Por que o narrador afirma que a pátria de Policarpo Quaresma era um mito?

Quiz educativo!
Perguntas tiradas de provas do VESTIBULAR.
Ps: resposta em negrito.

1. (UNIVEST) Triste Fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, é

a) a narrativa da vida e morte de um funcionário humilde conformado com a realidade social do seu tempo.
b) uma autobiografia em que a personagem-título expõe sua insatisfação com relação a burocracia carioca.
c) o relato das aventuras de um nacionalista ingênuo e fanático que lidera um grupo de oposição no início da República.
d) um livro de memórias em que o personagem-título, através de um artifício narrativo, conta as atribulações de sua vida até a hora da morte.
e) a história de um nacionalista fanático que, quixotescamente, tenta resolver sozinho os males sociais de seu tempo.

2. (PUC) Da personagem que dá título ao romance Triste Fim de Policarpo Quaresma, podemos afirmar que

a) foi um nacionalista extremado, mas nunca estudou com afinco as coisas brasileiras.
b) perpetrou seu suicídio, porque se sentia decepcionado com a realidade brasileira.
c) defendeu os valores nacionais, brigou por eles a vida toda e foi condenado à morte injustamente por valores que defendia.
d) foi considerado traidor da pátria, porque participou da conspiração contra Floriano Peixoto.
e) era um louco e, por isso, não foi levado a sério pelas pessoas que o cercavam.

3. (FUVEST) No romance Triste Fim de Policarpo Quaresma, o nacionalismo exaltado e delirante da personagem principal motiva seu engajamento em três diferentes projetos, que objetivam “reformar” o país. Esses projetos visam, sucessivamente, aos seguintes setores da vida nacional:

a) escolar, agrícola e militar;
b) lingüístico, industrial, e militar;
c) cultural, agrícola e político;
d) lingüístico, político e militar;
e) cultura, industrial e político.

4. (PUC) Associe as obras pré-modernistas (primeira coluna) aos respectivos fragmentos a elaspertencentes (segunda coluna).

I. Triste Fim de Policarpo Quaresma (Lima Barreto)
II. Os Sertões (Euclides da Cunha)
III. Lendas do Sul (Simões Lopes Neto)

( ) “Canudos não se rendeu. Exemplo único emtoda a história, resistiu até o esgotamento completo. Expugnado palmo a palmo, na precisão integral do termo, caiu no dia 5, ao entardecer, quando caíram os seus últimosdefensores, que todos morreram.”
( ) “Foi assim e por isso que os homens, quando pela primeira vez viram a boiguaçu tão demudada, não a conheceram mais. Não conheceram e julgando que era outra, muito outra, chamam-na desde então de boitatá cobra de fogo, boitatá, a boitatá!”
( ) “Desde moço, aí pelos vinte anos, o amor da Pátria tomou-o todo inteiro. (...) estudou a Pátria, nas suas riquezas naturais, na sua história, na sua geografia, na sua literatura e na sua política.”

A seqüência correta, de cima para baixo, na segunda coluna, é

a) II – III – I
b) III – II – I
c) I – II – III
d) II – I – III
e) I – III – II

5. (UFF) No final do romance Triste fim de Policarpo Quaresma, o personagem Quaresma adota uma postura crítica em relação ao nacionalismo que ele adotara no texto II (questão anterior).

Assinale a alternativa em que esta postura crítica aparece:

a) "Nada de ambições políticas ou administra-tivas; o que Quaresma pensou, ou melhor: o que o patriotismo o fez pensar, foi um conhecimento inteiro do Brasil, (...) para depois então apontar os remédios, as medidas progressivas, com pleno conhecimento de causa."
b) "E o que não deixara de ver, de gozar, fruir, na sua vida? Tudo. Não brincara, não pandegara, não amara – todo esse lado da existência que parece fugir um pouco à sua tristeza necessária, ele não vira, ele não provara, ele não experimentara."
c) "É preconceito supor-se que todo esse lado da existência que parece fugir um pouco à sua tristeza necessária, ele não vira, ele não provara, ele não experimentara."
d) "A pátria que quisera ter era um mito; era um fantasma criado por ele no silêncio de seu gabinete. Nem a física, nem a moral, nem a intelectual, nem a política que julgava existir, havia."
e) "Policarpo era patriota. Desde moço, aí pelos vinte anos, o amor da pátria tomou-o todo inteiro."

1.(UFBA) Como no dia seguinte fosse passear ao roçado do padrinho, aproveitou a ocasião para interrogar a respeito o tagarela Felizardo.[…] Olga encontrou o camarada cá embaixo, cortando a machado as madeiras mais grossas; Anastácio estava no alto, na orla do mato, juntando, a ancinho, as folhas caídas.

Ela lhe falou.

— Bons dias, “sá dona”.

— Então trabalha-se muito, Felizardo?

— O que se pode.

— Estive ontem no Carico, bonito lugar… Onde é que você mora, Felizardo?

— É doutra banda, na estrada da vila.

— É grande o sítio de você?

— Tem alguma terra, sim senhora, “sá dona”.

— Você por que não planta para você?

— “Quá sá dona!” O que é que a gente come?

— O que plantar ou aquilo que a plantação der em dinheiro.

— “Sá dona tá” pensando uma coisa e a coisa é outra. Enquanto planta cresce, e então? “Quá, sá dona”, não é assim.

[…]

— Terra não é nossa… E “frumiga”? … Nós não “tem” ferramenta… isso é bom para

italiano ou “alemão”, que governo dá tudo… Governo não gosta de nós…

[…]

Ela voltou querendo afastar do espírito aquele desacordo que o camarada indicara, mas não pôde. Era certo. […]LIMA BARRETO, A. H. Triste fim de Policarpo Quaresma. São Paulo: Ática, 1996. p. 103.

O diálogo entre Olga e o afrodescendente Felizardo — extraído de uma narrativa

ambientada no final do século XIX, durante o governo de Floriano Peixoto, — revela, a partir do que diz Felizardo, uma concepção de Brasil e dos programas sociais do governo da época, o que contrasta com a visão utópica de Quaresma. O filme “A invenção do Brasil”, de Guel Arraes, projeta também uma concepção de Brasil.

Com base na leitura do livro de Lima Barreto e no enredo do filme citado, faça um comentário sobre os três pontos de vista em questão, utilizando sua reflexão sobre a realidade brasileira. Aponte diferenças e semelhanças e justifique sua resposta.

RESPOSTA:

No romance “O Triste Fim de Policarpo Quaresma”, percebe-se a visão idílica do personagem Quaresma sobre o Brasil, alimentada pela leitura de obras passadas que difundiram uma imagem da terra que “em se plantando tudo dá”, onde haveria harmonia e paz social. Nesse contexto, a fala de Felizardo é reveladora de uma outra realidade, marcada pela injustiça social, em que os programas de governo visam ao favorecimento da mão-de-obra de origem europeia. Além disso, Felizardo chama a atenção para aspectos problemáticos da terra: as pragas naturais e a falta de ferramentas e recursos financeiros.

A narrativa fílmica “A Invenção do Brasil” constitui-se como uma paródia das relações entre Portugal e Brasil difundidas pela história oficial. No filme, o português Diogo se transforma através do contato com a terra e seus nativos, com destaque para a índia Paraguaçu e sua irmã Moema, o que permite afirmar que Diogo se integra aos costumes aborígines. O filme reinventa a história da descoberta do país pelos portugueses, em forma de paródia, e mostra uma imagem da terra deslumbrante, maravilhosa, cheia de riquezas naturais, logo uma visão paradisíaca, boa para o comércio de ouro, pau-brasil etc.

2. (FUVEST) No capítulo “O Boqueirão”, de TRISTE FIM DE POLICARPO QUARESMA, a personagem principal vive uma experiência decisiva, que faz mudar radicalmente seu ponto de vista quanto ao processo de consolidação do regime republicano no Brasil.
a) Descreva essa mudança de ponto de vista pelo qual passou Quaresma.
b) Aponte, no capítulo citado, a experiência decisiva que determinou essa mudança e identifique o que tal experiência veio revelar à personagem.
RESPOSTA:

a) Quaresma discorda dos excessos repressivos do regime de Floriano.
b) O seu ferimento em batalha revelou-lhe a inutilidade do seu idealismo diante dos mesquinhos jogos políticos.

3. (UFU) Sobre “Triste fim de Policarpo Quaresma”, Alfredo Bosi faz a seguinte afirmação:
tem Policarpo algo de quixotesco, e o romancista soube explorar os efeitos cômicos que todo quixotismo deve fatalmente produzir, ao lado do patético que fatalmente acompanha a boa-fé desarmada.
“História concisa da literatura brasileira”.
Com base em “Triste fim de Policarpo Quaresma”, cite e comente:
a) dois efeitos cômicos.
b) dois efeitos patéticos (trágicos).
RESPOSTAS:

a) Cômico:
1. Após ter sugerido à Assembleia Legislativa republicana a adoção do Tupi como língua oficial – e ser motivo de chacota de toda a imprensa e dos colegas de repartição.
2. Policarpo recebe a afilhada e o compadre aos prantos.
b) Policarpo redige, distraído, um documento oficial na língua Tupi e termina, após uma elipse temporal, internado num manicômio.

4. (UNICAMP) O trecho a seguir, escolhido por Lima Barreto como epígrafe para introduzir sua obra, TRISTE FIM DE POLICARPO QUARESMA, comenta o confronto entre o ideal e o real:
“O grande inconveniente da vida real e o que a torna insuportável ao homem superior é que, se transportamos para ela os princípios do ideal, as qualidades passam a ser defeitos, de tal modo que, na maioria das vezes, o homem íntegro não consegue se sair tão bem quanto aquele que tem por estímulo o egoísmo ou a rotina vulgar.”  (Renanm Marc-Aurele)
a) Cite dois episódios do livro em que o comportamento idealista de Policarpo é ridicularizado por outras personagens.
b) Considerando-se a epígrafe citada, como pode ser analisada a trajetória de Policarpo Quaresma?

RESPOSTAS

a) A sugestão de tornar o tupi-guarani língua oficial do Brasil e a adoção de hábitos indígenas.
b) Policarpo parte do ideal e choca-se com o real, que o consome.

5. (UFV) Por qual razão o narrador de “Triste Fim de Policarpo Quaresma” chega à conclusão de que “a pátria que [o protagonista] quisera ter era um mito”?

RESPOSTA:

Policarpo sonhou com uma pátria criada em seu gabinete, um mito. Fica desiludido por não conseguir realizar as reformas radicais em seu país

6. (FUVEST) “O seu último truque intelectual era este do clássico. (…) O processo era simples: escrevia de modo comum, com as palavras e o jeito de hoje, em seguida invertia as orações, picava o período com vírgulas e substituía incomodar por molestar, ao redor por derredor, isto por isto, quão grande ou tão grande por quamanho, sarapintava tudo de ao invés, empós, e assim obtinha o seu estilo clássico que começava a causar admiração aos seus pares e ao público geral.”
a) O fato de Armando Borges escrever em “estilo clássico” reforça a caracterização da personagem. Por quê? Justifique sua resposta.
b) De que maneira esse “estilo clássico” se contrapõe à linguagem do romance “Triste fim de Policarpo Quaresma”?

RESPOSTA:

a)Porque ele é mau-caráter, vive de enganar os outros, apropriando-se de artigos médicos alheios.
b) O romance tem uma linguagem coloquial, que se afasta da erudição pedante da personagem.

7. (UFU) Leia o fragmento seguinte, da obra “Triste fim de Policarpo Quaresma”, de Lima Barreto.
“O preto considerava um instante, como se estivesse recebendo as últimas comunicações do que não se vê nem se percebe, e dizia com a sua majestade de africano:
Vô vê, nhãnhã… Tô crotando mandinga…
Ela e o general tinham assistido à cerimônia e o amor de pais e também esse fundo de superstição que há em todos nós, levavam a olhá-lo com respeito, quase com fé.
Então foi feitiço que fizeram à minha filha? perguntava a senhora.
Foi, sim, nhãnhã..
Quem?
Santo não qué dizê.”
a) Contextualize esse fragmento no enredo de “Triste fim de Policarpo Quaresma”.
b) Por meio desta passagem, estabeleça relações da obra com o modernismo brasileiro.

RESPOSTAS:

a) Valorizar e respeitar a cultura nacional.
b) Valorização das crenças, cultura, linguagem populares.

8. (UNIFESP) Durante os lazeres burocráticos, estudou, mas estudou a Pátria, nas suas riquezas naturais, na sua história, na sua geografia, na sua literatura e na sua política. Quaresma sabia as espécies de minerais, vegetais e animais que o Brasil continha; sabia o valor do ouro, dos diamantes exportados por Minas, as guerras holandesas, as batalhas do Paraguai, as nascentes e o curso de todos os rios. (…) Havia um ano a esta parte que se dedicava ao tupi-guarani. Todas as manhãs, antes que a “Aurora com seus dedos rosados abrisse caminho ao louro Febo”, ele se atracava até ao almoço com o Montoya, Arte y diccionario de la lengua guarani ó más bien tupi, e estudava o jargão caboclo com afinco e paixão. Na repartição, os pequenos empregados, amanuenses e escreventes, tendo notícia desse seu estudo do idioma tupiniquim, deram não se sabe por que em chamá-lo – Ubirajara. Certa vez, o escrevente Azevedo, ao assinar o ponto, distraído, sem reparar quem lhe estava às costas, disse em tom chocarreiro: “Você já viu que hoje o Ubirajara está tardando?” Quaresma era considerado no Arsenal: a sua idade, a sua ilustração, a modéstia e honestidade do seu viver impunham-no ao respeito de todos. Sentindo que a alcunha lhe era dirigida, não perdeu a dignidade, não prorrompeu em doestos e insultos. Endireitou- se, consertou o seu pince-nez, levantou o dedo indicador no ar e respondeu: — Senhor Azevedo, não seja leviano. Não queira levar ao ridículo aqueles que trabalham em silêncio, para a grandeza e a emancipação da Pátria. Vocabulário: amanuenses: escreventes; doestos: injúrias. (Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto) Examine a frase: Havia um ano a esta parte que se dedicava ao tupi-guarani.

a) No conjunto da obra, que relação há entre nacionalismo e o estudo de tupi-guarani?

b) Quanto ao sentido, explique o emprego da forma verbal dedicava e justifique sua resposta com uma expressão presente no texto.

RESPOSTA:

a) Policarpo Quaresma defendia a ideia de que no Brasil se deveria falar o tupi-guarani, a língua dos nativos. O português, segundo ele, era uma língua importada, estrangeira. Portanto, o estudo do idioma indígena era uma expressão de seu nacionalismo xenofóbico.

b) O uso do pretérito imperfeito indica uma ação que se iniciou no passado e não foi concluída. “Todas as manhãs (…) ele se atracava até ao almoço (…) e estudava o jargão caboclo com afinco e paixão” (a ação se prolonga, é continuada, não se interrompe).

9. (UNCISAL )   Triste Fim de Policarpo Quaresma lançado em 1911, é considerado uma das obras mais significativas do Pré-Modernismo brasileiro.

Nesse contexto, constata-se que

a)empreende uma crítica impiedosa aos costumes da sociedade carioca do começo do século X ao preconceito racial sofrido pelos praticantes da capoeira.

b)oferece, especialmente nas passagens em que Policarpo sugere a mudança do idioma brasileiro para o Tupi, uma visão baseada na vasta experiência de Lima Barreto como professor de línguas indígenas no Amazonas.

c)dialoga diretamente com Cubas, romance de Machado de Assis, em que Brás Cubas também propõe uma mudança no idioma nacional, quando consegue ser eleito deputado.

d) opera, por meio das ideias extravagantes do Major Quaresma, uma problematização da ideia de nacionalidade, antecipando procedimentos críticos que seriam radicalizados depois da Semana de 22.

e)é o relato autobiográfico de Lima Barreto, uma vez que o escritor, assim como Policarpo Quaresma, a num hospício depois de diversas tentativas de fazer as pessoas se conscientizarem das riquezas nacionais.

10. (PUC-RS) Para responder à questão, leia o excerto a seguir.

“Como de hábito, Policarpo Quaresma, mais conhecido por Major Quaresma, bateu em casa às quatro e quinze da tarde. Havia mais de vinte anos que isso acontecia (…). Vivendo em casa própria e tendo outros rendimentos além do seu ordenado, o Major Quaresma podia levar um trem de vida superior aos seus recursos burocráticos, gozando, por parte da vizinhança, da consideração e respeito de homem abastado. Não recebia ninguém, vivia num isolamento monacal, embora fosse cortês com os vizinhos que o julgavam esquisito e misantropo (…)”.

Esse trecho alude a um personagem solitário e visionário, um dos mais representativos da Literatura Brasileira.

Quem é o autor que criou este personagem?

a) Monteiro Lobato.

b) Joaquim Manuel de Macedo.

c) Manuel Antônio de Almeida.

d) Machado de Assis.

e) Lima Barreto

11. (UNCISAL ) Os subúrbios do Rio de Janeiro são a mais curiosa coisa em matéria de edificação de cidade. A topografia do local, caprichosamente montuosa, influiu decerto para tal aspecto, mais influíram, porém, os azares das construções. Nada mais irregular, mais caprichoso, mais sem plano qualquer, pode ser imaginado. As casas surgiam como se fossem semeadas ao vento e, conforme as casas, as ruas se fizeram. Há algumas delas que começam largas como boulevares e acabam estreitas que nem vielas; dão voltas, circuitos inúteis e parecem fugir ao alinhamento reto com um ódio tenaz e sagrado.

Às vezes se sucedem na mesma direção com uma frequência irritante, outras se afastam, e deixam de permeio um longo intervalo coeso e fechado de casas. Num trecho, há casas amontoadas umas sobre outras numa angústia de espaço desoladora, logo adiante um vasto campo abre ao nosso olhar uma ampla perspectiva.

Marcham assim ao acaso as edificações e conseguintemente o arruamento. Há casas de todos os gostos e construídas de todas as formas.

Vai-se por uma rua a ver um correr de chalets, de porta e janela, parede de frontal, humildes e acanhados, de repente se nos depara uma casa burguesa, dessas de compoteiras na cimalha rendilhada, a se erguer sobre um porão alto com mezaninos gradeados. Passada essa surpresa, olha-se acolá e dá-se com uma choupana de pau-a-pique, coberta de zinco ou mesmo palha, em torno da qual formiga uma população; adiante, é uma velha casa de roça, com varanda e colunas de estilo pouco classificável, que parece vexada a querer ocultar-se, diante daquela onda de edifícios disparatados e novos. BARRETO, Lima. Triste Fim de Policarpo Quaresma. São Paulo: Ateliê Editorial, 2001. (Fragmento).

O texto acima apresenta, como características da escrita de Lima Barreto,

a) a análise da Guerra de Canudos e o otimismo acerca do futuro da nação.

b) o nacionalismo ufanista e a tematização da escravidão indígena e africana.

c) o uso de uma linguagem rebuscada e o tema da loucura nas classes menos abastadas.

d) o olhar para a realidade social do país e a opção por uma linguagem não rebuscada.

e) a predileção por figuras de linguagem que expressam contraste e o nacionalismo ufanista.

12. (UFRGS ) Considere as seguintes afirmações a respeito do romance “O Triste Fim de Policarpo Quaresma”, de Lima Barreto.

I – O protagonista não compreende bem o mundo em que vive, passando da ingênua crença no idealismo dos homens, vistos como capazes de construir um Brasil melhor, para o desencanto melancólico em relação às instituições e às suas escolhas pessoais.

II – Quaresma é condenado à morte, porque ofendeu moralmente o presidente da República, quando este não analisou suas propostas de reforma rural, nem atendeu às suas reivindicações.

III – No romance, são introduzidos personagens representativos do subúrbio do Rio de Janeiro, como Ricardo Coração dos Outros, com a sua fala popular e expressões típicas do brasileiro da época.

Quais estão corretas?

a) Apenas I.

b) Apenas I e II.

c) Apenas I e III.

d) Apenas II e III.

e) I, Il e III.

13. (PUC-MG) O título da obra de Lima Barreto, TRISTE FIM DE POLICARPO QUARESMA, antecipa ao leitor sobre o protagonista:
a) a indiferença com que passou a lidar com a pátria.
b) o fim de vida em um hospício no qual o enclausuraram.
c) a sua morte terrível motivada pela loucura.
d) o seu final dramático determinado pela sua trajetória de vida.
e) a sua trajetória de vida reveladora de um destino trágico.

14. (UNEMAT)  Leia as afirmações abaixo sobre o romance Triste fim de Policarpo Quaresma.

I. O romance está estruturado em 3 partes que formam um painel da realidade brasileira do período republicano.

II. Para hostilizar abertamente o estilo parnasiano e a linguagem clássica, Lima Barreto utiliza-se da personagem Maria Rita, uma preta velha que morava em Benfica.

III. O requerimento de Policarpo Quaresma pretende que o tupi-guarani seja a língua oficial e nacional do povo brasileiro, em substituição à língua portuguesa.

IV. A personagem Ricardo Coração dos Outros representa o artista alienado que produz obra desvinculada da realidade.

Assinale a alternativa correta.

a. Apenas I e II estão corretas.

b. Apenas I, II e IV estão corretas.

c. Apenas I, III e IV estão corretas.

d. Apenas II e III estão corretas.

e. Todas estão corretas.

15. (ENEM )

Desde dezoito anos que o tal patriotismo lhe absorvia e por ele fizera a tolice de estudar inutilidades. O que lhe importavam os rios? Eram grandes? Pois que fossem… Em que lhe contribuía para a felicidade saber o nome dos heróis do Brasil? Em nada… O importante e que ele tivesse sido feliz. Foi? Não. Lembrou-se das coisas do tupi, do folclore, das suas tentativas agrícolas… Restava disso tudo em sua alma uma satisfação? Nenhuma! Nenhuma!

O tupi encontrou a incredulidade geral, o riso, a mofa, o escárnio; e levou-o à loucura. Uma decepção. E a agricultura? Nada. As terras não eram ferazes e ela não era fácil como diziam os livros. Outra decepção. E, quando o seu patriotismo se fizera combatente, o que achara? Decepções. Onde estava a doçura de nossa gente? Pois ele a viu combater como feras? Pois não a via matar prisioneiros, inúmeros? Outra decepção. A sua vida era uma decepção, uma série, melhor, um encadeamento de decepções.

A pátria que quisera ter era um mito; um fantasma criado por ele no silêncio de seu gabinete. BARRETO, L. Triste fim de Policarpo Quaresma. Disponível em: //www.dominiopubIico.gov.br. Acesso em: 8 nov. 2011.

O romance Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, foi publicado em 1911. No fragmento destacado, a reação do personagem aos desdobramentos de suas iniciativas patrióticas evidencia que

a) A dedicação de Policarpo Quaresma ao conhecimento da natureza brasileira levou-o a estudar inutilidades, mas possibilitou-lhe uma visão mais ampla do país.

b) A curiosidade em relação aos heróis da pátria levou-o ao ideal de prosperidade e democracia que o personagem encontra no contexto republicano.

c) A construção de uma pátria a partir de elementos míticos, como a cordialidade do povo, a riqueza do solo e a pureza linguística, conduz ã frustração ideológica.

d) A propensão do brasileiro ao riso, ao escárnio, justifica a reação de decepção e desistência de Policarpo Quaresma, que prefere resguardar-se em seu gabinete.

e) A certeza da fertilidade da terra e da produção agrícola incondicional faz parte de um projeto ideológico salvacionista, tal como foi difundido na época do autor.

16. (PUC-MG) Assinale o aspecto que se refere à obra “Triste fim de Policarpo Quaresma”.

a) linguagem rebuscada.

b) criticidade.

c) distanciamento da realidade.

d) determinismo.

e) visão idealizada do mundo.

17. (UNEMAT)  No romance Triste fim de Policarpo Quaresma, Lima Barreto torna caricatural o nacionalismo ingênuo e ufanista através do Major Policarpo Quaresma. Nesse sentido o autor realiza:

a. uma representação das conquistas utópicas do Major.

b. uma crítica bem humorada dos acontecimentos históricos e políticos durante a fase de instalação da República.

c. o ridículo da reivindicação do Major de tornar oficial a língua portuguesa.

d. a presença de senso crítico do Major levando suas ideias à vitória.

e. uma versão brasileira do protagonista bem sucedido.

18. (FEI) Leia com atenção:
“Data de 1915 a publicação de “Triste Fim de Policarpo Quaresma”, romance de grande densidade critica e carregado de uma visão agressiva e realista que, entre outras coisas, retrata a vida no subúrbio carioca, através de uma linguagem rica de comunicações e de recursos expressivos”.
O autor desse romance é:
a) Monteiro Lobato
b) Euclides da Cunha
c) Graça Aranha
d) Alcântara Machado
e) Lima Barreto

19. (UFU) Considere os trechos a seguir:
No final de “Triste fim de Policarpo Quaresma”, o Major Quaresma está preso na Ilha das Cobras. Ali ele lembra que há cem anos, naquele mesmo lugar, “homens generosos e ilustres estiveram presos por quererem melhorar o estado de coisas de seu tempo”.
“Onde estariam eles? Sobre o Ricardo Coração dos Outros, tão simples e tão inocente na sua mania de violão, ele não poria mais os olhos? Era tão bom que o pudesse, para mandar à sua irmã o último recado, ao preto Anastácio um adeus, à sua afilhada um abraço! Nunca mais vê-los-ia, nunca!
E ele chorou um pouco”.
Lima Barreto, “Triste fim de Policarpo Quaresma”.

“Que diversas que são, Marília, as horas,
Que passo na masmorra imunda, e feia,
Dessas horas felizes, já passadas
Na tua pátria aldeia!”
Tomás Antônio Gonzaga, “Marília de Dirceu”.
Tendo em vista os textos apresentados, e os contextos em que estão inseridos, marque a alternativa correta.
a) Os versos do poeta e o pensamento de Quaresma mostram a solidão experimentada no cárcere, mas poeta e personagem sentem-se reconfortados com a lembrança das pessoas queridas.
b) A História registra que, por sua postura política, o poeta Gonzaga foi julgado e condenado ao exílio em Moçambique. Quanto à personagem Quaresma, “que não tinha crime algum”, não seria ouvida nem julgada, mas executada sumariamente.
c) Durante toda a sua vida, Quaresma amou a pátria e lutou por ela. Neste momento, seu choro ainda é um testemunho desse amor ardoroso e da crença que o acompanha até a sua morte.
d) Na iminência da morte, Quaresma ainda quer fazer alguma coisa pela pátria, o que seria possível se ele se encontrasse com Ricardo. Por sua vez, o poeta Gonzaga fala a Marília que, se estivesse em Vila Rica, também retomaria seus ideais políticos.

20. (PUC) Associe as obras pré-modernistas (primeira coluna) aos respectivos fragmentos a elas pertencentes (segunda coluna).
I. Triste Fim de Policarpo Quaresma (Lima Barreto) II. Os Sertões (Euclides da Cunha)
III. Lendas do Sul (Simões Lopes Neto)
( ) “Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a história, resistiu até o esgotamento completo. Expugnado palmo a palmo, na precisão integral do termo, caiu no dia 5, ao entardecer, quando caíram os seus últimos defensores, que todos morreram.”
( ) “Foi assim e por isso que os homens, quando pela primeira vez viram a boiguaçu tão demudada, não a conheceram mais. Não conheceram e julgando que era outra, muito outra, chamam-na desde então de boitatá cobra de fogo, boitatá, a boitatá!”
( ) “Desde moço, aí pelos vinte anos, o amor da Pátria tomou-o todo inteiro. (…) estudou a Pátria, nas suas riquezas naturais, na sua história, na sua geografia, na sua literatura e na sua política.”
A sequência correta, de cima para baixo, na segunda coluna, é
a) II – III – I
b) III – II – I
c) I – II – III
d) II – I – III
e) I – III – II

21. (UFV) “Triste Fim de Policarpo Quaresma”, como narrativa datada, tem certamente um lugar de destaque na Literatura Brasileira. A respeito da obra, somente é CORRETO deduzir que:
a) representa os problemas que são da sociedade brasileira como um todo mas que, através do jogo ficcional e pela dramatização particular, apontam para sentidos muito mais precisos porque recontextualizados e focalizados pelo olhar atento e crítico do sujeito narrador.
b) revitaliza o indianismo romântico uma vez que o protagonista não mede esforços para implantar o tupi-guarani como língua oficial do país, além de defender o restabelecimento de outros costumes, a exemplo dos rituais de encontro e despedida.
c) utiliza uma técnica de narração verdadeiramente inovadora, pela pluralidade das vozes narrativas, pelo dinamismo do ritmo das ações e pela incorporação do monólogo interior.
d) rejeita as tentativas de pseudo-objetividade do movimento pós-romântico e investe numa dicção plena de sugestões e de atmosferas, em que o registro dos fatos é apenas pano de fundo para a crise individual que é posta em cena.
e) apresenta uma revisão conceitual de todas as temáticas até então exploradas, especialmente aquelas cuja maior manifestação se deu no Romantismo, quais sejam o amor e a morte.

22. (UNEMAT)  Leia o texto.

“À proporção que falava, mais Quaresma se entusiasmava. Ele não podia ver bem a fisionomia do ditador, encoberto agora como lhe restava o rosto pelas abas do chapéu de feltro; mas, se a visse, teria de esfriar, pois havia na sua máscara sinais do aborrecimento mais mortal. Aquele falatório de Quaresma, aquele apelo à legislação, a medidas governamentais, iam mover-lhe o pensamento, por mais que não quisesse. O presidente aborrecia-se.

Num dado momento disse:

– Mas, pensa você, Quaresma, que eu hei de por a enxada na mão de cada um desses vadios?! Não havia exército que chegasse… Quaresma espantou-se, titubeou, mas retorquiu:

– Mas, não é isso, Marechal. Vossa Excelência, com o seu prestígio e poder, está capaz

de favorecer, com medidas enérgicas e adequadas, o aparecimento de iniciativas, de encaminhar o trabalho, de favorecê-lo e torná-lo remunerador… Bastava, por exemplo…

[…]

Floriano já ouvia Quaresma muito aborrecido. O bonde chegou; ele se despediu do Major, dizendo com aquela sua placidez de voz:

– Você, Quaresma, é um visionário…” (p.128)

Do texto acima, depreende-se que a personagem Policarpo Quaresma é:

a. corrompível, sempre disposto a se vender em qualquer oportunidade.

b. desiludido, quase sempre indiferente aos acontecimentos em volta.

c. quixotesco, em busca de projetos ideais e abstratos para problemas reais.

d. psicótico, conduzindo ao extremo as soluções drásticas dos problemas.

e. apático, preocupado apenas com os livros e as artes.

23. (UNIVEST) Triste Fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, é

a) a narrativa da vida e morte de um funcionário humilde conformado com a realidade social do seu tempo.

b) uma autobiografia em que a personagem-título expõe sua insatisfação com relação a burocracia carioca.

c) o relato das aventuras de um nacionalista ingênuo e fanático que lidera um grupo de oposição no início da República.

d) um livro de memórias em que o personagem-título, através de um artifício narrativo, conta as atribulações de sua vida até a hora da morte.

e) a história de um nacionalista fanático que, quixotescamente, tenta resolver sozinho os males sociais de seu tempo.

24. (UFRS) Considere as seguintes afirmações sobre “O Triste Fim de Policarpo Quaresma”, de Lima Barreto.
I – Na primeira parte, o autor apresenta um funcionário público exemplar, um patriota e um nacionalista obcecado.
II – Na segunda parte, Policarpo está no campo, dedicando-se à lavoura nas terras férteis do país, mas as saúvas põem fim ao seu projeto.
III – Na terceira parte, em que prevalece a sátira política, Policarpo rebela-se contra a República e o militarismo, acabando preso e condenado à morte.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas I e III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.

25. (UNEMAT)  Sobre Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, pode-se afirmar:

a. É um poema épico que conta a história de Marechal Floriano.

b. É uma narrativa de ficção que conta a história de Brás Cubas.

c. É um livro de memórias escrito por Riobaldo Tatarana.

d. É um conto que narra a história de amor de Olga e Marechal Floriano.

e. É um romance em que é narrada a história de um brasileiro visionário.

26. (PUC-MG) Sobre a obra “Triste fim de Policarpo Quaresma”, é INCORRETO afirmar que:
a) mantém em sequência o plano ideológico romântico, tratado humoristicamente.
b) reflete a tendência da época pré-modernista de inconformismo e renovação.
c) expõe um cenário urbano, com tipos peculiares do cotidiano.
d) indica ruptura no plano estético, pois apresenta linguagem inovadora.
e) retrata a postura do autor de observador da realidade.

27. (UPF ) Em Triste fim de Policarpo Quaresma, a personagem principal, nos instantes que antecedem sua morte, conclui que todos os seus projetos haviam resultado em sucessivas decepções e que a pátria que idealizara não existia. Nesses momentos, __________ do protagonista e ___________ do narrador é que propiciam ao leitor a possibilidade de tomar conhecimento de tais conclusões.

A alternativa que completa corretamente as lacunas do texto anterior é:

a) o ufanismo – a onisciência

b) o patriotismo – a onisciência

c) a tristeza – o ufanismo

d) a tristeza – o patriotismo

e) a reflexão – a onisciência

28. (UFV) A respeito de “Triste Fim de Policarpo Quaresma”, de Lima Barreto, SOMENTE podemos concluir que:
a) é uma NARRATIVA MODERNISTA, na qual se enfatiza a crítica ao nacionalismo romântico pelo constrangimento por que passa o protagonista devido às suas obstinadas ideias de igualdade, liberdade e fraternidade.
b) é um ROMANCE DE TESE, nos moldes do Realismo-Naturalismo, no qual o autor tenta demonstrar que no Brasil da Primeira República não havia lugar para visionários do tipo de Policarpo Quaresma.
c) é uma SÁTIRA SOCIAL, com predomínio de situações cômicas e nítida intenção de ridicularizar o protagonista e atacar as instituições.
d) é uma NARRATIVA DE TRANSIÇÃO, importante enquanto denúncia veemente das mazelas sociais e políticas da época, sintetizadas em bacharelismo e coronelismo, embora contenha alguns defeitos de estrutura e de linguagem.
e) é um ROMANCE PSICOLÓGICO pela valorização do tom intimista, no qual narrador e protagonista praticamente se confundem, num jogo todo próprio, construído em semitons e matizes.

29. (PUC) O autor de Triste Fim de Policarpo Quaresma é um pré-modernista e aborda em seus romances a vida simples dos pobres e dos mestiços. Reveste seu texto com a linguagem descontraída dos menos privilegiados socialmente.
O autor descrito acima é:
a) Euclides da Cunha
b) Graça Aranha
c) Manuel Bandeira
d) Lima Barreto
e) Graciliano Ramos

30. (UNEMAT)  Assinale a alternativa correta com relação ao romance de Lima Barreto, considerando que, em Triste fim de Policarpo Quaresma, a tragédia do protagonista está relacionada à/ao:

a. falta de caráter de Policarpo.

b. conluio político do protagonista com o marechal Floriano Peixoto.

c. discordância de Policarpo quanto à realidade política brasileira.

d. relação amorosa impossível com a recatada Olga.

e. defesa dos vícios políticos e ideológicos do país.

31. (UFU) Leia o trecho seguinte, de “Triste fim de Policarpo Quaresma”, que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.
“- Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac – conhecem? – quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac. A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (…)
– (…) vou cantar a Promessa, conhecem?
– Não – disseram os dois irmãos.
– Oh! Anda por aí como as “Pombas” do Raimundo.”
Lima Barreto. “Triste fim de Policarpo Quaresma”.
Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.
a) Olavo Bilac e Raimundo Correia deram vazão à sensibilidade pessoal, evitando como compromisso único o esmero técnico e produziram uma poesia lírica amorosa e sensual (Olavo Bilac), marcada por uma certa inquietação filosófica (Raimundo Correia).
b) Bilac (Olavo Bilac), Raimundo (Raimundo Correia) e Alberto de Oliveira formaram a “tríade parnasiana” da literatura brasileira, escrevendo uma poesia de grande qualidade técnica, que concebia a atividade poética como a habilidade no manejo do verso.
c) O Parnasianismo, pela supervalorização da linguagem preciosa, pela busca da palavra exata, do emprego da rima rica e da métrica perfeita, foi um estilo literário de curta duração que se restringiu à elite literária do Rio de Janeiro.
d) Assim como Ricardo, que deseja “a palavra que o violão pede”, Lima Barreto acreditava que a linguagem literária clássica, formal, não era adequada para o tipo de literatura que produzia: marcada pela visão crítica, pela objetividade da denúncia, pela simplicidade comunicativa.

32. (UFRS) Considere as seguintes afirmações a respeito do romance “O Triste Fim de Policarpo Quaresma”, de Lima Barreto.  
I – O protagonista não compreende bem o mundo em que vive, passando da ingênua crença no idealismo dos homens, vistos como capazes de construir um Brasil melhor, para o desencanto melancólico em relação às instituições e às suas escolhas pessoais.
II – Quaresma é condenado à morte, porque ofendeu moralmente o presidente da República, quando este não analisou suas propostas de reforma rural, nem atendeu às suas reivindicações.
III – No romance, são introduzidos personagens representativos do subúrbio do Rio de Janeiro, como Ricardo Coração dos Outros, com a sua fala popular e expressões típicas do brasileiro da época.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas I e II.
c) Apenas I e III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.

33. (PUC-MG) Antônio Cândido, em sua obra “Formação da literatura brasileira”, ao escrever sobre Romantismo, considera que, nesse estilo, o patriotismo se aponta ao escritor como estímulo e dever. Com efeito, a literatura foi considerada parcela dum esforço construtivo mais amplo, denotando o intuito de contribuir para a grandeza da nação. Manteve-se durante todo o Romantismo este senso de dever patriótico, que levava os escritores não apenas a cantar a sua terra, mas a considerar as suas obras como contribuição ao progresso. Acrescenta ainda três elementos românticos nacionalistas: desejo de exprimir uma nova ordem de sentimentos, agora reputados de primeiro plano, como o orgulho patriótico, extensão do antigo nativismo, desejo de criar uma literatura independente, diversa, não apenas uma literatura, (…); a noção já referida de atividade intelectual não mais apenas como prova de valor do brasileiro e esclarecimento mental do país, mas tarefa patriótica de construção nacional”
A obra de Lima Barreto, TRISTE FIM DE POLICARPO QUARESMA,
a) é romântica e exemplifica as palavras de Antônio Cândido, já que seu protagonista se comporta como um romântico.
b) não é romântica e contraria as palavras de Antônio Cândido, à medida que as atitudes do protagonista vão se revestindo de heroísmo romântico.
c) não é romântica e contradiz as palavras de Antônio Cândido, tendo em vista que o protagonista acaba por se submeter a uma visão antinacionalista e, portanto, antirromântica.
d) é romântica e ratifica as palavras de Antônio Cândido, porque o orgulho patriótico-romântico do protagonista encontra lugar de ação no decorrer da narrativa.
e) opõe-se ao Romantismo e não retrata as palavras de Antônio Cândido, pois ironiza as posturas nacionalistas românticas através do protagonista.

34. (UFPR) “E era agora que ele [Policarpo Quaresma] chegava a essa conclusão, depois de ter sofrido a miséria da cidade e o emasculamento da repartição pública, durante tanto tempo! Chegara tarde, mas não a ponto de que não pudesse antes da morte, travar conhecimento com a doce vida campestre e a feracidade das terras brasileiras.(…)
E ele viu então diante dos seus olhos as laranjeiras, em flor, olentes, muito brancas, a se enfileirar pelas encostas das colinas, como teorias de noivas; os abacateiros, de troncos rugosos, a sopesar com esforço os grandes pomos verdes; as jabuticabas negras a estalar dos caules rijos; os abacaxis coroados que nem reis, recebendo a unção quente do sol; as abobreiras a se arrastarem com flores carnudas cheias de pólen; as melancias de um verde tão fixo que parecia pintado; os pêssegos veludosos, as jacas monstruosas, os jambos, as mangas capitosas;…”
A respeito do romance TRISTE FIM DE POLICARPO QUARESMA, de Lima Barreto, do qual foi transcrito o trecho anterior, é correto afirmar:
(01) Narrador e protagonista, elementos que se fundem ao longo do romance, concluem que as melhores alternativas para a construção de um projeto nacional estariam no ambiente interiorano e numa economia de base agrícola.
(02) O mesmo patriotismo exaltado que conduzira Quaresma às suas experiências no campo é responsável, mais adiante, pelo abandono abrupto de seus projetos rurais.
(04) Este trecho integra a segunda parte do romance, que corresponde à empreitada do protagonista no campo, antecedida pelo malogro reformista experimentado na seção inicial e seguida por seu “triste fim” nos desdobramentos de seu retorno ao Rio de Janeiro.
(08) O preciosismo vocabular e a acumulação descritiva que marcam o parágrafo final do trecho citado são reveladores das influências parnasianas que marcam o estilo de Lima Barreto.
(16) A técnica do romance confessional, onde a narrativa é construída através da rememoração de experiências do próprio protagonista, pode ser assinalada como uma das inovações desta obra de Lima Barreto, procedimento que só voltaria a ser exercitado em nossa literatura pelos autores modernistas.
SOMA:
  02 + 04 = 06

35. (ENEM) A sua concepção de governo [do Marechal Floriano Peixoto] não era o despotismo, nem a democracia, nem a aristocracia; era a de uma tirania doméstica. O bebê portou-se mal, castiga-se. Levada a coisa ao grande o portar-se mal era fazer-lhe oposição, ter opiniões contrárias às suas e o castigo não eram mais palmadas, sim, porém, prisão e morte. Não há dinheiro no tesouro; ponham-se as notas recolhidas em circulação, assim como se faz em casa quando chegam visitas e a sopa é pouca: põe-se mais água. (BARRETO, L. Triste fim de Policarpo Quaresma. São Paulo: Brasiliense, 1956)

A obra literária de Lima Barreto faz uma crítica incisiva ao período da Primeira República no Brasil. No fragmento do romance Triste fim de Policarpo Quaresma, a expressão “tirania doméstica”, como concepção do governo florianista, significa que:

a)o regime político era omisso e elitista.

b) a visão política de governo era infantilizada.

c) o presidente empregava seus parentes no governo.

d) o modelo de ação política e econômica era patriarcal.

e) o presidente assumiu a imagem populista de pai da nação

36. (UFU ) “Que lhe importavam os rios? Eram grandes? Pois que fossem… Em que lhe contribuiria para a felicidade saber o nome dos heróis do Brasil? Em nada… O importante é que ele tivesse sido feliz. Foi? Não. Lembrou-se das suas coisas de tupi, do folclore, das suas tentativas agrícolas… Restava disso tudo em sua alma uma satisfação? Nenhuma! Nenhuma! O tupi encontrou a incredulidade geral, o riso, a mofa, o escárnio; e levou-o à loucura. Uma decepção. E a agricultura? Nada. As terras não eram ferazes e ela não era fácil como diziam os livros. Outra decepção. E, quando o seu patriotismo se fizera combatente, o que achara? Decepções. Onde estava a doçura de nossa gente? Pois ele não a viu combater como feras? Pois não a via matar prisioneiros, inúmeros? Outra decepção. A sua vida era uma decepção, uma série, melhor, um encadeamento de decepções.”

(Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma).

Verifica-se que:

a) O trecho mostra que em todos os momentos de sua vida, Quaresma preocupou-se com o bem coletivo. Mas, neste momento, ele pensa em si próprio e vê que é um homem abandonado, incompreendido, injustiçado. Toda a sua dedicação à pátria não lhe deu felicidade nenhuma: é um homem só e decepcionado.

b) O trecho foi extraído do 1º capítulo do romance em questão, que introduz o major Quaresma em seu sítio, fazendo uma reflexão de sua vida passada. A partir daí, em tempo psicológico, a narrativa resgata os episódios marcantes da vida de Quaresma envolvido na consolidação de seus projetos nacionalistas.

c) Este trecho mostra que em todos os momentos de sua vida, Quaresma agiu como um cidadão nacionalista, envolvido, sobretudo, com o bem da pátria. Em sua reflexão fica claro que, mesmo após sua vida ter sido “um encadeamento de decepções”, ele, o indivíduo, não se importa.

d) Nas últimas linhas do trecho acima há a afirmação de que “A sua vida era uma decepção, uma série, melhor, um encadeamento de decepções”. A última grande decepção de Quaresma, dentro de seu projeto de mostrar que o Brasil era uma nação viável e grandiosa, foi descobrir que o rio Amazonas era menor que o rio Nilo.

37. (PUC-SP)  “Iria morrer, quem sabe naquela noite mesmo? E que tinha ele feito de sua vida? nada. Levara toda ela atrás da miragem de estudar a pátria, por amá-la e querê-la muito bem, no intuito de contribuir para a sua felicidade e prosperidade. Gastara a sua mocidade nisso, a sua virilidade também; e, agora que estava na velhice, como ela o recompensava, como ela o premiava, como ela o condenava? matando-o. E o que não deixará de ver, de gozar, de fruir, na sua vida? Tudo. Não brincara, não pandegara, não amara – todo esse lado da existência que parece fugir um pouco à sua tristeza necessária, ele não vira, ele não provara, ele não experimentara.

Desde dezoito anos que o tal patriotismo lhe absorvia e por ele fizera a tolice de estudar inutilidades. Que lhe importavam os rios? Eram grandes? Pois se fossem… Em que lhe contribuiria para a felicidade saber o nome dos heróis do Brasil? Em nada… O importante é que ele tivesse sido feliz. Foi? Não. Lembrou-se das suas causas de tupi, do folclore, das suas tentativas agrícolas… Restava disto tudo em sua alma uma sofisticação? Nenhuma! Nenhuma!” (Lima Barreto)

As obras do autor desse trecho integram o período literário chamado Pré-Modernismo. Tal designação para este período se justifica, porque ele:

a) desenvolve temas do nacionalismo e se liga às vanguardas europeias.

b) engloba toda a produção literária que se fez antes do Modernismo.

c) antecipa temática e formalmente as manifestações modernistas.

d) se preocupa com o estudo das raças e das culturas formadoras do nordestino brasileiro.

e) prepara pela irreverência de sua linguagem as conquistas estilísticas do Modernismo.

39. (ITA) Assinale a alternativa que rotula adequadamente o tratamento dado ao elemento indígena, nos romances “O Guarani”, de José de Alencar, e “Triste fim de Policarpo Quaresma”, de Lima Barreto, respectivamente:
a) Nacionalismo exaltado, nacionalismo caricatural.
b) Idolatria nacionalista, derrotismo nacional.
c) Aversão ao colonizador, aversão ao progresso.
d) Aversão ao colonizador, derrotismo nacional.
e) Nacionalismo exaltado, aversão ao progresso.

39. (UFF) No final do romance Triste fim de Policarpo Quaresma, o personagem Quaresma adota uma postura crítica em relação ao nacionalismo que ele adotara no texto II (questão anterior).
Assinale a alternativa em que esta postura crítica aparece:
a) “Nada de ambições políticas ou administra-tivas; o que Quaresma pensou, ou melhor: o que o patriotismo o fez pensar, foi um conhecimento inteiro do Brasil, (…) para depois então apontar os remédios, as medidas progressivas, com pleno conhecimento de causa.”
b) “E o que não deixara de ver, de gozar, fruir, na sua vida? Tudo. Não brincara, não pandegara, não amara – todo esse lado da existência que parece fugir um pouco à sua tristeza necessária, ele não vira, ele não provara, ele não experimentara.”
c) “É preconceito supor-se que todo esse lado da existência que parece fugir um pouco à sua tristeza necessária, ele não vira, ele não provara, ele não experimentara.”
d) “A pátria que quisera ter era um mito; era um fantasma criado por ele no silêncio de seu gabinete. Nem a física, nem a moral, nem a intelectual, nem a política que julgava existir, havia.”
e) “Policarpo era patriota. Desde moço, aí pelos vinte anos, o amor da pátria tomou-o todo inteiro.”

40. (JUIZ DE FORA) O personagem Policarpo Quaresma, do romance de que se transcreveu o trecho (questão anterior), é:

a) venal, sempre disposto a se vender a qualquer aceno;

b) quixotesco, buscando soluções ideais e abstratas para problemas  concretos;

c) desiludido, mantendo-se indiferente a todos os acontecimentos a  sua volta;

d) psicótico, levando ao extremo soluções sangrentas para qualquer problema; preocupado apenas com seus livros, suas músicas e suas danças;

e) apático.

41. (PUC-SP) “Iria morrer, quem sabe naquela noite mesmo? E que tinha ele feito de sua vida? Nada. Levara toda ela atrás da miragem de estudar a pátria, por amá-la e querê-la muito bem, no intuito de contribuir para a sua felicidade e prosperidade. Gastara a sua mocidade nisso, a sua virilidade também; e, agora que estava na velhice, como ela o recompensava, como ela a premiava, como ela o condenava? Matando-o. E o que não deixara de ver, de gozar, de fruir, na sua vida? Tudo. Não brincara, não pandegara, não amara – todo esse lado da existência que parece fugir um pouco à sua tristeza necessária, ele não vira, ele não provara, ele não experimentá-la.Desde dezoito anos que o tal patriotismo lhe absorvia e por ele fizera a tolice de estudar inutilidades. Que lhe importavam os rios? Eram grandes? Pois se fossem… Em que lhe contribuiria para a felicidade saber o nome dos heróis do Brasil? Em nada… O importante é que ele tivesse sido feliz. Foi? Não. Lembrou-se das suas causas de tupi, do folclore, das suas tentativas agrícolas… Restava disto tudo em sua alma uma sofisticação? Nenhuma! Nenhuma!” (Lima Barreto)
O trecho acima pertence ao romance Triste Fim de Policarpo Quaresma. Da personagem que dá título ao romance, podemos afirmar que:
a) foi um nacionalista extremado, mas nunca estudou com afinco as coisas brasileiras.
b) perpetrou seu suicídio, porque se sentia decepcionado com a realidade brasileira.
c) defendeu os valores nacionais, brigou por eles a vida toda e foi condenado à morte justamente pelos valores que defendia.
d) foi considerado traidor da pátria, porque ele participou da conspiração contra Floriano Peixoto.
e) era um louco e, por isso, não foi levado a sério pela pessoas que o cercavam.

42. (FUVEST) No romance Triste Fim de Policarpo Quaresma, o nacionalismo exaltado e delirante da personagem principal motiva seu engajamento em três diferentes projetos, que objetivam “reformar” o país. Esses projetos visam, sucessivamente, aos seguintes setores da vida nacional:
a) escolar, agrícola e militar;
b) linguístico, industrial, e militar;
c) cultural, agrícola e político;
d) linguístico, político e militar;
e) cultura, industrial e político.

43. (UFSM) Analise as afirmações a seguir.
I. Obra que, ambientada no universo do Rio de Janeiro, recupera, em linguagem fluente, cenas cotidianas, tipos de subúrbio, flagrantes da rua e da atividade burocrática.
II. Livro que, composto em prosa fragmentada, tematiza a rejeição a partir da história de uma família de retirantes que vive em pleno agreste.
Assinale a alternativa que identifica, respectivamente, as obras que se referem às afirmações I e II.
a) Clarissa – Vidas Secas
b) A Hora da Estrela – Terras do Sem Fim
c) Triste fim de Policarpo Quaresma – Vidas Secas
d) Verão no Aquário – Terras do Sem Fim
e) A Hora da Estrela – Os Sertões

44. (UFF) TEXTO I
CANÇÃO DO EXÍLIO

Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá;
As aves que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá;

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar – sozinho –, à noite –
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá.

Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu’inda aviste as palmeiras
Onde canta o sabiá.  DIAS, Antônio Gonçalves. Poesia completa e prosa escolhida. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1959, p.103

TEXTO II
Errava quem quisesse encontrar nele qualquer regionalismo; Quaresma era antes de tudo brasileiro. Não tinha predileção por esta ou aquela parte de seu país, tanto assim que aquilo que o fazia vibrar de paixão não eram só os pampas do Sul com seu gado, não era o café de São Paulo, não eram o ouro e os diamantes de Minas, não era a beleza da Guanabara, não era a altura da Paulo Afonso, não era o estro de Gonçalves Dias ou o ímpeto de Andrade Neves – era tudo isso junto, fundido, reunido, sob a bandeira estrelada do Cruzeiro.
Logo aos dezoito anos quis fazer-se militar; mas a junta de saúde julgou-o incapaz. Desgostou-se, sofreu, mas não maldisse a Pátria. O ministério era liberal, ele se fez conservador e continuou mais do que nunca a amar a “terra que o viu nascer.” Impossibilitado de evoluir-se sob os dourados do Exército, procurou a administração e dos seus ramos escolheu o militar.
……………………………………………………………………….
Durante os lazeres burocráticos, estudou, mas estudou a Pátria, nas suas riquezas naturais, na sua história, na sua geografia, na sua literatura e na sua política. Quaresma sabia as espécies de minerais, vegetais e animais, que o Brasil continha; sabia o valor do ouro, dos diamantes exportados por Minas, as guerras holandesas, as batalhas do Paraguai, as nascentes e o curso de todos os rios. Defendia com azedume e paixão a proeminência do Amazonas sobre todos os demais rios do mundo. Para isso ia até ao crime de amputar alguns quilômetros ao Nilo e era com este rival do “seu” rio que ele mais implicava. Ai de quem o citasse na sua frente ! Em geral, calmo e delicado, o major ficava agitado e malcriado, quando se discutia a extensão do Amazonas em face da do Nilo.
BARRETO, Lima. Triste fim de Policarpo Quaresma. In: Três Romances. Rio de Janeiro: Garnier, 1990, p. 17-18
A valorização do nacional, expressa no poema de Gonçalves Dias (texto I) e nas ideias de Quaresma (texto II), é uma característica presente nos seguintes períodos literários:
a) Simbolismo e Modernismo
b) Arcadismo e Romantismo
c) Realismo e Simbolismo
d) Romantismo e Modernismo
e) Barroco e Arcadismo

45. (UNIFRA) Associe corretamente as colunas:

1. O Moço Loiro ( ) …“Raquel tinha a cabeça inclinada para baixo e os olhos fitos no fundo do batel; cedendo a inexplicáveis movimentos de desassossego, suas mãos, que se achavam unidas uma à outra sobre o colo, apertavam-se”.(…) “Dir-se-ia que Raquel tinha n’alma um pensamento doloroso. (…) … Honorina, ao contrário, estava um pouco voltada para fora.”
2. Senhora ( ) …“Aurélia reuniu o cheque e os maços de dinheiro que estavam sobre a mesa.
Este dinheiro é abençoado. Diz o senhor que ele o regenerou, e acaba de o restituir muito a propósito para realizar um pensamento de caridade e servir a outra regeneração.”
3. Dom Casmurro ( ) … “Olga tocou no velho piano de Dona Adelaide; e, antes das onze horas, estavam todos recolhidos. Quaresma chegou a seu quarto, despiu-se, enfiou a camisa de dormir e, deitado, pôs-se a ler um velho elogio das riquezas e opulências do Brasil.”
4. Triste fim de Policarpo Quaresma ( ) …“Capitu estava ao pé do morro fronteiro, voltada para ele, riscando com um prego. O rumor da porta fê-la olhar para trás; ao dar comigo, encostou-se no muro, como se quisesse esconder alguma cousa. Caminhei para ela; naturalmente levava o gesto mudado, porque ela veio a mim, e perguntou-me inquieta: – que é que você tem? (…)”
5. Os Sertões ( ) … “O povoado novo surgia, dentro de algumas, já feito ruínas. Nascia velho. Visto de longe, desdobrado pelas câmeras, atrelando as canhadas, cobrindo área enorme, truncado nas quebradas, revolto nos pendores – tinha o aspecto perfeito de uma cidade cujo solo houvesse sido sacudido e brutalmente dobrado por um terremoto.”

A sequência correta é:

a) 1 – 3 – 4 – 5 – 2.

b) 1 – 4 – 3 – 2 – 5.

c) 4 – 3 – 2 – 1 – 5.

d) 1 – 2 – 3 – 4 – 5.

e) 1 – 2 – 4 – 3 – 5.

46. (UFU) Leia e compare os textos seguintes.
Estou no hospício ou, melhor, em várias dependências dele, desde o dia 25 do mês passado. (…) Eu sou dado ao maravilhoso, ao fantástico, ao hipersensível; nunca, por mais que quisesse, pude ter uma concepção mecânica, rígida do Universo e de nós mesmos. No último, no fim do homem e do mundo, há mistério e eu creio nele. (…) O que há em mim, meu Deus? Loucura? Quem sabe lá? (…) Que dizer da loucura? Mergulhado no meio de quase duas dezenas de loucos, não se tem absolutamente uma impressão geral dela. (Lima Barreto. Diário do hospício)

E essa mudança não começa, não se sente quando começa e quase nunca acaba. Com o seu padrinho, como fora? A princípio, aquele requerimento… mas que era aquilo? Um capricho, uma fantasia, coisa sem importância, uma ideia de velho sem consequência. Depois, aquele ofício? Não tinha importância, uma simples distração, coisa que acontece a cada passo… E enfim? A loucura declarada, a torva e irônica loucura que nos tira a nossa alma e põe uma outra, que nos rebaixa… (Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma)
Assinale a alternativa correta:
a) Sem a experiência pessoal de Lima Barreto sobre a loucura, o autor não teria elementos suficientes para compor sua personagem nem para refletir sobre o tema.
b) Em ambos os textos, os narradores creem que o universo e o homem estão sujeitos a uma ordem suprassensível, misteriosa, que impede a demarcação exata da lucidez e da loucura.
c) Seguindo padrões estabelecidos, a personagem Quaresma pauta-se por uma conduta racional e objetiva, comportamento esse positivista, que a leva à loucura.
d) Ainda que não saiba definir a loucura, Lima Barreto faz uma exaltação dela, por meio de sua vida e da personagem Quaresma.

47. (PUC-RS) Triste fim de Policarpo Quaresma, romance de Lima Barreto publicado em 1911, trata do drama de um velho aposentado que se propõe a salvar o Brasil de suas mazelas sociais. Neste romance, a figura feminina
a) vive uma relação amorosa extremamente sensual com Policarpo.
b) representa o ideal de mulher com que sonha Policarpo.
c) é a personagem que, como amiga de Policarpo, ao término, melhor entende a dinâmica da sociedade.
d) idealiza a vida brasileira e acompanha Policarpo em suas ideias de transformar o País.
e) cria empecilhos, como vilã, para que Policarpo realize seu sonho.

48. (JUIZ DE FORA) Leia atentamente o fragmento de texto abaixo:

“E, bem pensando, mesmo na sua pureza, o que vinha a ser a Pátria? Não teria levado toda a sua vida norteado por uma ilusão, por uma ideia a menos, sem base, sem apoio, por um Deus ou uma Deusa cujo império se esvaía?” (Lima Barreto. Triste Fim de Policarpo Quaresma)

No fragmento transcrito percebe-se:

a) o desdém de Policarpo Quaresma pela ideia de Pátria ou de nação;

b) a recusa de Policarpo em aderir à ideia de patriotismo ou defesa  do país;

c) a intransigência de Policarpo Quaresma em relação aos que  queriam vender a Pátria e os princípios;

d) a consciência de Policarpo a respeito do idealismo abstrato que  sempre o leva à ação;

e) a indecisão de Policarpo Quaresma diante da necessidade de servir  ao governo florianista.

49. (UNESP) Assinale a alternativa que contém, respectivamente: um romance romântico indianista, um romance realista, um romance naturalista, um romance pré-modernista e um romance modernista.
a) O Guarani, O Cortiço, Dom Casmurro, Os Sertões e Memórias Sentimentais de João Ribamar.
b) O Guarani, Memórias Póstumas de Brás Cubas, O Cortiço, Triste Fim de Policarpo Quaresma e Macunaíma.
c) Iracema, A Carne, O Mulato, Quarup e Menino de Engenho.
d) Iracema, O Sertanejo, A Carne, Macunaíma e Urupês.
e) Ubirajara, Memórias Póstumas de Brás Cubas, Luzia-Homem, O Ateneu e Os Sertões.

50. (UFRS) Em TRISTE FIM DE POLICARPO QUARESMA, romance de Lima Barreto, o personagem principal
a) é um funcionário público que, após se retirar para seu sítio, adota hábitos dos índios e pratica rituais de origem africana.
b) é um jornalista que se dispõe a defender, de arma na mão, o governo de Floriano Peixoto contra a revolta da Armada.
c) é um jornalista que, depois da crise que o levou a ser internado em um manicômio, se apaixona por sua sobrinha, Olga.
d) é um funcionário público que, depois de ter cometido um desfalque lesando o tesouro nacional, se retira para seu sítio.
e) é um funcionário público idealista que, embora tenha perdido seu emprego, se dispõe a defender a Pátria e a República.

51. (MACKENZIE) OLGA, RICARDO CORAÇÃO DOS OUTROS, ALBERNAZ e GENELÍCIO são personagens representativos de um romance que apresenta tendências pré-modernistas. Tais personagens são encontrados em:
a) Os Sertões
b) Urupês.
c) Cidades Mortas.
d) A Nova Califórnia.
e) Triste Fim de  Policarpo Quaresma.

52. (UFSM) Sobre a temática de TRISTE FIM DE POLICARPO QUARESMA, de Lima Barreto, é correto afirmar que
a) aborda o nacionalismo de um modo satírico.
b) focaliza o surgimento das festas carnavalescas.
c) propõe o ensino da escrita para os índios.
d) destaca ritos religiosos da quaresma.
e) critica Dom Pedro e a Independência.

53. (UFSC) Em qual(is) proposição(ões) a relação texto, obra e autor está CORRETA?
01. O trecho “Luisinha e Leonardo haviam reatado o antigo namoro; e quem quiser ver coisa de andar depressa é namoro de viúva” pertence à obra MEMÓRIAS DE UM SARGENTO DE MILÍCIAS, de Manoel Antônio de Almeida.
02. O fragmento “O traficante pensou em Cenoura, ele poderia matar Mané Galinha na escama, pressupondo que Galinha conhecesse todo mundo de sua quadrilha e como Sandro morava Lá em Cima, naturalmente Galinha não desconfiaria dele”. Faz parte da obra CIDADE DE DEUS, de Machado de Assis.
04. “Vasco não tirava os olhos do defunto. Sentia os pés presos ao chão, como se tivessem raízes naquele soalho secular do casarão dos Albuquerques. Tinha vontade de gritar:
– João de Deus! João de Deus! Levanta, homem, não vês que assim transtornas tudo, fazes a tua filha sofrer?” refere-se à obra UM LUGAR AO SOL, de Érico Veríssimo.
08. O trecho “Quando Alexandre viu que o susto ia passando, começou a mostrar tudo quanto é cor que o Pavão tinha. Alisava as penas devagar, dizendo que elas eram que nem seda. Seda era coisa que quase ninguém por ali conhecia” pertence à obra A CASA DA MADRINHA, de Deonísio da Silva.
16. O fragmento “Desde dezoito anos que o tal patriotismo lhe absorvia e por ele fizera a tolice de estudar inutilidades. (…) Lembrou-se das suas cousas de tupi, do folclore, das suas tentativas agrícolas…” refere-se à obra TRISTE FIM DE POLICARPO QUARESMA, de Lima Barreto.
32. Nos versos de BROQUÉIS, Cruz e Sousa utiliza partes do corpo humano como personagens em “Braços nervosos / Tentadores serpes / que prendem, tetanizam com os herpes / dos delírios na trêmula coorte”.
SOMA: 01 + 04 + 16 + 32 = 53

54. (UFU) Leia o trecho a seguir e assinale a alternativa correta, considerando o desdobramento deste trecho na narrativa “Triste Fim de Policarpo Quaresma”.
“O que mais a impressionou no passeio foi a miséria geral, a falta de cultivo, a pobreza das casas, o ar triste, abatido da gente pobre. Educada na cidade, ela tinha dos roceiros ideia de que eram felizes, saudáveis e alegres. Havendo tanto barro, tanta água, por que as casas não eram de tijolos e não tinham telhas? […] Por que ao redor dessas casas não havia culturas, uma horta, um pomar? Não seria tão fácil, trabalho de horas? […] Por quê?”
Lima Barreto. “Triste fim de Policarpo Quaresma.”
a) Sobre a falta de cultivo da terra e a consequente miséria, Felizardo explica a Olga que a terra não é deles e que, além do mais, não recebem incentivo por parte do governo, incentivo esse que é fornecido aos colonos estrangeiros.
b) A personagem Olga, mulher progressista e criada na cidade, constata que a miséria e a tristeza dos pobres trabalhadores rurais é fruto da preguiça deles mesmos, uma vez que eles podiam trabalhar e produzir como seu padrinho Quaresma.
c) Por meio de Olga, Lima Barreto defende a mesma postura política de todos os pré-modernistas, em relação ao trabalhador rural. Preguiça, desânimo e falta de iniciativa própria são os fatores responsáveis pelo estado de miséria e abandono desse trabalhador.
d) Durante o passeio, Olga percebe os “latifúndios inúteis e improdutivos” e volta para casa determinada a reverter essa situação deprimente, ajudando seu padrinho a redigir o projeto de melhorias para a agricultura, que seria endereçado a Floriano Peixoto.

55. (UFV) A respeito de “Triste Fim de Policarpo Quaresma”, de Lima Barreto, SOMENTE podemos concluir que:
a) é uma narrativa modernista, na qual se enfatiza a crítica ao nacionalismo romântico pelo constrangimento por que passa o protagonista devido às suas obstinadas ideias de igualdade, liberdade e fraternidade.
b) é um romance de tese, nos moldes do Realismo-Naturalismo, no qual o autor tenta demonstrar que no Brasil da Primeira República não havia lugar para visionários do tipo de Policarpo Quaresma.
c) é uma sátira social, com predomínio de situações cômicas e nítida intenção de ridicularizar o protagonista e atacar as instituições.
d) é uma narrativa de transição, importante enquanto denúncia veemente das mazelas sociais e políticas da época, sintetizadas em bacharelismo e coronelismo, embora contenha alguns defeitos de estrutura e de linguagem.
e) é um romance psicológico pela valorização do tom intimista, no qual narrador e protagonista praticamente se confundem, num jogo todo próprio, construído em semitons e matizes.

(MACKENZIE) Texto para as questões de 56 a 58

De acordo com sua paixão dominante, Quaresma estivera muito tempo a meditar qual seria a expressão poético-musical característica da alma nacional. Consultou historiadores, cronistas e filósofos e adquiriu a certeza que era a modinha acompanhada pelo violão. […] Ricardo vinha justamente dar-lhe lição mas, antes disso, por convite especial do discípulo, ia compartilhar o seu jantar; e fora por isso que o famoso trovador chegou mais cedo à casa do subsecretário.

[…]

E o jantar correu assim, nesse tom. Quaresma exaltando os produtos nacionais: a banha, o toucinho e o arroz; a irmã fazia pequenas objeções e Ricardo dizia: “é, é, não há dúvida” – rolando nas órbitas os olhos pequenos, franzindo a testa diminuta que se sumia no cabelo áspero, forçando muito a sua fisionomia miúda e dura a adquirir uma expressão sincera de delicadeza e satisfação. Acabado o jantar foram ver o jardim. Era uma maravilha; não tinha nem uma flor. Certamente não se podia tomar por tal míseros beijos-de-frade, palmas-de-santa-rita, quaresmas lutulentas, manacás melancólicos e outros belos exemplares dos nossos campos e prados. Como em tudo o mais, o major era em jardinagem essencialmente nacional. Nada de rosas, de crisântemos, de magnólias – flores exóticas; as nossas terras tinham outras mais belas, mais expressivas, mais olentes, como aquelas que ele tinha ali. Lima Barreto, Triste fim de Policarpo Quaresma

Observação – lutulentas: lamacentas

olentes: perfumadas

56. Assinale a alternativa correta.

a) No período que vai da linha 15 a 17, o narrador onisciente, por meio do discurso indireto livre, expressa a opinião do major Quaresma a respeito do jardim.

b) De acordo com o primeiro parágrafo do texto, a coisa mais importante do mundo para o major era a música, a linguagem universal da arte.

c) O narrador manifesta, jocosamente, seu juízo de valor a respeito do jardim do major: Era uma maravilha; não tinha nem uma flor (linhas 14 e 15).

d) Nas linhas 20 e 21, tem-se ponto de vista do narrador acerca da flora brasileira: as nossas terras tinham outras mais belas, mais expressivas, mais olentes.

e) A fala de Ricardo – “é, é, não há dúvida” (linha 10) – confirma a intimidade e a afinidade que existiam entre ele e o major.

57. Considerado o fragmento no contexto da obra do autor, assinale a alternativa correta a respeito desse romance de Lima Barreto.

a) O nacionalismo do major Quaresma é um dos aspectos que comprovam tratar-se de obra romântica, especificamente da primeira geração.

b) Embora apresente linguagem romântica, trata-se de um texto típico do Realismo brasileiro, em que a crítica aos costumes aristocráticos está ironicamente tematizada.

c) A defesa de valores nacionalistas e populares, como a modinha de viola, comprova tratar-se de um romance experimental do Modernismo brasileiro.

d) Trata-se de obra de cunho regionalista, típica da segunda geração modernista brasileira.

e) A perspectiva crítica com que o ideal nacionalista é tratado corresponde a um dos aspectos que filiam a obra ao chamado Pré-Modernismo brasileiro.

58. “No dizer arguto de Oliveira Lima, tem Policarpo algo de quixotesco” (Alfredo Bosi).

Considere as seguintes justificativas para o comentário acima:

I. A figura do major Quaresma é, em várias situações do romance, personagem cômica e, em outras, personagem patética.

II. Devido a seu idealismo exacerbado, Policarpo perde muitas vezes a noção da realidade.

III. O caráter virtuoso e exemplar de Quaresma aproxima-o de outros heróis da literatura brasileira, como, por exemplo, Macunaíma.

Assinale:

a) se as afirmações I, II e III estiverem corretas.

b) se as afirmações I, II e III estiverem incorretas.

c) se apenas as afirmações I e III estiverem corretas.

d) se apenas as afirmações II e III estiverem corretas.

e) se apenas as afirmações I e II estiverem corretas.

59. (MACK) Havia bem dez dias que o Major Quaresma não saía de casa. Estudava os índios. Não fica bem dizer “estudava”, porque já o fizera há tempos (…). Recordava (é melhor dizer assim), afirmava certas noções dos seus estudos anteriores, visto estar organizando um sistema de cerimônias e festas que se baseasse nos costumes dos nossos silvícolas e abrangesse todas as relações sociais. (…) A convicção que sempre tivera de ser o Brasil o primeiro país do mundo e o seu grande amor à pátria eram agora ativos e impeliram-no a grandes cometimentos. Lima Barreto No fragmento anterior,

a) o protagonista, tecendo comentários livremente, apresenta ao leitor ações e intenções da personagem quixotesca.

b) o narrador revela-se preocupado com a precisão ao relatar as ações do protagonista idealizador.

c) o narrador manifesta suas dúvidas quanto aos fatos ocorridos, em virtude de seu desconhecimento do universo focalizado.

d) o narrador-personagem, ao estabelecer paralelo entre o passado e o presente do Major, manifesta sua decepção pela ingenuidade do sonhador.

e) o narrador-personagem anuncia o fim trágico do protagonista e ironiza seu perfil fantasioso e idealista.

Qual o tipo de narrador do livro Triste Fim de Policarpo Quaresma?

Em “Triste Fim de Policarpo Quaresma”, temos uma narração em terceira pessoa, com um narrador onisciente e onipresente. Além disso, o narrador é totalmente imparcial, contando os fatos e deixando a responsabilidade de julgar os acontecimentos e conflitos para o leitor.

Como era a Pátria que Policarpo quisera?

"A Pátria que quisera ter era um mito; era um fantasma criado por ele no silêncio do seu gabinete. Nem a físi- ca, nem a moral, nem a intelectual, nem a política que julgara existir, havia.

O que a obra Policarpo Quaresma quis retratar para o Brasil?

Essa obra narra a história do major Quaresma, um homem cujo patriotismo exagerado só lhe causa problemas. Ele tem a ideia de tornar o tupi-guarani a língua oficial do Brasil e se dedica à agricultura nacional, mas é vencido pelas formigas saúvas.

Em que Pessoa é narrado o romance Triste Fim de Policarpo Quaresma como é chamado esse tipo de narrador e por quê?

O Triste Fim de Policarpo Quaresma, romance narrado em terceira pessoa, possui um narrador que não julga os fatos, deixando assim livre o leitor para assumir sua posição; ou de defesa ou de contrariedade. O narrador passa por papel de leitor de sua própria história, narrando e esperando os acontecimentos.

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