Como as redes sociais podem interferir no processo de contratação?

A explosão no uso das redes sociais é um fenômeno recente, mas avassalador, pois tomou conta do Brasil e do mundo.

Os seus efeitos no nosso país são, portanto, de alcance bastante significativo, pois atingem parcela considerável da população brasileira.

As relações de trabalho, naturalmente, não poderiam permanecer imunes a esses efeitos, donde a existência de questionamentos sobre a possibilidade de a empresa controlar as redes sociais dos seus empregados.

Em verdade, essa polêmica existe desde a fase pré-contratual, na qual surge a seguinte dúvida: no momento da contratação, a empresa poderia buscar nas redes sociais dos candidatos ao emprego informações úteis para a decisão sobre a sua admissão?

A resposta que a Justiça do Trabalho vem dando a essa pergunta varia em função do tipo de informação buscada e da forma de obtê-la.

Inicialmente, é importante apontar que somente são admitidas consultas a redes sociais de acesso público, não se permitindo que a empresa utilize métodos alternativos – como o uso de contas de terceiros – para acessar contas privadas ou restritas dos candidatos ao emprego.

Além disso, as informações dos candidatos que são passíveis de consulta e utilização legítima no processo seletivo são aquelas que possuam relação com o emprego pretendido, ou seja, tenham caráter profissional.

Nesse sentido, dados pessoais do candidato, que não tenham natureza trabalhista, como as referentes a opções ideológicas, religiosas ou de lazer do candidato, não podem ser utilizadas pela empresa na seleção do futuro empregado.

A ideia essencial, portanto, é a de se evitar qualquer critério discriminatório nesta seleção, que não possua estreita ligação com o currículo e a experiência profissional do candidato.

Uma vez superada esta fase de seleção, quando já contratado o empregado, a consulta às suas redes sociais igualmente suscita polêmica.

Relevante apontar que o empregado não possui um direito absoluto de publicar qualquer tipo de mensagem nas suas redes sociais, pois não pode prejudicar a imagem da empresa com publicações detratoras e apresentando críticas exageradas.

Isto não significa que ele não possua liberdade de expressão, eis que pode publicar mensagens com o teor ideológico ou filosófico que entender mais adequado, sem possibilidade de qualquer ingerência pela empresa nestas publicações, pois desvinculadas do trabalho prestado.

Todavia, como qualquer outro direito no Brasil, a sua liberdade de expressão possui limites, especialmente para evitar mensagens agressivas ou dilapidadoras da imagem da empresa, estas sim com vinculação à relação de trabalho e passíveis de controle.

Em resumo, o controle pela empresa das redes sociais dos seus empregados é possível, mas limitado, porque vinculado a publicações que possuam relação direta com o contrato de trabalho. Fora disso, as publicações do empregado não são passíveis de sofrer qualquer tipo de ingerência pela empresa.

Xerxes Gusmão é Juiz do Trabalho do TRT do ES. Professor universitário. Mestre e Doutor em Direito do Trabalho e Previdenciário, pela Universidade de Paris 1 – Panthéon-Sorbonne.

As redes sociais são importantes – em especial, do LinkedIn – para pesquisar vagas, conversar com recrutadores e interagir com pessoas do ramo, com as quais nos identificamos. Porém, o que talvez possa passar despercebido é que essas interações que são feitas nas redes podem estar sendo observadas nas etapas de seleção.

Como as redes sociais podem interferir no processo de contratação?

Mesmo nos casos em que o processo seletivo não é realizado por nenhuma mídia digital, há chances de o recrutador olhar o perfil de um candidato, e as informações sobre ele que estiverem disponíveis na internet.

Eles estão de olho

De acordo com uma pesquisa do Careerbuilder, de 2017,  cerca de 70% dos empregadores checa as redes sociais dos candidatos. Dentre as informações que esses profissionais buscam, estão dados que sustentam as qualificações para o trabalho; o que os outros estão publicando sobre o candidato e informações que demonstrem se ele tem uma presença online profissional.

Além, é claro, de algum motivo para não contratar, que pode variar de acordo com o perfil da empresa – já que as razões para uma não contratação não estão necessariamente ligadas a um comportamento inadequado no ambiente virtual.

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Regra do bom senso

Embora não tenhamos como saber quais são exatamente os itens que estão sendo observados, é possível identificar os mais comuns. Segundo Carolina Silva, coordenadora de RH da Luandre, normalmente, no LinkedIn, são avaliadas as recomendações e competência, além das conexões, tipo de contato profissional que o candidato estabelece e como se posiciona e se comunica na rede social corporativa.

A foto de apresentação do perfil também costuma ser notada. “Essa consulta acontece principalmente para cargos onde a aparência conta, como promoter, atendimento de luxo e atendimento bancário”, diz Silva. Em termos de comportamento, não é só para o LinkedIn que os olhos dos recrutadores estão voltados, mas também no Facebook e em outras redes nas quais se expressem.

O que é reprovado automaticamente? “Todos os comportamentos tendenciosos, preconceito, discriminação e envolvimento com álcool ou drogas”, afirma a coordenadora da Luandre. “Não existe uma receita do que ter na rede social para aumentar as chances (de contratação). Melhor seria dizer o que não ter. Acredito que a regra do bom senso valha para este caso”.

Se é verdade que a conduta nas redes sociais é uma extensão dos costumes off-line, então, o que já não “pega bem” no cotidiano fora do ambiente digital, também será malvisto online.

O que suas redes sociais podem influenciar na sua contratação?

As mídias sociais e o perfil do candidato Para alguns especialistas, a exposição excessiva nas redes sociais pode influenciar de forma negativa uma busca ou recolocação no mercado de trabalho, uma vez que se torna mais comum as empresas fazerem uso dessa ferramenta no momento de uma contratação.

Como o uso das redes sociais podem modificar o processo de recrutamento?

As redes vêm ganhando espaço em função de sua praticidade e para baratear os custos dos processos de recrutamento e seleção. Outra vantagem é o retorno mais rápido, além de ajudar a montar uma base de dados para busca de profissionais com um perfil determinado.

Qual a influência das redes sociais na procura de emprego?

Com o uso das redes sociais, a empresa consegue, diretamente, mapear as conexões de um candidato, fazendo uma busca mais isenta de opiniões. E por isto, a empresa procura ex funcionários da mesma empresa, chefes e verificam o relacionamento atual do candidato com eles.

Como as redes sociais interferem no mundo do trabalho?

Nas redes sociais, é possível observar a vida privada do profissional, ou seja, se frequenta baladas, se faz uso abusivo de álcool e outras substâncias que possam vir a comprometer suas responsabilidades na empresa.