O que é a linguagem coloquial é o porquê ela deve ser evitada no seu ambiente de trabalho?

Especialista em Planejamento, Implementação e Gestão da Educação a Distância (UFF)
Graduação em Letras (Fundação Comunitária de Ensino Superior de Itabira, FUNCESI)

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A linguagem coloquial é aquela própria do dia a dia, isto é, mais espontânea. Isso significa que esse tipo de linguagem não se preocupa em seguir as regras gramaticais da língua. Os contextos informais exigem o uso da linguagem coloquial. Vamos analisar a coloquialidade nesta tira do Amadinho? Então, leia-a:

No diálogo de Armandinho com o pai, há marcas da linguagem coloquial também conhecida como linguagem informal. Primeiramente, podemos observar, na pergunta do menino, a preposição “pra” (redução de “para”). Em seguida, notamos uma locução verbal no lugar de um verbo para exprimir uma ação futura (“Vou fazer” no lugar de “Farei”). Já em “Você sabia que teve gente presa por causa disso?), o verbo “teve” substitui o verbo “houve” e a palavra “gente” para se referir a um conjunto de pessoas. Todos esses elementos citados compõem a linguagem coloquial. Ela é empregada em ambientes mais familiares e, por isso mesmo, mais informais. Desse modo, a linguagem coloquial foi usada corretamente na tira, visto que se trata de um diálogo do cotidiano entre pai e filho.

Confira mais exemplos de linguagem coloquial (expressões sublinhadas). Nos parênteses, encontram-se as referidas expressões em consonância com a norma culta:

Fui na missa ontem. (“à”)

Eu tô atrasada demais! (“estou”)

Aonde está o meu livro? (“Onde”).

Não vi ele quando cheguei. (“o vi”)

Corre porque seu pai já chegou! (“Corra”)

Eu assisti o jogo naquele bar. (“assistir a”)

Este é o lugar que fomos. (“a que fomos”)

Senti tanta dó daquela criança... (“tanto dó”)

Foi eu que fiz o bolo da festa! (“Fui eu que fiz”)

E agora? Ela não devia ter feito isso. (“deveria”)

O jovem passu rápido perto de mim. (“rapidamente”)

Me apresentou aos seus pais hoje. (“Apresentou-me”)

Ele tava no telefone e não viu. (“estava” e “ao telefone”)

Já é onze horas e ele ainda não chegou... (“são onze horas”)

Eles assustaram quando viram a conta de luz... (“se assustaram”)

O óculos do meu pai quebrou. (“Os óculos do meu pai quebraram.”)

Linguagem coloquial X Linguagem culta

Coloquial ou culta? Depende do contexto comunicativo. Em outras palavras, há situações em que devemos empregar a linguagem coloquial e há outras em que devemos empregar a linguagem culta. Os conhecimentos de mundo, partilhados pelos indivíduos, orientam as práticas sociais de uso da linguagem. Desse modo, a pessoa sabe que a linguagem a ser adotada em uma entrevista de emprego ou em uma apresentação de um trabalho, por exemplo, deve ser diferente daquela adotada em um bate-papo com o amigo.

Referências:

BECK, Alexandre. Tira do Armandinho. Disponível em: <//tirasarmandinho.tumblr.com>. Acesso em: 21 de outubro de 2019.

SILVA, Taís Cristófaro. Fonética e Fonologia do português: roteiro de estudos e guia de exercícios. 2.ed. São Paulo: Contexto, 1999. p.11-47.

Texto originalmente publicado em //www.infoescola.com/linguistica/linguagem-coloquial/

Para a criação do texto da prova de redação do ENEM, é preciso seguir algumas exigências que fazem parte do tipo textual que é cobrado pela banca, no caso o dissertativo argumentativo. A infração ou falta desses requisitos podem levar a perda de pontos importantes para a nota final.

Apesar da redação ser constituída de argumentos que provem seu ponto de vista, o tom coloquial não pode aparecer durante sua dissertação. Ou seja, sua redação precisa ser construída de forma impessoal e sem gírias ou expressões utilizadas no dia a dia.

No texto dissertativo-argumentativo, é necessário escrever na terceira pessoa do singular. Não cabe ao texto dissertativo a exposição de uma opinião diretamente, ou o uso de marcas de conversas cotidianas. “Eu penso”, “eu acho”, “na minha opinião” e “no meu ponto de vista” devem ser evitados, pois fogem da impessoalidade característica do gênero textual.

Linguagem coloquial x norma culta

A linguagem é o sistema desenvolvido pelo homem para se comunicar com os outros homens. Ela pode ser falada (oral), escrita, gestos, imagens, sons, entre outros, mas sempre terá o objetivo de passar uma mensagem.

Embora exista a linguagem base, a nossa norma culta, é comum existirem variações, já que o contexto, o objetivo e os interlocutores podem ser vários. Por isso não classificamos linguagens como certas ou erradas, mas como adequadas ou inadequadas.

Durante nosso dia a dia, em conversas informais com amigos, vizinhos e familiares, é comum que não estejamos preocupados com todas as normas gramaticais, falamos de forma rápida e descontraída, muitas vezes com até com características regionais, com o objetivo de interagir da forma mais fácil possível com outras pessoas.

Essa espontaneidade dá abertura para gírias, estrangeirismos, abreviações, criação de novas palavras e até mesmo erro de concordância. A essa linguagem informal, ou popular, é dado o nome de linguagem coloquial.

E não há nenhum problema em utilizarmos essa linguagem em nossas interações pessoais, mas no trabalho, na escola e em provas como o ENEM e concursos públicos, a norma culta deve ser respeitada ao máximo.

Por esse motivo, evite utilizar a linguagem coloquial ao longo da sua redação. Além de evitar as variações, gírias, palavras escritas de forma inadequada, é preciso evitar também o uso de expressões que denotem pessoalidade nos argumentos. Embora você esteja defendendo um ponto de vista, ele precisa ser sustentado por argumentos realmente válidos, e não por opiniões pessoais.

Dica:

Não use palavras que não façam parte do seu vocabulário

Sabendo que a língua culta é a que deve ser utilizada na redação, muitos candidatos podem acabar caindo na ansiedade de demonstrar total domínio sobre ela e empregar termos complicados e incomuns de forma equivocada.

Para fugir desse erro, não utiliza palavras fora do seu vocabulário e que você não tenha total certeza sobre sua grafia ou significado. Palavras simples, mas corretas são o suficiente para montar uma boa redação.

Para ficar ainda mais clara a diferença entre as duas linguagens, confira abaixo dois exemplos de textos escritos em tom coloquial e como eles devem ser apresentados na sua redação.

Exemplo 1:

“A realidade nos impõe muitos deveres. Na verdade, ela nos dá mais deveres do que direitos. Mesmo assim, não nos abstemos de agregar qualidade às nossas vidas, ou de pelo menos tentar. É uma constante para todos. Essa tal qualidade de vida, entre seus muitos fatores, é intermediada pelos estados de humor. O equilíbrio entre eles.”

A forma correta para a dissertação seria:

“A realidade impõe muitos deveres aos indivíduos. Tais deveres são, muitas vezes, mais numerosos do que os direitos oferecidos. O homem não se abstém, contudo, de tentar agregar qualidade à sua vida. Esse cenário é uma constante na sociedade e é intermediado, dentre outros fatores, pelo equilíbrio entre os estados de humor.”

Exemplo 2:

“Quem diria que o ser humano chegaria onde chegou? Ou que o Japão viraria um bairro ao lado? Ninguém nunca se deu ao trabalho de perguntar, simplesmente agiu. O mundo, por meio da sociedade, desde os primórdios da história, foi desenvolvendo-se e progredindo intelectualmente. Chegamos, por enquanto, no século XXI, o século da dupla dedos mais cérebro. A era da Internet.”

A forma correta para a dissertação seria:

“O mundo, por meio da sociedade, desde os primórdios da história, foi desenvolvendo-se e progredindo intelectualmente. Esse esforço permitiu a humanidade chegar à era da Internet e à globalização, em que lugares extremamente distantes tornaram-se acessíveis.”

Com esses exemplos ficou bem mais fácil entender a diferença entre as duas linguagens e como uma consegue passar muito mais credibilidade do que a outra, certo?

Continue seus estudos conosco, saiba mais sobre Conectivos: os responsáveis pelo sentido da sua redação

O que é a linguagem coloquial e o porquê ela deve ser evitada no seu ambiente de trabalho?

A linguagem coloquial é empregada em situações informais, entre amigos, familiares e em ambientes e/ou situações em que o uso da norma culta da língua possa ser dispensado. O fato de não seguir as regras gramaticais não faz a linguagem coloquial ser menos importante/relevante do que a linguagem culta.

O que é a linguagem coloquial?

O que é linguagem coloquial? A linguagem coloquial, ou informal, é a variante linguística que usamos com mais frequência no nosso dia a dia. Ela é mais despojada e não se prende tanto à gramática.

É errado usar a linguagem coloquial?

Ao contrário do que muita gente pensa, a linguagem coloquial não é gramaticalmente “errada” e pode ser utilizada sem nenhum problema, desde que seja aplicada da maneira correta em situações específicas.

O que é linguagem coloquial e onde acontece o seu uso?

A linguagem coloquial é normalmente empregada em situações informais de interlocução, em eventos de fala do nosso cotidiano. A linguagem coloquial, também chamada de informal ou popular, encontra fluidez na oralidade e é utilizada pelos falantes cotidianamente.

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