A descoberta gerou uma revolução na comunidade científica e no uso de elementos radioativos
Antoine Henri Becquerel é o responsável pelos estudos que, em 1896, um ano após a descoberta dos raios X, puderam revelar que o urânio emitia radiação. Sua descoberta influenciou pesquisas sobre os efeitos da radioatividade e suas contribuições para a humanidade. Natural de Paris, Becquerel nasceu em 1852 em uma família de cientistas. Seu avô, Antoine César, foi um dos fundadores da eletroquímica, e seu pai realizou estudos sobre a luz e o fenômeno da fosforescência.
Após o anúncio da descoberta dos raios X, feita por Wilhelm Röntgen, Becquerel se dedicou a pesquisas sobre a relação entre a absorção de radiação e a emissão de fosforescência em certos compostos de urânio. Após perceber que, mesmo sem necessidade de radiação solar, o sal de urânio era capaz de penetrar e imprimir imagens em chapas fotográficas, o cientista chegou à conclusão de que o elemento produzia radiação. Com a descoberta, Becquerel ganhou, juntamente com o casal Pierre e Marie Curie, o Prêmio Nobel de Física em 1903, anos antes de sua morte.
A descoberta de Becquerel abriu caminho para que o poder da radiação e as técnicas nucleares fossem aproveitadas em benefício da humanidade. Hoje, além de possibilitar o diagnóstico e o tratamento de doenças, o uso controlado de radiação é um aliado essencial na segurança e no controle de portos e aeroportos. A radiação pode ser aplicada também na indústria, na agricultura, na tecnologia e em outros campos da ciência.