Banho no leito: uma prática de cuidado na enfermagem na visão de acadêmicos de enfermagem
Luciara Fabiane Sebold, Silvana Silveira Kempfer, Marta Lenise Prado, Telma Elisa Carraro, Caroline Pozza Morales
Resumo
Objetivo: Conhecer a experiência de aprendizado dos acadêmicos de enfermagem na realização do banho no leito relatados em portfólio reflexivo desenvolvido na disciplina de Fundamentos para o Cuidado Profissional na Universidade Federal de Santa Catarina. Método: Pesquisa documental de abordagem qualitativa, desenvolvida com acadêmicos de enfermagem. Foram consultados seis portfólios reflexivos dos quais foram retirados os dados relevantes para a pesquisa. A pesquisa foi aprovada pelo comitê de ética da Universidade Federal de Santa Catarina sob o protocolo nº 193/09. Resultados: Três categorias formam o foco da discussão: Reconhecimento da importância do banho no leito; Praticando o banho no leito: simulação em laboratório de enfermagem; Realizando o banho no leito: cenário da prática hospitalar. Conclusão: Através dos relatos podemos observar que os acadêmicos inicialmente não compreendem a dimensão e a importância da realização do banho no leito para a enfermagem, porém com o decorrer do processo de ensino aprendizado tomaram a consciência da importância deste cuidado para a enfermagem e, que este momento configura-se como de cuidado complexo, ultrapassando o aspecto da higiene e constituindo-se em um momento de cuidado integral. Descritores: Higiene pessoal; Cuidados de enfermagem; Educação em enfermagem.
Palavras-chave
Higiene pessoal; Cuidados de enfermagem; Educação em enfermagem.
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DOI: //doi.org/10.5205/1981-8963-v7i10a12252p4162-6168-2013
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INDEXADORES E BASES BIBLIOGRÁFICAS:
Atualizado: 30 de abr. de 2020
Uma das tarefas mais delicadas no dia-a-dia do profissional técnico em enfermagem é dar banhos em pacientes que não têm condições de sair de seus leitos. A técnica de banho no leito consiste num banho que limpa a pele, estimula a circulação,
proporciona um exercício leve e promove conforto. Para a realização do banho , geralmente o técnico de enfermagem precisará de escova de dentes (ou espátula enrolada com gaze), dentrifício, copo descartável com água, toalha, cuba-rim, espátula, luva de procedimentos , dentre outros materiais.
Mesmo quando a situação é grave e o paciente não pode se levantar, o banho está entre os cuidados diários e pode ser dado no leito, afinal, como explica Cristiane Resende, gerente de Enfermagem das Unidades de Terapia Intensiva da Beneficência Portuguesa de São Paulo (SP), é também uma questão de cultura. “Os parentes dos pacientes sempre perguntam: ele não vai tomar banho hoje? Já é algo enraizado no Brasil”, conta.
Mas essa atividade precisa ser muito bem avaliada e planejada pelos enfermeiros para não causar mais danos à saúde do indivíduo. A primeira pergunta é: qual sua situação clínica?
Porque, em algumas situações de gravidade, a higienização completa não é aconselhada. No caso de cirurgias cardíacas, por exemplo, não é recomendado nas primeiras quatro horas após o procedimento.
Cristiane diz que as UTIs mais modernas possuem banheiro com chuveiro, para que o próprio paciente, se possível, possa tomar banho com privacidade, em pé ou sentado. O uso da banheira não é recomendado devido à contaminação da água por sujidades da pele e secreções que podem passar para outras áreas do corpo. Em se tratando de bebês, é preciso desinfetar a banheira com produtos adequados.
O tipo de sabonete também é importante, pois o pH deve estar de acordo com a pele para não retirar a proteção natural e abrir caminho para infecções. São indicados os sabonetes neutros líquidos ou toalhas com soluções umectantes. Relacionado à temperatura ambiente nas UTIs, o ideal é manter entre 21°C e 24°C.
A gerente de Enfermagem lista os principais cuidados que os profissionais precisam ter para executar essa atividade:
– Técnica: o banho deve obedecer ao sentido cefalocaudal, deixando para a última etapa as partes íntimas e a região anal.
– Risco de hipotermia: evitar que o paciente permaneça exposto a baixas temperaturas, por isso todo o processo deve ser feito no máximo em 20 minutos, pois o frio pode ser prejudicial ao quadro clínico.
– Risco de infecções: deve-se usar materiais de uso individual, preferencialmente produtos descartáveis. Nunca reutilizar a água da bacia que esteja com sujidade de substâncias orgânicas para lavar outra parte do corpo.
– Dispositivos: o profissional precisa atentar-se a cateteres, drenos, sondas e cânulas de intubação inseridos no paciente, principalmente na UTI, para não movê-los ou retirá-los na hora da higienização.
– Instabilidade da respiração: o enfermeiro deve avaliar as condições respiratórias associadas ao exame de raios-X do tórax do paciente, para saber se ele possui atelectasia ou infiltrado pulmonar difuso. Os que tiverem essas alterações devem ser mobilizados durante o banho sempre do lado contrário ao pulmão comprometido.
– Risco de quedas: é importante realizar a avaliação das condições psicomotoras do paciente, como agitação, confusão mental, nível de sedação e superfície corpórea. O paciente necessita estar calmo e a equipe assistencial preparada para não realizar movimentos bruscos e garantir a movimentação do paciente com segurança (atenção especial aos obesos). As camas devem ter travas nas rodas e grades para diminuir o risco de queda.
Estão disponíveis no mercado equipamentos portáteis para facilitar o banho no leito, que possuem reservatório para água e sabonete, controle da temperatura da água e funcionam com energia elétrica.
A seguir, hospitais detalham o processo de higienização dos pacientes com mobilidade reduzida e os diferenciais oferecidos a eles e aos seus acompanhantes para garantir conforto e bem-estar durante a estada na instituição.
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