Goiânia – A fama do policial federal Lucas Soares Dantas Valença, de 36 anos, começou em outubro de 2016. Ele, que era apenas um policial anônimo, até então, ganhou o apelido de “hipster da federal” na internet, após chamar a atenção durante a prisão e escolta do ex-deputado federal Eduardo Cunha, em Brasília.
De um dia para o outro, fotos, vídeos e perfis dele nas redes sociais foram descobertos pelo grande público e milhares de pessoas começaram a segui-lo. Um dia bem diferente do que ele viveu nessa quarta-feira (2/3), após levar um tiro e morrer ao invadir uma propriedade rural em Buritinópolis (GO).
O caso foi revelado pela coluna de Guilherme Amado no Metrópoles.
Valença, segundo amigos e familiares, estava em surto psicótico desde a terça-feira (1º/3). Ele chegou a desligar o padrão de energia da residência, antes de arrombar a porta e amedrontar a família que vive no local.
O atirador relatou à polícia que “ouviu barulhos de gente em volta da sua casa e uma gritaria com diversos xingamentos falando que naquela casa havia um demônio”.
Lucas Valença, o Hipster a FederalReprodução/Instagram
Agente federal desligou registro de energia antes de invadir chácaraPMGO
Porta de chácara foi arrombada em Buritinópolis (GO)PMGO
Arma usada por dono de chácara para matar Hipster da FederalPMGO
Lucas Valença na escolta do ex-deputado federal Eduardo Cunha, em 2016Michael Melo/Metrópoles
Prisão de Eduardo Cunha, em 2016Michael Melo/Metrópoles
Recentemente, Valença atuou nas buscas por Lázaro BarbosaReprodução/Instagram
O policial reapareceu em 2021, quando participou das buscas pelo maníaco Lázaro Barbosa, em GoiásReprodução/Instagram
Sua última postagem no Instagram foi com o presidente Jair Bolsonaro, no início de 2022, após curso de formação de novos policiais federaisReprodução/Instagram
Ele era agente da Polícia FederalReprodução/Instagram
Hipster da FederalInstagram/Reprodução
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Quem gritava do lado de fora da casa era o “Hipster da Federal”, policial que começou carreira na Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) e que entrou para a Polícia Federal (PF) em 2014, onde ele chegou a integrar o Comando de Operações Táticas (COT).
Visual de “lenhador”
O visual de Lucas chamou a atenção pela similaridade com a estética hipster, de “lenhador”. As características de homem barbudo, forte e cabeludo, com coque samurai, foram suficientes para lhe render o apelido que pegou, de imediato, assim que ele surgiu na TV e nas fotos dos jornais prendendo Eduardo Cunha.
Dias depois, diante da repercussão e aumento repentino de seguidores que logo se interessaram pelo conteúdo do “policial gato” – outro apelido que Valença recebeu -, ele chegou a publicar um vídeo no Instagram agradecendo pelas mensagens e reconhecimento.
Veja:
Até a manhã desta quinta-feira (3/3), Lucas contabilizava 111 mil seguidores no perfil do Instagram. Nos meses posteriores à fama, em 2016, ele passou a publicar e gerar conteúdos com mais frequência para engajar o novo público, mas logo diminuiu, novamente, voltando ao ritmo que lhe era habitual.
A última publicação de Valença foi em dezembro do ano passado. Ele fez uma selfie ao lado do presidente Jair Bolsonaro (PL) e escreveu na legenda:
“Uma honra participar da formação dos novos policiais federais. E ainda rola foto com o presidente da república, pensa bem! Obrigado por nos honrar com a sua presença presidente”.
Voltou a ser notícia
Seis meses antes, em junho do ano passado, ele voltou a ser notícia. O Hipster da Federal não passou despercebido entre as centenas de policiais que atuaram numa das maiores operações de segurança da história recente do Brasil. Ele foi escalado para atuar na força-tarefa para encontrar e prender o maníaco Lázaro Barbosa, em Cocalzinho (GO).
Assim que a imagem dele embrenhado no mato, nos trabalhos de busca, surgiu na internet, o apelido ganhou força novamente e ele voltou aos holofotes quase cinco anos depois do início de tudo.
Lucas Valença, o hipster da federal, durante as buscas por Lázaro Barbosa, em GoiásHugo Barreto/Metrópoles
"Hipster da Federal" ajudou nas buscas por Lázaro Hugo Barreto/Metrópoles
Lucas Valença era policial federalHugo Barreto/Metrópoles
Hugo Barreto/Metrópoles
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