Como saber se a pessoa está com infecção urinária pelo exame de urina?

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Na prática médica, muitas vezes os sintomas manifestados pelo paciente são suficientes para permitir um diagnóstico. Os exames laboratoriais, porém, são de suma importância para identificar o grau de acometimento, bem como realizar o acompanhamento do quadro.

Além disso, os exames complementares também podem ser determinantes na escolha do tratamento e até mesmo na descoberta de alguma condição que não esteja claramente manifestada. Portanto, seja pelo sangue, seja pelas fezes, seja pela urina, as análises clínicas são essenciais para a adequada assistência médica.

Mas, afinal, o exame de urina detecta quais doenças? O material coletado pode apresentar componentes que retratam desde uma infecção até doenças sistêmicas. Saiba mais sobre o assunto!

Qual a função dos rins?

Para entender o que o exame de urina pode detectar, é preciso saber o que compõe o material analisado. A urina é produzida pelos rins, órgãos responsáveis por fazer a filtração do sangue e, assim, eliminar componentes a serem descartados.

Essa depuração ocorre em pequenas estruturas, os néfrons. Nos néfrons há pequenos emaranhados de capilares, que são a parte principal dos glomérulos, que realizam a filtração.

Quando se diz filtração, isso significa que alguns componentes ficam retidos para permanecerem no organismo, e outros continuam no meio líquido que constituirá a urina. O processo em si é complexo, envolvendo características químicas e físicas do sangue e das estruturas renais.

Em suma, substâncias como proteínas e glicose normalmente não são eliminadas, permanecendo no sangue. Já outras têm uma parcela reabsorvida para o organismo, como sódio e água. Por fim, algumas são, naturalmente, excretadas, pois devem ser eliminadas por não terem função (de certa forma, constituem como que um “lixo” a ser descartado)..

Como visto, há componentes urinários cuja presença ou ausência, bem como a quantidade detectada, são indicadores de alguma doença. Confira agora alguns exemplos de problemas que são detectados pelo exame de urina.

Desidratação

A desidratação, por exemplo, é uma condição na qual o organismo tenta poupar água, de modo que esta é liberada em menor quantidade na urina. Ela ocorre quando a ingestão de líquidos é insuficiente ou em casos de diarreias, vômitos, febre, transpiração excessiva nos dias de muito calor, portadores de diabetes, entre outras condições em que o controle hídrico é afetado, gerando um desequilíbrio.

Esse problema pode ser classificado de acordo com o seu grau de complexidade.

  • isotônica — tipo mais comum, principalmente em crianças, caracterizado por perda na mesma proporção de água e sódio por meio de diarreias e vômitos;
  • hipertônica — caracterizada pela perda maior de água, ocorre com frequência em diabéticos e pode ser causada por febre intensa e diarreias;
  • hipotônica — mais comum em crianças, há perda maior de sódio e pode ocorrer por alterações gastrointestinais, renais, uso de diuréticos e má nutrição.

Em todos os casos, o líquido da urina se torna mais amarelado, com elevada concentração de substâncias e pouca água. Assim, o exame de urina entra como forte aliado no diagnóstico e prevenção, pois consegue identificar qual a complexidade (quando ocorre a desidratação) e quais componentes o paciente está perdendo.

Infecções urinárias

Já as infecções urinárias podem ser dos tipos baixa ou alta. A primeira, também chamada de cistite (que acomete a bexiga, órgão de localização mais baixa), é a infecção urinária comum; já a segunda, conhecida como pielonefrite, é muitas vezes uma complicação da cistite, havendo comprometimento dos rins, situados em posição mais elevada.

Os principais sintomas das infecções urinárias são: dor ou ardência ao urinar, forte necessidade para urinar (urgência mesmo que já tenha urinado), urina escura, urina avermelhada e dores no “pé da barriga” ou no reto, além de dores na região dos rins (dor lombar alta).

Independentemente da gravidade, as infecções são caracterizadas pela presença de componentes que são facilmente observados por meio do exame de urina, como as bactérias e dos piócitos que são os leucócitos ou glóbulos brancos (se estiverem acima da quantidade habitual também fazem supor infecção).

Diabetes

Diabetes e hipertensão arterial são condições sistêmicas em que o exame de urina pode indicar maior grau de severidade. Não há dúvidas de que essa dupla é mortal, e o número de mortes no mundo só aumenta: 50 milhões por ano.

Na diabetes descompensada a glicose é detectada na urina. Na hipertensão sem controle pode haver dano vascular, que resulta na eliminação de proteínas. Também certas doenças do fígado e vias biliares podem ser indicadas pelo exame da urina, como a cirrose, doença crônica do fígado que forma nódulos que dificultam a circulação normal do sangue.

Nesse caso, a bilirrubina, substância amarelada que serve para diagnosticar doenças do fígado, é detectada na urina quando seu nível se eleva no sangue devido às doenças hepáticas.

Cálculos renais

Os rins funcionam como duas grandes “peneiras do sangue”. Eles retêm diversos elementos, como ácido úrico, cálcio e oxalato. Quando essas moléculas surgem em grande quantidade e sem muito líquido para dissolvê-las, dá-se a formação de pequenos cristais que podem se unir e avolumar até constituírem os cálculos, conhecidos vulgarmente como “pedras”.

Esse problema é bastante conhecido pela dor, e a depender da gravidade pode impedir que a pessoa realize suas atividades. Além disso, a litíase (nome científico da formação de cálculos) pode ser identificada pelo sangue na urina, náuseas, vômitos, vontade de urinar com frequência, cólica e dor lombar (que pode ser muito intensa).

A urina muito densa também pode ser considerada outro sinal de alerta para isso. Os exames laboratoriais da urina são fundamentais para o diagnóstico desse mal. Eles analisam aspectos físicos e químicos, isso envolve a acidez e a presença de cristais ou infecções.

Por que fazer exame de urina mesmo sem apresentar sintomas?

O exame de urina é um grande aliado na prevenção de doenças, pois algumas são silenciosas e só apresentam os sintomas quando já se instalaram, como no caso do diabetes e da hipertensão.

Portanto, a sua realização periódica ajuda o médico a identificar se há ou não algum desequilíbrio e se ele é reversível ou não, ou seja, funciona como um termômetro da sua saúde.

Como fazer a coleta de urina?

A coleta do material para análise rotineira (exame chamado EAS da Urina, ou também Urina Tipo 1) é muito simples. É preciso ter o cuidado de fazer a higiene íntima adequada e desprezar o primeiro jato da urina, não sendo necessário que seja a primeira da manhã (mas é recomendável que seja obtida após duas horas sem urinar). É importante também fazer a identificação do frasco com o nome.

Em caso de acamados, ou pessoas sem condições de fazer a coleta como dito acima (crianças pequenas, por exemplo), outros recursos e cuidados são adotados. Mas em qualquer caso deve-se entregar a amostra de urina para o exame o quanto antes (mantendo-a em geladeira, quando se prevê alguma demora).

Há alguns exames em que toda a urina de um período de 12 ou de 24 horas precisa ser obtida, marcando-se o tempo de início e fim da coleta (por vezes em recipientes contendo conservantes, quando necessários). Tratam-se de exames para avaliar insuficiência renal, propensão a formar cálculos, pesquisa de tumores e outras condições suspeitadas pelos médicos. Há ainda o exame chamado urocultura, que é a cultura para isolamento de microrganismos quando há suspeita de infecção urinária.

Como escolher o melhor laboratório para os exames?

É importante observar a confiabilidade e ética do laboratório. Além disso, optar por aquele que preza pelo constante controle de qualidade e busca pela certeza diagnóstica. Esses pontos indicam que o paciente vai ter mais segurança no diagnóstico e o melhor tratamento.

O PAT Medicina Laboratorial (laboratório de análises clínicas) trabalha não só com essas premissas, mas também com o respeito, empatia, agilidade na entrega de resultados, comprometimento e contribuição ativa com médicos para oferecer todos os recursos necessários para a saúde dos seus pacientes.

Vimos, então, que o exame da urina ajuda a detectar várias doenças, sendo muito útil para as assistências ambulatorial e hospitalar. Os resultados devem ser analisados por um profissional apto para fazer a interpretação e definir as condutas, que deve ser preferencialmente o médico que indicou a realização do exame, a fim de que estabeleça a relação com o quadro clínico e com as hipóteses estabelecidas.

Agora que você sabe o que pode ser detectado no exame de urina, conheça um pouco mais sobre o PAT Medicina Laboratorial e programe a realização dos seus exames.

Como saber pelo exame de urina se tem infecção urinária?

Se o exame de urina revelar nitrito positivo, presença de sangue e numerosos leucócitos, por exemplo, pode ser indicativo de infecção urinária, mas só o exame de urocultura é que confirma a presença ou não de infecção.

Como ler o resultado do exame de urina?

Como interpretar o resultado?.
pH: deve ficar entre 5,5 e 7,0. pH acima de 7,0 pode ser indicativo de bactérias que alcalinizam a urina, ou ainda de cálculos renais ou insuficiência renal. ... .
Densidade: um resultado considerado normal deve ficar entre 1,005 e 1,030..

Como saber se o exame de urina está alterado?

Resultados dos exames Presença de bactérias e/ou elevação de leucócitos: significa uma possível infecção urinária. Presença de glicose (açúcar) na urina: significa uma possível diabetes. Presença de hemácias: significa um possível cálculo renal, infecção urinária ou inflamação (nefrite)

Quantos de leucócitos é considerado infecção urinária?

O número de leucócitos, nas uroculturas positivas para infecção do trato urinário (ITU), foi de 22% para <10.000/mL e 68% >10.000/mL. Estudos mostram que o número de leucócitos é considerado anormal somente acima de 10.000/mL, sugerindo ITU.

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