O Sistema de Informações de Crédito (SCR) é um instrumento que vem sendo utilizado e aperfeiçoado desde 1997 pelo Banco Central do Brasil (BACEN), criado pelo Sistema Monetário Nacional (SFN) e administrado pelo BACEN para acompanhar as carteiras de crédito das instituições financeiras.
O SCR, que substituiu a Central de Risco de Crédito, tem dois objetivos principais:
- reforçar os mecanismos de supervisão bancária, para aumentar a eficácia de avaliação de riscos; e
- auxiliar a gestão das carteiras de crédito com impactos positivos na diminuição dos índices de inadimplência.
O acesso às informações contidas no SCR pode ser feito pelas instituições financeiras participantes do sistema, pelos tomadores de empréstimos e financiamentos e pelas áreas especializadas do BACEN. Para as instituições financeiras, é necessária a autorização expressa dos clientes.
É importante que nossos clientes saibam:
- Os integrantes do SFN devem obter autorização prévia do cliente/proponente para acessar as suas informações no SCR.
- As informações apresentadas no SCR referem-se ao saldo contábil das operações de crédito no último dia de cada mês.
- Eventuais solicitações de correções, exclusões, manifestações de discordância e registro de medidas judiciais quanto às informações constantes do SCR deverão ser dirigidas ao integrante do SFN que encaminhou a operação ao SCR, por meio de requerimento escrito e fundamentado e, quando for o caso, acompanhado da decisão judicial.
Os bancos são responsáveis pelo encaminhamento sistemático de dados sobre as operações de crédito. Caso você necessite de esclarecimentos ou correção de transação informada pelo banco, fale conosco pela nossa central de atendimento (//www.andbank.com/brasil/contato/).
Esclarecimentos adicionais ou consulta às informações em seu nome no SCR, poderão ser obtidos no BACEN, em uma de suas unidades, na central de atendimento ao público ou no pelo site www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/scr.
Aprenda a investir
- Equipe Toro Investimentos
- Atualizado: 19/07/2022
- 14 min de leitura
- 79 comentários
Já imaginou como a vida seria difícil sem os bancos? Para começar, nem usaríamos dinheiro e voltaríamos a realizar trocas de bens, o escambo. Ou seja, nada prático. Para que o mercado financeiro funcione adequadamente, é preciso que o sistema todo seja regulado. É isso que faz o Banco Central do Brasil.
Desde a quantia de dinheiro circulando na economia às tarifas cobradas pelos bancos, tudo que envolve as operações monetárias, de crédito e cambiais passa pelo Banco Central, que também é conhecido por aqui como Bacen, BC ou BCB.
Continue lendo e entenda melhor o funcionamento dessa importante estrutura do Sistema Financeiro. Saiba também como utilizar dados divulgados pelo Banco Central no seu dia a dia e confira, ainda, algumas curiosidades sobre o BC.
O que é Banco Central do Brasil (Bacen)
O Banco Central é uma autarquia autônoma, ou seja, uma entidade que exerce suas funções com autonomia, sem subordinação a outro órgão do poder público. Criado em 1964, o Bacen é a instituição responsável por garantir a estabilidade econômica do país, por meio da manutenção do poder de compra da moeda e da regulação do sistema financeiro.
Qualquer instituição financeira depende da autorização do BCB para funcionar e está sujeita às suas fiscalizações.
Sem essa atuação forte no sistema financeiro, seria inviável estabelecer relações econômicas equilibradas. Por exemplo, os bancos comerciais estão sujeitos a algumas regras. É claro que eles têm liberdade para estabelecer condições de oferta de produtos. Entretanto, estão limitados pelas determinações do Banco Central, que são adotadas para assegurar direitos aos cidadãos, além de uma concorrência justa entre as empresas do setor.
Assim, alguns serviços bancários devem ser gratuitos aos correntistas, como o fornecimento de cartão de débito, compensação de cheques, entre outros. Esse é só um exemplo da importância da regulação do sistema financeiro no nosso dia a dia.
Instituições financeiras especializadas em investimento, as conhecidas corretoras de valores, também precisam ser autorizadas e fiscalizadas pelo Banco Central. É por isso que investir nessas instituições, muitas vezes, envolvem as mesmas garantias de segurança do que qualquer banco.
Principais funções do Banco Central do Brasil
Outras atividades do Bacen também geram reflexo no nosso bolso, só que nem sempre percebemos isso de forma tão evidente. Você sabia que uma das principais funções do Banco Central é controlar a inflação? Pois é, vamos explicar melhor como isso funciona a seguir.
O Banco Central do Brasil (BCB) é responsável por regular e supervisionar todo o Sistema Financeiro Nacional (SFN). Essa é uma responsabilidade enorme e que tem reflexos imediatos nas nossas vidas, influenciando em fatores como preços, crédito e negociações em moedas estrangeiras.
Segundo o Bacen, sua missão é: assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda e um sistema financeiro sólido e eficiente.
O BCB atua fortemente no controle da inflação. Isso é possível graças à regulação na quantidade de dinheiro que circula no país. A lógica é a de que muito dinheiro na economia estimula o consumo, o que, por sua vez, eleva os preços, já que a demanda para compras pode superar a produção.
Entra em jogo, portanto, a tal da lei da oferta e da procura. Quando há mais pessoas dispostas a comprar, mas a quantidade ofertada é baixa, os preços sobem. Do contrário, quando a oferta é muito superior à demanda de consumo, os preços caem.
Vale lembrar também que quando há uma elevação significativa na cotação do dólar, que é a principal moeda estrangeira negociada no Brasil, pode haver reflexos no preço de produtos e insumos importados. É por isso que a condução das políticas monetária, cambial e de crédito ficam sob responsabilidade do Banco Central.
Além disso, há uma série de outras atribuições que a instituição deve cumprir, como:
- Controlar o mercado de crédito.
- Habilitar e fiscalizar instituições financeiras.
- Emitir papel-moeda e moeda metálica.
Conheça serviços oferecidos pelo Banco Central
O Banco Central atua, ainda, como uma importante fonte de informação. Por meio dos levantamentos feitos pelo órgão, é possível conferir dados de mercado, como a cotação do dólar e a taxa de juros praticada pelos bancos e instituições financeiras, bem como as tarifas bancárias. Veja quais são os dados fornecidos:
Taxas de câmbio
A área “taxas de câmbio”, no site do BC, oferece os seguintes serviços:
- Conversão de moeda: nessa área, o usuário pode converter valores entre moedas do mundo todo, considerando a cotação de uma data específica.
- Cotações e boletins: fornece cotações e boletins informativos de diferentes moedas de acordo com o período que se quer pesquisar.
- Dólar Americano: apresenta a cotação de fechamento do dólar americano, para compra e para venda na data da consulta.
- Paridades em relação ao euro: expõe a paridade do euro em relação às moedas europeias.
- Tabela de moedas: reúne informações sobre moedas de diferentes países.
- Todas as moedas: permite consultar a cotação diária de todas as moedas.
Taxas de juros
Na área “taxas de juros”, é possível fazer uma série de pesquisas sobre as práticas do mercado de crédito. Para pessoas físicas, estão disponíveis dados sobre taxas prefixadas relativas a operações envolvendo:
- Aquisição de bens e veículos
- Cartão de crédito
- Cheque especial
- Crédito pessoal
- Crédito pessoal consignado
- Desconto de cheques
- Financiamento imobiliário
- Leasing de veículos
Em relação as taxas pós-fixadas, também são disponibilizadas as taxas praticadas para pessoas físicas no financiamento imobiliário pós-fixado.
Para pessoas jurídicas, os dados abrangem, tanto para taxas pré e pós-fixadas, sobretudo: antecipação de recebíveis, capital de giro, cheque especial, desconto de cheques e de duplicatas.
As definições de taxa de juros do BCB afetam diretamente o desempenho de diversos investimentos. Se você deseja aproveitar o mercado de renda fixa, é preciso ter atenção nesse ponto.
Tarifas bancárias
Quanto às tarifas bancárias, o Bacen orienta quais são os serviços que obrigatoriamente devem ser oferecidos pelos bancos, considerando os seguintes critérios:
- Serviços gratuitos e pacotes padronizados de serviços.
- Valores mínimos, máximos e médios por tarifa bancária.
- Instituições e respectivas tarifas bancárias.
- Relação das tarifas em ordem decrescente de valores.
- Dados sobre tarifas bancárias.
Calculadora do Cidadão
Outro serviço prático para o dia a dia de qualquer pessoa é a Calculadora do Cidadão. Para os usuários, a ferramenta, que é muito conhecida como a calculadora da Poupança ou simulador de Poupança, realiza uma série de outros cálculos, como:
- Resultado de aplicação com depósitos regulares: quando você aplica mensalmente uma quantia de dinheiro, sendo que irá render uma determinada taxa de juros.
- Valor futuro de capital: quando você quer saber o valor futuro de uma única aplicação, considerando uma certa taxa de juros.
- Correção de valores: quando você quer saber a correção de um valor por determinada taxa, como Poupança, TR, SELIC, CDI ou algum índice de preço (IGPM, IPCA e etc).
- Simulação de financiamento com prestações fixas: quando você quer saber quantos meses serão necessários para quitar o financiamento, ou qual o melhor valor de prestação a pagar, para determinada de taxa de juros e valor financiado.
- Cartão de crédito: quando você quer saber qual o melhor jeito de quitar sua dívida de cartão de crédito, através do parcelamento da fatura ou adquirindo outro tipo de crédito para paga-la na totalidade.
Saiba como ingressar no Banco Central (BC)
Ingressar no Banco Central é o sonho de muitas pessoas que querem entrar no serviço público. Para chegar lá, é preciso muito preparo para vencer a forte concorrência. Os concursos realizados pelo órgão não são frequentes. Entre 2002 e 2013 foram 7 seleções.
A remuneração, claro, é um dos atrativos. As funções no BC se dividem entre 3 carreiras. Confira as remunerações (vigente a partir de janeiro de 2017):
Técnico do Banco Central do Brasil
- Escolaridade: nível médio.
- Remuneração inicial: R$6.424,57.
Analista do Banco Central do Brasil
- Escolaridade: nível superior.
- Remuneração inicial: R$16.933,64.
Procurador do Banco Central do Brasil
- Escolaridade: nível superior.
- Remuneração inicial: R$19.197,67.
O cargo de analista requer ensino superior em qualquer área, o de técnico formação em nível médio e o procurador é exclusivo para quem se formou em Direito. Fácil? De maneira alguma. O conteúdo cobrado na prova é muito rigoroso.
Para analista, por exemplo, o conhecimento básico exigido foi: Língua Portuguesa; Língua Inglesa; Raciocínio Lógico; Direito Constitucional; Direito Administrativo; Economia; Sistema Financeiro Nacional e Sistema de Pagamentos Brasileiro.
Veja a lista de presidentes do Banco Central do Brasil
Ao todo, o Banco Central do Brasil teve 26 presidentes, sendo 8 durante a Ditadura Militar e 18 durante a Nova República. Confira o nome dos presidentes e o seu tempo de atuação, na tabela abaixo:
Ditadura Militar (5a República) | ||||
Nº | Nome | Início | Fim | Presidente |
1 | Dênio Chagas Nogueira | 12 de abril de 1965 | 21 de março de 1967 | Castelo Branco |
2 | Rui Aguiar da Silva Leme | 31 de março de 1967 | 12 de fevereiro de 1968 | Costa e Silva |
- | Ari Burguer (interino*) | 8 de fevereiro de 1968 | 20 de fevereiro de 1968 | Costa e Silva |
3 | Ernane Galvêas | 21 de fevereiro de 1968 | 31 de agosto de 1969 | Costa e Silva |
3 | Ernane Galvêas | 31 de agosto de 1969 | 30 de outubro de 1969 | Junta Governativa Provisória de 1969 |
4 | Paulo Hortêncio Pereira Lira | 15 de março de 1974 | 14 de março de 1979 | Ernesto Geisel |
5 | Carlos Brandão | 15 de março de 1979 | 17 de agosto de 1979 | João Figueiredo |
6 | Ernane Galvêas | 17 de agosto de 1979 | 18 de janeiro de 1980 | João Fiqueiredo |
7 | Carlos Geraldo Langoni | 18 de janeiro de 1980 | 5 de setembro de 1983 | João Fiqueiredo |
8 | Affonso Celso Pastore | 5 de setembro de 1983 | 14 de março de 1985 | João Fiqueiredo |
Nova República (6a República) | ||||
Nº | Nome | Início | Fim | Presidente |
9 | Antônio Carlos Lemgruber | 15 de março de 1985 | 28 de agosto de 1985 | José Sarney |
10 | Fernão Carlos Botelho Bracher | 28 de agosto de 1985 | 11 de fevereiro de 1987 | José Sarney |
11 | Francisco Gros | 1 de fevereiro de 1987 | 30 de abril de 1987 | José Sarney |
- | Lício de Faria (interino) | 30 de abril de 1987 | 4 de maio de 1987 | José Sarney |
12 | Fernando Milliet | 5 de maio de 1987 | 9 de março de 1988 | José Sarney |
13 | Elmo de Araújo Camões | 9 de março de 1988 | 22 de junho de 1989 | José Sarney |
14 | Vadico Valdir Bucchi | 23 de junho de 1989 | 14 de março de 1990 | José Sarney |
15 | Ibrahim Eris | 15 de março de 1990 | 17 de maio de 1991 | Fernando Collor |
16 | Francisco Gros | 17 de maio de 1991 | 16 de novembro de 1992 | Fernando Collor |
17 | Gustavo Loyola | 13 de novembro de 1992 | 29 de março de 1993 | Itamar Franco |
18 | Paulo Ximenes | 26 de março de 1993 | 9 de setembro de 1993 | Itamar Franco |
19 | Pedro Malan | 9 de setembro de 1993 | 31 de dezembro de 1994 | Itamar Franco |
- | Gustavo Franco (interino) | 31 de dezembro de 1994 | 11 de janeiro de 1995 | Itamar Franco |
20 | Pérsio Arida | 11 de janeiro de 1995 | 13 de junho de 1995 | Fernando Henrique Cardoso |
21 | Gustavo Loyola | 13 de junho de 1995 | 20 de agosto de 1997 | Fernando Henrique Cardoso |
22 | Gustavo Franco | 20 de agosto de 1997 | 4 de março de 1999 | Fernando Henrique Cardoso |
23 | Armínio Fraga | 4 de março de 1999 | 1 de janeiro de 2003 | Fernando Henrique Cardoso |
24 | Henrique Meirelles | 1 de janeiro de 2003 | 31 de dezembro de 2010 | Luiz Inácio Lula da Silva |
25 | Alexandre Tombini | 1 de janeiro de 2011 | 9 de junho de 2016 | Dilma Rousseff |
26 | Ilan Goldfajn | 9 de junho de 2016 | - | Michel Temer |
A história do Banco Central do Brasil
Instituições como o Banco Central do Brasil, que têm o papel de regular políticas monetárias, cambiais e de crédito são necessárias em qualquer economia. Afinal de contas, são elas que viabilizam o fluxo de dinheiro no país, regulando movimentos que impactam diretamente no consumo e na produção. No Brasil, essa necessidade acompanhou o desenvolvimento da economia.
Conforme o sistema econômico do país evoluía, a importância da criação de um órgão com poder regulatório aumentava.
Foi isso que levou à criação da Superintendência da Moeda e do Crédito (Sumoc), em 1945. Assim, iniciava-se a preparação para o surgimento do Banco Central do Brasil, o que só ocorreria quase 20 anos depois, em 1964.
O Sumoc foi um passo intermediário na evolução regulatória do mercado financeiro. Nas suas duas décadas de atuação, orientou a política de câmbio no país, controlou o sistema monetário, atuou no combate à inflação e fortaleceu as bases que resultariam na criação do BCB.
O Banco Central, como conhecemos hoje, é resultado da Constituição Federal de 1988, que estabeleceu mecanismos de funcionamento do órgão, determinando, inclusive, como deve ser conduzido o processo de indicação do presidente e diretores da instituição.
Entenda sobre o assalto ao Banco Central em Fortaleza
Prepare a pipoca, porque o Bacen também tem suas histórias cinematográficas. O furto ao caixa forte da instituição, localizado em Fortaleza, é conhecido como o maior roubo a banco no Brasil. Com um plano audacioso, a quadrilha conseguiu levar quase R$165 milhões em dinheiro vivo (equivalente a 3,5 toneladas em cédulas). O roubo aconteceu em um fim de semana, entre os dias 6 e 7 de agosto de 2005.
Depois de planejar a ação por cerca de 3 meses, os ladrões conseguiram invadir o cofre. O roubo só foi constatado na segunda-feira, dando tempo para que os envolvidos conseguissem levar o dinheiro e distribuí-lo. Até hoje, menos de um terço do valor foi recuperado. As investigações constataram que 36 pessoas estiveram envolvidas no roubo, das quais 26 foram presas.
O maior roubo a banco do Brasil deu origem ao filme "Assalto ao Banco Central" de 2011, dirigido por Marcos Paulo.
Tecnicamente, o fato não pode ser considerado um assalto já que não houve abordagem a vítimas. Mas não há dúvida de que a história é interessante e até hoje gera curiosidade.
Independentemente de virar filme ou não, a atuação do Banco Central do Brasil tem efeito significativo no nosso dia a dia. Pode servir, inclusive, como fonte de informações para você na hora de tomar decisões importantes de investimento.
Artigos relacionados:
- Entenda o rendimento da Poupança
- Como investir no Tesouro Direto
- Como investir na Bolsa de Valores