O que é Farmácia Clínica?
Segundo o Conselho Federal de Farmácia, a farmácia clínica é a área voltada à ciência e prática do uso responsável de medicamentos, na qual o farmacêutico clínico presta cuidado ao paciente, de forma a otimizar a farmacoterapia, promover saúde e bem-estar, e prevenir doenças.
Onde o farmacêutico clínico atua?
Em Hospitais de Urgência & Emergência;
Ambulatórios de Unidades de Saúde;
Instituições Geriátricas;
No Atendimento Domiciliar;
Em Farmácias e Drogarias.
Quais são as diferenças entre o farmacêutico clínico e o farmacêutico dispensador?
Confira no vídeo abaixo uma explicação prática sobre as diferenças entre essas duas formas de atuação, com foco em farmácias e drogarias.
O que o Farmacêutico Clínico faz na prática?
De acordo com a Resolução CFF 585/2013, o farmacêutico clínico pode atuar:
No cuidado à saúde, nos âmbitos individual e coletivo (Art. n° 7);
Na comunicação e educação em saúde (Art. n° 8);
Na gestão da prática, produção e aplicação do conhecimento (Art. n° 9).
Dentro da Farmácia Clínica, o profissional de saúde pode prestar os seguintes serviços:
- Rastreamento em saúde;
- Consulta farmacêutica;
- Conciliação de medicamentos;
- Revisão da farmacoterapia;
- Acompanhamento farmacoterapêutico;
- Gestão da condição de saúde.
A seguir, vamos aprofundar cada uma das áreas:
1. Rastreamento em saúde
É o serviço da farmácia clínica voltado a pessoas assintomáticas, com objetivo de detectar riscos e alterações de saúde que podem sugerir uma doença.
Um exemplo é a avaliação da glicemia capilar e do risco de diabetes, que pode revelar um paciente com Diabetes mellitus que não sabia que tinha a doença. Assim, o farmacêutico pode encaminhá-lo ao médico, caso necessário.
Nos Estados Unidos, redes de farmácias investem em grandes feiras de saúde, focadas na oferta de testes de saúde e detecção rápida de doenças. Esses eventos geram tráfego e promovem a venda de produtos e serviços.
2. Consulta farmacêutica
O paciente traz uma queixa, sinais e sintomas que poderiam ser tratados na farmácia.
Assim, o farmacêutico pode, nesses casos, recomendar, prescrever medicamentos que não exigem receita médica, bem como medidas não farmacológicas, e encaminhar o paciente ao médico nos casos mais graves.
Inclusive, este serviço é uma forma eficaz de melhorar a experiência de compra de um MIP na sua farmácia.
3. Conciliação de medicamentos
Você sabia que perto de 1 a cada 5 idosos são re-hospitalizados nos 30 dias após a alta, sendo mais da metade desses internamentos evitáveis, e 66% são relacionados a problemas com os medicamentos?
Este serviço da Farmácia Clínica é pensado para pacientes que receberam alta hospitalar recente.
Muitas vezes o paciente se confunde com prescrições de vários médicos diferentes e não sabe quais medicamentos deve continuar a tomar depois que sai do hospital.
Conciliar significa checar todas as prescrições e detectar discrepâncias que precisam ser resolvidas e orientar o paciente sobre a forma correta de tomar os medicamentos.
4. Revisão da farmacoterapia
De acordo com o CFF, ocorrem entre 1,2 a 3,2 milhões de internações por problemas ligados a medicamentos, sendo que 70% dos eventos são considerados evitáveis.
A revisão da medicação pode evitar que as internações ocorram, promovendo a adesão aos medicamentos. Nas farmácias, é o serviço mais prestado, sendo uma espécie de checkup dos medicamentos.
Como a revisão da farmacoterapia é feita?
O farmacêutico pede ao paciente que leve os medicamentos para a farmácia e faz, durante a consulta, uma revisão detalhada com ele sobre cada tratamento.
Tira dúvidas, resolve problemas, orienta o paciente e promove adesão ao tratamento. Também pode fazer recomendações de mudanças ao médico e encaminhar o paciente.
O produto deste serviço da farmácia clínica costuma ser uma lista precisa dos medicamentos que o paciente deve seguir utilizando. Esta revisão resolve problemas da terapêutica e previne consultas e hospitalizações não previstas.
5. Acompanhamento farmacoterapêutico
O acompanhamento se inicia por uma consulta de revisão clínica da farmacoterapia, com um olhar mais voltado aos resultados do tratamento. Em seguida o farmacêutico trabalha com o paciente em um plano de cuidado e organiza consultas de retorno.
Diferentemente dos serviços anteriores, o acompanhamento farmacoterapêutico permite um relacionamento mais longo e longitudinal entre o paciente e o farmacêutico.
6. Gestão da condição de saúde
Também é chamado de gestão da doença. Neste serviço, o profissional atende e acompanha o paciente, mas focado em uma doença específica, como o diabetes, a hipertensão ou a hiperlipidemia.
Diferente do acompanhamento farmacoterapêutico em que a avaliação é mais global e generalista. O serviço de gestão da doença é importante porque pode melhorar a capacidade do paciente em cuidar melhor da sua condição, num enfoque para o autocuidado apoiado.
Vários desses serviços farmacêuticos têm sido implementados por farmácias e drogarias de todo país, pois representam um diferencial competitivo importante e uma nova fonte de receitas para as farmácias.
Confira mais sobre os serviços farmacêuticos aqui.