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Sangramento na gestação: nem sempre é motivo de preocupação (Foto: Thinkstock)
Uma das características mais comuns da gestação é o aumento no número das idas ao banheiro. Mas o que acontece se, em uma dessas "viagens", você se deparar com um ponto vermelho na calcinha? Sangramento na gravidez é desespero, na certa. Se aconteceu com você, tente manter a calma. "Os sangramentos genitais durante a gravidez são muito frequentes e, nem sempre, indicam um problema grave, com comprometimento do bebê", tranquiliza o ginecologista e obstetra Alberto d'Auria, do Hospital e Maternidade Santa Joana (SP).
Isso não quer dizer, porém, que o episódio pode ser subestimado. É sempre necessário entrar em contato com seu obstetra, que irá orientar a melhor conduta. "Vale realizar um exame ginecológico para investigar a origem do sangramento", explica d'Auria. Para acabar com a dúvida de vez, os especialistas costumam solicitar um ultrassom, a fim de avaliar o embrião e seus batimentos cardíacos.
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O que pode levar ao sangramento, de acordo com a fase da gravidez
Primeiro trimestre
Nas primeiras semanas, é normal acontecer a um pequeno sangramento, conhecido como nidação. "Ele pode significar apenas a acomodação do saco gestacional, estrutura que, em um primeiro momento, irá abrigar o embrião", explica o médico. Na
verdade, o que ocorre é que, quando ele se implanta na parede do útero, algum vaso sanguíneo pode se romper. Daí a explicação para o susto. Como acontece bem no início da gravidez, muitas vezes, é confundido com a menstruação.
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Entretanto, há casos em que o sangue vem por conta de um descolamento do saco gestacional. Aí, é preciso fazer um acompanhamento mais rigoroso e ficar alerta. "Essa situação pede repouso e, não raro, a administração de inibidores de contração uterina", explica d'Auria. Nesse caso, o sangue normalmente sai aos poucos, por vários dias, e tem uma coloração marrom escura, parecendo uma borra de café.
Por fim, vale saber que o temido sangramento decorrente do processo de aborto espontâneo acontece em um fluxo grande, apresenta coágulos e vem acompanhado por fortes cólicas.
Segundo trimestre
Do quarto ao sétimo mês de gestação, os sangramentos são mais raros do que no primeiro trimestre. De acordo com o obstetra, eles podem
acontecer depois de uma relação sexual, de esforço físico, como elevação de peso, ou tosses e espirros, e até algumas horas depois de um exame de toque vaginal.Em todas essas situações, o quadro não costuma ser indício de um problema grave.
Barriga de grávida (Foto: thinkstock)
Outro motivo para a presença de sangue nessa fase é a placenta baixa ou prévia, uma condição em que o órgão, responsável por levar nutrientes e oxigênio ao bebê, instala-se próximo ao colo do útero e não na posição média, como é esperado. Isso requer acompanhamento de perto para evitar possíveis complicações na gravidez e no parto.
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Terceiro trimestre
Na reta final da gravidez, os sangramentos costumam preocupar um pouco mais, por despertarem suspeita de descolamento de placenta --um quadro grave, capaz de levar à hemorragia e interromper o fluxo de
nutrientes e oxigênio para a criança. Dependendo da situação, pode ser necessário apelar para uma cesárea de emergência. Caso o descolamento seja apenas parcial, porém, dá para prosseguir com a gravidez, desde que o acompanhamento médico passe a ser intensivo.
No entanto, saiba que, mesmo no terceiro trimestre, existe um tipo de sangramento causado por um bom motivo: a perda do tampão -- uma proteção natural contra a entrada de bactérias--, que indica que o trabalho de parto está próximo. Normalmente, o que sai é uma secreção transparente bem espessa, que pode ou não conter traços de sangue. Depois de confirmar que se trata mesmo do tampão, você não precisa correr para o hospital, porque o nascimento do bebê ainda pode demorar alguns dias-- mas vale ficar de sobreaviso.