Um mapa busca representar e espacializar informações de uma determinada localidade. Você provavelmente já viu ou usou um mapa em sua vida - seja para algum trabalho da escola ou para achar um itinerário em algum mapa online. As civilizações humanas mapeiam seus arredores há
milênios. Conforme os estudos e técnicas em cartografia foram se desenvolvendo, os mapas ficaram cada vez mais repletos de informações, e mais fáceis de ler também. Por isso, são amplamente utilizados em diversas áreas do conhecimento no que tange a espacialização de informações, na elaboração e acompanhamento de políticas públicas, e também no cotidiano, para facilitar a mobilidade e orientar e
informar seus usuários. Um bom mapa, independentemente do que está representando, possui elementos básicos que fornecem informações primárias ao leitor. Veremos alguns desses elementos a seguir. Índice
Introdução
Título
O título costuma ser a primeira informação que o leitor de um mapa procura e recebe sobre ele. Seu objetivo é informar, de forma sucinta, o conteúdo do mapa. O título costuma estar localizado na parte superior de um mapa.
Algumas informações que costumam conter no título: período (anos, meses, etc), localidade (país, cidade, bairro, etc), e tema (vegetação, densidade demográfica, linhas de metrô, etc), entre outros.
Mapa do metrô da cidade de Nova York, Estados Unidos.
Coordenadas geográficas
As coordenadas têm o objetivo de informar a posição da região que o mapa representa em uma localização maior. O Sistema de Coordenadas Geográficas é o mais comumente utilizado, mas coordenadas UTM também podem ser utilizadas. Costumam estar localizadas nas bordas dos mapas, mas podem também estar em um quadro geral com informações do mapa.
Mapa múndi no qual é possível ver o Sistema de Coordenadas Geográficas. As coordenadas costumam ficar nas bordas externas dos mapas, como representado acima. Geralmente, a representação em formato de grade não é utilizada, pois gera poluição visual para o mapa. Neste mapa também é possível localizar uma escala cartográfica no canto inferior direito.
Orientação
A orientação representa a posição da localidade mapeada - para isso, são utilizados os pontos cardeais. O mais comum nos mapas, em geral, é o norte estar “para cima”. Para indicar este elemento, é comum ver uma rosa dos ventos ou uma north arrow, seta que indica que o norte está virado para cima.
Não há regra geral no que tange a posição no mapa do elemento que informa a orientação, nem em seu design ou formato.
Mapa das linhas de trens de alta velocidade na França. É possível ver uma seta com o norte apontando para cima. Em softwares de elaboração de mapas, há diversos modelos de rosa dos ventos e de north arrows, dando abertura para a criatividade do criador do mapa!
Legenda
A legenda proporciona melhor organização e agrupamento de informações sobre o conteúdo do mapa em si. Símbolos, com diversas cores e tamanhos, que estão espacializados no mapa, são atribuídas informações na legenda. Geralmente é disposta na parte inferior do mapa.
Mapa coroplético elaborado pelo Censo Australiano, 2011. A legenda indica a porcentagem de cristãos anglicanos por área (quanto mais escuro, maior a porcentagem).
Escala
A escala cartográficaindica uma relação matemática entre a dimensão real e a dimensão projetada no mapa. É representada por uma barra de escala ou pela relação 1:X (sendo X o valor real), sempre com os dois números na mesma unidade de comprimento (cm, km, etc), como 1:2500 ou 1:1000000.
O tamanho da escala depende do tamanho da área escolhida para ser representada. Costuma ser exposta na parte inferior de um mapa.
Rodovias transafricanas com escala de 1:1000 km.
Fontes e informações adicionais
Nesta seção, o autor é livre para informar a(s) fonte(s) que utilizou para o mapa, e também outras informações como projeção cartográfica, datum, nome do(s) autor(es) e outras informações que julgar pertinente. Costuma ser uma pequena seção, localizada na parte inferior do mapa.
Exercício de fixação
UERJ/2018
Naquele Império, a arte da cartografia alcançou tal perfeição que o mapa de uma única província ocupava uma cidade inteira, e o mapa do Império uma província inteira. Com o tempo, estes mapas desmedidos não bastaram e os colégios de cartógrafos levantaram um mapa do Império que tinha o tamanho do Império e coincidia com ele ponto por ponto. Menos dedicadas ao estudo da cartografia, as gerações seguintes decidiram que esse dilatado mapa era inútil e não sem impiedade entregaram-no às inclemências do sol e dos invernos. Nos desertos do oeste perduram despedaçadas ruínas do mapa habitadas por animais e por mendigos.
BORGES, J. L. Sobre o rigor na ciência. Em: História universal da infâmia. Lisboa: Assírio e Alvim, 1982.
No conto de Jorge Luís Borges, apresenta-se uma reflexão sobre as funções da linguagem cartográfica para o conhecimento geográfico. A compreensão do conto leva à conclusão de que um mapa do tamanho exato do Império se tornava desnecessário pelo seguinte motivo:
A extensão da grandeza do território político
B imprecisão da localização das regiões administrativa
C equivalência da proporcionalidade da representação espacial
D precariedade de instrumentos de orientação tridimensional