Quais são as doenças que são causadas pela falta de saneamento básico?

Doença

Agente causador

Forma de contágio

Amebíase ou disenteria amebiana Protozoário Entamoeba histolytica Ingestão de água ou alimentos contaminados por cistos
Ascaridíase ou lombriga Nematóide Ascaris lumbricoides Ingestão de agua ou alimentos contaminados por ovos
Ancilostomose Ovo de Necator americanus e do  Ancylostoma duodenale A larva penetra na pele (pés descalços) ou ovos pelas mãos sujas em contato com a boca
Cólera Bactéria Vibrio cholerae Ingestão de água contaminada
Disenteria bacilar Bactéria Shigellasp Ingestão de água, leite e alimentos contaminados
Esquistossomose Asquelminto Schistossoma mansoni Ingestão de água contaminada, através da pele
Febre amarela Vírus Flavivirussp Picada do mosquito Aedes aegypti
Febre paratifóide Bactérias Salmonella paratyphi, S. schottmuelleri e S. hirshjedi Ingestão de água e alimentos contaminados, e moscas também podem transmitir
Febre tifóide Bactéria Salmonella typhi Ingestão de água e alimentos contaminados
Hepatite A Vírus da Hepatite A Ingestão de alimentos contaminados, contato fecal-oral
Malária Protozoário Plasmodium ssp Picada da fêmea do mosquito Anopheles sp
Peste bubônica Bactéria Yersinia pestis Picada de pulgas
Poliomielite Vírus Enterovirus Contato fecal-oral, falta de higiene
Salmonelose Bactéria Salmonella sp Animais domésticos ou silvestres infectados
Teníase ou solitária Platelminto Taenia solium eTaenia saginata Ingestão de carne de porco e gado infectados

Fonte: //www.ambientebrasil.com.br

  • Especial Saneamento 4 - Doenças provocadas pela falta de saneamento (05' 51")

CHAMADA: CONTINUANDO A SÉRIE ESPECIAL SOBRE SANEAMENTO BÁSICO O ASSUNTO DE HOJE É SAÚDE. VAMOS FALAR DAS DOENÇAS CAUSADAS PELA FALTA DE SANEAMENTO. ALGUMAS ATITUDES SIMPLES PODEM EVITAR DOENÇAS GRAVES, PRINCIPALMENTE NAS ÁREAS RURAIS. ACOMPANHE.

A existência ou a falta dos serviços de saneamento se reflete diretamente na saúde da população. A Organização das Nações Unidas estima que um milhão e 600 mil vidas poderiam ser salvas a cada ano com o fornecimento de água potável, saneamento básico e com cuidados de higiene. E as crianças são as mais afetadas. Doenças relacionadas á diarréia e à malária mataram mais de 3 milhões de pessoas em 2002, sendo que 90% dessas mortes foram de crianças com menos de 5 anos.

A dona de casa Geovane Rodrigues mora na área rural do município de Condado, em Pernambuco. Ela conta que a pobreza da região faz com que as pessoas não possam filtrar ou ferver a água que bebem.

"Na minha casa ferve, né? E a gente tem filtro, tem tudo. Mas na região mais carente não, toma como vem mesmo. A nossa realidade é essa, as mães pegam um pano e coam a água e dali tomam. Quando vão na doutora elas pedem para filtrar a água, essas coisas, mas as mães não fazem não. As mães vivem dentro de casa uma realidade tão crua, tão dura, que vivem isso mesmo, entregam na mão de Deus."

Se não há rede de água na região, é necessário purificar a água de alguma forma. Usar um filtro ou ferver a água são as maneiras mais comuns de fazer isso. Colocar cloro na água, que na farmácia é vendido como hipoclorito de sódio, é uma possibilidade mais barata. O médico Pedro Tauil, que é coordenador da área de Medicina Social da Universidade de Brasília, lembra que muitas vezes as pessoas não tem condições financeiras de filtrar ou ferver a água, e nesse caso, o cloro mata os organismos que causam doenças. Ele explica que em regiões rurais abastecidas por poço ou cacimba, ainda há outra alternativa para se proteger de doenças: colocar água sanitária, ou água de lavadeira como é conhecida em muitas regiões, diretamente na fonte.

"Já existe o hipoclorito que se vende nas farmácias em quantidades pequenas para poder se utilizar adequadamente. Mas às vezes a pessoa jogam, e podem fazer isso dependendo do volume de água que tenha no poço, um a dois litros de quiboa, dessas águas de lavadeira no próprio poço. É uma outra maneira que as pessoas se protegem."

Tanto cuidado é necessário porque as doenças relacionadas com a falta de água e esgoto são muitas. Esquistossomose, malária, hepatite, e cólera são apenas algumas delas. Se existem sintomas como diarréia, dores abdominais, enjôos e cansaço, é bom ficar atento e procurar um médico o mais rápido possível. Esse tipo de doença é causado por água e alimentos contaminados, e muitas vezes isso acontece quando as fezes contaminam as águas. Se as pessoas evacuam muito perto do local onde tomam banho ou bebem água, as fezes podem contaminar a água. Uma das doenças mais comuns é a esquistossomose, um parasita que se desenvolve em um caramujo. Segundo o doutor Pedro Tauil. ainda existem focos importante da doença em Alagoas, Sergipe, Pernambuco, Bahia e norte de Minas Gerais. O esgoto sem tratamento é despejado em mananciais de água frequentados por lavadeiras ou crianças, que acabam contraindo o parasita. Nesses casos, a única coisa a fazer é evitar mergulhar nessas águas contaminadas. São locais chamados de lagoas de coceira, porque as larvas dos vermes irritam a pele.O doutor Pedro Tauil destaca outra doença grave: a hepatite.

"A hepatite A é uma hepatite que a pessoa adquire se infectando por água ou alimento contaminado. Geralmente as pessoas expulsam pelas fezes, essas fezes caem no mar, na praia ou nos rios. As pessoas em contato com esses rios ou com essa praia elas se infectam e têm uma doença que às vezes pode ser grave."

Turistas que esteja visitando locais sem rede de esgoto também devem ficar atentos sobre a qualidade da água do destino que estão visitando.

Outras doenças relacionadas com a água podem acontecer quando o abastecimento não é regular, ou seja, quando falta água com freqüência. Se a água deixa de estar nas torneiras, as pessoas começam a armazená-las em casa. Se o armazenamento não for adequado, doenças como a dengue pode aparecer, como destaca Pedro Tauil.

"Não basta ter água encanada, mas é preciso ter um fluxo regular dessa água, senão a população começa a armazenar água por conta própria. O problema desse fluxo não regular de água é a proliferação do mosquito vetor transmissor da dengue e da febre amarela urbana, que é a aedes egipti, que prefere se desenvolver em reservatórios artificiais de água."

Se a única alternativa é armazenar água em casa, é preciso tampar com cuidado os recipientes para evitar criadouros de mosquitos. Além disso, a cada vez que se retira a água de um vasilhame para outro, os jarros devem estar limpos. Lavar as mãos sempre que for mexer com a água e evitar o contato delas direto com a água é outro cuidado importante.

De Brasília, Daniele Lessa

CHAMADA: AMANHÃ, NA ÚLTIMA REPORTAGEM SOBRE SANEAMENTO BÁSICO VOCÊ VAI CONHECER O PROJETO DE LEI QUE PRETENDE ESTABELECER UMA NOVA POLÍTICA DE SANEAMENTO PARA O BRASIL

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