fornecida por capacetes r�gidos; prote��o para os olhos e face por �culos resistentes a impactos; prote��o aos ouvidos � dada por protetores auriculares; e prote��o aos p�s e m�os � fornecida pelas botas e luvas resistentes a produtos qu�micos.
Desta forma, este trabalho tem por finalidade auxiliar as equipes de atendimento a emerg�ncias no processo de sele��o da roupa de prote��o (modelo e tecido) mais adequada a ser utilizada quando da ocorr�ncia de acidentes envolvendo subst�ncias qu�micas. Assim sendo, este trabalho foi dividido em duas partes, sendo que a primeira aborda as roupas de prote��o qu�mica, enquanto que a segunda contempla luvas e botas.
Classifica��o das roupas de prote��o
As roupas s�o classificadas por estilo, uso material de confec��o.
Estilo
Roupa de encapsulamento completo: totalmente encapsulada, essa roupa � confeccionada em pe�a �nica que envolve (encapsula) totalmente o usu�rio. Botas, luvas e o visor est�o integrados � roupa, mas podem ser remov�veis. Se assim forem, essas partes s�o conectadas � roupa por dispositivos que a tornam � prova de gases e vapores. At� o ziper (fecho eclair) fornece perfeita veda��o contra gases/vapores. Esta roupa � � prova de gases e deve, obrigatoriamente, ser submetida a testes de press�o para assegurar sua integridade.
A prote��o respirat�ria e o ar respir�vel s�o fornecidos por um conjunto aut�nomo de respira��o com press�o positiva interno � roupa, ou por uma linha de ar mandado que mant�m press�o positiva dentro da mesma.
A roupa de encapsulamento � utilizada para, principalmente, proteger o usu�rio contra gases, vapores e part�culas t�xicas no ar. Al�m disso, protege contra respingos de l�quidos. A prote��o que a roupa fornece contra uma subst�ncia qu�mica depende do material utilizado para a sua confec��o. Uma vez que n�o existe ventila��o, h� sempre o perigo de ac�mulo de calor, podendo resultar numa situa��o de risco para o usu�rio.
Devido a complexidade, o usu�rio precisa ser auxiliado na coloca��o da roupa.
H� uma grande variedade de acess�rios que podem ser utilizados em conjunto com esta roupa, visando dar conforto e praticidade operacional, como por exemplo colete para refrigera��o, sistema de r�dio e botas com tamanho dois n�meros acima do usual.
Roupa n�o encapsulada: a roupa de prote��o a subst�ncias qu�micas n�o encapsulada, normalmente chamada de roupa contra respingos qu�micos, n�o apresenta a prote��o facial como parte integrante. Um conjunto aut�nomo de respira��o ou linha de ar pode ser utilizado externamente � roupa, assim como m�scara com filtro qu�mico. A roupa contra respingos pode ser de dois tipos: uma pe�a �nica, do tipo macac�o, ou conjunto de cal�a e jaqueta. Qualquer um dos tipos acima pode incluir um capuz e outros acess�rios.
A roupa n�o encapsulada n�o foi projetada para fornecer a m�xima prote��o contra gases, vapores e part�culas mas apenas para prote��o contra respingos. Na verdade, a roupa contra respingos pode ser completamente vedada com a utiliza��o de fitas de veda��o nos pulsos, tornozelos e pesco�o n�o permitindo a exposi��o de qualquer parte do corpo; no entanto, tal roupa n�o � considerada � prova de g�s, mas pode ser um bom substituto da roupa de encapsulamento completo se a concentra��o do produto envolvido estiver baixa e o material n�o for extremamente t�xico por via d�rmica.
Uso
Uma terceira classifica��o � a roupa de uso �nico ou descart�vel. Esta classifica��o � relativa e baseia-se no custo, facilidade de descontamina��o e qualidade da confec��o. � normalmente considerada roupa de prote��o qu�mica descart�vel aquela que custa menos de US$ 25,00 por pe�a. Em situa��es onde a descontamina��o � um problema, roupas mais caras podem ser consideradas descart�veis.
Requisitos de desempenho para roupas de prote��o qu�mica
�rios requisitos de desempenho devem, obrigatoriamente, ser considerados na sele��o do material de prote��o adequado. Sua import�ncia relativa � determinada pela atividade a ser executada e condi��es espec�ficas do local. Os requisitos de desempenho s�o:
Resist�ncia qu�mica: � a capacidade de um material em resistir as trocas qu�micas e f�sicas. A resist�ncia qu�mica de um material � o requisito de desempenho mais importante. O material deve manter sua integridade estrutural e qualidade de prote��o quando em contato com subst�ncias qu�micas;
Durabilidade: � a capacidade de resistir ao uso, ou seja, a capacidade de resistir a perfura��es, abras�o e rasgos. � a resist�ncia inerente ao material;
Flexibilidade: � a capacidade para curvar ou dobrar. � extremamente importante para luvas e roupas de prote��o, pois influencia diretamente na mobilidade, agilidade e restri��o de movimentos do usu�rio;
Resist�ncia t�rmica: � a capacidade de um material em manter sua resist�ncia qu�mica durante temperaturas extremas (principalmente altas), e permanecer flex�vel em baixas temperaturas. Uma tend�ncia geral para a maioria dos materiais � que altas temperaturas reduzem sua resist�ncia qu�mica enquanto que as baixas reduzem sua flexibilidade.
Vida �til: � a capacidade de um material em resistir ao envelhecimento e deteriora��o. Os fatores como tipo de produto, temperaturas extremas, umidade, luz ultravioleta, agentes oxidantes e outros, causam a redu��o da vida �til do material. Estocagem e cuidados adequados contra tais fatores podem ajudar na preven��o do envelhecimento. Os fabricantes devem ser consultados com rela��o �s recomenda��es sobre o armazenamento da roupa.
Facilidade para limpeza: � a habilidade para descontaminar efetivamente os materiais de prote��o. � a medida relativa da habilidade de um material em remover a subst�ncia impregnada. Alguns materiais s�o, praticamente, imposs�veis de descontaminar, sendo ent�o importante cobri-los com vestimentas descart�veis para prevenir a contamina��o.
Projeto: � a forma Como uma roupa � confeccionada e inclui o tipo e outras caracter�sticas. Atualmente uma variedade de modelos de roupas e com caracter�sticas diversas s�o fabricadas, tais como:
- encapsulamento completo ou n�o encapsulada;
- uma, duas ou tr�s pe�as de roupa;
- capuz, protetor facial, luvas e botas (soldadas ou n�o);
- localiza��o do ziper, bot�es e costuras (frontal, lateral e costas);
- bolsos, colarinho e al�as com velcro;
- v�lvulas de exala��o e ventila��o;
- compatibilidade com o uso de prote��o respirat�ria.
Tamanho: � a dimens�o f�sica ou propor��o da roupa. O tamanho est� diretamente relacionado ao conforto e influencia na ocorr�ncia de acidentes f�sicos desnecess�rios. Roupas apertadas limitam a mobilidade do usu�rio, destreza e concentra��o.
Cor: roupas mais brilhantes facilitam o contato visual entre as equipes. Roupas de cores escuras (preto, verde) absorvem calor radiante de fontes externas e o transfere para o usu�rio aumentando os problemas relacionados ao calor.
Custo: o custo da roupa de prote��o varia consideravelmente. O custo, freq�entemente, determina a sele��o e freq��ncia de uso da roupa. Em muitas situa��es, roupas descart�veis, mais baratas, mais apropriadas e t�o seguras quanto as mais caras devem ser utilizadas.
Resist�ncia qu�mica
A efic�cia dos materiais na prote��o contra produtos qu�micos est� baseada na sua resist�ncia a penetra��o, degrada��o e permea��o. Cada uma destas propriedades deve ser avaliada quando da sele��o do estilo da roupa de prote��o e do material que � feita.
Penetra��o
Penetra��o � o transporte do produto atrav�s de aberturas na roupa. Uma subst�ncia pode penetrar devido ao projeto ou imperfei��es na roupa. Pontos de costura, orif�cios de bot�es, zipers e o pr�prio tecido podem permitir a penetra��o do produto.
Uma roupa bem projetada e confeccionada previne a penetra��o atrav�s da exist�ncia de zipers selados, juntas vedadas com fita colante e n�o utiliza��o de tecidos. Rasgos, furos, fissuras ou abras�o � roupa tamb�m permitem a penetra��o.
Degrada��o
Degrada��o � uma a��o qu�mica envolvendo uma ruptura molecular do material devido ao contato com uma subst�ncia. A degrada��o � evidenciada por altera��es f�sicas do material. A a��o do produto pode causar ao material a sua contra��o ou expans�o, torn�-lo quebradi�o ou macio ou ainda alterar completamente suas propriedades qu�micas. Outras altera��es incluem uma leve descolora��o, superf�cie �spera ou pegajosa ou rachaduras no material. Tais altera��es podem aumentar a permea��o ou permitir a penetra��o do contaminante.
Informa��es sobre os testes de degrada��o para subst�ncias espec�ficas em classes de produtos est�o dispon�veis nos fabricantes e fornecedores de roupas de prote��o. Tais dados fornecem ao usu�rio uma taxa de resist�ncia � degrada��o, a qual � subjetivamente expressa como excelente, boa, fraca e pobre conforme mostra a tabela 1.
Os dados de degrada��o podem ajudar na determina��o da capacidade de prote��o de um material mas n�o devem substituir os dados do teste de permea��o. A raz�o para tal � que um material com excelente resist�ncia � degrada��o pode ser classificado como fraco em permea��o. Portanto, degrada��o e permea��o n�o est�o diretamente relacionadas e n�o podem ser intercambiadas.
Permea��o
Permea��o � uma a��o qu�mica envolvendo a movimenta��o de uma subst�ncia, a n�vel molecular, atrav�s de um material. � um processo que envolve a sor��o (adsors�o e absor��o) de uma subst�ncia na superf�cie externa, difus�o e desabsor��o da subst�ncia da superf�cie interna do material de prote��o.
Dessa forma, � estabelecido um gradiente de concentra��o: alto no lado externo e baixo no interno. Uma vez que a tend�ncia � atingir a concentra��o de equil�brio, for�as moleculares conduzem a subst�ncia ao interior do material em dire��o a �reas sem ou com baixa concentra��o. Finalmente o maior fluxo de permea��o qu�mica ocorre e torna-se constante.
A permea��o � medida como uma taxa. Taxa de permea��o � a quantidade de subst�ncia que se mover� atrav�s de uma �rea do material de prote��o num dado tempo. � normalmente expressa em microgramas de produto permeado por cent�metro quadrado por minuto de exposi��o (�g/cm2/min). Muitos s�o os fatores que influenciam a taxa de permea��o, incluindo o tipo do material e a sua espessura. Uma regra geral � que a taxa de permea��o � inversamente proporcional a espessura. Outros fatores importantes s�o a concentra��o da subst�ncia, tempo de contato, temperatura, umidade e solubilidade do material nas subst�ncias qu�micas.
Efic�cia dos materiais de prote��o a degrada��o qu�mica (por classe de produto)
Materiais | ||||
Classe | Borracha but�lica | Cloreto de polivinila (PVC) | Neoprene | Borracha natural |
�lcoois | E | E | E | E |
Alde�dos | E – B | B - R | E - B | E - R |
Aminas | E - R | B - R | E - B | B - R |
�steres | B - R | F | B | R - F |
�teres | B - R | B | E - B | B - R |
Hidrocarbonetos halogenados | B - F | B - F | B - R | R - F |
Hidrocarbonetos | R - F | R | B - R | R - F |
�cidos inorg�nicos | B - R | E | E - B | R - F |
Bases inorg�nicas e sais | E | E | E | E |
Cetonas | E | F | B - R | E - R |
Gordura natural e �leos | B - R | B | E - B | B - R |
�cidos org�nicos | E | E | E | E |
E - Excelente
B - Bom
R - Regular
F - Fraco
Outra medida da permea��o � feita atrav�s do tempo de passagem, expresso em minutos. Tempo de passagem atrav�s da roupa � o tempo decorrido entre o contato inicial de uma subst�ncia com a superf�cie externa de um material e a sua detec��o na superf�cie interna. Assim como a taxa de permea��o, o tempo de passagem � espec�fico para cada subst�ncia e material e � influenciado pelos mesmos fatores. Como regra geral, o tempo de passagem � diretamente proporcional ao quadrado da espessura.
Os dados referentes a taxa de permea��o e tempo de passagem s�o fornecidos pelos fabricantes. Embora exista metodologia padr�o da ASTM - American Standard for Testing Materials para testes de permea��o, existem diversas e consider�veis varia��es nos dados fornecidos pelos fabricantes, quanto a espessura e qualidade do material, processo de fabrica��o, temperatura, concentra��o das subst�ncias e m�todo anal�tico.
O melhor material de prote��o a uma subst�ncia espec�fica � aquele que apresenta nenhuma ou baixa taxa de permea��o e longo tempo de passagem atrav�s da roupa. No entanto, estas propriedades n�o devem ser correlacionadas, ou seja, um longo tempo de passagem n�o significa, necessariamente, uma baixa taxa de permea��o e vice-versa. O valor desejado �, normalmente, um longo tempo de passagem atrav�s da roupa.
Material de confec��o
As roupas de prote��o contra produtos qu�micos tamb�m s�o classificadas de acordo com o material utilizado para a confec��o. Todos os materiais podem ser agrupados em duas categorias: elast�meros e n�o elast�meros.
Elast�meros: s�o materiais polim�ricos (como pl�sticos), que ap�s serem esticados, retornam praticamente � forma original. A maioria dos materiais de prote��o pertence a esta categoria, que inclui: cloreto de polivinila (PVC), Neoprene, polietileno, borracha nitr�lica, �lcool polivin�lico (PVA), viton, teflon, borracha but�lica e outros. Os elast�meros podem ser colocados ou n�o em camadas sobre um material semelhante a pano.
N�o elast�meros: s�o materiais que n�o apresentam a caracter�stica da elasticidade. Esta classe inclui o tyvek e outros materiais.
Materiais de prote��o
H� uma grande variedade de materiais de prote��o. A rela��o abaixo apresenta os materiais mais comuns utilizados em roupas de prote��o divididos em elast�meros e n�o elast�meros.
Os termos "bom para" e "fraco para" representam dados para taxa de permea��o e tempo de passagem atrav�s da roupa. Estes s�o normalmente recomendados; no entanto, existem muitas exce��es dentro de cada classe de subst�ncias qu�micas.
- Elast�meros
- Borracha but�lica
Bom para: bases e muitos org�nicos
Fraco para: Hidrocarbonetos alif�ticos e arom�ticos
gasolina
Hidrocarbonetos halogenados
- Polietileno clorado (CPE)
Bom para: Hidrocarbonetos alif�ticos
�cidos e bases
�lcoois e fen�is
abras�o e oz�nio
Fraco para: Aminas, �steres, Cetonas
Hidrocarbonetos halogenados
baixas temperaturas
- Borracha natural
Bom para: �lcoois, �cidos dilu�dos, bases
Fraco para: compostos org�nicos
- Neoprene (cloroprene)
Bom para: bases e �cidos dilu�dos, per�xidos, combust�veis e �leos, Hidrocarbonetos alif�ticos, �lcoois, glic�is, fen�is, abras�o e resist�ncia ao corte
Fraco para: Hidrocarbonetos halogenados, hidrocarbonetos arom�ticos, cetonas
- Borracha nitr�lica
Bom para: fen�is, PCB, �leos e combust�veis, �lcoois, aminas, bases, per�xidos, abras�o e resist�ncia ao corte
Fraco para: hidrocarbonetos halogenados e arom�ticos, amidas, cetonas e baixas temperaturas
Nota: Quanto maior for a concentra��o de acrilonitrila melhor ser� a resist�ncia qu�mica, embora haja aumento na rigidez do material.
- Poliuretano
Bom para: bases, �lcoois, hidrocarbonetos alif�ticos, abras�o
baixas temperaturas
Fraco para: hidrocarbonetos halogenados
�lcool polivin�lico (PVA)
Bom para:
quase todos os org�nicos oz�nio
Fraco para:
�steres, �teres, �cidos e bases
Cloreto de polivinila (PVC)
Bom para:
�cidos e bases
alguns org�nicos
aminas e per�xidos
Fraco para:
maioria dos compostos org�nicos corte e calor
- Viton
Bom para:
hidrocarbonetos arom�ticos e alif�ticos hidrocarbonetos halogenados, �cidos
Fraco para:
alde�dos, cetonas, �steres (solventes oxigenados), aminas
- Teflon
Teflon tem sido utilizado em roupas de prote��o, mas h� pouca informa��o sobre permea��o. Assim como o viton, acredita-se que o teflon forne�a excelente resist�ncia qu�mica contra a maioria das subst�ncias.
- Misturas de materiais
Os fabricantes de roupas de prote��o desenvolveram uma t�cnica que consiste em colocar diferentes tecidos em camadas de modo a melhorar a resist�ncia qu�mica. Assim, uma roupa � projetada com m�ltiplas camadas. Alguns exemplos de roupas de encapsulamento total confeccionadas em camadas s�o v�ton/borracha but�lica (Trelling), viton/neoprene (Vautex MSA e Dr�ger) e borracha but�lica/neoprene (Betex MSA).
- N�o elast�meros
- Tyvek (fibras de polietileno n�o entrela�adas)
Bom para:
material particulado seco e p�s baixo peso
Fraco para:
resist�ncia qu�mica (penetra��o/degrada��o) durabilidade
Nota: utilizado contra material particulado t�xico, mas n�o fornece prote��o qu�mica; utilizado sobre outra roupa de prote��o para prevenir a contamina��o de itens n�o descart�veis.
- Polietileno (revestido com tyvek)
Bom para:
�cidos e bases, �lcoois fen�is, alde�dos, descontamina��o,baixo peso
Fraco para:
hidrocarbonetos halogenados, hidrocarbonetos alif�ticos e arom�ticos, penetra��o (pontos do ziper)
Nota: fornece limitada prote��o qu�mica contra l�quidos concentrados e vapores. �til contra baixas concentra��es e para atividades que n�o apresentam risco de respingos; tamb�m pode ser utilizado sobre a roupa de prote��o para evitar contamina��o de itens n�o descart�veis.
- Saranex (tyvek laminado)
Bom para:
�cidos e bases, aminas, alguns org�nicos, PCB, descontamina��o, baixo peso, durabilidade
Fraco para:
hidrocarbonetos halogenados e arom�ticos penetra��o (pontos do z�per)
Nota: fornece melhor resist�ncia qu�mica que o polietileno revestido com tyvek; utilizado para prevenir a contamina��o de roupas n�o descart�veis.
Deve-se ressaltar que na escolha do material de prote��o:
� n�o h� material de prote��o que seja imperme�vel;
� n�o h� material que forne�a prote��o contra todas as subst�ncias qu�micas;
� para certos contaminantes e misturas de subst�ncias n�o h� material dispon�vel que forne�a prote��o por mais de uma hora ap�s o contato inicial.
N�veis de prote��o
As equipes de atendimento �s emerg�ncias devem utilizar os equipamentos de prote��o individual sempre que houver a possibilidade de contato com subst�ncias perigosas que possam afetar a sua sa�de ou seguran�a . Isso inclui vapores, gases ou part�culas que podem ser gerados em virtude das atividades no local do acidente promovendo, desta forma, o seu contato com os componentes da equipe. A m�scara facial dos equipamentos aut�nomos de respira��o protege as vias respirat�rias, aparelho gastrintestinal e os olhos do contato com tais subst�ncias. A roupa de prote��o protege a pele do contato com subst�ncias que podem destruir ou ser absorvidas pela pele.
Os equipamentos destinados a proteger o corpo humano do contato com produtos qu�micos foram divididos, pelos americanos (NFPA 471), em quatro n�veis de acordo com o grau de prote��o necess�rio, conforme segue.
- N�vel A de prote��o
Deve ser utilizado quando for necess�rio o maior �ndice de prote��o respirat�ria, a pele e aos olhos. � composto de:
� aparelho aut�nomo de respira��o com press�o positiva ou linha de ar mandado;
� roupa de encapsulamento completo;
� luvas internas, externas e botas resistentes a produtos qu�micos;
� capacete interno � roupa;
. r�dio.
Fonte: MSA do Brasil – Equipamentos e Instrumentos De Seguran�a Ltda.
- N�vel B de prote��o
Deve ser utilizado quando for necess�rio o maior �ndice de prote��o respirat�ria, por�m a prote��o para a pele encontra-se num grau inferior. � composto de:
� aparelho aut�nomo de respira��o com press�o positiva;
� roupa de prote��o contra respingos qu�micos confeccionada em 1 ou 2 pe�as;
� luvas internas, externas e botas resistentes a produtos qu�micos;
� capacete;
� r�dio.
Fonte: MSA do Brasil – Equipamentos e Instrumentos De Seguran�a Ltda.
- N�vel C de prote��o
Deve ser utilizado quando se deseja um grau de prote��o respirat�ria inferior ao N�vel B, por�m com prote��o para a pele nas mesmas condi��es. � composto de:
� aparelho aut�nomo de respira��o sem press�o positiva ou m�scara facial com filtro qu�mico;
� roupa de prote��o contra respingos qu�micos confeccionada em 1 ou 2 pe�as;
� luvas internas, externas e botas resistentes a produtos qu�micos;
� capacete;
� r�dio.
Fonte: Personal do Brasil Equipamentos de Prote��o Individual Ltda.
- N�vel D de prote��o
Deve ser utilizado somente como uniforme ou roupa de trabalho e em locais n�o sujeitos a riscos ao sistema respirat�rio ou a pele. Este n�vel n�o prev� qualquer prote��o contra riscos qu�micos. � composto de:
� macac�es, uniformes ou roupas de trabalho;
� botas ou sapatos de couro ou borracha resistentes a produtos qu�micos;
� �culos ou viseiras de seguran�a;
� capacete.
Fonte: Personal do Brasil Equipamentos de Prote��o Individual Ltda.
Sele��o e uso da roupa de prote��o
Sele��o da roupa de prote��o
A sele��o da roupa de prote��o mais adequada � uma tarefa mais f�cil quando o produto qu�mico � conhecido. A sele��o torna-se mais dif�cil quando n�o se conhece o produto envolvido ou quando se trata de uma mistura de produtos, conhecidos ou n�o.
Outra s�ria dificuldade no processo de sele��o da roupa de prote��o � o fato de n�o haver informa��o dispon�vel sobre a qualidade da prote��o oferecida pelos materiais utilizados na confec��o da roupa contra a grande variedade de produtos qu�micos existentes.
O processo de sele��o da roupa consiste em:
- avaliar o ambiente em que os t�cnicos ir�o trabalhar;
- identificar o produto envolvido e determinar suas propriedades qu�micas, f�sicas e toxicol�gicas;
- avaliar se, � concentra��o conhecida ou esperada, a subst�ncia representa algum risco � pele;
- selecionar a roupa de prote��o confeccionada em tecido que forne�a as menores taxas de permea��o e degrada��o pelo maior per�odo de tempo;
- determinar se � necess�rio a roupa de encapsulamento completo ou n�o.
Apesar das diversas vari�veis existentes, em muitas situa��es ser� poss�vel selecionar a roupa de prote��o mais adequada baseado no cen�rio e na experi�ncia da equipe.
Como exemplo encontram-se listadas abaixo algumas condi��es para a sele��o do n�vel de prote��o mais apropriado.
N�vel A de prote��o
Escolha o N�vel A de prote��o sempre que:
- a subst�ncia qu�mica for identificada e for necess�rio o mais alto n�vel de prote��o para o sistema respirat�rio, pele e olhos;
- houver suspeita da presen�a de subst�ncias com alto potencial de danos � pele e o contato for poss�vel, dependendo da atividade a ser realizada;
- forem realizados atendimentos em locais confinados e sem ventila��o;
- leituras diretas em equipamentos de monitoramento indicarem concentra��es perigosas de gases/vapores na atmosfera; por exemplo, valores acima do IDLH (concentra��o imediatamente perigosa � vida e � sa�de).
N�vel B de prote��o
Escolha o N�vel B de prote��o sempre que:
- o produto envolvido e sua concentra��o forem identificados e requererem um alto grau de prote��o respirat�ria sem, no entanto, exigir esse n�vel de prote��o para a pele; por exemplo, atmosferas contendo concentra��o de produto ao n�vel do IDLH sem oferecer riscos � pele ou ainda quando n�o for poss�vel utilizar m�scaras com filtro qu�mico para aquela concentra��o e pelo tempo necess�rio para a atividade a ser exercida;
- concentra��o de oxig�nio no ambiente for inferior a 19,5% em volume;
- for pouco prov�vel a forma��o de gases ou vapores em altas concentra��es de forma que possam ser danosas � pele.
N�vel C de prote��o
Escolha o N�vel C de prote��o sempre que:
- a concentra��o de oxig�nio no ambiente n�o for inferior a 19,5% em volume;
- o produto for identificado e a sua concentra��o puder ser reduzida a um valor inferior ao seu limite de toler�ncia com o uso de m�scaras filtrantes;
- a concentra��o do produto n�o for superior ao IDLH;
- o trabalho a ser realizado n�o exigir o uso de m�scara aut�noma de respira��o.
N�vel D de prote��o
Escolha o N�vel D de prote��o sempre que:
- n�o houver contaminante presente na atmosfera;
- n�o houver qualquer possibilidade de respingos, imers�o ou risco potencial de inala��o de qualquer produto qu�mico.
Conforme pode ser observado o n�vel de prote��o utilizado pode variar de acordo com o trabalho a ser realizado. No entanto, para a primeira avalia��o do cen�rio acidental o n�vel m�nimo de prote��o recomendado � o B.
Cada n�vel de prote��o apresenta suas vantagens e desvantagens para utiliza��o. Geralmente, quanto maior o n�vel de prote��o maior � o desconforto da roupa.
A determina��o do n�vel de prote��o deve estar fundamentada, primeiramente, na seguran�a do t�cnico sendo o objetivo principal fornecer-lhe a prote��o mais adequada com a m�xima mobilidade e conforto.
Outros fatores devem ainda ser considerados na escolha do n�vel de prote��o mais adequado, entre eles:
- fadiga produzida pelo peso e calor;
- periodicidade do monitoramento;
- decis�o l�gica, levando-se em conta os perigos e riscos;
- condi��es atmosf�ricas;
- fun��es diferenciadas fora da �rea contaminada.
O monitoramento da concentra��o de g�s ou vapor presente na atmosfera tamb�m pode auxiliar na sele��o do n�vel de prote��o mais adequado. A tabela 2 fornece o n�vel de prote��o de acordo com a concentra��o de g�s ou vapor desconhecido no ambiente.
Crit�rios para escolha e uso de roupas de prote��
TIPO | MATERIAL | PROTE��O CONTRA | RESTRI��O | GRAU DE PROTE��O |
Conjunto descart�vel | TYVEK | Materiais ou locais infectados | N�o � resistente a produtos qu�micos | M�dio |
Roupa anichada | Nomex | Altas temperaturas durante inc�ndios | N�o pode ser utilizada para fogo | M�dio |
Roupa anichada | Amianto aluminizado | Adentrar em �reas com chamas e altas temperaturas | Pouca mobilidade desgaste do usu�rio | M�ximo |
Capa | PVC | Umidade e alguns Materiais particulados | Pouco resistente n�o deve ser utilizada com produtos qu�micos | Baixo |
Conjunto cal�a, jaqueta e capuz | PVC | Respingos de �cidos, bases e solventes | Baixa resist�ncia qu�mica, dependendo do tecido sem confinamento | M�dio |
Macac�o herm�tico com capuz | PVC | Respingos e Vapores �cidos, bases e solventes | Grande per�odo de exposi��o a produtos �cidos e alcalinos | Alto |
Macac�o de encapsulamento | PVC ou BUTIL For�ado com poliamida e viton | Atmosfera altamente saturada de gases e vapores |
| M�ximo |
KEVLAN aluminizado | Atmosfera satura- Da com gases, Vapores e alta temperatura |
| M�ximo |
Observa��o:
Todos os trajes de prote��o anteriormente apresentados, n�o devem "nunca" ser utilizados diretamente sobre a pele.
Para situa��es onde n�o se conhece o contaminante, por�m atrav�s de equipamentos de monitoramento tal como um fotoionizador, pode ser estimar a concentra��o de vapores na atmosfera, � poss�vel selecionar um n�vel de prote��o mais apropriado, conforme tabela abaixo:
N�vel de prote��o x concentra��o de g�s ou vapor desconhecido
Concentra��es de g�s/vapor desconhecido (ppm) | N�vel de prote��o recomendado |
0 - 5 | C |
5 - 500 | B |
500 - 1000 | A |
> 1000 | Poss�vel perigo de explos�o. N�o entre na �rea. |
Nos acidentes onde n�o se conhece o produto envolvido, ou este n�o foi ainda identificado, a sele��o do estilo da roupa a ser utilizada dever� ser baseada nas condi��es do cen�rio envolvido. As condi��es abaixo indicam a necessidade de utiliza��o da roupa de encapsulamento completo:
- vis�vel emiss�o de gases, vapores, p� ou fuma�a;
- indica��o em instrumento de leitura direta de contaminantes no ar;
- configura��o de recipientes e ve�culos que indiquem a exist�ncia de gases ou l�quidos pressurizados;
- simbologia ou documenta��o indicando a presen�a de subst�ncias t�xicas � pele;
- �reas fechadas e pouco ventiladas onde pode ocorrer o ac�mulo de gases/vapores t�xicos;
- se a atividade a ser realizada puder expor o t�cnico a altas concentra��es de produtos t�xicos � pele.
Situa��es desconhecidas requerem bom planejamento quanto a necessidade de utiliza��o da m�xima prote��o (encapsulamento completo) ou de um conjunto cal�a/jaqueta, ou do tipo macac�o.
Uso da roupa de prote��o
Ap�s determinar o tipo de roupa a ser utilizada, a pr�xima etapa � selecionar o material de prote��o. Os fabricantes dos materiais utilizados na confec��o das roupas podem, algumas vezes, fornecer dados sobre a resist�ncia qu�mica do material. No entanto, sempre haver� limita��es nessas informa��es, visto que n�o � poss�vel testar o material para o grande n�mero de subst�ncias qu�micas existentes.
A permea��o � o principal crit�rio de sele��o. O melhor material de prote��o contra uma subst�ncia espec�fica � aquele que apresenta nenhuma ou pequena taxa de permea��o e um longo tempo de passagem atrav�s da roupa e que tenha sido confeccionado sem imperfei��es de projeto.
A degrada��o, por sua vez, � uma informa��o menos �til. � uma determina��o qualitativa da capacidade do material suportar o ataque de uma subst�ncia, sendo normalmente expressa em unidades subjetivas como excelente, bom, fraco, ou termos similares. Os dados de degrada��o s� devem ser utilizados para auxiliar na sele��o do material se nenhum outro dado estiver dispon�vel.
Nas situa��es onde o material de prote��o n�o puder ser escolhido devido �s incertezas quanto a sua resist�ncia qu�mica, as considera��es abaixo devem ser observadas:
- selecione o material de prote��o que forne�a a prote��o contra o maior n�mero de subst�ncias. Normalmente tais roupas s�o confeccionadas em borracha but�lica, viton ou teflon. Subst�ncias qu�micas n�o cobertas por estes materiais podem, possivelmente ser consideradas ausentes.
- roupas feitas de diversos materiais de prote��o podem ser utilizadas. Roupas de borracha but�lica-viton, neoprene-viton e neoprene-borracha but�lica s�o confeccionadas atualmente. Se n�o estiverem comercialmente dispon�veis, podem ser sobrepostas duas pe�as confeccionadas de materiais diferentes, sendo que a externa pode (ou deve) ser do tipo descart�vel.
Decidir se a roupa de encapsulamento completo deve ou n�o ser utilizada pode n�o ser t�o evidente. Se, de acordo com a situa��o, qualquer estilo da roupa puder ser utilizado, outros fatores devem ser considerados:
- facilidade no uso: roupas n�o encapsuladas s�o mais f�ceis de usar. Os usu�rios estar�o menos propensos a acidentes visto que estas fornecer�o melhor visibilidade e s�o menos desconfort�veis e inc�modas;
- comunica��o: � mais dif�cil se comunicar em roupas de encapsulamento completo;
- descontamina��o: roupas de encapsulamento completo protegem a m�scara aut�noma de respira��o, a qual � de dif�cil descontamina��o;
- estresse por calor: roupas n�o encapsuladas normalmente causam menos estresse por calor; no entanto, como pequena parte do corpo fica exposta quando do uso de tais roupas, h� pequena diferen�a no ac�mulo de calor para os dois estilos.
Vantagens e desvantagens dos n�veis A, B e C de prote��o
N�veis de prote��o
Vantagem
Desvantagem
A
- Maior n�vel de prote��o.
- Requer pouco treinamento.
- Volumoso e desconfort�vel.
- Acesso limitado � m�scara aut�noma.
- Dura��o do uso limitado, especialmente com a m�scara aut�noma.
- Custo inicial da roupa.
B
- Baixo custo e peso
- Longa vida �til
- F�cil acesso a m�scara aut�noma
- Boa para atmosferas acima do IDLH desde que a subst�ncia n�o seja t�xica � pele
- Prote��o incompleta � pele
- N�o pode ser utilizada para subst�ncias t�xicas � pele
- Necessita significativo treinamento antes do uso
C
- Relativamente barata
- F�cil de usar
- Baixo peso
- Longa vida �til
- Ssomente para atmosferas com concentra��o de O2 maior que 19,5% em vol.
- O ambiente deve, obrigatoriamente, estar caracterizado e as subst�ncias devem ser conhecidas
Precau��es anteriores ao uso da roupa de prote��o
Antes de utilizar o N�vel A de prote��o, devem ser tomadas as seguintes precau��es:
inspecionar a roupa quanto a degrada��o qu�mica, abras�o, fissuras, trincas e falhas nas costuras. Normalmente uma inspe��o visual � suficiente. Se houver d�vida quanto a integridade da roupa, esta dever� ser submetida a testes de press�o de acordo com a orienta��o do fabricante;
certificar-se que a roupa � capaz de suportar a exposi��o �s subst�ncias envolvidas. Se n�o existirem dados sobre a taxa de permea��o e o tempo de passagem do produto atrav�s da roupa, esta n�o dever� ser utilizada;
determinar o grau de mobilidade necess�rio ao trabalho a ser realizado. Roupas de prote��o N�vel A podem limitar os movimentos al�m de n�o fornecerem boa visibilidade. Em alguns casos, uma roupa e seu material de confec��o podem ser t�o restritivos � mobilidade tornando uma atividade insegura. O problema normalmente � mais severo com roupas mais pesadas, as quais s�o projetadas para fornecer um per�odo maior de uso. Uma alternativa pode ser sacrificar parte do per�odo de uso para ganhar em mobilidade selecionando uma roupa mais leve e confeccionada em material mais male�vel;
certificar-se que o usu�rio remova todos os objetos de uso pessoal, objetos pontiagudos, isqueiros e outros itens semelhantes antes de vestir a roupa. Qualquer objeto r�gido no interior da roupa poder� aumentar a probabilidade de danos. Isqueiros s�o preocupantes pois podem gerar o ac�mulo de gases no interior da roupa, com o conseq�ente risco de combust�o;
considerar, no caso de uso de m�scara aut�noma, o tempo necess�rio para vestir a roupa, aproximar e deixar o local, descontaminar e remover a roupa de prote��o. Se o tempo total dispon�vel para o trabalho for impratic�vel devido aos par�metros acima, ent�o dever� ser utilizada uma linha de ar ao inv�s da m�scara aut�noma ou o trabalho com a roupa N�vel A dever� ser dividido em diversas etapas;
remover, o quanto antes, as subst�ncias l�quidas se houver contato direto com a roupa. A degrada��o e a permea��o s�o significativamente aceleradas quando da exposi��o do material da roupa a l�quidos;
paralisar as atividades se o usu�rio sentir qualquer desconforto ou irrita��o. Em muitos casos esta sensa��o pode ser em conseq��ncia da transpira��o ou meramente psicol�gica. No entanto, pode ser a primeira indica��o de defeito na roupa;
deixar o local quando da ocorr�ncia de qualquer desconforto, dificuldade respirat�ria, fadiga, n�usea, aumento da pulsa��o e dor no peito; passar pela descontamina��o e retirar todos os equipamentos de prote��o. Muitas destas condi��es est�o associadas ao calor e s�o indicadores do estresse por calor.
A percep��o do odor � tamb�m um indicador de falha na veda��o da roupa de prote��o.
Outros cuidados devem ainda ser adotados com rela��o � roupa interna, a ser utilizada sob a roupa de encapsulamento, tais como:
prote��o do usu�rio do contato com a roupa. O contato prolongado da roupa com a pele pode provocar inc�modos que v�o desde um desconforto at� a sua irrita��o;
a temperatura ambiente e a radia��o solar tamb�m devem ser consideradas na sele��o da roupa interna. Na maioria dos casos uma roupa de algod�o � o mais recomendado visto que este material tem a capacidade de absorver a transpira��o. A temperatura no interior da roupa est�, geralmente, bem acima da temperatura ambiente;
se o produto a ser manuseado apresentar riscos devido a sua baixa temperatura de ebuli��o, ent�o deve-se utilizar sobre a roupa de encapsulamento uma roupa de prote��o t�rmica. Por exemplo, a am�nia ferve a -33�C e qualquer contato com o l�quido, mesmo que utilizando a roupa de encapsulamento, poder� causar queimaduras por enregelamento (excesso de frio).
4.1.2 - Luvas de Prote��o �s Subst�ncias Qu�micas
Luva � a forma mais comum de roupa de prote��o. Atualmente h� uma grande variedade de produtos e materiais de muitos fabricantes e importadores no mercado brasileiro.
Nem sempre � f�cil decidir quanto a luva mais adequada a ser utilizada para uma determinada atividade.
Antes da correta sele��o da luva deve-se compreender algumas diferen�as b�sicas entre elas. Os materiais mais utilizados na confec��o de luvas de prote��o, encontram-se listados abaixo:
- �lcool polivin�lico (PVA)
- borracha natural
- borracha nitr�lica (acrilonitrila e butadieno)
- borracha but�lica (isobutileno e isopreno)
- cloreto de polivinila (PVC)
- neoprene
- polietileno (PE)
- poliuretano (PV)
- viton
A espessura do material de confec��o da luva � um fator importante a ser considerado no processo de sele��o. Para uma dada espessura, o material (pol�mero) selecionado tem uma grande influ�ncia no n�vel de prote��o fornecida pela luva. Para um pol�mero, uma maior espessura fornecer� uma prote��o melhor, se a subsequente perda de destreza (devido a espessura da luva) puder ser tolerada de forma segura, para aquela atividade. Aditivos s�o normalmente utilizados como mat�ria-prima de modo a atingir as caracter�sticas desejadas do material. Devido a tal fato, h� certa varia��o na resist�ncia qu�mica e no desempenho f�sico de luvas confeccionadas com o mesmo pol�mero, mas de fabricantes distintos.
Outros fatores de desempenho devem ser considerados quando da sele��o de luvas de prote��o, tais como a resist�ncia � permea��o, flexibilidade, resist�ncia a danos mec�nicos e a temperatura.
Da mesma forma que nas roupas de prote��o, a sele��o da luva deve levar em considera��o tanto a permea��o como a degrada��o do material.
A permea��o qu�mica pode ser compreendida de forma simples, atrav�s da compara��o do que ocorre com um bal�o (bexiga) ap�s algumas horas. Embora n�o existam furos ou defeitos e o bal�o esteja bem selado, o ar contido no seu interior passa (permeia) atrav�s de suas paredes e escapa. Neste simples exemplo foi abordada a permea��o de um g�s, sendo que o princ�pio � o mesmo para os l�quidos, pois com estes a permea��o tamb�m ocorre.
Os testes de permea��o s�o importantes pois fornecem uma informa��o segura para o manuseio de subst�ncias qu�micas. Por muitos anos, a sele��o de luvas baseou-se somente nos dados de degrada��o, mas algumas subst�ncias permeiam rapidamente atrav�s de certos materiais os quais apresentam boa resist�ncia a degrada��o. Isto significa que os usu�rios podem ficar expostos mesmo quando acreditam que est�o adequadamente protegidos. Os materiais de confec��o da luva de prote��o podem enrijecer, endurecer e tornarem-se quebradi�os, ou podem amolecer, enfraquecer e inchar muito al�m do seu tamanho original. Embora os testes de resist�ncia � degrada��o n�o devam ser considerados como suficientes para a escolha da luva � um dado essencial para a seguran�a do usu�rio.
Testes para determinar a qualidade das luvas
Os testes de resist�ncia a degrada��o e a permea��o foram padronizados pela ASTM e s�o, basicamente, conforme segue:
- Teste de permea��o
Uma amostra do material de confec��o de uma luva ou roupa de prote��o � fixada numa c�lula de teste como se fosse uma membrana, conforme a figura 2 . O lado externo da amostra � exposto � subst�ncia qu�mica. Em intervalos pr�-determinados, o lado interno da c�lula de teste � verificado no sentido de identificar se houve a permea��o qu�mica e em que intensidade.
A metodologia de teste permite uma variedade de op��es nas t�cnicas anal�ticas de coleta e an�lise do produto permeado. A cromatografia gasosa com detec��o por ioniza��o de chama, como m�todo de an�lise e nitrog�nio seco como meio de coleta s�o as t�cnicas normalmente utilizadas. Quando da realiza��o de teste para �cidos e bases inorg�nicos, detectados pelo processo acima mencionado, � utilizado neste caso um m�todo colorim�trico padronizado pela ISO - International Standard Organizacional. O meio de coleta � a �gua e a detec��o � feita pela troca de cor de um papel indicador de pH.
- Teste de degrada��o
Para execu��o deste teste s�o obtidos filmes (pel�culas) do material a ser testado. Estes filmes s�o pesados, medidos e completamente submersos na subst�ncia qu�mica por 30 minutos. Em seguida, determina-se a altera��o do tamanho, expressa em porcentagem, sendo que, posteriormente, os filmes s�o secados de modo a calcular a porcentagem da altera��o do tamanho e do peso. As altera��es f�sicas tamb�m s�o observadas e registradas. A avalia��o � baseada na combina��o desses dados.
� importante lembrar que a permea��o e a degrada��o s�o afetadas com a varia��o da temperatura, principalmente com o seu aumento. Uma vez que os dados obtidos dos testes s�o v�lidos para temperaturas entre 20 e 25�C, devem ser adotados cuidados quando da utiliza��o de luvas em l�quidos aquecidos, pois haver� uma brusca redu��o na resist�ncia do material.
Misturas de subst�ncias qu�micas tamb�m alteram significativamente a resist�ncia dos materiais. Por exemplo, o tempo de passagem da acetona atrav�s de laminado viton/clorobutil � de 53 - 61 minutos, enquanto que o hexano n�o permeia este material em 3 horas. No entanto, a combina��o de acetona e hexano resulta numa redu��o do tempo de passagem para 10 minutos. O sinergismo dessas subst�ncias n�o pode ser explicado em termos de efeitos individuais sobre o material.
A tabela em anexo cont�m os dados de resist�ncia a degrada��o e permea��o de luvas de prote��o.
As tabelas apresentam dados de testes de permea��o para as seis principais luvas de prote��o qu�mica: �lcool polivin�lico, l�tex, viton, borracha nitr�lica (NBR), borracha but�lica e neoprene. Estas tabelas fornecem a fam�lia qu�mica com diversos tempos de passagem para as principais luvas citadas acima. Estes dados devem ser utilizados no processo de sele��o da luva apenas como um guia inicial. Quando nenhum dado de desempenho estiver dispon�vel, a sa�de e seguran�a dos t�cnicos depender� do julgamento profissional do usu�rio. A maneira mais segura e recomendada para a sele��o da luva (e roupa), principalmente para subst�ncias t�xicas ou altamente t�xicas, � a realiza��o de testes em laborat�rios.
Fam�lia qu�mica com tempo de passagem atrav�s da luva de 0 - 10 minutos para diversos materiais
Fam�lia qu�mica testada | Material da luva |
Cetonas alif�ticas | PVA |
Aminas alif�ticas, nitrilas e Alcoolaminas | L�tex |
Alde�dos, �teres, ep�xidos e Isocianatos | Viton |
Carbonos halogenados Alif�ticos | Nitrila |
Enxofre alif�tico, �teres e carbonos Halogenados | Borracha but�lica |
Isocianatos alif�ticos, Hidrocarbonetos e carbonos Halogenados n�o saturados | Neoprene |
Fam�lia qu�mica com tempo de passagem atrav�s da luva de 300 - 480 minutos para diversos materiais
Fam�lia qu�mica testada | Material da luva |
Hidrocarbonetos alif�ticos, cetonas Carbonos halogenados e �teres | PVA |
Sais de amina, sais, isocianatos e hidrocarbonetos epoxidados | L�tex |
Hidrocarbonetos alif�ticos arom�ticos, hidrocarbonetos arom�ticos halogenados, aminas, nitrilas, carbonos halogenados e �lcoois | Viton |
Aminas alif�ticas, hidrocarbonetos e carbonos halogenados | Nitrila |
Cetonas alif�ticas, alde�dos, �lcoois, nitrilas, aminas e �cidos | Borracha but�lica |
�lcoois alif�ticos e sais de aminas | Neoprene |
Comprimento das luvas
O comprimento de uma luva de prote��o tamb�m � outro aspecto a ser considerado no processo de sele��o. O comprimento adequado depende do servi�o a ser realizado e do grau de prote��o desejado. O comprimento � medido a partir da extremidade do dedo do meio at� a outra extremidade da luva, enquanto que o seu tamanho � medido pelo per�metro da palma da m�o. A tabela abaixo, apresenta alguns comprimentos t�picos de luvas e a prote��o oferecida.
Comprimentos t�picos de luvas e prote��o oferecida
Prote��o | Comprimento (cm) |
Somente prote��o da m�o | At� 30,48 |
Prote��o at� o meio do bra�o | 33,02 - 38,10 |
Prote��o at� o cotovelo | 40,64 - 45,72 |
Prote��o at� o ombro | 76,2 - 81,28 |
Inicialmente, muitos fabricantes de roupas herm�ticas (encapsuladas) incorporaram as luvas como parte permanente da roupa de prote��o. No entanto, esta n�o foi uma boa pr�tica visto que a forma da luva, o tempo necess�rio para o seu reparo e reposi��o quando da troca e os procedimentos para a descontamina��o eram afetados, reduzindo desta forma a disponibilidade da roupa.
Atualmente, a maioria dos fabricantes fornece roupas de prote��o de encapsulamento completo com luvas remov�veis. As luvas s�o conectadas � roupa atrav�s da utiliza��o de an�is de veda��o, os quais tamb�m n�o permitem a passagem de g�s e vapor para o interior da roupa.
Em muitas situa��es � aconselh�vel a utiliza��o de um par de luvas adicional, a ser colocado sobre a luva de prote��o de modo a fornecer a seguran�a necess�ria de acordo com o servi�o a ser realizado. Tamb�m � uma boa pr�tica de trabalho utilizar luvas descart�veis (tipo cir�rgicas) sob a luva de prote��o visando aumentar o tato e a sensibilidade.
Alguns tipos de roupas apresentam uma prote��o especial contra respingos nas luvas e botas. Trata-se, na realidade, de uma segunda manga, a qual � sobreposta � luva ou bota de prote��o.
Permea��o: tempo de passagem atrav�s do material
Este tempo indica o menor tempo observado desde o in�cio do teste at� a primeira detec��o da subst�ncia no outro lado da amostra do material. Representa o tempo esperado para que o material ofere�a a mais efetiva resist�ncia contra a subst�ncia.
4.1.3. – Botas de Prote��o �s Subst�ncias Qu�micas
At� recentemente as botas de prote��o comercialmente dispon�veis eram confeccionadas somente em PVC ou borracha. Devido as necessidades do mercado, os fabricantes desses materiais v�m desenvolvendo um elevado n�mero de misturas de pol�meros que s�o mais resistentes �s subst�ncias qu�micas. Muitos problemas est�o relacionados com a utiliza��o de novas misturas de pol�meros devido ao complicado processo de moldagem por inje��o para a fabrica��o das botas. Cuidados devem ser ainda observados quando as botas entram em contato com subst�ncias qu�micas, uma vez que estas podem agir como uma "esponja qu�mica" (absor��o da subst�ncia), resultando na exposi��o do usu�rio.
As botas mais simples s�o produzidas atrav�s do processo de moldagem por inje��o de �nico est�gio. O aspecto da bota � semelhante �s botas de borracha contra chuvas, e s�o fabricadas em neoprene e borracha but�lica. Devido ao processo de �nico est�gio, o solado da bota � feito com o mesmo material, sendo, no entanto, mais espesso. Isso significa que as caracter�sticas de tra��o e desgaste da sola n�o s�o as mais adequadas.
De modo a fornecer um produto mais funcional e dur�vel, foi desenvolvido um processo de moldagem por inje��o de dois est�gios. Isso permite a fabrica��o de um produto de baixo peso na sua parte superior com um solado com alta resist�ncia ao desgaste e boa tra��o. Este processo tamb�m resulta numa bota mais apropriada e com uma maior resist�ncia qu�mica. Estas botas est�o dispon�veis em PVC e PVC/borracha nitr�lica.
Botas confeccionadas � m�o est�o dispon�veis em v�rios tamanhos de modo a fornecer uma melhor adapta��o e conforto. Estas botas s�o confeccionadas em est�gios com um grande n�mero de componentes, o que as tornam propensas a atuar como "esponja qu�mica". Outros estilos de botas est�o dispon�veis, confeccionadas em neoprene e diversas formula��es de borracha.
Todos os conceitos j� apresentados em roupas e luvas (permea��o, degrada��o, penetra��o e outros) podem ser aplicados �s botas, ressaltando-se apenas que a prote��o oferecida por estas n�o � somente devido ao material de confec��o, mas tamb�m pela espessura do solado, o qual permite, para a maioria dos casos, um tempo de contato mais prolongado quando comparado a luvas e roupas confeccionadas com o mesmo material.
4.2 - Prote��o Respirat�ria
Introdu��o
Proteger o homem contra os riscos representados por elementos respir�veis nocivos � sa�de presentes no ar atmosf�rico, � fonte de preocupa��o h� muitos s�culos em nossa sociedade.
A utiliza��o de bexiga animal como filtro protetor contra poeiras em minas romanas no s�culo I; posteriormente o grande avan�o durante a primeira guerra mundial, quando desenvolveram-se equipamentos de prote��o respirat�ria para fazer frente aos gases t�xicos utilizados com fins b�licos, e finalmente nos dias atuais onde dispomos de equipamentos eficazes e totalmente independentes do ar atmosf�rico, s�o indicativos da import�ncia dos dispositivos que propiciam prote��o respirat�ria em ambientes adversos.
O sistema respirat�rio � a principal via de contato com subst�ncias nocivas. Apesar de possuir defesas naturais, o grau de toler�ncia do homem para exposi��o a gases t�xicos, vapores, part�culas ou ainda a defici�ncia de oxig�nio, � limitado. Algumas subst�ncias podem prejudicar ou mesmo destruir partes do trato respirat�rio, outras podem ser absorvidas pela corrente sang��nea gerando danos aos demais �rg�os do corpo humano.
Nos acidentes envolvendo produtos qu�micos perigosos, onde a libera��o de materiais t�xicos para a atmosfera pode gerar altas concentra��es, � fundamental a prote��o das equipes de atendimento, pois muitas vezes os �ndices de contaminantes no ar podem ser imediatamente letais.
O conhecimento apurado dos riscos oferecidos por um determinado produto qu�mico, as condi��es espec�ficas do local e as limita��es do operador e dos equipamentos nortear�o a sele��o do sistema de prote��o respirat�ria mais adequado para propiciar a seguran�a necess�ria �s equipes de atendimento nas situa��es emergenciais.
Na descri��o dos equipamentos de prote��o optou-se por citar os recursos b�sicos encontrados nos v�rios modelos existentes no mercado. Detalhamento de dispositivos ou recursos adicionais de cada fabricante, n�o foram contemplados.
Inicialmente ser� abordado os riscos mais comuns nos epis�dios emergenciais, numa segunda etapa ser�o descritos os tipos de aparelhos de prote��o respirat�ria, diretrizes para sele��o e uso, as limita��es e as recomenda��es pr�ticas para a utiliza��o.
Objetivo
Este trabalho tem por finalidade propiciar a equipes de atendimento emergencial o conhecimento b�sico sobre a prote��o respirat�ria nas situa��es de emerg�ncia envolvendo produtos qu�micos perigosos.
Riscos respirat�rios
Risco respirat�rio � toda altera��o das condi��es normais do ar atmosf�rico que interfere no processo da respira��o, gerando consequentemente danos ao organismo humano.
A presen�a de gases contaminantes, materiais particulados em suspens�o no ar ou mesmo a varia��o da concentra��o de oxig�nio no ar, representam riscos comumente encontrados pelas equipes empenhadas nos atendimentos aos epis�dios emergenciais envolvendo produtos qu�micos perigosos.
Os efeitos gerados pela exposi��o humana a tais condi��es v�o desde a simples irrita��o das vias a�reas at� o comprometimento das fun��es vitais ocasionando a morte.
Para efeito deste trabalho ser�o abordados os riscos respirat�rios, dividindo-os em dois grupos: a defici�ncia de oxig�nio e os contaminantes do ar atmosf�rico. Antes de serem abordados os t�picos acima, uma breve explana��o sobre a composi��o do ar e o consumo humano de oxig�nio, torna-se necess�ria.
Composi��o do ar atmosf�rico
O ar atmosf�rico, em condi��es normais, � composto por gases para os quais o organismo humano est� devidamente adaptado.
A tabela abaixo apresenta o percentual em volume desses gases no ar, considerando-o isento de umidade.
Composi��o do ar atmosf�rico
Gases | Volume (%) |
Nitrog�nio (N2) | 78,10 |
Oxig�nio (O2) | 20,93 |
Arg�nio (Ar) | 0,9325 |
Di�xido de Carbono (CO2) | 0,03 |
Hidrog�nio (H2) | 0,01 |
Ne�nio (Ne) | 0,0018 |
H�lio (He) | 0,0005 |
Kript�nio (Kr) | 0,0001 |
Xen�nio (Xe) | 0,000009 |
Observa��o: A rigor n�o existe ar atmosf�rico que n�o contenha umidade. Na presen�a de 1% de vapor d'�gua, correspondente a 50% de umidade relativa do ar a 20�, permanecem apenas 99% de ar seco. J�, para 3% de vapor d'�gua, correspondente a 100% de umidade relativa no ar a 24�, tem-se uma parcela de 97% de ar seco.
A temperatura do ar � outro fator que o torna respir�vel, pois altera��es extremas ocasionar�o queimaduras ou congelamento das vias respirat�rias e pulm�es.
Consumo de ar
O consumo de ar pelo homem � mensurado atrav�s do volume respirat�rio por minuto, representado pelo volume corrente normal (500 ml), multiplicado pela freq��ncia respirat�ria normal (cerca de 12 por minuto). Tem-se ent�o que o volume respirado num minuto eq�ivale a 6 litros de ar.
Esse consumo pode variar em fun��o da demanda de ar dispon�vel, do estado psicol�gico e do esfor�o f�sico desempenhado. Em qualquer uma dessas situa��es s�o promovidas altera��es na profundidade da respira��o, com aumento do volume respirado, e na freq��ncia respirat�ria com aumento dos ciclos (inspira��o/expira��o) por minuto, visando suprir a necessidade de oxig�nio do organismo.
A tabela abaixo compara o incremento no consumo de ar com o oxig�nio, em fun��o da intensidade de esfor�o f�sico desempenhado.
De forma geral, pode-se concluir que a capacidade pulmonar e as varia��es no consumo de oxig�nio determinam a ventila��o alveolar e por conseguinte o n�vel de oxigena��o sang��nea, refletindo no desempenho funcional do organismo como um todo.
Consumo de ar
Atividade | Condi��o | Consumo de O2 (litros por min.) | Volume Respirat�rio (litros por min.) |
Deitado | 0,25 | 6 | |
Descanso | Sentado | 0,30 | 7 |
Em p� | 0,40 | 8 | |
Trabalho | Andar 3,2 Km/h | 0,70 | 16 |
Nadar devagar 0,9Km/h | 0,80 | 18 | |
Trabalho M�dio | Andar 6,5 Km/h | 1,20 | 27 |
Nadar 1,6 Km/h | 1,40 | 30 | |
Nadar 1,85 Km/h | 1,80 | 40 | |
Trabalho Pesado | Andar de bicicleta 21 Km/h | 1,85 | 45 |
Correr 13 Km/h | 2,00 | 50 | |
Nadar 2,2 Km/h | 2,50 | 60 | |
Trabalho | Correr 15 Km/h | 2,60 | 65 |
Pesad�ssimo | Escadas (100 degraus/min.) | 3,20 | 80 |
Correr em aclive | 4,00 | 90 |
Fonte: Prote��o Respirat�ria Completa (Manual), Drager - Lubeca
Defici�ncia de oxig�nio
O volume parcial de oxig�nio em rela��o � composi��o total do ar � sempre constante (20,93%), por�m em circunst�ncias espec�ficas esse percentual pode sofrer redu��o.
Os efeitos dessa redu��o sobre o organismo est�o diretamente ligados � press�o exercida pelo oxig�nio sobre os alv�olos pulmonares.
Em termos gerais, pode-se dizer que o oxig�nio exerce uma press�o sobre os alv�olos, possibilitando a troca gasosa entre estes e as hem�cias da corrente sang��nea. Isto significa dizer que ao diminuir a quantidade de oxig�nio presente no ar tem-se menor press�o alveolar. Com, isso o teor de oxig�nio nas hem�cias � menor, comprometendo a oxigena��o dos demais tecidos e �rg�os, sendo que, paralelamente, h� um incremento da taxa de CO2 na corrente sang��nea e nas c�lulas dos tecidos.
A press�o parcial do oxig�nio (PPO2) tamb�m � afetada pela press�o atmosf�rica total. Esta � de 760 mmHg ao n�vel do mar, sendo a PPO2 de 159 mmHg, condi��o esta considerada ideal para a respira��o. H� uma diminui��o progressiva da press�o total com o aumento da altitude. Altitudes superiores a 4240 metros s�o consideradas imediatamente perigosas � vida e � sa�de, j� que neste n�vel tem-se uma press�o atmosf�rica de 450 mmHg implicando numa PPO2 de 95 mmHg. Saliente-se que pessoas aclimatizadas �s grandes altitudes n�o sofrem esses efeitos, pois o organismo realiza mudan�as compensadoras nos sistemas cardiovascular, respirat�rio e formador do sangue.
A tabela abaixo que segue compara a redu��o do volume de oxig�nio com a redu��o da PPO2, ao n�vel do mar, e seus efeitos sobre o homem.
Concentra��o de oxig�nio e os riscos para a sa�de
Concentra��o (% volume) | PPO2 (mmHg) | Efeitos |
20,9 a 16,0 | 158,8 a 136,8 | Nenhum |
16,0 a 12,0 | 121,6 a 95,2 | Perda da vis�o perif�rica; aumento do volume respirat�rio; acelera��o do batimento card�aco, perda de aten��o; perda de racioc�nio e perda de coordena��o. |
12, 0 a 10,0 | 91,2 a 76,0 | Perda da capacidade de julgamento; coordena��o muscular muito baixa; a a��o muscular causar� fadiga com danos permanentes ao cora��o; respira��o intermitente |
10,0 a 6,0 | 76,0 a 45,6 | N�usea e v�mito; incapacidade de executar movimentos vigorosos; inconsci�ncia seguida de morte. |
< 6,0 | < 45,6 | Respira��o espasm�dica; movimentos convul-sivos; morte em minutos |
Fonte: Revista CIPA No 172
Por outro lado, em condi��es de press�o atmosf�rica elevada haver� maior absor��o sang��nea dos gases que comp�em o ar e concomitantemente pelas c�lulas dos tecidos. Com a redu��o da press�o esses gases tendem a ser liberados, da� os problemas de embolia gasosa e morte gerados pelo nitrog�nio quando da redu��o brusca da press�o.
O aumento da press�o atmosf�rica por si s�, pode gerar danos como os descritos a seguir:
a) acima de 4 atmosferas*, o nitrog�nio causa efeitos narc�ticos;
b) a 5 atmosferas, o oxig�nio, em concentra��o normal, causa irrita��o nos pulm�es;
c) a 15 atmosferas, o ar pode ser tolerado por apenas 3 horas.
(*) 1 atmosfera = 1 bar = 760 mmHg (ao n�vel do mar).
Causas geradoras da defici�ncia de oxig�nio
Neste item est�o abordados os casos normalmente encontrados nos atendimentos emergenciais que podem ocasionar a redu��o na concentra��o de oxig�nio contida no ar.
Embora cada cen�rio tenha suas caracter�sticas particulares que dever�o ser observadas, podem-se adotar como causas b�sicas da defici�ncia de oxig�nio, as descritas a seguir:
A libera��o acidental de gases, cuja densidade � maior que a do ar atmosf�rico, resulta em deslocamento do ar e por conseguinte do oxig�nio nele contido. A tend�ncia para deposi��o desses gases ao n�vel do solo expulsa o ar para os n�veis mais altos, formando uma zona irrespir�vel. S�o exemplos desses gases o GLP - g�s liq�efeito de petr�leo e o cloro.
Esse efeito � potencializado quando ocorre em ambientes confinados, onde n�o h� fontes de ventila��o para promover a renova��o de ar respir�vel, criando-se uma atmosfera saturada e deficiente de oxig�nio.
As caracter�sticas toxicol�gicas do g�s envolvido, embora relevantes, n�o s�o consideradas nesses casos, j� que at� mesmo os gases inertes podem gerar o deslocamento do ar.
Gases liq�efeitos sob press�o, quando da mudan�a do estado l�quido para o gasoso, t�m normalmente altas taxas de expans�o podendo deslocar o ar. � o caso da am�nia e do butadieno.
Alguns gases podem concorrer para o decr�scimo do volume de oxig�nio, especificamente por sua capacidade de rea��o com o mesmo, como � o caso do mon�xido de carbono, mon�xido de nitrog�nio, di�xido de nitrog�nio e o di�xido de enxofre.
Em atmosferas confinadas encontradas em galerias subterr�neas de �guas pluviais ou de redes de esgotos, desenvolvem-se microrganismos (bact�rias e fungos) respons�veis pela decomposi��o da mat�ria org�nica presente nos despejosindustriais e dom�sticos. No processo de decomposi��o o oxig�nio � consumido, podendo gerar como subprodutos gases como o metano, sulf�drico e di�xido de carbono que deslocam o oxig�nio.
Os materiais org�nicos destes ambientes tamb�m est�o sujeitos � oxida��o natural, contribuindo para a diminui��o da concentra��o de oxig�nio. Os despejos industriais podem conter gases que por si s� deslocam o ar.
A combust�o de qualquer material provoca consumo de oxig�nio e emana��o de gases que deslocar�o o ar, sobretudo em ambientes confinados.
Qualquer subst�ncia sujeita � oxida��o num ambiente confinado, ap�s certo per�odo de tempo, provoca a redu��o de oxig�nio se n�o houver renova��o do ar.
Considera��es gerais
Nos atendimentos �s emerg�ncias com produtos perigosos, utiliza-se como valor limite de seguran�a a concentra��o, internacionalmente aceita de 19,5% em volume de oxig�nio, pois fica impl�cito que qualquer redu��o na concentra��o normal de oxig�nio, implica no aumento da concentra��o de outro g�s.
Assim, a redu��o de 1% em volume de oxig�nio no ar (equivalente a 10.000 ppm) representa um aumento de 1% em volume na concentra��o de outra subst�ncia, muitas vezes desconhecida, o que pode significar uma situa��o de alto risco.
A avalia��o quantitativa da concentra��o de oxig�nio no ar � fator preponderante na sele��o dos m�todos eficazes de prote��o respirat�ria. Aparelhos espec�ficos fornecem o percentual em volume de oxig�nio em determinado ambiente. A an�lise dos dados obtidos permite a identifica��o de condi��es prejudiciais ou mesmo letais ao homem.
Ar respir�vel em condi��es normais significa:
- Conter, no m�nimo, 18 % em oxig�nio;
- Estar livre de subst�ncias estranhas;
- Estar na press�o e temperatura que n�o causem les�es ao organismo humano.
Contaminantes
S�o todas subst�ncias alheias � composi��o normal do ar atmosf�rico, que podem gerar irrita��es ou danos ao organismo humano. Embora em muitos casos n�o sejam percept�veis � vis�o e olfa��o, podem estar presentes nos v�rios cen�rios com que se deparam as equipes de emerg�ncia.
Os contaminantes s�o comumente divididos em dois grupos: os gasosos e os particulados, tamb�m conhecidos como aerodispers�ides.
Contaminantes gasosos
S�o representados pelos gases propriamente ditos e pelos vapores.
Os gases s�o subst�ncias qu�micas que se encontram no estado gasoso em press�o e temperatura ambiente. Possuem grande mobilidade e misturam-se facilmente ao ar atmosf�rico.
Vapor � o estado gasoso de subst�ncias que em condi��es de press�o e temperatura ambiente, s�o l�quidas ou s�lidas. A emana��o de vapor ocorre pelo aumento da temperatura ou pela redu��o da press�o.
As defesas naturais das vias respirat�rias oferecem certa prote��o contra os riscos gerados pela inala��o dessas subst�ncias, quer seja atrav�s da filtragem de parte dos gases e vapores, como pela atua��o do revestimento mucoso, onde ser�o absorvidos.
Devido � grande mobilidade das mol�culas gasosas, a penetra��o no trato respirat�rio � facilitada, atingindo diretamente os alv�olos onde s�o absorvidas pela corrente sang��nea.
Na seq��ncia s�o abordadas as caracter�sticas qu�micas e toxicol�gicas dos contaminantes gasosos.
Aerodispers�ides
Aerodispers�ide � um termo usado para descrever os contaminantes na forma particulada (s�lida ou l�quida). S�o pequenas part�culas em suspens�o no ar, muito maiores que uma mol�cula. Os danos que causam ao organismo quando inalados dependem de suas caracter�sticas, tais como: tamanho, forma, densidade e propriedades f�sicas e qu�micas.
Apesar das defesas naturais do sistema respirat�rio abordadas anteriormente, muitas part�culas podem atingir as por��es mais internas dos pulm�es.
Crit�rios de avalia��o
A avalia��o dos riscos representados pelos contaminantes � feita com base nas aferi��es de concentra��o obtidas por aparelhos de medi��o.
Em algumas circunst�ncias, al�m dos gases e vapores pode haver o risco associado a aerodispers�ides, quando dever�o ser adotadas medidas de seguran�a adicionais.
Genericamente, pode-se dizer que os principais t�picos a serem observados quanto ao risco dos contaminantes, s�o:
- tempo de exposi��o;
- concentra��o do contaminante;
- toxicidade;
- frequ�ncia respirat�ria e capacidade pulmonar;
- sensibilidade individual.
Equipamento de Prote��o respirat�ria
S�o equipamentos destinados a proteger o usu�rio dos riscos representados pela presen�a de contaminantes no ar ambiente. O m�todo pelo qual eliminam ou diminuem o risco respirat�rio baseia-se fundamentalmente na utiliza��o de uma pe�a facial que isola o usu�rio do ar contaminado e de um sistema de purifica��o ou de suprimento de ar respir�vel.
O sistema de purifica��o consiste basicamente de um elemento filtrante que ret�m o contaminante e permite a passagem do ar purificado. J� o sistema de suprimento de ar, fornece ar respir�vel ou oxig�nio a partir de uma fonte independente da atmosfera contaminada.
Tipos de Equipamentos de Prote��o Respirat�ria
Dependentes:
S�o m�scaras faciais ou semi faciais que atuam com elementos filtrantes, removendo do ambiente contaminado o ar necess�rio para respira��o.
Esses equipamentos possuem algumas restri��es quanto ao uso, dentre as quais pode-se destacar:
- n�o se aplicam a ambientes com menos de 18 % de oxig�nio;
- possuem baixa durabilidade em atmosferas saturadas de umidade;
- n�o devem nunca ser utilizados em condi��es desconhecidas.
Independentes
Normalmente, s�o conjuntos aut�nomos port�teis ou linhas que fornecem o ar necess�rio ao usu�rio, independentemente das condi��es do ambiente de trabalho (grau de contamina��o). Propiciam o isolamento do trato respirat�rio do usu�rio da atmosfera contaminada.
QUADRO GERAL DE PROTE��O RESPIRAT�RIA
TIPOS DE
EQUIPAMENTOS
Elemento filtrante
Os elementos filtrantes (filtros) s�o confeccionados de materiais apropriados para a remo��o de contaminantes espec�ficos. De acordo com o contaminante a ser removido, os filtros podem ser do tipo qu�mico, mec�nico ou combinado (mec�nico e qu�mico).
a) Filtro mec�nico
� utilizado para a prote��o contra materiais particulados, sendo normalmente confeccionado em material fibroso, cujo entrela�amento microsc�pico das fibras ret�m as part�culas e permite a penetra��o do ar respir�vel.
Segundo o Projeto de Norma 2:11-03-006 ABNT, os filtros mec�nicos podem ser classificados em fun��o de sua capacidade de filtra��o, conforme descrito a seguir:
Classe P1 | Para uso contra aerodispers�ides gerados mecanicamente. As part�culas podem ser s�lidas ou l�quidas geradas de solu��es ou suspens�es aquosas. S�o indicados entre outros, contra poeiras vegetais: algod�o, baga�o de cana, madeira, celulose e carv�o vegetal, gr�os e sementes, poeiras minerais como s�lica, cimento, amianto, carv�o mineral, negro de fumo, bauxita, calc�rio, coque, fibra de vidro, ferro, alum�nio, chumbo, cobre, zinco, mangan�s e outros materiais, e ainda n�voas aquosas de inorg�nicos: n�voas de �cido sulf�rico e soda c�ustica. Possuem pequena capacidade de reten��o. |
Classe P2 | Para uso contra aerodispers�ides gerados mecanicamente (poeiras e n�voas) e termicamente (fumos). Al�m dos contaminantes indicados para o filtro P1, os filtros P2 s�o eficientes na reten��o de fumos met�licos, como solda ou provenientes dos processos de fus�o de metais que contenham ferro, mangan�s, cobre, n�quel e zinco. S�o ainda indicados contra n�voas de pesticidas com baixa press�o de vapor, que n�o contenham vapores associados. Esses filtros s�o ainda classificados em categorias "S" ou "SL", de acordo com a sua capacidade para reter part�culas l�quidas oleosas ou n�o. Os da categoria "S" s�o indicados para os contaminantes anteriormente citados e os da categoria "SL" podem ser utilizados para prote��o contra n�voas oleosas e para os contaminantes da categoria anterior. Possuem capacidade m�dia de reten��o. |
Classe P3 | Para uso contra aerodispers�ides gerados mecanicamente e termicamente, incluindo os t�xicos. Pertencem a esta categoria de contaminantes t�xicos, entre outros, as poeiras, n�voas e fumos de ars�nico, ber�lio, sais sol�veis de platina, c�dmio, r�dio, prata, ur�nio e seus compostos e os radion�clideos. Os filtros P3 da mesma forma que os filtros P2, tamb�m s�o divididos nas catergorias "S" ou "SL". Possuem grande capacidade de reten��o. |
Obs: A prote��o propiciada por uma determinada classe de filtros compreende tamb�m a prote��o fornecida pelo filtro da classe anterior.
Aparelhos Purificadores
Equipamentos com filtros mec�nicos - M�scaras contra suspens�es particuladas (respiradores):
Caracter�sticas:
�Oferecem prote��o contra material particulado (p�), dispersos no ambiente, e fumos com reten��o m�nima de aproximadamente 95% ;
�S�o Confeccionados de m�scara semi facial (meia m�scara) que permite perfeita hermeticidade; tirantes, v�lvulas de inspira��o e expira��o, e um ou dois alojamentos para os filtros;
�Os filtros variam em efici�ncia de filtra��o, segundo o material particulado que se deseja reter.
H� basicamente 4 classes: para material inc�modo (poeiras inertes), para poeiras pneumoconi�ticas, para fumos met�licos e para part�culas extremamente finas como o ber�lio, materiais radioativos e certo v�rus.
Observa��es:
�S�o dispositivos para situa��es de n�o emerg�ncia, entretanto mais para exposi��es de m�dia dura��o, do que para exposi��o continuada;
�A vida �til relaciona-se principalmente com a atividade do usu�rio e a concentra��o do aerodispers�ide no ambiente;
�Exemplo de aplica��o: Fundi��es, Carvoarias, Frigor�ficos, Petroqu�micas, Av�colas, Hospitais, Laborat�rios e Pedreiras.
Limita��es:
- N�o oferecem prote��o contra gases ou vapores t�xicos;
- N�o devem ser utilizados em atmosferas deficientes de oxig�nio;
- N�o devem ser utilizados em opera��es de jateamento abrasivo (usar equipamento espec�fico).
Fonte: MSA do Brasil – Equipamentos e Instrumentos De Seguran�a Ltda.
b) Filtro qu�mico
� o filtro utilizado para a prote��o contra gases e vapores. O processo de funcionamento baseia-se na adsors�o dos contaminantes gasosos por meio de um elemento filtrante, normalmente o carv�o ativo. Alguns filtros qu�micos utilizam adicionalmente elementos qu�micos (sais minerais, catalisadores ou alguns alcalinos) que melhoram o processo de adsors�o.
A quantidade (concentra��o) do contaminante que o filtro pode reter, depende da qualidade do elemento filtrante, granulometria, massa filtrante (quantidade) e do tipo do contaminante, influindo tamb�m a temperatura e umidade.
O Projeto de Norma 2:11-03-006 - ABNT estabelece os tipos de filtros de acordo com o contaminante gasoso contra o qual se deseja prote��o, como descrito a seguir:
-filtros para vapores org�nicos: s�o indicados contra certos vapores org�nicos, conforme especifica��o do fabricante;
-filtros para gases �cidos: s�o indicados contra certos gases ou vapores �cidos inorg�nicos, conforme especifica��o do fabricante (excluindo o mon�xido de carbono);
-filtros para am�nia: indicados contra am�nia e compostos org�nicos de am�nia, conforme especifica��o do fabricante;
- filtros especiais: indicados contra contaminantes espec�ficos n�o inclu�dos nos tipos anteriores, como por exemplo merc�rio, cloreto de vinila, fosfina, g�s sulf�drico, �cido cian�drico, �xido de etileno, mon�xido de carbono e defensivos agr�colas.
Os filtros acima mencionados podem se apresentar de forma combinada, oferecendo prote��o contra mais de um tipo de contaminante gasoso.
Considerando-se a capacidade de reten��o, os filtros s�o classificados em tr�s tamanhos:
Classe 1 - cartuchos pequenos, para contaminantes gasosos em baixas concentra��es;
Classe 2 - cartuchos m�dios, para contaminantes gasosos em m�dias concentra��es;
Classe 3 - cartuchos grandes, para contaminantes gasosos em altas concentra��es.
A tabela abaixo demonstra a m�xima concentra��o de uso dos filtros qu�micos.
Concentra��o de uso
Classe do Filtro | Cartucho | Tipo | Concentra��o m�xima (ppm) | Pe�a facial compat�vel | Observa��o |
1 | Pequeno | Vapor Org�nico Am�nia | 1000 300 | 1/4, 1/2, 1/1 ou bocal | A, B e C
|
2 | M�dio | Vapor org�nico Am�nia Gases �cidos | 5000
5000 | 1/1 | A e C
A e B |
3 | Grande | Vapor org�nico Am�nia Gases �cidos | 10000
10000 | 1/1 | A e C
A e C |
Fonte: Projeto de Norma 2:11.03-006/1990 ABNT
(A) | N�o usar contra vapores org�nicos ou gases �cidos com fracas propriedades de alerta (ver defini��o no anexo I), ou que gerem alto calor de rea��o com o conte�do do cartucho. |
(B) | A concentra��o m�xima de uso n�o pode ser superior ao I.P.V.S. (imediatamente perigoso � vida ou � sa�de) |
(C) | Para alguns gases �cidos e vapores org�nicos, essa concentra��o m�xima de uso � mais baixa |
Adota-se tamb�m um c�digo de cores para os filtros qu�micos, em fun��o do tipo de contaminante gasoso para o qual foi projetado. As Tabelas abaixos apresentam os c�digos de cores adotados pela NIOSH - National Institute for Occupational Safety and Health e pelo CEN - Comit� Europeu de Normaliza��o.
3) Filtros combinados
S�o utilizados para prote��o contra contaminantes gasosos e particulados simultaneamente. S�o constitu�dos portanto, pela combina��o de um filtro mec�nico sobreposto a um filtro qu�mico.
Dependendo da pe�a facial utilizada, podem estar dispostos em cartuchos separados; por�m, o detalhe construtivo da pe�a deve permitir que o ar contaminado passe primeiro pelo filtro mec�nico e posteriormente pelo filtro qu�mico. A disposi��o do filtro em cartuchos distintos � prefer�vel, pois geralmente o filtro mec�nico satura primeiro.
Vida �til do filtro
Os elementos filtrantes t�m capacidade finita para remover contaminantes e quando seu limite � atingido, os filtros come�am a saturar. No caso dos filtros qu�micos, atingindo o ponto de satura��o, o elemento filtrante permitir� progressivamente a passagem do contaminante at� o interior da pe�a facial. Nos filtros mec�nicos a impregna��o de part�culas impor� resist�ncia � respira��o.
O per�odo de tempo que um filtro efetivamente ret�m o contaminante � conhecido como vida �til. De acordo com o Projeto de Norma 2:11.03-006/1990 (ABNT), os filtros quando ensaiados devem apresentar a vida �til m�nimaconforme os dados da Tabela abaixo. Para maiores detalhes sobre as condi��es em que s�o efetuados os ensaios (concentra��o de teste, concentra��o limitante, vaz�o, etc), o Projeto de Norma citado deve ser consultado.
Vida �til M�nima
Filtro (tipo e classe) | Vida �til m�nima (minutos) |
Classe 1 | |
Vapor org�nico | 80 |
Classe 2 | |
Vapor org�nico | 40 |
Classe 3 | |
Vapor org�nico G�s �cido Am�nia | 60 |
Filtros Especiais | |
NO (P3) Hg (P3) Defensivos agr�colas Classe/Tipo | 20 6000 50 300 9 12 60 |
Fonte: Fonte Projeto de Norma 2:11.03-006/1990 (ABNT)
Nota: Se um filtro � uma combina��o de dois ou mais tipos, a vida �til m�nima exigida fica dividida pela metade
A vida �til de um determinado tipo de filtro depende de v�rios fatores, como os descritos a seguir:
a) Frequ�ncia respirat�ria
Influi na vida �til do filtro, pois quanto maior for a frequ�ncia respirat�ria do usu�rio, tanto maior ser� a quantidade de contaminante em contato com o elemento filtrante num dado per�odo de tempo, com isto aumenta-se a taxa de satura��o.
b) Concentra��o do contaminante
A expectativa de vida �til de um filtro diminui conforme aumenta a concentra��o do contaminante no ambiente, j� que h� maior quantidade desse em contato com o elemento filtrante.
c) Efici�ncia do filtro
A capacidade do filtro qu�mico em remover o contaminante do ar pode variar numa mesma fam�lia qu�mica. A tabela abaixo compara a efici�ncia dos filtros para vapores org�nicos com certos solventes, em fun��o do tempo necess�rio para se atingir a penetra��o de 1% do contaminante no ar filtrado. A concentra��o inicial de teste � 1.000 ppm de vapor de solvente, enquanto que a concentra��o de penetra��o � 10 ppm.
Conv�m ressaltar que as propriedades de alerta de um
determinado filtro, ou seja, a forma como se dar� a percep��o humana, quanto ao fim de sua vida �til, nem sempre s�o completamente seguras.
Normalmente, o usu�rio percebe o aumento da resist�ncia imposta � respira��o, ou sentir� o odor, ou ainda irrita��o das vias respirat�rias. Por�m, em alguns casos, principalmente nos contaminantes gasosos, isso pode n�o ocorrer, conforme mencionado no item 5.3.1.3 - L.P.O.
Para estes casos em que as propriedades de alerta do contaminante n�o s�o
confi�veis � necess�rio que o filtro possua indicador visual ou sonoro que indique o t�rmino de sua vida �til.
Equipamentos com Filtros Qu�micos - M�scaras contra gases ou vapores:
Caracter�sticas:
- Constam de pe�a facial inteira ou de meia-m�scara: tirantes, v�lvulas de inspira��o e expira��o;
No caso de pe�a facial inteira, o elemento filtrante poder� ser conectado atrav�s de uma traqu�ia ou diretamente a esta. - Na estrutura semi facial tipo "respirador", podem constar um ou dois filtros de dimens�es reduzidas, em rela��o ao modelo portado � cintura;
- Os filtros oferecem prote��o para uma subst�ncia ou classe de subst�ncias, de forma espec�fica; n�o podem, portanto, ser usados indiscriminadamente contra quaisquer gases ou vapores, sem a adequada verifica��o pr�via.
- Sua autonomia depende: 1 - da capacidade (tamanho do elemento); 2 - da concentra��o do contaminante; 3 - da atividade respirat�ria do usu�rio;
- Existem filtros "universais" especiais, que prev�em v�rios contaminantes.
Observa��es:
- Filtros comuns, pequenos, protegem at� concentra��es de 0,1% (1000 ppm); os filtros portados podem oferecer prote��o at� 2% (20.000 ppm);
- No caso de a��o do contaminante sobre a pele e olhos, prover prote��o complementar (vestimentas e m�scara facial total);
A autonomia dos equipamentos pode variar de fra��es de hora at� uma hora, de maneira geral.
Limita��es:
- N�o devem ser utilizados em atmosferas deficientes de oxig�nio;
- N�o devem ser usados contra subst�ncias extremamente t�xicas, mesmo em baixas concentra��es;
- N�o utilizar estes equipamentos em locais confinados, onde podem ocorrer "picos" de concentra��o de contaminantes.
Fonte: MSA do Brasil – Equipamentos e Instrumentos De Seguran�a Ltda.
Equipamentos com Filtros Combinados - M�scaras para associa��es de part�culas e formas gasosas:
Caracter�sticas:
- Permitem a prote��o para os casos onde se t�m suspens�es particuladas aliadas a gases ou vapores nocivos;
- O filtro de particulados � colocado em posi��o anterior ao filtro qu�mico, de maneira a impedir sua obstru��o pela poeira aspirada;
- Pode-se contar com as mesmas alternativas de estruturas facial e disposi��o dos elementos filtrantes, que as descritas nos equipamentos individuais;
- S�o v�lidas para o elemento filtrante qu�mico, as mesmas considera��es sobre sua especificidade, n�o podendo ser feito uso indiscriminado em rela��o � prote��o oferecida.
Observa��es:
- No caso de a��o dos contaminantes sobre a pele e mucosas, prover prote��o complementar (vestimentas e prote��o ocular);
- S�o aplica��es t�picas: na pintura � pistola e no uso (pulveriza��es) de inseticidas;
A autonomia � restrita ao elemento que ficar saturado antes, que dever� ser substitu�do.
Limita��es:
- N�o devem ser utilizados em atmosferas deficientes de oxig�nio;
- N�o devem ser usados contra subst�ncias extremamente t�xicas, mesmo em baixas concentra��es;
- N�o devem ser utilizados em locais confinados, onde podem ocorrer "picos" de concentra��o de contaminantes.
Fonte: MSA do Brasil – Equipamentos e Instrumentos De Seguran�a Ltda.
Aparelhos de Isolamento
Equipamentos autoprotetores ou aut�nomos:
Equipamento aut�nomo a cilindro de ar:
Caracter�sticas:
- Constam de um cilindro de alta press�o, um regulador de press�o, dispositivo de dosagem de fluxo � demanda, uma traqu�ia, pe�a facial com v�lvula de expira��o, tirantes no cilindro de alta press�o e na pe�a facial;
- Funcionamento em circuito aberto, isto �, ar expirado � descarregado ao exterior;
- Devem conter dispositivo de alarme para queda de press�o;
- Tempo de opera��o varia de fra��es de hora at� aproximadamente uma hora, dependendo da atividade f�sica e familiaridade do usu�rio com o equipamento;
- Tratando-se de equipamento aut�nomo, n�o apresenta restri��o quanto ao ambiente, seja no caso de contaminantes ou de defici�ncia de oxig�nio.
Observa��es:
- Seu emprego se adapta mais �s situa��es de emerg�ncia, como resgates e manuten��es especiais, dado o tempo limitado de opera��o;
- S�o equipamentos mais pesados que os aut�nomos e oxig�nio puro, que trabalham em circuito fechado;
- No caso de absor��o de contaminante pela pele, prover prote��o complementar.
Limita��es:
- Considerar a limita��o de mobilidade e capacidade de carregar pesos que afetam o usu�rio em sua utiliza��o;
- O tempo de opera��o �, em si, uma limita��o que deve ser adequadamente levada em conta; o usu�rio deve estar bem ciente da constru��o, uso, controle e limita��es do equipamento, e maneira de atingir rapidamente atmosferas seguras.
Fonte: MSA do Brasil – Equipamentos e Instrumentos De Seguran�a Ltda.
Equipamentos de adu��o ou provis�o de ar:
Equipamento a ar aspirado por depress�o respirat�ria:
Aparelhos com adu��o de ar
Estes equipamentos suprem o oxig�nio ou ar necess�rios ao homem, independente do meio onde esteja trabalhando, ou seja, isolam o usu�rio da atmosfera circundante.
Comparados aos purificadores de ar, oferecem maior prote��o ao usu�rio, pois operam com suprimento de ar respir�vel, n�o dependendo de sistemas de filtragem para a remo��o dos contaminantes.
O suprimento � feito atrav�s de uma linha ou tubula��o onde o ar prov�m de uma fonte externa ao ambiente contaminado. Essa fonte pode ser uma bateria de cilindros, compressores, ventoinha manual ou el�trica, ou ainda pela simples a��o respirat�ria do usu�rio.
O ar respir�vel tamb�m pode ser fornecido a partir de cilindros de ar comprimido ou sistemas que o liberem quimicamente, ambos portados pelo usu�rio.
Caracter�sticas:
- Constam de pe�a facial � qual se conecta uma traqu�ia, ligada a altura da cintura do usu�rio a uma mangueira ou tubula��o de di�metro relativamente grande (20 a 25 mm);
- O ar � trazido de uma atmosfera segura atrav�s da a��o respirat�ria do usu�rio, limitando-se o comprimento da tubula��o para assegurar-se uma respira��o adequada. (Esse limite varia conforme o autor, desde 7,5 at� 22 metros);
- N�o exigem muita manuten��o e apresentam-se sempre prontos para uso (n�o necessitam de fontes de ar ou oxig�nio comprimidos, que podem n�o ser dispon�veis imediatamente);
Observa��es:
- Cuidados devem ser tomados na capta��o (extremidade da mangueira), quanto � sua obstru��o, contato com o solo e devida sinaliza��o;
- As mangueiras devem ser resistentes a derivados de petr�leo e ao impacto por queda de objetos (constru��o refor�ada).
Limita��es:
- N�o devem ser utilizados em atmosferas imediatamente perigosas � vida (contaminantes altamente t�xicos mesmo em baixas concentra��es/ defici�ncia de oxig�nio), pois, uma vez que existe depend�ncia do usu�rio ao suprimento externo, este deve poder abandonar o local sem a m�scara;
- Movimenta��o e raio de a��o limitados pela tubula��o.
Fonte: Drager Industria e Com�rcio Ltda.
Equipamentos a ar insuflado ou de linha de ar:
Caracter�sticas:
Mascaras com Linha de Ar Fluxo Cont�nuo e Press�o de Demanda:
As M�scaras Linha de Ar Fluxo Cont�nuo e Press�o de Demanda s�o alimentadas por um fluxo de ar comprimido interligado ao compressor e/ou atrav�s de provedor de ar. Os equipamentos trabalham com uma press�o variadas, sendo a de Fluxo Cont�nuo de 2,0 a 2,5 Kgf/cm2 e a Press�o de Demanda de 5,0 a 7,05 Kgf/c, com uma vaz�o constante de 60 litros por minuto. As mangueiras s�o fabricadas com produtos at�xicos, em comprimentos que variam de 5, 10 e 20 m.
Estas mascaras podem ser mascaras Semi Facial e/ou Facial, podem trabalhar com press�o positiva, que previne uma eventual infiltra��o de ar contaminado no seu interior.
As mascara facial, pode ser dotada de um regulador de demanda (press�o positiva), com acionamento autom�tico (ap�s a primeira inala��o do usu�rio) e bloqueador semi-autom�tico, sendo conectado � pe�a facial atrav�s de um sistema de Engate R�pido.
Observa��es:
- Cuidados devem ser tomados na capta��o (extremidade da mangueira), quanto � sua obstru��o, contato com o solo e devida sinaliza��o;
- As mangueiras devem ser resistentes a derivados de petr�leo e ao impactos de objetos (constru��o refor�ada).
Limita��es:
Mascara Semi Facial conectada a linha de ar com fluxo de ar cont�nuo e/ou press�o de demanda:
- N�o devem ser usadas em atmosferas altamente saturadas por gases e ou vapores;
- N�o devem ser usadas em locais com material particulado em suspens�o no ar, bem como riscos de respingos de produtos qu�micos;
- N�o devem ser usadas em locais onde os riscos do contaminante existente na atmosfera sejam desconhecidos;
- Movimenta��o e raio de a��o limitados pela tubula��o;
Mascara Facial conectada a linha de ar com fluxo de ar cont�nuo e/ou press�o de demanda:
- Movimenta��o e raio de a��o limitados pela tubula��o;
- Opera��es que exigiam esfor�o f�sico, dever� ser levado em considera��o no sentido de que seja verificado se esta n�o ir� trazer nenhum comprometimento o uso do equipamento.
Mascaras com Linha de Ar Fluxo cont�nuo:
Fonte: MSA do Brasil – Equipamentos e Instrumentos De Seguran�a Ltda.
Mascara com Linha de Ar Press�o de Demanda:
Fonte: MSA do Brasil – Equipamentos e Instrumentos De Seguran�a Ltda.
Mascaras com Linha de Ar
Fonte: MSA do Brasil – Equipamentos e Instrumentos De Seguran�a Ltda.
Sele��o de Respiradores
A escolha do equipamento de prote��o respirat�ria adequado para a prote��o das equipes de emerg�ncia, depende basicamente da avalia��o pr�via das vari�veis presentes no ambiente onde se desenrolar�o as atividades.
Aspectos a serem observados na sele��o da prote��o respirat�ria
Os seguintes fatores ser�o levados em conta na sele��o do tipo mais adequado:
Quanto ao Risco |
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Quanto ao Ambiente |
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Quanto � Atividade |
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Uso pretendido da Prote��o |
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Na seq��ncia, s�o pormenorizados cada um dos fatores acima citados.
Atividade f�sica a ser desenvolvida
A atividade do usu�rio � fator de extrema import�ncia na sele��o do melhor equipamento, quer seja aut�nomo, com filtro qu�mico, com filtro mec�nico ou com mangueira de ar.
Deve-se levar em conta se a atividade f�sica a ser desenvolvida � considerada um trabalho leve, m�dio ou pesado, pois o esfor�o exigido do usu�rio e do respirador podem reduzir drasticamente a vida �til do equipamento. Por exemplo, o volume de ar respirado por um homem andando a uma velocidade de 6,5 km/h � tr�s vezes maior do que o respirado por um homem parado. Nesta situa��o, o consumo de ar nas m�scaras aut�nomas � maior, os filtros qu�micos s�o exauridos em tempo menor e os filtros mec�nicos s�o obstru�dos com maior facilidade e rapidez. Isto se aplica a todos os tipos de equipamento de prote��o respirat�ria, exceto para os com linha de ar.
Nos casos onde � necess�rio o uso de roupas de encapsulamento, o desgaste f�sico est� potencializado pela perda de l�quido do organismo. O uso do equipamento em condi��es adversas, tais como ru�do, calor, umidade, entre outras, as quais tendem a aumentar o desgaste f�sico, podem provocar efeitos adversos � sa�de do usu�rio, comprometendo o desenvolvimento da atividade, bem como o tempo de perman�ncia no local.
Monitoramento peri�dico
Dada a imprevisibilidade dos cen�rios encontrados nos atendimentos a emerg�ncias, torna-se necess�rio monitorar as concentra��es do contaminante e de oxig�nio periodicamente, durante o tempo em que as equipes estejam na �rea de risco.
Qualquer altera��o significativa requer a ado��o de medidas complementares ou mesmo a substitui��o do equipamento por outro mais efetivo para as condi��es detectadas.
Outro fator a ser considerado quando da sele��o do EPR, � sua aprova��o por meio de ensaios; ou seja, os equipamentos de prote��o respirat�ria devem ter sido aprovados em ensaios para determinado tipo e concentra��o de contaminante, al�m dos testes de resist�ncia dos v�rios componentes. Tanto a capacidade de reten��o dos filtros, como a qualidade do ar ou do oxig�nio dos aparelhos com suprimento, devem estar de acordo com as normas vigentes. Igualmente, os respiradores devem ter sido submetidos aos ensaios de veda��o pertinentes.
Manuten��o de Equipamentos
A manuten��o de equipamentos de prote��o respirat�ria deve ser programada de acordo com o tipo de uso. Os equipamentos empregados para uso individual e rotineiro devem possuir um programa de manuten��o diferente dos equipamentos destinados ao atendimento de emerg�ncias. Embora os programas sejam diferenciados, possuem o mesmo n�vel de import�ncia, tendo em vista os fins a que se destinam.
H� que se ressaltar que todo e qualquer programa de manuten��o deve ser feito por pessoas treinadas e devidamente conscientizadas da import�ncia do trabalho. Um programa de manuten��o de prote��o respirat�ria consiste basicamente de tr�s itens:
- manuten��o e inspe��o;
- limpeza e higieniza��o;
- armazenamento.
Inspe��o
As inspe��es, quando bem processadas, minimizam a probabilidade da ocorr�ncia de falhas dos equipamentos e ajudam a fixar no usu�rio a mentalidade da import�ncia da seguran�a. A frequ�ncia para a sua realiza��o (di�ria, semanal, mensal, etc) depende do tipo de equipamento utilizado, atividade e risco.
Os respiradores usados rotineiramente devem ser cuidadosamente inspecionados. Uma boa vistoria realizada pelo usu�rio diariamente antes de us�-lo, para certificar-se que tudo est� em boas condi��es, � de vital import�ncia para sua prote��o. Essa inspe��o visual deve indicar as condi��es de v�lvulas e membranas, de modo a permitir a remo��o de sujeiras ou quaisquer outras impurezas que possam causar vazamentos.
Os equipamentos, como por exemplo m�scaras aut�nomas, devem ser rigorosamente controlados quanto as datas de inspe��es, manuten��es preventivas e os defeitos encontrados, e anotados em fichas de registro individuais. Cuidados redobrados s�o necess�rios no que tange ao controle da reutiliza��o de filtros.
A manuten��o de m�scaras aut�nomas deve receber um tratamento diferenciado com rela��o aos demais respiradores, em virtude da complexidade dos seus componentes. Os fabricantes em geral recomendam testar este equipamento antes do seu uso quanto ao funcionamento dos reguladores, v�lvulas, alarme e outros dispositivos de alerta, pe�a facial, traqu�ia e v�lvula de exala��o
5. Considera��es finais
Os Equipamentos de Prote��o Individual, usualmente identificados pela sigla ‘EPI’, formam um conjunto de recursos amplamente empregado para proteger a integridade f�sica do trabalhador no exerc�cio de suas atividades.
Neste sentido, � de suma import�ncia que nas opera��es de emerg�ncia que envolvam produtos qu�micos, os EPIs sejam definidos a partir de crit�rios t�cnicos, de acordo com os riscos apresentados pelos produtos envolvidos, tamanho do vazamento, locais atingidos e servi�os a serem realizados, ap�s a avalia��o de campo especialistas.
Os EPIs devem ser utilizados por pessoas devidamente treinadas e familiarizadas com eles, uma vez que a escolha ou a utiliza��o errada pode acarretar conseq��ncias indesej�veis.
O ingresso em �reas onde existam riscos de explos�o, ocasionado por subst�ncias perigosas deve ser realizado sempre por, no m�nimo, duas pessoas devidamente protegidas, tendo suas atividades acompanhadas permanentemente por uma equipe de retaguarda.
Em caso de d�vida quanto �s caracter�sticas dos produtos envolvidos e aos riscos que oferecem, deve-se evitar adentrar as �reas consideradas perigosas. No entanto, se a gravidade da situa��o exigir a ado��o de uma medida imediata, sempre se dever� optar pela prote��o m�xima, ou seja prote��o do cr�nio, roupas herm�ticas (incluindo luvas e botas soldadas) e conjunto aut�nomo de respira��o a ar comprimido.
O uso dos EPIs poder� levar a desgastes f�sicos, principalmente as roupas que poder�o ocasionar a desidrata��o do usu�rio. Quando destas situa��es, os t�cnicos devem ser orientados para adotarem a��es pr�vias para evitar problemas f�sicos que podem interferir na seguran�a da atividade desenvolvida.
Todos os equipamentos de prote��o devem ser higienizados e rotineiramente inspecionados, de foram minuciosa, para detec��o desgastes e poss�veis avarias. Um equipamento de prote��o mal selecionado e/ou avariado, pode aumentar o risco de acidentes e n�o evit�-los.
Conv�m destacar, que no desenvolvimento de atividades emergenciais, al�m dos riscos inerentes
� respectiva atividade, outros fatores devem ser considerados para a utiliza��o dos EPIs, tais como:
- o n�vel de atividade f�sica do usu�rio;
- as condi��es f�sicas do usu�rio;
- o n�vel de treinamento ou experi�ncia que o usu�rio tem com tais equipamentos.
Outro aspecto que deve ser levado em considera��o diz respeito �s roupas contaminadas durante o atendimento a situa��es emergenciais com produtos qu�micos, as quais devem ser descontaminadas ainda no local do atendimento, o que pode ser feito com o uso de mangueiras ou nebulizadores de �gua antes que o usu�rio as retire. Este procedimento assegurar� uma maior vida �til e evitar� que ocorra a contamina��o das pr�ximas pessoas que utilizarem estes equipamentos.
Finalmente, vale lembrar que todo equipamento de prote��o deve ser:
- armazenado de modo que se evite seu dano por acidente;
- guardado em local de f�cil acesso; e
- inspecionado e reparado periodicamente, repondo-o sempre que necess�rio.
6. Bibliografias
-
FUNDACENTRO, Equipamento de Prote��o Individual, S�o Paulo, 1981, 92 p.
FILHO, L. F. R., Curso de Engenharia de Seguran�a do Trabalho, FUNDACENTRO, S�o Paulo, 1981, V. II, p. 399.
BRASIL. Portaria No 3214, de 8 de junho de 1978. Regulamenta as Normas Regulamentadoras do Cap�tulo V, do T�tulo II, da Consolida��o das Leis do Trabalho, relativas � seguran�a e medicina do trabalho.
Haddad, Edson & Minnitti, Vivienne, Roupas, Luvas e Botas de Prote��o Qu�mica, Trabalho T�cnico da CETESB, S�o Paulo, 1995.
Silva, Ronaldo de Oliveira & Teixeira, Mauro de Souza, Prote��o Respirat�ria, Trabalho t�cnico da CETESB, S�o Paulo, 1996
Cat�logos :
MSA do Brasil - Equipamentos e Instrumento de Seguran�a Ltda., Cat�logo, 01 – JUL/00.
Dur�veis – Equipamento de Seguran�a Ltda.
Produtos para Seguran�a e Prote��o � Sa�de 3M do Brasil Ltda.
DRAGER Industria e Com�rcio Ltda.
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